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segunda-feira, agosto 21, 2006

Saulabi Aka Time Travel to the Root of the Samurai (2001)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 99 minutos

Realizador: Moon Jong-geum

Com: Choi Jae-seong, Enoki Takaaki, Lee Sang-hun, Umemiya Masako

"Ko Woo-do, um dos heróis Paekje"

Estória

Por volta do ano 600 da nossa era, na Coreia do Sul, o reino "Paekje" cai, provocando vários suicídios, com os guerreiros a cometer "harakiri" à moda dos samurais japoneses e os ministros a ingerirem veneno.

Passados 450 anos, os descendentes dos "Paekje" vivem exilados no Japão e tentam a todo o custo forjar a "Espada do Céu" que supostamente será um símbolo que unirá o povo e restaurará o reino à muito perdido. Dezassete "Saulabis" (palavra que supostamente significa guerreiro em coreano, embora já tenha ouvido dizer que "Musa" também significa a mesma coisa - desafia-se alguém que conheça o idioma a elucidar-nos acerca deste aspecto) partem com o intuito de levar a cabo o referido desiderato, mas enfrentam um contingente de samurais numericamente superior, sendo os coreanos todos mortos, com a excepção de dois combatentes chamados "Ko Woo-do" e "Kim Jin-woo".

"Ko Woo-do" é posteriormente enviado ao encontro de um pescador alcoólico chamado "Kanemura" que possui uma arte de forjar espadas de um nível superior. Mas após um encontro na estrada com "Ando", o senhor feudal da região, "Ko" apaixona-se por uma cortesã japonesa chamada "Osame" e é aí que os problemas verdadeiramente começam.

O pai de "Osame" prometeu-a em casamento a "Ando", no entanto tal não obsta a que a rapariga retribua o amor de "Ko". O "affair" é descoberto, a vila onde estão sedeados os "Paekje" é atacada, "Ko" é ferido num duelo por "Ando", e os sobreviventes coreanos retiram-se por um período de 15 anos.

Decorrido este tempo, a "Espada do Céu" é completamente forjada e "Ko" desafia "Ando" com o objectivo de recuperar a sua honra.

"Ko Woo-do ensina a cortesã japonesa Osame a tocar o Guomungo"

"Review"

Da Coreia do Sul chega-nos este "Saulabi" que constitui um misto de drama e épico, com um ambiente em tudo igual aos "chambara" japoneses.

À partida e como garantia de qualidade, temos como cartão de visita deste filme o coreógrafo de cenas de luta Takakura Eizi, colaborador de longa data de Akira Kurosawa. E de facto as cenas de "swordplay" são do melhor que "Saulabi" tem para nos oferecer. Curtas, duras e da costumeira violência com que os filmes de samurais nos costumam brindar. Mas daqui não há nada a retirar de novo.

O que chama verdadeiramente à atenção é o forte pendor nacionalista presente na película. Os japoneses são praticamente sempre vistos como os "maus da fita", possuidores de um feitio execrável, exarando risos maníacos e atacando as pessoas sem motivo nenhum. A única excepção será porventura "Ando", que mesmo na intolerância revela alguma sensatez e sentido de honra.

A tensão Japão/Coreia até é reflectida nos instrumentos musicais, com uma tentativa de sublimação do Guomungo coreano face ao Kotto japonês.

Provavelmente isto traduz o reflexo e a tensão social resultantes da propalada intolerância dos japoneses para com os coreanos que residem no Japão e da contínua estória de conflitos militares existentes entre os dois países. Pense-se a título meramente exemplificativo na ocupação da península coreana por parte dos japoneses na II Guerra Mundial.

O romance existente entre "Ko" e "Osame" é bem explorado no início, mas posteriormente é completamente posto de lado na segunda metade do filme, o que no mínimo é estranho, pois é um dos grandes motivos da tensão reinante.

A banda-sonora está uns furos abaixo do normal para este género de filmes, sendo à semelhança da exploração de sentimentos que se tenta fazer vingar e redondamente falha.

A ideia que está por detrás de "Saulabi" até é boa, mas está longe de ser correctamente executada. Existem variadíssimas situações que careciam de uma abordagem mais profissional. Não está nem de longe nem de perto ao nível de filmes como "Musa, the Warrior" e a quilómetros de distância da mais fraca obra de Akira Kurosawa ou de "A Sombra do Samurai" de Yoji Yamada.

Promete muito, mas no fim não passa de mais um filme qualquer...

"Ko Woo-do e Osame fogem da perseguição dos japoneses"

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 7

Argumento - 8

Banda-sonora - 6

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 6,88



















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