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domingo, maio 23, 2010

The Taste of Tea/Cha no aji - 茶の味 (2004)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 142 minutos

Realizador: Katsuhito Ishii

Com: Tadanobu Asano, Maya Banno, Takahiro Sato, Satomi Tezuka, Tatsuya Gashuin, Tomokazu Miura, Tomoko Nakajima, Anna Tsuchiya, Ikki Todoroki, Ryo Kase, Ken'ichi Matsuyama, Hideaki Anno, Saki Aibu

Hajime e Aoi

Aoi e Hajime”

Sinopse

Na rural Tochigi, a norte de Tóquio, a aparentemente corriqueira família “Haruno”, tem alguns aspectos que fogem do lar convencional.“Nobuo” (Tomokazu Miura) é um terapeuta que usa a hipnose para tratar dos seus pacientes. A sua esposa, “Yoshiko” (Satomi Tezuka), está a dar tudo o que tem para voltar ao seu emprego de antigamente, uma profissional ligada aos desenhos animados. O idoso patriarca da família “Akira” (Tatsuya Gashuin), que evidencia laivos de senilidade, faz tudo para ajudar “Yoshiko”, fazendo poses estranhas e até cómicas.

Em meditação

A família em sessão de meditação”

Por sua vez, o inseguro adolescente “Hajime” (Takahiro Sato) encontra-se apaixonado pela sua nova colega “Aoi” (Anna Tsuchiya), e junta-se ao clube de “Go/igo” da escola, de forma a se aproximar mais da rapariga. A pequena “Sachiko” (Maya Banno) tem problemas que nada têm de normal, pois vê-se permanentemente acompanhada por uma visão gigante da sua própria pessoa. Por fim, o solteirão “Ayano” (Tadanobu Asano), irmão de “Yoshiko” e tio de “Hajime” e de “Sachiko”, um desenhador de manga e técnico de som, encontra um antigo amor da sua vida “Terako” (Tomoko Nakajima), que se encontra prestes a casar.

Sachiko e a visão

Sachiko e o seu clone gigante”

Review”

Quem lê a sinopse acima exposta, facilmente se apercebe que “The Taste of Tea” é na realidade um conjunto intrincado de tramas, onde cabe dizer que o signo do surreal marca muitas vezes a sua posição. Muitas vezes, de um ponto de vista exterior, muitas famílias podem ser perfeitamente normais, conseguindo algumas o feito de parecerem mesmo o grupo de pessoas ideal para viverem juntas e partilharem a sua vida em comum. Mas se tomarmos um contacto mais próximo com esse núcleo, não amiúde descobriremos que certas características, por vezes excêntricas, tornam aquela família única, para o bem ou para o mal.

Em “The Taste of Tea”, as experiências de cada um dos membros da família são cuidadosamente desfiladas perante o espectador, onde um grande número de situações ditas mais corriqueiras, são por vezes tratadas com uma loucura surpreendente que anima muito a película. Pense-se nas imagens do clone gigante de “Sachiko” o comportamento do ancião da família “Akira”, ou a perfeitamente lunática interpretação da canção “Yama yo” (Ó Montanha!). Contudo, esta forma alienada de apresentar a história, não afugenta o espectador desta longa-metragem, mas possui precisamente o efeito contrário. Aproxima-o efectivamente das personagens e dos seus dilemas, prendendo a nossa atenção na forma como as mesmas lidam com os seus dilemas. O argumento (existe quem defenda que o mesmo não existe, mas eu discordo) é extremamente dotado de pertinência e originalidade, que nos dará pano para mangas para reflectirmos serenamente sobre muitos aspectos vivenciais, do foro familiar, mas não só. Tem o condão de provocar a nossa teorização acerca do amor, da amizade, dos laços que nos prendem à terra e de muitas outras situações com as quais nos deparamos ao longo do nosso dia-a-a-dia e da vida em geral. Se alguma crítica de maior pudesse ser feita neste particular, seria apenas ao pouco desenvolvimento que a relação amorosa entre “Ayano”, interpretado por Asano, e “Terako”, a cargo de Nakajima, mereceriam.

Actuação pouco convencional

“Yama yo, uma actuação que nada tem de convencional”

O elenco posiciona-se de uma forma bastante positiva. A pequena Maya Banno interpreta uma adorável “Sachiko”, cujos problemas de criança nada têm de convencional, e de uma forma corajosa tenta supera-los sem importunar ninguém. O casal composto Takahiro Sato e a bela e sexy Anna Tsuchiya, dão corpo a uma história de amor marcada por algum platonismo, mas que enternece aqueles mais sentimentalistas. O outro casal, formado por Tomokazu Miura e Satomi Tezuka, no papel de chefes da família, possuem uma postura equilibrada que serve bem o que lhes é pedido. Quanto a Tadanobu Asano, o normal, ou seja, situa-se num plano muito acima da média. É impressionante o carisma que um dos melhores intérpretes japoneses da actualidade detém. A fatia maior da comicidade pertencerá ao veterano actor Tatsuya Gashuin, que nos faz arrancar algumas gargalhadas com as suas posturas mirabolantes e actos sem sentido nenhum.

Dotado igualmente de uma cinematografia belíssima, e cheia de pormenores ricos espalhados um pouco por toda a película, “The Taste of Tea”, a terceira obra do realizador japonês Katsuhito Ishii, aposta em premissas interessantes, que fazem deste filme um objecto a seguir muito atentamente.

Hajime

Hajime sofre com a despedida”

imdb 7.8 em 10 (2.178 votos) em 23/05/2010

Avaliação:

Entretenimento – 7

Interpretação – 8

Argumento – 9

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 8

Mérito artístico – 9

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8

6 comentários:

Uli disse...

Una se mis películas favoritas de la historia del cine.

Aparte de eso, por lo que a mi respecta todo el cine de Ishii es totalmente imprescindible. Todas sus películas son genialidades ^^

Pedro Félix disse...

O seu blog é muito interessante

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Ulisses!

Filme muito interessante e "sui generis" sem dúvida nenhuma.

Abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Pedro!

Ainda bem que gostou do meu espaço. Continue a aparecer!

Abraço!

Dewonny disse...

Dica anotada, ñ conhecia esse tbm..
Abs! Diego1

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

É uma película original, que nos faz pensar imenso, Diego.

Vale a pena ver!