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segunda-feira, junho 09, 2008

Returner - O Princípio do Fim/Returner/Ritana - リターナー (2002)

Origem: Japão

Duração: 112 minutos

Realizador: Takashi Yamazaki

Com: Takeshi Kaneshiro, Anne Suzuki, Kirin Kiki, Goro Kishitani, Yukiko Okamoto, Mitsuru Murata, Kisuke Lida, Kazuya Shimizu, Chiharu Kawai, Dean Harrington, Xiaoqun Zhao, Masaya Takahashi

"Miyamoto"

Sinopse

No ano de 2084, a maior parte da raça humana encontra-se quase extinta, devido a uma guerra com um povo extraterrestre que invadiu o planeta terra há muitos anos atrás, concentrando-se a última bolsa de resistência nas montanhas do Tibete. Os humanos concebem uma máquina de viajar no tempo, em ordem a que um enviado possa voltar à altura em que o primeiro alienígena chegou à Terra, e matá-lo antes que ele possa contactar com o seu povo.

Quando os extraterrestres atacam a fortaleza dos humanos, “Milly” (Anne Suzuki) entra na máquina do tempo e regride até ao dia 19 de Outubro de 2002 (Nota pessoal: curiosamente o dia do meu aniversário! ), onde acaba por se cruzar com o assassino a soldo “Miyamoto” (Takeshi Kaneshiro), no meio de uma luta contra o seu inimigo fidagal, o “gangster” Mizoguchi (Goro Kishitani).

"Milly"

“Milly”, através da ameaça, convence “Miyamoto” a ajudá-la, colocando para o efeito um explosivo no seu pescoço. “Miyamoto”, sem alternativa face às circunstâncias, vai com a sua nova companheira em busca da nave espacial do extraterrestre. Eventualmente descobrem que o exército já a removeu, conjuntamente com o seu ocupante, de forma a que possa ser levado a cabo estudos e experiências.

“Milly” e “Miyamoto” acabam por descobrir que o alienígena é inofensivo, e em vez de o matarem, tentam fazer tudo para salvá-lo das garras de “Mizoguchi”, que vê aqui uma oportunidade de negócio, nem que para isso a Terra tenha de ser destruída.

"O gangster Mizoguchi"

"Review"

“Returner” é tributário de várias obras que marcaram a ficção científica nos últimos 25 anos, e não tem qualquer problema em demonstrar este facto. Podemos claramente distinguir aspectos relacionados com películas tão variadas como “E.T.”, “Exterminador Implacável”, “Dia da Independência” ou “Matrix”. Confusos? Acreditem que é a mais pura verdade! “Returner” consegue mesclar todos estes elementos num único filme, o que não quer dizer que tal seja necessariamente bom...

A película vive constantemente sob o signo da superficialidade e de alguma incoerência que chega a ser irritante. É claramente uma obra dirigida para cinéfilos menos exigentes, que adoram tudo o que seja “blockbuster” da moda, com as costumeiras toneladas de “clichés” da ordem. A inteligência e a fineza de uma boa longa-metragem não marcam aqui presença, isso é certo. Tudo o que conta são os efeitos especiais de arrasar e as diabólicas cenas de acção, que a maior parte das vezes não servem propósito nenhum, sendo encaixadas apenas para impressionar. O previsível uso extremo de “slow motion” ajuda a pintar o resto do quadro. Com um orçamento generoso, não será despiciendo afirmar que esta longa-metragem foi feita com o claro propósito de atingir o mercado global, não se confinando apenas às fronteiras do extremo-oriente. Sinceramente, visionar “Returner” e jogar um “videogame” proporciona sensações muito parecidas. Mas ao menos, neste último caso ainda temos algum controlo sobre as situações que se desenrolam, e praticamos até melhorar. No caso de “Returner”, esperamos que o realizador Takashi Yamazaki se aperceba que um filme não pode viver apenas do visual, desprezando quase tudo o resto.

"Perseguição explosiva"

O argumento é pouco sério e credível. É perfeitamente óbvio que um filme cuja trama principal versa sobre aspectos da ficção científica, tenha de incluir forçosamente elementos fantasiosos. Mas até neste domínio, uma certa honestidade intelectual é de exigir. Numa corrida contra o tempo para salvar o mundo, em que os heróis da película possuem apenas três dias (19 a 22 de Outubro) para pôr cobro à iminência do maior desastre da humanidade, é estranho que se perca tanto tempo com futilidades encaixadas à pressão. É certo que qualquer longa-metragem tem sempre uma certa necessidade de alguma humanização, de forma a que a empatia com o público seja salvaguardada. Mas andar por exemplo a perder horas a escolher roupa para a rapariga se encontrar apresentável, é de bradar aos céus!

A credibilidade é completamente derrotada na forma como o governo japonês trata a questão do extraterrestre. Mas então alguém acredita numa situação que urge assegurar a integridade nacional (e porque não dizer mundial!), seja permitido a três estranhos (mesmo que acompanhados por uma pessoa aparentemente confiável) deambular por instalações de segurança máxima e secreta, vejam a nave espacial e até gozem na cara do alienígena, maltratando-o. Cabe na cabeça de alguém, que um membro de uma tríade (a exercer o seu ofício criminoso no Japão), acompanhado de meia dúzia de apaniguados, possa irromper por essas mesmas instalações, e levar a seu bel-prazer os despojos mais importantes que existem na Terra naquele momento. Onde é que estão os corpos especiais do exército, que em meia-dúzia de minutos repeliriam esta situação? Não existe segurança nenhuma no país para obstar a que um bando de criminosos proceda como bem entenda numa matéria tão delicada? É que não estamos propriamente a falar dos comandos da “Mossad” ?

