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sábado, abril 29, 2006

Azumi, a Assassina/Azumi (2003)

Origem: Japão

Duração: 123 minutos

Realizador: Ryhuei Kitamura

Com: Aya Ueto, Shun Oguri, Hiroki Narimiya, Kenji Kohashi, Takatoshi Kaneko, Yuma Ishigaki, Yasuomi Sano, Shinji Suzuki, Eita Nagayama, Shogo Yamaguchi, Kazuki Kitamura, Kenichi Endo, Kazuya Shimizu, Ryô, Jô Odagiri, Tak Sakaguchi

"Azumi"

Estória

No alto de uma montanha situada numa das zonas mais recônditas do Japão, dez jovens são treinados desde crianças por um mestre samurai, tendo em vista tornarem-se em perfeitos assassinos. De entre estes adolescentes encontra-se uma rapariga chamada "Azumi", a mais dotada de todos os aprendizes graças à sua velocidade de movimentos e à apurada técnica no manejo da espada.

O objectivo desta preparação passa pelos jovens matarem 3 senhores da guerra que ameaçam o poder do Xógun Tokugawa, por forma a evitar uma sangrenta guerra civil no Japão.

Após matarem o primeiro nobre sem grande dificuldade, "Azumi" e os seus companheiros começam a se questionar acerca da razão de ser da sua missão e da justeza da mesma. Entretanto, o segundo alvo descobre as intenções dos Tokugawa e a missão dos adolescentes, e decide enviar os seus homens para por termo à vida dos guerreiros.

Cabe agora a "Azumi" e aos seus companheiros decidirem se fogem, ou se pelo contrário, enfrentam os inimigos e levam a missão de que foram incumbidos até ao fim.

"O cruel e alucinado Bijomaru"

"Review"

"Azumi, a Assassina" é acima de tudo um filme de samurais, num estilo popularizado sobretudo pelo grande mestre Akira Kurosawa, embora com uma vertente muito mais contemporânea, circunstância a que não é alheia o facto de ser baseado numa popular "manga" (palavra usada para designar as estórias em quadradinhos japonesas e o seu próprio estilo de desenho).

O filme não tem praticamente momentos mais lentos, sendo a acção uma constante, conjugada com um ou outro momento mais sentimental ou filosófico. Desde já se elogia a competente realização e envolvência criada por Kitamura, o autor de "Versus".

Embora "Azumi" seja a personagem central do filme, elogia-se o desenvolvimento das restantes personagens, notando-se um cuidado extremo neste aspecto. Atentemos agora às duas figuras mais interessantes, começando pela dita rapariga.

Esta mulher tem tanto de implacável assassina, como da ingenuidade e fragilidade que costumamos associar a uma criança, ou a uma pessoa que tem um realtivo desconhecimento do mundo. Ela mata os seus adversários com uma frieza implacável, ao mesmo tempo que enverga um olhar inocente e por vezes melancólico, que é emanado com uma naturalidade impressionante. É sem dúvida uma personagem com "un je ne se quois" belo e irresistível, porque consegue reunir e harmonizar características tão díspares.

Verdadeiramente fenomenal é a figura de "Bijomaru Mogami", interpretado por Jô Odagiri, o actor que deu vida posteriormente a "Gennosuke" em "Shinobi: Heart Under Blade". Até hoje nunca vi um vilão de um filme que sequer se aproximasse a esta personagem. Um samurai calculista, mas ao mesmo tempo completamente louco, com laivos de demência que roçam a comicidade. Exemplo disto é uma cena em que "Azumi" está em acesso combate com os homens que estão do lado de "Bijomaru", levando-os de vencida aos poucos, e aquele dá pulos de contente, gritando histericamente de contentamento por ter um adversário à sua altura. "Bijomaru" possui igualmente uma indumentária muito sugestiva, usando uma túnica de um branco singélico, fazendo questão de andar sempre com uma rosa de cor vermelho-sangue, que faz questão de atirar para os corpos defuntos dos oponentes. Os meus parabéns ao argumentista e aos responsáveis pelo guarda-roupa e pela caracterização. Simplesmente espectacular!

"O samurai Kanbei"

Os combates são à boa maneira dos samurais. Curtos e cheios de sangue, sem muito espaço para "golpes para a fotografia". As coisas resolvem-se "à bruta e sem contemplações".

O grande senão do filme passa pela própria figura de "Azumi". Assim como reafirmo os elogios que fiz acima, nomeadamente a incrível naturalidade com que Aya Ueto reúne características tão opostas e belas, forçosamente também tenho que dizer que a actriz não me convenceu quanto ao resto. Passo a explicar.

Supostamente "Azumi" é uma assassina quase perfeita, dotada de um manejo da espada praticamente sem par. Ora quando vemos a rapariga em combate, ficamos por vezes com a sensação que ela não é tão dotada assim, e que percebe tanto de luta com a "katana", como eu ou a maior parte das pessoas que estão a ler este texto. Nota-se que o realizador tentou disfarçar este aspecto, recorrendo a uns efeitos que aumentam a velocidade dos seus golpes, ou então fazendo com que os adversários da jovem façam movimentos idiotas, quase como se estivessem a pedir para serem mortos.

De qualquer forma, e tirando um ou outro senão, considero "Azumi, a Assassina" um bom filme, praticamente ao mesmo nível de qualidade que o seu conterrãneo "Shinobi: Heart Under Blade". Tem como grande mérito fazer uma muito razoável adaptação de uma manga, transformando Aya Ueto num verdadeiro ídolo juvenil no Japão.

Atendendo ao sucesso do filme e ao seu epílogo, teve direito a uma sequela intitulada "Azumi 2: Amor ou Morte".

"Azumi numa luta desigual...para os oponentes!!!"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Banda-sonora - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M" - 8

Classificação final: 7,75






quinta-feira, abril 27, 2006

A Princesa Mononoke/Princess Mononoke/Mononoke-hime (1997)

Origem: Japão

Duração: 128 minutos

Realizador: Hayao Miyazaki

Vozes das personagens principais (versão original/versão americana): Yôji Matsuda/Billy Crudup (Ashitaka), Yuriko Ishida/Claire Danes (San), Akihiro Miwa/Gillian Anderson (Moro), Yûko Tanaka/Minnie Driver (Lady Eboshi), Sumi Shimamoto/Jada Pinkett Smith (Toki), Kaoru Kobayashi/Billy Bob Thornton (Jigo)

"Ashitaka ao ataque"

Introdução

É tempo de nos lançarmos no maravilhoso mundo do "Anime" (ou "Animê" se preferirem). Para aqueles que desconhecem o conceito, podemos definir este termo como "...o nome dado à animação japonesa. A palavra Anime tem significados diferentes para os japoneses e para os ocidentais. Para os japoneses, é tudo o que seja desenho animado, seja estrangeiro ou nacional. Para os ocidentais, Anime é todo o desenho animado que venha do Japão" (in Wikipedia).

Feita a primeira aproximação, vamos então ao realizador.

