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domingo, julho 01, 2007

Os Guerreiros da Montanha/Zu: Warriors From The Magic Mountain/Suk san: San suk saan geen hap - 蜀山:新蜀山劍俠 (1983)

Origem: Hong Kong

Duração: 94 minutos

Realizador: Tsui Hark

Com: Yuen Biao, Adam Cheng, Brigitte Lin, Damian Lau, Sammo Hung, Randy Man, Judy Ong, Moon Lee, Tsui Siu Keung, Mang Hoi, Dick Wei, Chung Fat, Tsui Hark

"Ming Chi e os seus aliados"

Estória

A península de Zu, terra que ocupa uma posição estratégica vital na China, vive tempos conturbados, pois encontra-se imersa numa guerra civil, travada entre diversas facções, conhecidas pela cor que usam nos seus uniformes.

“Ti Ming Chi” (Yuen Biao) é um batedor do “exército azul” que se mete em problemas com os seus, devido à recusa em obedecer a ordens superiores, ou melhor, em não saber a quem irá obedecer numa determinada tarefa.

Sendo perseguido, vê-se obrigado a procurar refúgio nas montanhas místicas da península, um sítio povoado por deuses e seres sobrenaturais, tanto do bem como do mal. Aí conhece “Ting Yin” (Adam Cheng), um mestre espadachim com poderes fantásticos que toma “Ming Chi” como seu discípulo.

"O mestre Ting Yin"

Ambas as personagens são encarregues por “Chang Mei” (Sammo Hung) em encontrar as “espadas gémeas”, as únicas armas capazes de derrotar um poderoso demónio que ameaça destruir o mundo inteiro.

Aquando da chegada ao palácio de uma condessa (Brigitte Lin) que é dotada de poderes curativos, o demónio possui o corpo de “Ting Yin”, usando-o para os seus propósitos maléficos. Só resta a “Ming Chi” ter de completar a tarefa para a qual foi incumbido, contando apenas com a ajuda de “Yi Chen”, um monge com problemas de auto-confiança.


"A condessa"

"Review"

Já anteriormente tinha elaborado um “post” acerca de um filme denominado “Guerreiros da Montanha”, cujo realizador é Tsui Hark. Como já deverão ter reparado, o filme que agora se fala possui uma designação semelhante (melhor dizendo, foi realizado em Portugal com o mesmo nome), assim como o realizador é o autor vietnamita, naturalizado chinês. No entanto, tratam-se de filmes distintos, feitos com uma distância de 18 anos. Foi a película que neste momento se analisa que inspirou “Legend of Zu”, embora não se possa propriamente falar de um “remake”, pois as estórias são diferentes, embora tenha que se admitir a existência de alguns pontos de contacto. Fica aqui expresso o esclarecimento, que se dirige essencialmente ao público português, pois noutros países, as duas longas-metragens têm títulos distintos, que as fazem ser distinguidas facilmente.

Este “Guerreiros da Montanha” – versão ’83, é considerado com muita propriedade, o progenitor de todos os filmes de Hong Kong que se reconduzem ao subgénero de fantasia de artes marciais. O próprio Tsui Hark recrutou elementos ocidentais da equipa técnica de “Guerra das Estrelas” para o auxiliarem nos arrojados efeitos especiais que se pretendiam fazer, e que eram absolutamente uma novidade no cinema de Hong Kong da altura.

E é precisamente na novidade e no mérito artístico que o filme dá cartas. Os efeitos são razoavelmente bons, e conjuntamente com os cenários dão uma saudável aura mística e de heroísmo mitológico à película. Claro que ao espectador de hoje, parecerão tremendamente arcaicos e sem nexo nenhum, mas temos de ter sempre presente que “Guerreiros da Montanha” viu a luz do dia há 24 anos. Forçosamente as coisas terão de ser analisadas desse prisma temporal.

"Luta épica nos céus"

Infelizmente e à semelhança do seu homónimo mais recente, os aspectos visuais são das poucas coisas que se aproveitam deste filme. Pelos vistos, 18 anos depois Tsui Hark viria a cair no mesmo erro. A estória, embora baseada na rica literatura mitológica chinesa, é deveras incongruente, pobremente desenvolvida, chegando ao ponto de por vezes não apresentar nexo nenhum. Não é um mal que se possa assacar apenas a esta obra, pois principalmente na década de ’80 e inclusive de ’90, não era raro os filmes de artes marciais e afins de Hong Kong se preocuparem quase exclusivamente com a acção, desprezando os aspectos mais argumentativos.

O problema é que nem a acção salva esta película. Com intérpretes tão capazes de nos oferecerem momentos únicos no que toca aos aspectos mais físicos da representação (alguém ousará questionar as capacidades de Yuen Biao ou Sammo Hung???), nada de relevante ocorre neste particular. A acção fica quase sempre a cargo dos já referidos efeitos especiais e do uso abusivo de guindastes. Quem já se deu ao trabalho de ler os meus textos com um mínimo de atenção, sabe que eu nada tenho contra o uso destes acessórios por forma a abrilhantar o filme, ou não fossem as minhas películas asiáticas favoritas, os “new ages” “Herói” e “O Tigre e o Dragão” (com todo o respeito que me merecem outras excelentes obras asiáticas de gerações mais antigas). Mas mesmo nestes filmes, notamos claramente algum trabalho físico e alma posto na tela pelos intervenientes. Ora, em “Guerreiros da Montanha”, este aspecto foi claramente descurado, e tirando os aspectos visuais, ficamos com um invólucro bonito, mas completamente oco por dentro. É essa a verdade!

“Guerreiros da Montanha” valerá quase exclusivamente pela nova era e diferente abordagem (quer se goste da mesma ou não) que iniciou na cinematografia de Hong Kong, e que posteriormente inspiraria de alguma forma filmes como a boa trilogia “A Chinese Ghost Story”, ou o péssimo “Dragon Chronicles”. Terá ainda um aliciante adicional que passará por vermos uma jovem Brigitte Lin a se iniciar praticamente no mundo dos filmes das artes marciais. O resto não será com certeza para relembrar…

Salva-se a experiência histórica!

"Tendo por fundo um cenário de sonho, os heróis deparam-se com a condessa pela primeira vez"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 6

Argumento - 6

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 6,75






4 comentários:

Sara F. Costa disse...

Olá! Vou deixar um link do teu blog no meu e assim que for oportuno peço também para porem um link dele no blog do meu curso! (línguas e culturas orientais) bjs e continuação de bom trabalho!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá annabel lee!

Foi uma agradável surpresa descobrir que em Portugal anda a ser estudada a cultura oriental a sério na Universidade do Minho!

Agradeço bastante a atenção ao colocares um link para o meu blogue!

Só tenho a agradecer os elogios feitos a este pequeno espaço, e esperar sinceramente que tu e os teus colegas apareçam aqui mais vezes!

Jinhos,

Blueminerva disse...

Confesso que só à pouco tempo descobri o cinema asiático... e foi através do meu irmão, um admirador do cinema asiático, que vi o Heroi, 2046, O segredo dos punhais voadores e pouco mais. Mas tenho de referir, que sempre que visito este espaço fico com tentações de ir à fnac!
bjs

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Eh Eh Eh,ainda bem que assim o é, pois é sinal que este blogue tem cumprido minimamente a sua missão!

Se algum dia tu ou o teu irmão precisarem de uma opinião acerca de um filme que não esteja aqui criticado, mandem um mail, que terei prazer em responde-lo.

No restante, só tenho a agradecer os elogios!

Cumprimentos cinéfilos!