Contudo, e no meio de tanta maledicência, sempre se dirá que “Returner” possui alguns aspectos positivos e que não são nada de desprezar. O visual, como já acima foi aflorado, é bem conseguido, salvo um ou outro aspecto menor. Os efeitos especiais são generosos, revelando um bom nível, no qual se destacam as naves camufladas dos extraterrestres e os cenários apocalípticos do futuro. Takeshi Kaneshiro é daqueles seres humanos que nasceram com a tremenda sorte de parecerem sempre “cool” em tudo o que vistam ou façam (o sobretudo de cabedal é uma marca que dá sempre uma dimensão superior). A jovem Anne Suzuki consegue convencer na sua interpretação, e o mafioso Goro Kishitani, na sua postura “à Gary Oldman orientalizado”, proporciona um vilão aceitável. Juntem-se algumas cenas de acção de regalar a vista e o trabalho de relevo está feito. A título de curiosidade regista-se a escolha da música do genérico final que é “Dig In”, de Lenny Kravitz.

Muitas vezes a melhor forma de homenagear um determinado segmento de cinema é inspirarmo-nos no que de bom já foi feito, e se possível, tentarmos melhorá-lo. “Returner”, embora com alguns aspectos positivos, no geral não o faz. Aconselhável para aqueles que adoram um “blockbuster” insípido, que sobrevive à conta da cultura do fixe e do visual. Os restantes, podem muito bem passar ao lado deste filme, pois a vossa vida não ficará mais pobre por isso...

"O cenário apocalíptico do futuro"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinema Fantástico

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7,13







7 comentários:

Anónimo disse...

Olha, Jorge, eu gosto bastante desse filme. Concordo que seja um filme superficial e descartável, mas não achei tantos defeitos nesse filme quanto tu. Furos no roteiro parece ser um defeito inerente ao gênero "ficção científica", he, he, he.

Concordo contigo quando diz que Takeshi Kaneshiro tem o dom de sempre parecer cool. Mas a alma do filme é a adorável Anne Suzuki.

Abraços

Nuno disse...

Amigo Jorge,

Aqui temos opiniões diferentes. Eu achei o filme bem agradavel de ver, acho que foi o primeiro filme de ficção científica que vi do cinema asiático e sempre que me perguntam por um filme de ficção cientifica asiático eu recomendo este. Concordo que se baseou em "Exterminador Implacavel" .
Eu dou um 7.5 como gosto pessoal.

Um Abração

P.S... aquilo no sábado estava bom no Jam...ehehehehe

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Takeo!

Eu achei que "Returner" tinha defeitos a mais no argumento e que se preocupou quase exclusivamente com o portento visual, que é bastante bonito de se ver. Acredito que possa estar a ser demasiado exigente, mas o filme desiludiu-me um pouco...
Quanto ao Takeshi Kaneshiro,é sem dúvida o homem certo para o papel e para o que se pretende. Que a Anne Suzuki é adorável, ninguém duvida. A sua interpretação convenceu-me.

Grande abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Nuno!

Antes de tudo espero que tenhas feito uma boa viagem de regresso a Lisboa e apreciado a tua curta estadia aqui na Madeira!

Pois, de facto aqui temos opiniões diferentes! Tirando os inegáveis portentos visuais de "Returner", e algumas cenas de acção, eu achei que o filme deixou bastante a desejar. Embora um filme não deva viver exclusivamente de um argumento (se assim o fizer, é bastante mau!), existem situações em "Returner" que acho que estragaram o filme. Mas daí´, e como costumo dizer, é uma opinião e vale o que vale :) !

O Jam normalmente está sempre bom, eh, eh, eh :D !!!

Grande abraço!

Su disse...

ops ia fazer um comento sobre o post
mas
espantei
o nuno esteve na ilha e nada disse
...pois......há mar e mar



jocas maradas

Anónimo disse...

Eu também "discordo".....teria dado uma nota bem mais baixa! :D
Argumento bastante duvidoso que resulta em entretenimento ligeiríssimo e de uma previsibilidade atroz! E também não acho a estética do filme nada de extraordinário......

A Suzuki fica sempre bem mas eu prefiro a sua participação em filmes dos grandes Toyoda, Iwai ou até mestre Kitano! :D

Abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá tf10!

Pois, eu também não achei o filme grande coisa...embora na minha opinião existam efeitos visuais muito bem conseguidos.
A nota é normal que nunca seja bastante baixa, pela conjugação dos vários itens que normalmente tenho em conta. Acresce o facto de eu ser um mãos-largas, eh, eh, eh!

Quanto à Anne Suzuki, é uma actriz que não conheço bastante o seu trabalho. No entanto não me deixou má impressão. Tem um ar de menina que favorece bastante certo tipo de papéis, como em "Hana and Alice", de Iwai.

Grande abraço!