Hayao Miyazaki é o mais bem sucedido realizador de "Anime" do Japão. Quem é que não se lembra de "Conan, o rapaz do futuro", uma série que nós todos quando eramos miúdos adorávamos (estou a falar da geração que tem agora entre os 27 e 35 anos)!? Pois é, foi este senhor o criador. É igualmente o fundador do estúdio Ghibli, responsável por várias películas de referência da animação japonesa, e de onde, a partir de 1984, privilegia-nos com as suas obras-primas. Com uma razoável certeza, atrevo-me a afirmar que Miyazaki está para a animação, como Kurosawa está para os filmes de "carne e osso".

Passemos ao filme.

"San num raro momento sereno"

Estória

Quando "Ashitaka", um principe de uma aldeia remota, mata em combate um javali gigante, descobre que este animal é na realidade um "deus-demónio", infectado por uma misteriosa doença. Conspurcado pela maleita da divindade que pôs termo à vida, o jovem guerreiro parte para a floresta que fica a Oeste, em busca de uma eventual cura que lhe salve a vida.

Chegado ao seu destino, "Ashitaka" vê-se envolvido numa feroz guerra travada pelos habitantes de uma aldeia desenvolvida tecnologicamente liderados por "Lady Eboshi", contra os deuses-animais da floresta circundante, liderados por "San", uma adolescente criada por lobos, dos quais se destacam a poderosa "Moro".

"San e Lady Eboshi, duas mulheres com uma personalidade muito forte"

"Review"

Este filme é só numa palavra "Grandioso", pois consegue combinar quase na perfeição a pura aventura e a espiritualidade, transmitindo várias mensagens significativas e emblemáticas para aqueles que têm a felicidade de o visionar!

Quando estreou em 1997, foi o maior êxito de bilheteira no Japão, logo a seguir a "Titanic". No ano seguinte, constituiu a razão principal para a outorga de um acordo entre os estúdios Ghibli e a Disney, cujo objecto foi a cessão dos direitos no tocante à produção e distribuição internacional de 11 filmes realizados por Miyazaki.

O tema central do enredo foca-se no eterno conflito entre o homem e a natureza, ou de outra pespectiva, o progresso "versus" a tradição. Não existem "maus da fita", apenas homens e criaturas que lutam pelo seu lar e ideais, tentando defender a todo o custo as coisas em que mais acreditam e amam, nem que para isso tenham que dar a própria vida. A beleza do filme, tirando obviamente a sua maravilhosa estética, passa por não impor ao espectador a tomada de partidos. O conflito que "Ashitaka" sente ao longo da evolução da estória passa para o público, pois quando nos sentimos inclinados a tomar uma posição, fazemo-lo sempre com dúvidas, nunca com absolutas certezas...

"O Deus-mor da floresta"

No fim é realmente demonstrado o que deve significar o amadurecimento e a maturidade humana. Não há epílogos "à conto de fadas", existe isso sim o entendimento que as coisas devem e vão acabar um dia, mas que com a morte, porventura poderá subsequentemente existir um renascimento.

"A Princesa Mononoke" é sem sombra de dúvida uma película com imensa substância, complexa e amarga em certos pontos, muito simples e doce noutros. É toda esta gestão de emoções, acompanhada da animação de excelente qualidade, que a torna para muitos um dos maiores feitos da história da animação. Só a título meramente exemplificativo, encontra-se classificada em 109º lugar na tabela dos 250 filmes preferidos de sempre dos users do IMDB, a maior base de dados acerca de filmes existente no universo da "internet".

Como já foi aqui referido, Miyazaki é autor de várias obras de vulto no mundo da animação mundial, sendo as mais recentes a "Viagem de Chihiro" e "O Castelo Andante", ambos os filmes possuidores de uma qualidade elevadíssima, como era de esperar. No entanto, de entre todas as longas-metragens que conheço do realizador, "A Princesa Mononoke" foi sem sombra de dúvida, a que mais ficou interiorizada na minha pessoa.

Simplesmente mágico!

"Ashitaka demonstra o seu afecto por San"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cineasia, Anime Portugal

Avaliação:
Entretenimento - 7
Animação - 10
Argumento - 9
Banda-sonora - 8
Emotividade - 9
Mérito artístico - 9
Gosto pessoal do "M.A.M." - 9
Classificação final: 8,71






quarta-feira, abril 26, 2006

Ong-Bak, o Guerreiro/Ong-Bak: Muay Thai Warrior (2003)

Origem: Tailândia

Duração: 101 minutos

Realizador: Prachya Pinkaew

Com: Tony Jaa, Petchtai Wongkamlao, Pumwaree Yodkamol, Suchao Pongwilai, Chumphorn Thepphithak, Wannakit Sirioput

"Ting ora a Buda antes de combater"

Estória

Quando uma cabeça de buda chamada "Ong-Bak" é furtada de uma pobre aldeia rural da Tailândia, os habitantes entram em desespero, e todos os males são previstos, em especial para as colheitas agrícolas.

"Ting" (Tony Jaa) é o melhor lutador da aldeia e por essa razão é incumbido de procurar "Don", o sujeito que desviou "Ong-Bak", em Bangkok, e fazer todos os esforços para recuperar o artefacto e salvar a povoação.

"O senhor do crime com a cabeça de Ong Bak que Ting tanto anseia recuperar"

Quando "Ting" chega a Bangkok, depara-se desde logo com uma realidade que lhe é completamente estranha, pois não está nada habituado ao bulício da grande cidade. Conforme instruções recebidas na aldeia, procura "Humlae" um conterrâneo de "Ting" que partiu há muitos anos e que actualmente é um degenerado larápio citadino, com problemas de jogo e dívidas.

Juntos tudo farão para reaver "Ong-Bak", inclusive lutar contra os maiores criminosos de uma das mais impressionantes metrópoles do mundo!

"O incrível estilo de combate de Tony Jaa"

"Review"

Tenho que reconhecer que "Ong-Bak" não faz muito o meu género de filme, mas tendo um "blog" cujo conteúdo é exclusivamente sobre o cinema oriental e não aludir a esta película é quase um crime, atendendo ao impacto que criou, marcando uma nova era para o cinema de artes marciais.

Quando "Ong-Bak" estreou por todo o mundo, gerou uma enorme sensação nos amantes dos filmes de acção, nascendo uma nova estrela chamada Panon Yeerun, ou como é mais conhecido, Tony Jaa.

Quem quiser ver este filme, não tem que se preocupar com o enredo, pois é muito básico e não tem nada de transcendente. Aqui não se pretende fazer filosofia ou demonstrar excelentes capacidades interpretativas. Unicamente visa-se partir cabeças, pernas, braços e tudo o que estiver mais à mão!

Jaa possui umas capacidades quase sobre-humanas no domínio das artes marciais. Existem cenas para todos os gostos e feitios, em que este actor (?), ou melhor dizendo, um verdadeiro exterminador, desfila os seus dotes, dando umas valentes "cacetadas" em tudo e todos que ousam atravessar no seu caminho. Ninguém me diga que não houve dentes partidos, maleitas e escoriações nas cenas de acção deste filme. Eu não acredito, tal é o realismo presente, com Jaa a distribuir um rol impressionante de joelhadas e cotoveladas nos restantes intervenientes do filme, que têm o azar de estarem a fazer o papel de vilões da estória. Cumpre dizer que o principal protagonista não usa duplos, e meus amigos existem cenas de ficarmos com os olhos arregalados e perguntarmos "Será que isto é possível?". É, e Tony Jaa demonstra-o na máxima plenitude e força!

