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sábado, outubro 10, 2009

Drunken Master II Aka The Legend of the Drunken Master/Jui kuen II - 醉拳二 (1994)
Origem: Hong Kong
Duração: 99 minutos
Realizadores: Lau Kar Leung e Jackie Chan (não aparece nos créditos finais)
Com: Jackie Chan, Ti Lung, Anita Mui, Felix Wong, Lau Kar Leung, Ken Lo, Chin Kar Lok, Pak Ho Sung, Cheung Chi Kwong, Hon Yee San, Andy Lau, Ho Wing Fong, Liu Chia Yung, Kwan Suki, Louis Rock, Vincent Tuatanne
"Wong Fei Hung"
Sinopse
“Wong Fei Hung” (Jackie Chan) é um jovem que se farta de meter em confusões e trapalhadas, e que tem um pai muito sério e rigoroso, o médico “Wong Kei Ying” (Ti Lung). No regresso a casa de uma viagem que visava comprar ingredientes para as curas do pai, “Fei Hung” inadvertidamente mete-se em mais uma embrulhada. Pelos vistos, o embaixador britânico na China, (Louis Roth) está metido num esquema que passa por exportar relíquias do país extremamente importantes, entre os quais um selo de jade do imperador. Tal comportamento está a ser combatido por nacionalistas e oficiais do governo chinês, nos quais se destaca o general “Fu” (Lau Kar Leung). No meio deste combate sem tréguas, “Fei Hung” é metido na trama.
"Drunken boxing"
O rapaz é um especialista na arte do “drunken boxing”, que potencializa ao máximo quando ingere bebidas alcoólicas em demasia. Infelizmente, o pai é um pacifista e desaprova qualquer tipo de luta, ainda para mais uma que necessita da ingestão de grandes qualidades de álcool para atingir o seu auge. Em consequência deste factor, “Fei Hung” terá de lutar não só contra os estrangeiros opressores, assim como com o antagonismo do progenitor. No entanto, terá na “Sra. Wong” (Anita Mui), a sua madrasta, uma grande aliada.

"Wong Fei Hung e o agente secreto"

"Review"

Quando se alude ao cinema ligado às artes marciais mais tradicionais, existem obras incontornáveis e cuja referência é obrigatória. “Drunken Master II” é uma delas. Após protagonizar o muito satisfatório “Drunken Master”, dezasseis depois Jackie Chan voltaria a envergar as vestes de Wong Fei Hung, o herói popular mais conhecido em e de toda a China. O filme foi extremamente bem sucedido, e esta premissa assume mais importância quando vários críticos, distantes do cinema asiático de artes marciais, elogiaram bastante esta película. Cabe ainda dizer que quando “Drunken Master II” viu a luz do dia, a popularidade das películas de kung fu já estava relativamente a decair, e isso não impediu que esta longa-metragem fosse um verdadeiro sucesso de bilheteira por toda a Ásia. Seis anos mais tarde, no virar do século, o filme viria a estrear em mais de mil salas de cinema nos E.U.A., sob a denominação de “The Legend of Drunken Master”, tendo granjeado alguma popularidade no meio.

Quando visionamos um filme de kung fu, normalmente o argumento é posto de parte (ou simplesmente é ignorado), e o que interessa são as cenas de acção, com especial ênfase para o domínio das técnicas de artes marciais. Estando em causa um filme de Jackie Chan, estas premissas são ainda mais elevadas. “Drunken Master II” não foge à regra, simplesmente distingue-se das demais películas, por demonstrar um Jackie Chan no seu auge, tanto nas coreografias bastante imaginativas, como nas demais acções levadas a cabo pelo próprio actor e pela sua equipa de duplos. Existe quem defenda que “Drunken Master II” foi a melhor película alguma vez protagonizada por Chan. Embora tal seja discutível, julga-se que quem afirma isto não andará muito longe da verdade. Certo é que “Drunken Master II” vive sob o signo do puro entretenimento, e com cenas de antologia, que viverão no imaginário dos fãs de artes marciais durante muito tempo.


