Realizador Asiático Preferido - Votação
Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):
- Violent Cop (1989)
- Boiling Point (1990)
- A Scene at the Sea (1991)
- Sonachine (1993)
- Getting Any? (1995)
- Kids Return (1996)
- Fireworks (1997)
- Kikujiro (1999)
- Brother (2000)
- Dolls (2002)
- Takeshi's (2005)
- Chacun son cinéma - segmento One Fine Day (2007)
- Glory to the Filmmaker! (2007)
- Achilles and the Tortoise (2008)
10 comentários:
Takeshi Kitano, enfim.
1.Muito se disse sobre Kitano, mas hoje é óbvio o "recuo crítico" e um certo cepticismo idiota de uma fase tenebrosa da sua carreira inspiradora para pouquíssimos, e que porventura já se vinha adivinhando desde os primeiros planos de um "Violent Cop". Como se o Mundo tivesse apenas a contemplar os feitos passados "yakuza" de um autor que parece ter-se abandonado à auto-referência e à destruição, porque "yakuzas" nunca mais...
2.Kitano não se perdeu nem se traiu. Kitano sempre foi o mestre de cerimónias, autor absoluto, real e subversivo, envolto na sua própria destruição como personagem, como homem. O seu corpo artístico é geométrico na sua coerência, adivinha-se pelo seu cunho. Aqui não se fazem filmes por favor nem ocasião. A sua criação é maximamente tautológica. Kitano faz filmes porque é Kitano.
3.A "poética" kitanesca não morreu com "Hana-bi", nem -alguns mais arriscados diriam- "Dolls". Continuou e continua com "Takeshis'" (e porque, poético por poético, só mesmo "Sonatine" a arrancar o desespero inexpressável da tela melhor), "Glory to the Filmmaker" e posso mesmo dedicar-me ao vaticinio, com "Achilles and the Tortoise". As suas visões não são auto-citadas, são adivinhadas porque de "Violent Cop" até aqui, pouco mudou em termos brutos.
4.Fiel a si mesmo (mesmo o único desastre "Brother" é ainda um Kitano a curvar Hollywood e "Zatoichi" é um Kitano a brincar com a indústria), a poética kitanesca continua a jogar nos seus pressupostos essenciais: recusa do espectáculo, a montagem como pudor institucionalizado, mutismo e autismo como a dormência do mundo. A melancolia é silenciosa, faz-se notar por longos não-se-sabe-o-quê que não se deixam esgotar numa rectórica fácil. Mas também pouco austero, a poética joga-se numa linha-de-sombra de forças equilibradas. A trilogia Yakuza (o fleumatismo de "Violent Cop", o sadismo abrupto de "Boiling Point" e o metafísico em "Sonatine") lançam as bases do poético de "Scene at the Sea" e "Dolls" (pares da mesma moeda) ou do nostálgico em "Kikujiro", até no aparente literal "Kids Return". E "Hana-bi" como conciliador de toda uma obra. Mas há também "Getting Any?" que reforça o "mise en abyme" auto-indulgente, auto-infligidor, auto-tudo da sua trilogia íntima. Porque o autor só persiste reconstruindo-se nesse encaixe completo.
5.Kitano é o Cinema Japonês, hoje.
Pessoal ou não, autista ou coisa nenhuma, o que foi Kitano desde sempre senão ele próprio?
Tenho de confessar que aprecio mais o trabalho de Kitano como actor do que como realizador, não obstante os seus inegáveis méritos artísticos. É uma mente genial, mas um tanto ou quanto tortuosa demais para o meu gosto :) !
Abraço!
Meu caro amigo, Jorge Soares
Tenho algo para ti, no meu cantinho da blogosfera.
Um abraço e bom fim-de-semana
Miguel Ângelo
Caro Miguel Ângelo,
posso afirmar que estou maravilhado com tamanha gentileza da tua parte, embora tenhas de me perdoar, pois ainda fiquei mais deslumbrado com a maravilha que "postaste" no teu excelente espaço :)))) !