"Acrobacia quase impossível!!!"

Este filme tem algum pendor de afirmação nacionalista como podemos ver nas cenas do bar em que "Ting" "rebenta" literalmente com um americano, um birmanês (o país agora chama-se Myianmar, portanto "Myianmarês", "...marense", "...marenho???) e particularmente um australiano que começa a bater num tailandês, arrependo-se amargamente desta atitude e de que maneira!

"Ong-Bak" foca igualmente as assimetrias existentes na Tailândia e o seu reflexo na população. De um lado, temos a aldeia praticamente terceiro-mundista de "Ting", muito pobre, supersticiosa e com uma economia essencialmente agrícola. No campo completamente oposto, deparamo-nos com Bangkok, uma cidade gigantesca, com cerca de dez milhões de habitantes, onde convivem o vício e a contemporaneidade. Para quem não sabe, esta cidade é, segundo relatórios da ONU, a capital mundial da prostituição, estimando-se que 15% da sua população (!) esteja directa ou indirectamente ligada àquele ramo. Ora tudo isto é incompatível com o carácter ingénuo e honrado de "Ting" e só serve para adensar ainda mais o conflito.

"Ong-Bak" é acima de tudo um filme honesto e redentor, ideal para vermos naqueles dias em que não estamos com cabeça ou paciência para pensar muito. Tem o grande mérito de internacionalizar verdadeiramente o cinema tailandês, e provar que o cinema asiático não é propriedade exclusiva de um sexteto composto pela China, Hong Kong, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Índia.

"Sem palavras...simplesmente fenomenal!"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cine Players, Zeta Filmes, C7nema, Cinema ao Sol Nascente

Avaliação:

Entretenimento - 10

Interpretação - 5

Argumento - 6

Guarda-Roupa e adereços - 5

Banda-sonora - 6

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7











Guerreiros do Céu e da Terra/Warriors of Heaven and Earth/Tian di ying xiong (2003)

Origem: China/Hong Kong

Duração: 115 minutos

Realizador: He Ping

Com: Wen Jiang, Kiichi Nakai, Xueqi Wang, Vicki Zhao, Bagen Hasi, Tao Ho, Linian Lu, Deshun Wang, Haibin Li, Yeerjiang Mahepushen, Chuangao Hou, Yun Zhou, Wei Li

"Os heróis"

Estória

"Guerreiros do Céu e da Terra" visa expor a estória do Tenente "Li", um militar renegado do exército e de "Lai Xi", um emissário japonês na China, ambos poderosos guerreiros e mestres espadachins.

Após vários anos ao serviço do imperador chinês, capturando e executando criminosos na zona da rota da seda, "Lai Xi" pretende retornar ao conforto do seu lar e família no Japão. O seu desejo é concedido, conquanto "Lai Xi" prenda o Tenente "Li", um ex-soldado do imperador, com a cabeça a prémio por desobediência a uma ordem de um oficial superior.

"Lai Xi luta contra um dos homens de Mestre An"

Na realidade, o que se passou foi que "Li" tinha recebido uma ordem directa para executar idosos, mulheres e crianças prisioneiras, tendo a sua honra pessoal impedido de obedecer.

"Lai Xi" descobre o paradeiro de "Li", e após um breve encontro, aceitam adiar o embate, em nome de um objectivo maior que passa por escoltar um monge budista que transporta uma das relíquias mais sagradas do budismo.

Acontece que Mestre "An", um poderoso senhor da guerra, tem igualmente os seus propósitos, no que toca à caravana que acaba de partir, comandada por "Li" e "Lai Xi", e desencadeia uma perseguição pelo deserto.

"Mestre An e o Tenente Li em acérrimo combate"

"Review"

Filmado no inóspito deserto de Gobi, e tendo ao seu dispor um bom elenco de actores, para além de um leque aceitável de recursos, foi com alguma expectativa que aguardei o visionamento de "Guerreiros do Céu e da Terra". Se os anseios foram satisfeitos ou gorados, direi já abaixo...

Antes tenho que expor mais uma ideia. Com o sucesso de filmes como "O Tigre e o Dragão" e "Herói", notou-se uma revitalização do género "Wuxia Pien", e como o género começou a estar outra vez na moda, a indústria cinematográfica começou a produzir bastantes filmes, alguns de qualidade boa, outros francamente maus.

"Guerreiros do Céu e da Terra" será de enquadrar na categoria dos "assim-assim".

Salvo as devidas diferenças, e que são muitas, He Ping faz lembrar Kurosawa na maneira como trabalha com a câmara, de maneira que ficamos com a sensação que os cenários é que ditam o estado das personagens, e não o contrário. Neste campo, "Herói" adopta um comportamento contrário, com as personagens a deterem um maior controlo sobre o meio envolvente. Estamos obviamente a falar de filmes diferentes, e de qualidade bastante distinta.

As personagens são típicas e muito próprias do "Wuxia".

O Tenente "Li" é um herói possuidor de uma ética irrepreensível, cuja natureza é servir e proteger, cujos objectivos são a estabilidade e a possibilidade de arranjar a sua própria família. "Lai Xi", por sua vez, é possuidor de uma carácter frio e decidido. Apenas um objectivo norteia a sua vida: regressarao Japão e rever a sua mãe.

A marca verdadeiramente distintiva da película passa pelo mau da estória, o infame Mestre "An". Estamos aqui perante uma interpretação bem conseguida de uma personagem que foi bastante favorecida pelo argumento. Totalmente dotado de uma moral corrompida, para Mestre "An" a arte da espada e o poder são prazeres tão grandes como a bebida ou as mulheres. O seu enorme gosto pela música e por dançar com as concubinas, dão origem aos melhores momentos do filme. Confesso que não conhecia o actor Xueqi Wang, mas a partir de agora com certeza estarei mais atento ao seu trabalho. A personagem de Mestre "An", está igualmente ligada à melhor faixa da banda-sonora de "Guerreiros do Céu e da Terra", do magnífico compositor A.R.Rahman, a que foi sugestivamente atribuído o título de "Master An's empire".

"A nobre Wen Zhu, interpretada pela belíssima Vicki Zhao"

As lutas neste filme dispensaram completamente o "wire work", sendo perfeitamente naturais. A excepção será um combate que ocorre na primeira meia hora entre "Li" e "Lai Xi", mas apenas por poucos segundos.

Uma falha que a película possui é o pseudo-romance "metido à pressão", entre o Tenente "Li" e "Wen Zhu", a protegida de "Lai Xi" (interpretada por Vicki Zhao), sem profundidade ou substância, fazendo com que o telespectador fique a pensar se lhe escapou alguma coisa.

Outro aspecto que não gostei foi a introdução de uns efeitos especiais, que até estão bem feitos, mas que nos apanham completamente de surpresa, quando já estamos habituados ao "terra a terra" do filme. Pareceu-me sinceramente algo desfasado.