"O general Fu"

O “drunken boxing” é algo bastante divertido de observar e que exterioriza a junção quase perfeita do insuspeito domínio de Chan nas artes marciais, com a sua veia mais cómica que muitas vezes critico negativamente. Como já foi aflorado, a personagem de Chan é especialista num estilo de kung fu que pouco tem de convencional. Deparando-se “Fei Hung” com a necessidade de enfrentar algum oponente, a sua salvação reside em embebedar-se. Após a ingestão de grandes quantidades de bebidas alcoólicas, mais do que um ser humano normal poderá aguentar, começa o desfile das excelentes coreografias. Quando Chan parece ir estatelar-se no chão, atira um soco ou um pontapé bem colocado nos adversários. Se Chan parece estar completamente desnorteado devido à bebedeira, é sinal que uma acrobacia incrível estará a caminho. Por incrível que pareça, a principal marca desta película originou uma incompatibilidade entre Lau Kar Leung, que defendia a existência de um kung fu mais tradicional nesta obra, e Chan, que achava que se deveria apostar muito mais no “drunken boxing”, por ser a marca distintiva desta longa-metragem. Leung viria a abandonar a rodagem das filmagens, e seria Chan a dirigir o embate final que ocorre no epílogo. O tempo viria a dar razão a Chan, pois além de efectivamente “Drunken Master” ter sido bem sucedido sobretudo pelo estilo original de luta que apresentava, o combate final é um hino ao bom cinema de artes marciais.

Os actores, regra geral, cumprem o que lhes é requisitado. No entanto, o actor Ti Lung é bastante jovem para representar o pai de Chan, e a caracterização (?) não consegue disfarçar este aspecto. Na realidade, Ti Lung é apenas sete anos mais velho do que Chan. A malograda e saudosa Anita Mui, é quem assume, juntamente com Chan, as despesas cómicas do filme e consegue arrancar alguns momentos de boa disposição. Quanto a Chan, o que haverá a dizer de novo? Não morro de amores pelo actor, como é do conhecimento geral, mas ele aqui está numa forma fantástica desde que se reduza a fazer o que sabe melhor, a sua imaginação nas coreografias de artes marciais. Neste particular, julgo que o “drunken boxing” constituiu o seu auge.

“Drunken Master II” poderá ser considerada, com muita propriedade, uma das melhores obras do cinema de artes marciais. Obrigatório para os fãs do género!


"Wong Fei Hung e a madrasta"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8




10 comentários:

Takeshi Age of Asia disse...

No Brasil, tanto o Drunken Master original de 1978 como a sequência de 1994 receberam o mesmo título: "O mestre Invencível".

Gosto muito desse filme, mas ainda prefiro o primeiro, pois acho que não combina muito um Jackie Chan com 40 anos de idade (à época) no papel de um garoto irresponsável. Tive que me esforçar muito para ignorar este detalhe.

Takeo Maruyama disse...

Embora tenham tido divergências durante as filmagens, acho que Jackie Chan precisa reconhecer que Drunken Master 2 só é tão bom como é por causa da colaboração de Lau Kar Leung. A luta final e a luta na praça, onde ele se embebeda pela primeira vez no filme, são puro estilo Jackie Chan, mas a luta sob o trem e na casa de chá são puro Lau Kar Leung! E a luta da casa de chá é a minha luta favorita do filme. Percebe-se a semelhança com as coreografias de outros clássicos de Leung como The 8 Diagram Pole Fighter e principalmente Mad Monkey Kung Fu.

Só preciso corrigir-te numa coisa, Jorge. A popularidade dos filmes de kung fu decaiu na primeira metade da década de 1980. Quando Drunken Master 2 foi lançado, o gênero estava voltando a se tornar popular, graças às séries Once Upon a Time In China e Fong Sai Yuk. Dizem as más línguas que Jackie Chan só fez Drunken Master 2 por inveja do sucesso dos filmes de época de Jet Li. Como já tinham passado 12 anos desde seu último filme de época (o fraquíssimo Dragon Lord), Jackie quis fazer Drunken Master 2 pra provar a todos que ele ainda conseguia fazer um bom filme de kung fu tradicional. E conseguiu, claro!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Takeshi!