Grande abraço e votos de um fim-de-semana em grande!
Amigo Jorge,
Kitano é um dos realizadores em quem voto no teu concurso. Vi toda a sua obra , com excepção dos seus dois mais recentes filmes.
É um dos meus realizadores preferidos do cinema asiático. Por mim, ficaria no Top 10.
...e também o admiro muito como actor.
Um abração
Epá que heresia xôr Shinobi!! heheh
Meste Kitano é o último dos monstros sagrados do cinema Japonês! O mais genial autor contemporâneo nipónico! Outra figura que vai muito além de um simples realizador, já que ele é um artista multifacetado! (o que é que mestre Kitas não sabe fazer?!)
Resumindo a sua filmografia eu diria que existem "7 maravilhas" que são absolutamente obrigatórias: Takeshis'; Zatôichi; Dolls; Kikujiro; Hana-bi; Kids Return; Sonatine!
O restante dividia entre o "bom" e um par de filmes "não tão bons" :)
Mesmo não tendo estado ao seu mais alto nivel no seu último "Glory to the Filmmaker!" mal posso esperar pelo último capitulo (Achilles and the Tortoise) da sua introspectiva e tresloucada trilogia que como acontece com todos os seus filmes, está no top dos mais agardados do ano!
Uma vénia a mestre Kitas!
p.s. eu nem quero imaginar o que "Takeshis'" e "Glory to the Filmmaker!" poderão fazer à imagem que tens do Kitano! Medo! eheh ;)
abraço!
Amigo Nuno,
com excepção de um ou de outro,tenho de confessar que não morro de amores pelos seus filmes, e mais sincero não posso ser :) .
Isto não invalide que admire tanto a obra, como o homem.
Grande abraço!
Eh, eh, eh, pois é tf10, mas o que é que se vai fazer. Não me entendo muito bem com a filmografia de Kitano, tenho de confessar...
Chegaste a receber um e-mail que te enviei há dias?
Grande abraço!
Olá, Jorge, é um prazer conhecer o seu blog. Sou uma nipo-brasileira, residente em Milão. Mal estou entrando neste blog, e portanto, sou suspeita de dar o meu juízo em relação às obras de Kitano, sem antes ler outros posts seus à respeito. No entanto, - em base a pouco que sei deste autor - me pergunto o que o levou a ser tão premiado. Creio que ele tenha apenas pego uma carona na onda de orientalismo que assola o Ocidente. Sua origem está no Manzai, comédia tradicional japonesa. Eu o conheço tbém nos talk-shows seus, contundentes e polêmicos, politicamente. Mas não creio que ele tenha alcançado o mesmo nível de ironia no cinema qto o era no ambiente "manzai". Em todo o caso, fica aquí um meu juízo bastante superficial, um gancho que usei apenas para lhe dar um alô, e seguir, a partir de hoje, o seu interessante blog! Abraços. LuMa
Olá LuMa!
Antes de tudo tenho a dizer que é igualmente um prazer para mim acolhe-la no meu espaço, e um motivo de satisfaçã ter mais uma pessoa que a partir de agora vai seguir o meu blogue! Espero que o mesmo continue a ser do seu agrado!
No restante, e correndo o risco de ser repetitivo no que escrevi em comentários anteriores, tenho a dizer que efectivamente não sou um grande admirador da obra de Kitano.
É certo que o seu nome é incontornável no domínio da cinematografia asiática, assim como é possuidor de uma imaginação e laivos de genialidade bastante incomuns no dia de hoje.
Julgo que embora o realizador tenha aproveitado a moda do cinema oriental que atingiu o ocidente (embora não tenha sido tão vasta quanto isso, pelo menos em Portugal), as características que acima mencionei também contribuiram para a sua consagração.
Contudo, não os seus devaneios não fazem nada o meu género, confesso :) !
Cumprimentos e volte sempre!
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