Os aspectos menos positivos do filme poderão porventura passar por exigências das próprias companhias cinematográficas, que pressionam por vezes os realizadores a meterem tudo o quanto signifique "cliché" num filme, esquecendo-se depois doenquadramento geral da estória. Mas daí, esta é uma opinião muito pessoal.

"Guerreiros do Céu e da Terra" é frequentemente comparado a uma película coreana chamada "Musa, the Warrior", atendendo a que ambas as estórias se passam no deserto, envolvem uma perseguição, um cerco sangrento a um castelo, a protecção de algo superior, etc. Salvo o devido respeito, não se podem compara devidamentes ambas as películas, pois "Musa" (palavra coreana que significa guerreiro) é um filme "incomparavelmente" superior em quase todos os aspectos. Um dia de certeza que será feito um texto aqui no "My Asian Movies".

"Guerreiros do Céu e da Terra" tem como ponto forte a mensagem que tenta passar, o que por vezes é conseguido. Será ela o elogio da amizade e da luta por algo maior do que nós e que dê sentido à nossa vida!

Justifica o aluguer do dvd e possivelmente a compra a um preço acessível, mas está a milhas de ser algo transcendente, como o título parece sugerir.

"O cerco"


Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cinema ao Sol Nascente
Avaliação:
Entretenimento - 7
Interpretação - 7
Argumento - 7
Guarda-roupa e adereços - 7
Banda-sonora - 7
Emotividade - 7
Mérito artístico - 7
Gosto pessoal do "M.A.M." - 6
Classificação final: 6,88







terça-feira, abril 25, 2006

Shinobi: Heart Under Blade (2005)
Origem: Japão
Duração: 100 minutos
Realizador: Ten Shimoyama
Com: Jô Odagiri, Yukie Nakama, Erika Sawajiri, Tomoka Kurotani, Kippei Shina, Takeshi Masu, Mitsuki Koga, Tak Sakaguchi, Houka Kinoshita, Shun Ito, Riri, Minoru Terada, Masaki Nishina, Toshiya Nagasawa, Yutaka Matsushige, Renji Ishibashi, Kazuo Kitamura.


"Gennosuke e Oboro"

Considerações pessoais
Ora aqui vou falar de um filme que considero especial por algumas razões, desde a edição que possuo ter o menú todo em japonês, o que me deu o cabo dos trabalhos, mas após várias tentativas, lá consegui dar com o abençoado "subtitles in english". Para além disso, esta película serviu parcialmente de inspiração para o nome deste "blog": Shinobi-My Asian Movies.
"O-Gen, líder dos Iga e avó de Oboro"

Estória

Em 1614 da nossa era, o Japão está pacificado pelo grande Xógun "Tokugawa". No entanto, subsistem ainda sinais da prática da arte da guerra, representados sobretudo por dois clãs de ninjas, os Iga e os Koga, que são inimigos fidagais. Estas facções estão proibidas de lutar directamente uma contra a outra, devido a um decreto com 400 anos, emanado pelo primeiro "Hattori Hanzou", o líder máximo de todos os ninjas.

Acontece que um dia "Oboro", a neta da chefe dos Iga, encontra "Gennosuke", neto do chefe dos Koga, a meditar à beira de um rio, e instantaneamente nasce um amor proibido. Apesar de se amarem secretamente, as coisas complicam-se imenso na sequência de um determinado evento que ocorre no castelo Sanju, casa do Xógun "Tokugawa".

Danjou, chefe dos Koga, e O-Gen, líder dos Iga, são chamados pelo Xógun, para serem informados que o tal decreto que proibia os clãs de lutarem entre si tinha sido revogado, e foi-lhes ordenado que escolhessem os 5 melhores guerreiros de cada lado, tendo em vista lutarem até à morte. O prémio era a escolha do sucessor de "Tokugawa".

A inusitada decisão do Xógun, surge na sequência da influência negativa do herdeiro de "Hattori Hanzo" e do ministro "Yagyu", que temem de sobremaneira as capacidades fantásticas e incríveis dos ninjas, e chegando à conclusão que o melhor a fazer é engendrar uma forma que leve os guerreiros a matarem-se uns aos outros.

É no meio deste cenário de guerra entre os Iga e os Kouga, que o amor de Gennosuke e Oboro terá de sobreviver ou morrer...

"Danjou, líder dos Koga e avô de Gennosuke"

"Review"

"Shinobi: Heart Under Blade é baseado numa série de anime muito popular no Japão chamada "Basilisk", e constitui nada mais, nada menos, que o "Romeu e Julieta" dos filmes de artes marciais. Há que reconhecer sem dúvida que o romantismo inerente a esta película é deveras cativante.

De um lado temos um homem ("Gennosuke") que, embora muito circunspecto, revela sempre uma grande esperança que tudo vai dar certo com a sua paixão, para além de condenar vivamente a própria natureza dos ninjas, que é matar e fazer guerra, revelando-se um pacifista e indo contra a corrente e a tradição. Isto não quer dizer que "Gennosuke" não lute fabulosamente e não retalie quando não seja preciso, conforme podemos constatar algumas vezes no filme.

"Oboro", uma bela rapariga, apesar de completamente enamorada, por outra via adopta uma postura mais pessimista e porventura realista, ilustrada por uma frase que diz mais do que uma vez: "We'll be together only in our dreams." Só não desmoraliza completamente, devido à atitude persistente de Gennosuke, indo retirar a este a sua força interior.

"Koshiro (Koga) Vs. Yashamaru (Iga)"

Não pensem que estamos perante um clássico filme de ninjas, em que as personagens andam com aqueles fatos negros, de cara tapada, a atirar "shurikens" (as estrelas de ferro) uns aos outros. Nada disso! As personagens principais vestem adereços normais da época, e nem por este motivo deixam de ser ninjas. Os tais "homens de negro" só marcam a sua presença uma única vez, sendo "despachados" por "Gennosuke" em poucos minutos.

Para não variar a fotografia e as paisagens não são menos do que óptimas. As personagens por sua vez são interessantíssimas, cada uma com as suas habilidades muito próprias, o que faz com que aconteçam combates espectaculares. Estou-me a lembrar particularmente do combate entre "Koshiro", um ninja de Koga, que tem como ponte forte a capacidade de atirar várias projectéis de ferro ao mesmo tempo, para além de ser dotado de uma agilidade fabulosa, e "Yashamaru", um ninja dos Iga, que é uma espécie de "Homem-Aranha" (é a melhor analogia que consigo arranjar de momento), dotado igualmente de incríveis capacidades acrobáticas, possuindo umas cordas que lhe saem das mangas do "Kimono", servindo para projectar os adversários contra o chão, paredes, árvores, etc.

Escusado será dizer que os mais fortes são o casal de apaixonados. "Oboro" domina a terrível técnica dos "Olhos da Destruição", que faz com que o infeliz que tenha o azar de fitar o olhar da rapariga, sinta o seu corpo ser verdadeiramente implodido. A arte de "Gennosuke" por seu lado foi mais complicada de discernir, mas passa por ter o poder de paralisar os adversários, assim como voltar contra eles os seus próprios ataques.