Pessoalmente gosto mais de "Drunken Master II", porque entendo que na sua globalidade é um filme melhor. Embora reconheça, claro, que o primeiro também é bom.
Apesar de na altura o Jackie Chan já ter 40 anos, acho mesmo assim que está com um ar bastante jovial. O Wong Fei Hung do primeiro filme é um rapaz mais irresponsável do que este, e entendo que a diferenciação de um para o outro está muito aceitável.

Grande abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Takeo!

Não duvido que o grande Lau Kar Leung tenha grandes méritos a reconhecer na rodagem de "Drunken Master II". Pelo que me foi dado a conhecer,as divergências passaram pelo facto de Kar Leung querer meter mais lutas convencionais, e não tanto "Drunken Boxing". Pessoalmente, acho que neste particular Chan teve alguma razão. O que me faz gostar do filme neste aspecto, é precisamente a coreografia interessantíssima, em que à base da embriaguez se faz uns movimentos bem interessantes e engraçadíssimos. Embora reconheça que as lutas que falaste têm bastante mérito, a que eu gostei mais foi mesmo a do final.

Quando disse que o género estava a perder um pouco da popularidade, estava a pensar mais naquela vertente do kung fu que entendo como mais tradicional. Pessoalmente, e embora ambos sejam filmes de época, acho a saga "Era Uma Vez na China" de um estilo um pouco diferente, bastante mais floreado. Acho, neste aspecto, que "Drunken Master II" encarna melhor o espírito dos filmes de kung fu mais tradicional. Os dois "Fong Say Yuk", reconheço que são capazes de ir mais nesta linha. No fundo, o que se pretendeu dizer é que nos anos '90, o cinema de HK já estava bastante mais diversificado/massificado com o aparecimento de películas de vários géneros, o que fez com que os filmes de artes marciais perdessem um pouco a hegemonia.

Grande abraço!

PS: Para quando o regresso do "Asian Fury" ?!?!

Anónimo disse...

Parece-me uma história inspirada na banda desenhada do Astérix.

bj

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá nefertiti!

A inspiração para a trama desta película, passou por várias influências, desde os vários estilos de kung fu existentes, por Wong Fei Hung (o herói chinês mais popular), pela resistência ao domínio comercial estrangeiro que vigorava na China de então (a revolta dos boxers deve ser o aspecto mais conhecido), e pelos estilos muito próprios de Lau Kar Leung e de Jackie Chan.

No entanto, reconheço que existe um ou outro aspecto que se poderá identificar com um dos meus heróis de banda-desenhada favoritos :) ! Com as necessárias adaptações, claro!

Beijinho grande!

Takeo Maruyama disse...

Entendi o que você quis dizer, Jorge, mas como eu disse antes, os filmes do gênero kung fu tradicional entraram em decadência no começo da década de 1980 e não de 1990.

Quanto às divergências entre Lau Kar Leung e Jackie Chan, realmente Lau Kar Leung queria uma coreografia mais tradicional e Jackie queria algo mais livre, cheio de improvisos. Isso não significa que Lau Kar Leung não queria usar o "Drunken Boxing", visto que ele usou esse estilo em pelo menos mais 3 filmes : Heroes Of The East, Drunken Monkey e obviamente Drunken Master 3, filme que ele realizou logo após abandonar as filmagens de Drunken Master 2. A intenção de Lau Kar Leung era mostrar o que ele pretendia fazer em Drunken Master 2 e Jackie não deixou. É claro que o 3 é bem inferior ao 2, mas as lutas pelo menos são espetaculares.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Takeo!

Estou esclarecido quanto ao que quiseste dizer. O "Drunken Master 3" nunca vi, mas pelo pouco que sei, acho que não foi muito bem recebido.

Abraço!

Dewonny disse...

FILMAÇO..é o meu favorito N°1 do Jackie Chan, o kra luta muito nesse filme, considero uma obra prima das artes marciais. nota 10!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

É bem capaz de ser o melhor filme de Jackie Chan. Imperdível para os fãs de artes marciais!

Do melhor no género!