"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

segunda-feira, junho 04, 2007

A Honra do Dragão/Warrior King Aka The Protector/Tom Yum Goong - ต้มยำกุ้ง (2005)

Origem: Tailândia

Duração: 110 minutos

Realizador: Prachya Pinkaew

Com: Tony Jaa, Petchtai Wongkamlao, Xing Jing, Johnny Nguyen, Nathan Jones, Bongkoj Khongmalai, David Asavanond, Dean Alexandrou, Lateef Crowder, Damian De Montemas, Don Ferguson, Jon Foo, Ron Smoorenburg, David Ussawanon, Suchao Pongwilai

Considerações introdutórias

Nas férias gozadas pela minha pessoa e que já começam a deixar saudades, faziam-se tardes de cinema em casa, quando não havia pachorra para as almoçaradas. Verdade seja dita, tal só acontecia devido à valente noitada e à inerente/necessária cura da ressaca.
Um grande amigo e principal anfitrião da minha estadia lá para a região centro do nosso país, decidiu na ida ao clube de vídeo, trazer este “A Honra do Dragão”, desafiando-me a criticá-lo aqui no blogue quando retornasse à Madeira.
A sugestão não foi nada ingénua, pois o meu colega é um acérrimo crítico pela negativa do cinema asiático, preferindo infinitamente as lides “hollywoodescas”, em especial a vertente da comédia.

Já tinha visto “A Honra do Dragão”, embora não possua o Dvd na minha colecção de cinema asiático. Sendo assim, durante este texto, esqueçam a expressão “My Asian Movies” e foquem-se apenas em “Asian Movie”, pois pela primeira vez é criticada uma película que não consta do meu acervo pessoal. Lá para o futuro, e a um preço nunca superior a 5, 6 euros, ponderarei a aquisição.

"Kham com o pai"

Estória

“Kham” (Tony Jaa) é um jovem tailandês que desde muito novo cresceu rodeado de elefantes, imbuído num espírito de amizade e devoção para com estes animais, sendo orientado e influenciado pelo seu pai (Sotorn Rungruaeng). O rapaz é educado na mais estrita tradição dos Jaturangkabart, os antigos guerreiros do Sião, que protegiam os elefantes de guerra durante as batalhas.

Certo dia, “Kham” e o seu pai levam o elefante “Por Yai” e a sua cria “Korn”, tendo em vista conseguir com que os mesmos sejam seleccionados para pertencerem aos animais pessoais do imperador, o que constitui uma grande honra e um objectivo de uma vida. No entanto, e com a colaboração de um “gansgter” local, os elefantes são roubados e enviados para Sidney, a cargo de um mafioso vietnamita chamado “Jhonny” (Johnny Nguyen), proprietário do conhecido restaurante asiático “Tom Yum Goong”.

"A devoção mostrada para com Por Yai"

“Kham” embarca para a Austrália tendo em vista recuperar os seus animais e amigos, sendo posteriormente ajudado pelo polícia australo-tailandês caído em desgraça “Mark” (Petchtai Wongkamlao Aka Mum Jokmok) e “Pla” (Bongkoj Khongmalai), uma estudante tailandesa, que é forçada a prostituir-se para pagar uma antiga dívida.

Do outro lado, está o “gangster” “Jhonny” que acaba por ser uma figura menor quando comparada com “Madame Rose” (Xing Jing) e o seu grupo de rufias, entre os quais pontifica o gigantesco “T. K.” (Nathan Jones).

"Kham prepara-se para enfrentar o gigante T.K."