No entanto, desde já se alerta que "Shinobi: Heart Under Blade" não é um filme de acção exagerada. Trata-se sobretudo de uma estória de amor, e de alguém que questiona-se acerca da violência reinante e porquê a mesma tem que impedir coisas tão boas como a completa paz e a satisfação dos sentimentos belos da vida. Mas o conturbado Japão feudal de facto revela-se um inimigo difícil de bater.

Como "não há bela sem senão", a principal fragilidade desta película passa sem dúvida pela curta duração do filme, apenas 1 hora e 40 minutos aproximadamente. Com um manancial de personagens, que poderiam ser mais desenvolvidas, tanto nos seus aspectos pessoais, como até nas suas próprias habilidades de luta, o que nos é presenteado acaba por saber a pouco. Eu por exemplo, adoraria saber muito mais acerca de "Tenzen", o suposto ninja imortal dos Iga, e da sua relação com "Kagero", a ninja dos Koga que expele veneno. Embora estes personagens ajam como verdadeiros desconhecidos, a sua proximidade, mesmo na inimizade, fez-me sempre pensar que haveria algo mais. O mesmo pensei em relação aos líderes dos clãs, "Danjou" e "O-Gen". Bem, parece que terei mesmo é que arranjar maneira de obter a série de anime. Sabe a pouco, e o espectador que tem sede, não tem por onde beber... Duas horas e meia precisavam-se, para o que se pretendia fazer!!!

Uma palavra final para uma cena existente quase no final do filme, protagonizada por "Oboro" perante o Xógun "Tokugawa". Foram raras as vezesque o meu coração quase gelou perante a magnificiência de uma imagem, em conjugação com a música de fundo. Embora depois pense que era óbvio que ela ia tomar aquela atitude, não deixa de nos emocionar e de nos fazer sentir consideração por tão altruísta actuação (Não, não, não, ela não morre!).

Um bom filme sem dúvida, embora deixe aquela raiva do pouco desenvolvimento argumentativo!

"Gennosuke em acção"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Clubotaku, Daiblog, Bitlogger, Conexão Oriente, Cinema ao Sol Nascente

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 8

Guarda-roupa e adereços - 9

Banda-sonora - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação Final: 8

"Um amor destinado à tragédia"


































Asoka/Ashoka, the Great/Samrat Ashoka (2001)

Origem: Índia

Duração: 151 minutos

Realizador: Santosh Sivan

Com: Shahrukh Khan, Kareena Kapoor, Danny Denzongpa, Rahul Dev, Hrishitaa Bhatt, Gérson da Cunha, Subhashini Ali, Sooraj Balaji, Johnny Lever, Raghuvir Yadav, Suresh Menon, Ajith Kumar, Shilpa Mehta, Mithilesh Chaturvedi, Madhu.

"Asoka"

Considerações pessoais

Este é um dos tais filmes "das palmas e das cantigas made in India"! Antes de tudo tenho de confessar que não sou lá muito fã dos filmes de "Bollywood". Eu até gosto de películas dramáticas, mas aquilo é de fazer chorar e saltar as pedras da calçada! É o rapaz que namorava com a rapariga, e afinal ela é a irmã que se tinha separado dele na juventude; depois mais à frente já não é a irmã, mas sim a prima de uma rapariga que ele gostou bastante e por aí fora! Tudo acompanhado daquelas músicas que me fazem subir as paredes, só de ouvir as vozes estridentes, eh eh eh! Mas é preciso ver que não deixam de ser ilustres representantes do cinema que se faz no continente asiático merecendo, por esse motivo, um lugar aqui neste "blog".

No entanto, avanço desde já, e correndo o risco de ser extemporãneo, que Asoka foi uma agradável surpresa no bom sentido!

"Kaurwaki e o jovem principe Aryan"

Estória

Esta película conta a estória do rei Asoka que governou a India no período entre 270 e 237 A. C., tendo sido um dos grandes patronos do budismo e do jainismo, constituindo uma das personagens mais importantes da história daquele país.

Podemos discernir 3 períodos no filme.

No primeiro, Asoka é um principe fugitivo, devido à disputa pelo trono do reino de Magadha com o seu irmão mais velho que, inclusive, o tenta assassinar. Nessa altura Asoka assume o nome fictício de "Pawan" (que significa vento em hindu) e apaixona-se pela princesa Kaurwaki do reino rival de Kalinga, que se encontra igualmente a fugir de assassinos enviados por um ministro corrupto. Asoka torna-se igualmente no ídolo do principe Aryan, o jovem irmão de Kaurwaki, e legítimo herdeiro do trono de Kalinga.

Posteriormente, Asoka derrota o irmão mais velho, ascendendo desta forma ao poder, e estranhamente é aqui que começam os problemas. Perdendo o rumo a Kaurwaki, o novo rei vê-se dominado por uma sede de sangue e conquista, que o faz arrasar todos os reinos que tentam resistir, inclusive o de Kalinga, onde o clímax da tragédia ocorre.

Por fim, Asoka apercebe-se da sua tirania, para além do mal e da destruição que causou, e decide abandonar o trono, para converter-se num monge jainista.

"Os cómicos soldados de Magadha"

"Review"

Asoka é um filme indiano que podemos considerar verdadeiramente internacional, atendendo à distribuição mundial que beneficiou. Igualmente será passível de catalogação como um épico, em toda a verdadeira e real dimensão da palavra.

Apesar de um pouco extensa, é uma película bastante interessante de se seguir, não sendo monótona, e possuindo umas batalhas dignas de registo, com milhares de figurantes e cavalos, e onde estão igualmente presentes os elefantes como não podia deixar de ser.

Um tema incontornável nos filmes indianos são as "tais músicas". Sinceramente, e atendendo à extensão do filme, não são em exagero (apenas 4, graças a Deus!!!), e uma delas até achei bastante interessante e agradável, assim como a dança que a acompanhava ( podem ver o clip aqui).

"Asoka na carga da cavalaria do seu exército"

Outro aspecto em que este filme não foge à generalidade dos que provêm da India é o excessivo dramatismo. Está todo lá, com cenas em que pensamos "será que isto ainda se pode tornar pior?", e lá vem mais uma desgraça qualquer, morre mais alguém, etc. Mas até são agradáveis de se ver, e aprimoram ainda mais a emoção presente no desenrolar da estória, tornando-a mais cativante.

As interpretações são aceitáveis, constituindo condições essenciais, atendendo ao acima reportado, ser um especialista no derramamento de lágrimas e em fazer poses trágicas, para além de dominar razoavelmente bem a arte da dança.

Não ponho as mãos no fogo por esta película, no que toca a ser do agrado de todos, mas tenho que deixar bem vincado que assim como não gosto da generalidade dos filmes indianos, reconheço que este em certa medida conquistou-me.

Uma proposta interessante!

"Kaurwaki luta para defender o reino de Kalinga"



Avaliação:
Entretenimento - 7
Interpretação - 7
Argumento - 8
Guarda-roupa e adereços - 8
Banda-sonora - 6
Emotividade - 8
Mérito artístico - 8
Gosto pessoal do "M.A.M." - 7
Classificação final: 7,38








O Segredo dos Punhais Voadores/House of Flying Daggers/Shi mian mai fu (2004)
Origem: China/Hong Kong
Duração: 114 minutos
Realizador: Zhang Yimou
Com: Takeshi Kaneshiro, Andy Lau, Zhang Ziyi, Dandan Song


"A fantástica dança dos tambores"
Estória
Os últimos anos da dinastia Tang são marcados pela crescente corrupção no governo da China, e a população anda descontente. Várias organizações rebeldes começam a emergir com o intuito de derrubar os governantes corruptos. A mais conhecida e temida dá pelo nome do "Clã dos Punhais Voadores", chamada assim devido ao peculiar punhal que usam como arma.

"O Clã dos Punhais Voadores"
Os agentes estaduais "Jin" e "Lao" conseguem matar o líder da organização secreta, e agora pretendem assassinar ou prender os restantes membros, mas a tarefa resulta árdua. Após investigações, a pista para a resolução do desiderato dos polícias vai dar a "Mei", uma rapariga cega que trabalha num bordel local.
Após algumas peripécias, "Mei" é presa e "Lao" e "Jin" armam um embuste, que passa por este último resgatar a jovem da cadeia, com o intuito dela conduzi-lo ao covil dos "Punhais Voadores". "Jin" assim o faz, mas à medida que a fuga se prolonga, não consegue evitar começar a sentir-se atraído por "Mei".
A partir daqui o enredo transforma-se numa estória de amor, devoção e traição.

"A beleza estonteante de Mei"

"Review"

"O Segredo dos Punhais Voadores" é a segunda incursão de Zhang Yimou no género "Wuxia Pien", depois da aclamação recebida em "Herói". O resultado é francamente bom, embora esteja uns furos abaixo do primeiro trabalho.

A fotografia permanece um verdadeiro espanto, assim como o guarda-roupa, Já é uma imagem de marca destes filmes em geral, e dos de Yimou em particular.

Zhang Ziyi continua a deslumbrar e a tornar-se cada vez mais numa actriz consagrada, apesar da sua relativa juventude. Podemos apreciar agora o seu trabalho em "Memórias de uma Gueixa", filme com uma produção verdadeiramente internacional. A cena da dança dos tambores, protagonizada por esta actriz, é de uma beleza indescritível, de suspirar e querer mais, e ficará com certeza durante bastante tempo, na memória de todos os que tiveram a oportunidade, ou melhor, a felicidade de a vislumbrar.

Takeshi Kaneshiro efectua uma representação muito credível, e a sua passagem de agente do governo numa missão que não admite falhas, para o amante que é ao mesmo tempo um protector é honesta e bem intencionada.

O ícone de Hong Kong, Andy Lau, dá corpo a uma personagem envolta numa aura obscura e sinistra, que posteriormente revela as suas fraquezas emocionais, num "acting" muito bem conseguido.

"Mei e Jin"

Como "Wuxia" que é, torna-se incontornável dissertar acerca das cenas de luta presentes em "O Segredo dos Punhais Voadores". Neste particular, como em outros, este filme é inferior a "Herói". No entanto há que reconhecer que a sequência da floresta de bambú, embora não me tenha convencido na primeira impressão, é das melhores cenas de acção jamais filmadas em películas deste género.

O grande problema do filme é sem dúvida o seu final. Embora deveras emocionante, com alguns exageros admita-se, é demasiado focado nas 3 personagens principais e deixa-nos a certa altura completamente "à nora" quanto à organização da qual a película retirou o seu nome. Fiquei bastante desgostoso com a cena em que se observa os soldados a penetrar na floresta que abriga o covil do clã e...

Quem visiona o "Segredo dos Punhais Voadores" tem que se preparar para o seguinte: o clã embora seja uma parte importante do enredo, acaba por não ser mais que um ilustre acessório a uma maravilhosa estória de amor. Quanto a mim, e com todo o respeito, Yimou falhou neste aspecto e perdeu a oportunidade de realizar um filme ao nível de "O Tigre e o Dragão" e "Herói". Em virtude disto "faltou-lhe um bocadinho assim".

É minha opinião que aqueles que não costumam ver cinema oriental, irão gostar mais de "O Segredo dos Punhais Voadores" do que "Herói". Esta afirmação foi por mim comprovada nas salas de cinema do "Madeira Shopping", um grande centro comercial que existe aqui no Funchal. Desloquei-me a esta estrutura comercial para ver tanto "Herói", como "O Segredo dos Punhais Voadores", obviamente em alturas distintas, atendendo a que os filmes não são contemporãneos. Constatei o seguinte:

Em "Herói" houve pessoas que adoraram o filme, outras entraram numa onda completamente básica que passava por criticar e rir à gargalhada, impedindo com a sua má educação que o restante público pudesse desfrutar e apreciar a película como deve ser. As mais elementares regras da convivência social ensinam que "quem não gosta, não estraga!". E logo "Herói" que é um filme que requer uma certa atenção, por forma a percebermos a sua mensagem. Continuo a dizer que há gente que devia de ser proibida de entrar em certos lugares públicos, incluindo as salas de cinema...

Já em "O Segredo dos Punhais Voadores", a opinião foi mais consensual em sentido positivo. Lembro-me, com um certo agrado, que até lá estavam os pais de um grande amigo meu, sendo do meu conhecimento pessoal que o gosto cinematográfico daquelas pessoas passa mais por filmes tipo "Casablanca" e afins, e no final da exibição estavam francamente satisfeitos. Inclusive, no meu local de trabalho, conhecedores do meu gosto cinematográfico, disseram-me que simplesmente tinham adorado esta longa-metragem.

Quanto a mim, e enquanto apreciador do género, o "Segredo dos Punhais Voadores" está no meu top 10 no que respeita a cinema asiático, mas mantenho a minha convicção que se encontra uns furos abaixo tanto de "Herói" como do "Tigre e do Dragão". No entanto sou forçado a admitir que o enredo é mais atractivo para o público ocidental.

A ver para sentir a sua grande beleza! Tem um cantinho muito especial na minha "DVDteca!

"O violento combate entre Lao e Jin"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link
Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cinerama, Gonn 1000, Cineasia

Avaliação:


Entretenimento - 9
Interpretação - 8
Argumento - 7
Guarda-roupa e adereços - 9
Banda-sonora - 9
Emotividade - 10
Mérito artístico - 9
Gosto pessoal do "M.A.M." - 9
Classificação final: 8,75

Herói/Hero/Ying Xiong (2002)
Origem: China
Duração: 94 minutos
Realizador: Zhang Yimou
Com: Jet Li, Tony Leung Chiu Wai, Maggie Cheung, Zhang Ziyi, Daoming Chen, Liu Zhong Yuan, Zheng Tia Yong

"Espada Partida e Neve Esvoaçante, um amor verdadeiro, mas por vezes difícil"

Na China existem sete reinos independentes entre si, mas um deles, Qin, tornou-se mais forte e ameaça anexar os restantes pela força. A única coisa que parece interpor-se nos planos do imperador Qin, são 3 poderosos assassinos do reino rival de Zhao, chamados "Espada Partida" (Tony Leung Chiu Wai), "Neve Esvoaçante" (Maggie Cheung) e "Céu" (Donnie Yen). O imperador Qin encontra-se desesperado e oferece recompensas fabulosas, mas parece que ninguém consegue matar os guerreiros.