"Review"

Quem conhece o enredo do mega-êxito “Ong Bak”, apercebe-se logo das evidentes semelhanças existentes entre aquela longa-metragem e o argumento de “A Honra do Dragão”, cujo título original “Tom Yum Goong” se refere a uma sopa tradicional tailandesa que dá o nome ao restaurante do filme. Num, o que era furtado era a cabeça de um Buda, aqui são elefantes, constituindo ambos símbolos sagrados da cultura e religião tailandesa. Posteriormente, em ambos os filmes, um jovem ingénuo, mas que ao mesmo tempo é uma autêntica máquina de pancadaria, dirige-se para um sítio estranho, enorme e cosmopolita (troquemos por miúdos: grande cidade) tendo em vista recuperar o que foi roubado. Conhece pessoas que o ajudam a ultrapassar as dificuldades, nos casos vertentes, um rapaz e uma rapariga com vidas complicadas. Os maus são mesmo maus, e lá se vê o herói obrigado a demonstrar dezenas de vezes que quando toca a partir braços, pernas e tudo o que venha mais à rede, quem manda é ele! Como é preciso dar um toque de dramatismo à coisa, toca a morrer alguém, que lhe é bastante próximo. E já está! Temos aqui a fórmula mágica para demonstrar no ecrã, as quase inexcedíveis capacidades de luta da super-estrela de artes marciais Tony Jaa.

Pelos vistos, o realizador Prachya Pinkaew pretendeu em “A Honra do Dragão” esgotar ao máximo o estilo de filme que se assemelha muito a um videojogo de luta em que temos dezenas de personagens menores a serem “despachadas” em poucos segundos, e uns mais complicados que ainda levam uns minutos a por cobro. No entanto, e mesmo num segmento cinematográfico tão limitado do qual “A Honra do Dragão” faz parte, sempre se torna interessante ver estilos de luta tão díspares a se confrontarem. Jaa tem que se deparar com lutadores de “Wushu”, assim como de Capoeira, para não falar do colosso Nathan Jones (“Boagrius” de “Tróia”, o gigante que Brad Pitt mata no início do filme) um ex-lutador de “wrestling”, cujas medidas oficiais andam pelos 2,08 metros de altura e 180 quilos!!!

"Luta com o mestre de Capoeira"

O próprio Jaa introduz uma variante nova de Muay Thai, distinta da usada em “Ong Bak”, e que sugestivamente se denomina de muaykodchasarn (tradução livre: boxe de elefante). O próprio actor confessou que pretendeu combinar a arte de defesa de um elefante, com a citada arte marcial. O efeito, diga-se em abono da verdade, é devastador para os oponentes.

Notei igualmente que se pretendeu apostar ligeiramente mais no dramatismo das situações. O filme começa com uns bons dez minutos a mostrar um pequeno “Kham” a crescer em conjunto com o elefante “ Por Yai”, com todas as convivências e brincadeiras que normalmente temos com os amigos quando somos petizes. Igualmente aqui nos apercebemos da importância da tradição sagrada dos Jaturangkabart, os defensores dos elefantes, dos quais “Kham” directamente descende. Está criada a empatia e a explicação necessária para todo o manancial de luta e fricção de feitios que posteriormente irá decorrer. No fim, a perda do costume, que nos chega através de um choque que confesso inesperado, mais pela maneira como nos é apresentado.

Filme mediano, e por vezes infantil, que apenas servirá para libertarmos um pouco de tensão ao visionarmos os incríveis golpes e acrobacias de Tony Jaa. Mas daí, existem muitas outras coisas que poderão produzir o mesmo efeito. A escolha é vossa…

"Amparado..."

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Outras críticas em português: Axasteoquê?

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 5

Argumento - 6

Guarda-roupa e adereços - 7

Banda-sonora - 6

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 6,88

Dedicado ao "Mano"








2 comentários:

Anónimo disse...

Grande Jorge, pelo visto, voltou das férias com força total!!!

Muito bem equilibrada a sua crítica a Tom Yum Goong. Concordo com tudo o que escreveste. Como produção cinematográfica, esse filme é uma nulidade, mas como simples diversão, não tem coisa melhor!!! É pancadaria da melhor qualidade!!!

Só quero ver como Pinkaew e Jaa vão se superar no próximo filme...

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Eh, eh, eh Takeo, muito obrigado pelo elogio feito à crítica!

De facto para pura diversão, Tom Yum Goong é do melhor. Até faz impressão a quantidade de pancada que Jaa distribui durante o filme.

Não sei sinceramente se Pinkaew e Jaa conseguirão se superar nos próximos filmes, mas com certeza vai haver porrada para todos os gostos!

Grande abraço!