"Sem Nome e Céu, em pose espectacular!"

Até que um dia, no palácio Qin aparece "Sem Nome" (Jet Li), um desconhecido que é guarda de uma prefeitura menor, afirmando que lutou e matou os 3 assassinos, reclamando assim a recompensa pelo feito.

O imperador alegra-se, mas faz questão de saber os pormenores da aventura de "Sem Nome". Num diálogo ilustrado com "flashbacks", aos poucos chega-se à conclusão que nem tudo é o que parece, e são trazidas à luz dodia revelações surpreendentes...

"Lua..."

"Review"

O enredo de "Herói" é dividido em várias perspectivas sobre o mesmo acontecimento, em sentido progressivo, com o intuito de nos aproximar crescentemente da realidade, através de um diálogo cheio de substância e com influências da "arte da guerra" de Sun Tzu, mantido entre o imperador Qin e "Sem Nome".

É uma estória, constituída por várias estórias.

Descobrimos com suavidade e elegância a relação de "Espada Partida" e "Neve Esvoaçante", um amor incompreendido com uma certa "nuance", pois são eles próprios que não conseguem adaptar-se às ambições e ensejos um do outro. "Lua", fiel discípula de "Espada Partida", por sua vez está fadada ao amor não correspondido do seu mestre. "Céu", representado por Donnie Yen, é um homem solitário, que embora tenha uma pequena participação no filme em termos de minutos, oferece-nos cenas memoráveis, na reeedição do duelo com Jet Li, já anteriormente travado em "Era Uma Vez na China II".

Quem visiona "Herói" fica claramente com a nítida sensação que está perante um belo quadro, em que o autor vai pintando cada cena à medida das suas múltiplas sensações, com aguarelas vivas, mas que representam sobretudo uma alegria perene ou uma tristeza infindável. Consegue transmitir através de cores vivas sentimentos cinzentos e negros. É esta a grande beleza de "Herói", juntar o que de melhor têm filmes como "Rashomôn" ou "Ashes of Time".

Isto para dizer que "Herói tem simplesmente a mais bela fotografia que tive oportunidade de contemplar com estes olhos que um dia "a terra há de comer". Assistir a este filme é como observar um sonho cheio de imaginação e de cores, temperado com laivos de grande genialidade!

"O imperador Qin, que deseja unir tudo debaixo dos céus"

As cenas de luta são impressionantes, mas poéticas ao mesmo tempo. Muitas vezes ficamos coma sensação que mais do que uma batalha pela vida e destruição do oponente, estamos a vislumbrar uma bela dança, extremamente cuidada nos seus pormenores. Mas apesar de tudo transparece sempre aquela fúria de matar e sobreviver, sem falsos pretenciosismos, com extrema atenção no detalhe. É uma reunião de opostos, que desemboca numa união fabulosa e bem conseguida. A genialidade é assim...

O "cast" é deveras bom, e nem menos era exigível para uma obra com esta magnitude. Quem está familiarizado com o cinema oriental, sabe muito bem que estamos perante um elenco constituído por alguns dos actores mais consagrados daquelas paragens. Provavelmente todos identificarão à partida Jet Li, e em seguida Zhang Ziyi, mas asseguro-vos que em termos de carreira, Maggie Cheung e Tony Leung Chiu Wai, não ficam nada atrás daqueles actores. Para os mais desprevenidos, indico apenas um filme: "Disponível para amar (In the Mood for Love)".

Faço aqui questão de dar uma palavra de apreço a Jet Li. Não duvidava que a este actor faltasse capacidades de representação, mas convenhamos que quem estava habituado aos filmes anteriores protagonizados por Li, em especial os efectuados em "Hollywood", ficava com a sensação que a única coisa que se visava era demonstrar a grande habilidade do actor no domínio das artes marciais, sem representação qusase nenhuma digna de registo. Em "Herói", Jet Li extremamente bem orientado por Yimou, demonstra finalmente que sabe dar verdadeiramente vida a uma personagem fascinante. "Sem Nome" fala pouco é certo, mas está longe de ser fácil de interpretar.

O ressurgimento em grande do género "Wuxia Pien", efectuado pelo "O Tigre e o Dragão", com merecido impacto internacional, torna incontornável as comparações de "Herói", com aquele filme. Mas verdadeiramente são películas muito diferentes e com objectivos distintos. Mesmo assim, far-se-à aqui um breve exercício, no que é susceptível de ser confrontado.

Primeira ideia a reter: venha o diabo e escolha!

No entanto, e fazendo uma análise o mais fria possível, direi que "O Tigre e o Dragão" assume logo vantagem pela maior notoriedade internacional, atestada pelos 4 óscares que ganhou, para além de outros 70 prémios, um pouco por todo o mundo. O facto de ter aparecido primeiro, também ajudou imenso, pois o impacto foi muito maior. Beneficiou igualmente de uma melhor difusão a nível internacional, ao contrário de "Herói", que apesar de datar de 2002, apenas chegou em 2004 aos E.U.A., pela mão do admirador de cinema oriental, Quentin Tarantino. Igualmente a estória de "O Tigre e o Dragão" parecerá à primeira vista mais atraente para o espectador, pela simples razão de ser mais fácil de seguir, atendendo a que é mais linear e menos complexa. O estigma neste particular em relação a "Herói" é facilmente ultrapassado com um segundo visionamento. Quanto ao dramatismo envolvente, penso que "O Tigre e o Dragão" é mais bem conseguido, sendo francamente difícil de superar. No entanto, reconheça-se que "Herói" não fica muito atrás.

Ambos os filmes têm níveis praticamente idênticos no que toca à banda-sonora, ao "cast", nas cenas de acção e no argumento.

O "Herói" é um vencedor claro no guarda-roupa e na fotografia, embora a equipa de "O Tigre e o Dragão", também tenha estado bem neste particular.

Mais do que um realizador, Zhang Yimou demonstra ser um verdadeiro poeta cinematográfico. A confirmação viria igualmente com o muito bom filme "O Segredo dos Punhais Voadores".

Uma pérola da sétima arte!!!

"Neve Esvoaçante a cavalgar para o início do seu destino final"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português/espanhol:


Avaliação:
Entretenimento - 8
Interpretação - 9
Argumento - 9
Guarda-roupa e adereços - 10
Banda-sonora - 10
Emotividade - 10
Mérito artístico - 10
Gosto pessoal do "M.A.M." - 10
Classificação final: 9,50

O Tigre e o Dragão/Crouching Tiger Hidden Dragon/Wo hu cang long (2000)
Origem: China/Hong Kong/Taiwan/E.U.A.
Duração: 115 minutos
Realizador: Ang Lee
Com: Chow Yun Fat, Michelle Yeoh, Zhang Ziyi, Chang Chen, Lung Sihung, Cheng Pei Pei, Li Fa Zeng, Gao Xian, Hai Yan, Wang De Ming

"Luta na floresta de bambú"

Estória

Baseado numa novela do século XX, escrita pelo popular escritor chinês Wang Du Lu, a estória do "Tigre eo Dragão" passa-se na altura dinastia Qin, e envolve "Li Mu Bai", um quase invencível espadachim e praticante da disciplina conhecida como "Wudan", a guerreira e mulher independente "Yu Shu Lien", que mantém um romance platónico com "Li Mu Bai", a poderosa mas inocente e mimada "Jiao Long", e o salteador mongol do deserto "Lo Nuvem Negra".

Cansado de uma vida de quase ascetismo e luta, para além do falhanço em vingar o assassinato do seu mestre às mãos da assassina "Raposa de Jade", "Li Mu Bai" pretende levar uma vida mais simples, e se possível finalmente declarar o seu amor de anos a "Yu Shu Lien". Para tanto, entrega a sua fabulosa espada conhecida como "destino verde", ao senhor "Te", um amigo de longa data que vive em Pequim.

Entretanto, chega à capital imperial, o novo governador "Yu", acompanhado da mulher e da filha. "Yu" vai apresentar-se formalmente ao senhor "Te", e "Yu Shu Lien", que pernoitava na casa deste personagem na altura, tem a possibilidade de travar conhecimento com a filha de "Yu", uma jovem e bela rapariga chamada "Jiao Long".

Posteriormente, a "destino verde" é furtada, "Li Mu Bai" chega a Pequim, e quando toma conhecimento do sucedido, suspeita logo que a sua inimiga de longa data, a "Raposa de Jade", está por detrás do sucedido. Não acerta totalmente, pois vem-se a descobrir que na realidade quem levou a espada foi "Jiao Long", em conivência com "Raposa de Jade", que agora se encontrava disfarçada de dama de companhia.

"Jiao Long" à procura do que mais anseia descobrir, o submundo de "Jiang Hu". "Li Mu Bai" e "Yu Shu Lien" vão no seu encalço, numa jornada que irá modificar para sempre as suas vidas.

"Li Mu Bai e Yu Shu Lien"

"Review"

Quando se fala no "Tigre e o Dragão", há que ter logo a presença que estamos perante um dos filmes provenientes do continente asiático mais bem sucedidos internacionalmente, conforme comprovam os 4 óscares atribuídos, para além dos mais de 70 prémios ganhos em certames e festivais de cinema, num universo de 84 nomeações. Um excelente cartão de visita, convenhamos. Merecido, sem dúvida.

Ao visionar o filme, uma das primeiras coisas que salta logo à vista é o contraste existente entre "Yu Shu Lien" e "Jiao Long", nomeadamente a nível das suas ambições. Cada uma é prisioneira de um estilo de vida que odeia e cada uma ambiciona ter o estilo de vida da outra. Acho que mais simples é impossível de explicar. Veja-se "Yu Shu Lien" que daria tudo para ter uma vida pacata, envolvendo o casamento e maternidade, de preferência com "Li Mu Bai"; "Jiao Long", por seu lado, fruto da rebeldia própria da juventude conjugada com a excessiva protecção dos pais, anseia por "se fazer à estrada", viver emocionantes e perigosas aventuras, o que dá umas valentes dores de cabeça ao seu apaixonado, o mongol "Nuvem Negra", disposto a deixar a sua vida de salteador, por forma a constituir um homem à altura do estatuto da amada.

Comentário lateral: Mas onde é que eu já vi estórias parecidas no meu quotidiano, tirando claro está as espadas, os voos sobrenaturais, etc...?

"Li Mu Bai" por sua vez representa a ética personificada, um homem que apesar de ser o ideal da nobreza de carácter, não é feliz devido ao permanente conflito entre o sincero amor que nutre por "Yu Shu Lien" e a honra que comanda a sua vida.

O filme é determinantemente marcado pelas cenas de acção da responsabilidade do lendário Yuen Wo Ping, coreógrafo de imensas películas de "Wuxia Pien" e do "blockbuster" "The Matrix".

Para o espectador que não está habituado à cinematografia oriental, nomeadamente os filmes de artes marciais, fica deslumbrado pela positiva quando aprecia os voos e as planagens efectuadas pelas personagens deste filme. Mas isto apenas acontece por desconhecimento, pois trata-se de uma técnica que é usada há muitos anos nos filmes de Hong Kong, e que foi aprimorada de uma forma bastante positiva em "O Tigre e o Dragão".

Agora dirijo-me aqueles que criticaram negativamente as aludidas cenas, a maior parte das vezes por franca ignorância. Meus caros, é preciso ter presente que estes filmes são baseados em lendas ou romances! Além disso é preciso ter presente que o conceito de herói varia de povo para povo, e é necessário conhecer um pouco da cultura asiática, e da chinesa em particular, para apreender e aprender melhor este aspecto. Partindo destes pressupostos, de uma mente aberta, de alguma pesquisa e leitura, verão como será mais fácil conviver com este género de acção e apreciar a beleza inerente à mesma.

"A paixão de Jiao Long e Lo Nuvem Negra"

Este filme tem o segundo melhor final que já vi, sendo apenas ultrapassado por uma película que em absoluto não partilha o género. Falo de "Cinema Paraíso". Os trágicos-românticos com certeza não se irão arrepender do seu visionamento. Outra cena que faz chorar as pedras da calçada é a frase emblemática desta película proferida por "Li Mu Bai" quando finalmente se declara a "Yu Shu Lien": "I would rather be a ghost drifting by your side as a condemned soul than enter heaven without you...because of your love, I will never be a lonely spirit." Um momento único da sétima arte, de fazer chorar as pedras da calçada!!!

A banda-sonora é do melhor que já se fez a este nível e que em muito contribui o toque mágico do violoncelo de Yo-Yo Ma. Aprecio em especial a música "Farewell", que se ouve quase no fim do filme, numa altura em que "Jiao Long" e "Nuvem Negra" estão a falar numa ponte situada num mosteiro nas montanhas de "Wudan".

Aconselho a todas as pessoas que queiram se iniciar por este género de cinema, a visionar em primeira linha "O Tigre e o Dragão". O senão é que, à excepção de "Herói", as outras referências do género não possuem a mesma qualidade.

Ang Lee, o realizador muito em voga devido a "Brokeback Mountain", confessou que realizou o seu sonho de criança quando realizou "O Tigre e o Dragão". Quanto a mim, atingiu o expoente máximo da sua carreira.

Um hino ao amor e à beleza, mas acima de tudo um ícone do verdadeiro bom cinema. Maravilhoso!!!

"Aquela cena...I would rather be a ghost drifting by your side as a condemned soul than enter heaven without you... because of your love, I will never be a lonely spirit"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português/espanhol:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 9

Argumento - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Banda-sonora - 10

Emotividade - 10

Mérito artístico - 10

Gosto pessoal do "M.A.M." - 10

Classificação final: 9,13

"Jiao Long ao encontro da satisfação do seu desejo mais íntimo...



...Farewell"