"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

sexta-feira, março 26, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Rina Akiyama







Mais informações sobre esta beldade do país do sol nascente AQUI.


quinta-feira, março 25, 2010

Parceria entre o My Asian Movies e o Espaço Mini Eco Bar arranca hoje no Funchal


"Motivos fantásticos, marcados por ciência histórica e momentos sentimentais integram "Azumi, a Assassina", um filme de Ryhuei Kitamura, que irá abrir hoje, pelas 22 horas, o ciclo "My Asian Movies", no Mini Eco Bar, Funchal.
Na figura principal está Aya Ueto, actriz e cantora, para além de ser uma das mulheres mais bonitas do Japão. E o filme integra o "Chambara", um género que inclui as produções do sabre japonês (arma associada normalmente aos samurais), com uma vertente contemporânea, porque o argumento foi baseado numa "manga" (história de banda-desenhada). A selecção de "Azumi, a Assassina" - a primeira de muitas nos próximos tempos - é uma escolha de Jorge Soares, um madeirense apaixonado pelo cinema em geral, e pelo asiático em particular. E, por via disso, criou no dia 25 de Abril de 2006, o blogue "My Asian Movies". Nesse espaço, cujo objectivo é a análise ao cinema asiático, encontram-se todos os géneros, incluindo, animação. E em 4 anos, o "My Asian Movies" tornou-se num blogue de referência."
In Diário de Notícias da Madeira, edição de 25 de março de 2010, suplemento "5 sentidos"
Estão todos convidados :) !

terça-feira, março 23, 2010

Akira Kurosawa - 100 anos

Quem aceder ao motor de busca do "Google" hoje, deparar-se-á com uma bonita e mais do que merecida homenagem ao mestre do cinema japonês e seu expoente máximo Akira Kurosawa, que nasceu há precisamente 100 atrás. Efectivamente, um dos maiores realizadores da sétima arte de todos os tempos, deixou órfão todos aqueles que apreciam a pura arte transposta para a tela. Em tempos, esbocei uma biografia do "sensei" que poderão consultar AQUI.

domingo, março 21, 2010

Last Life in the Universe/Ruang rak noi nid mahasan - เรื่องรัก น้อยนิด มหาศาล (2003)

Capa

Origem: Tailândia

Duração aproximada: 112 minutos

Realizador: Pen-Ek Ratanaruang

Com: Tadanobu Asano, Sinitta Boonyasak, Laila Boonyasak, Yutaka Matsushige, Riki Takeuchi, Takashi Miike, Yoji Tanaka, Sakichi Sato, Thiti Rhumorn, Junko Nakazawa

Kenji

Kenji”

Sinopse

“Kenji” (Tadanobu Asano) é um bibliotecário japonês, com tendências suicidas e uma mania obsessiva por limpezas, que vive em Banguecoque. O seu quotidiano sofre um abalo quando o seu irmão “Yukio” (Yutaka Matsushige), um “yakuza”, foge para a capital da Tailândia, de forma a escapar à ira do seu patrão, por ter dormido com a filha deste. “Yukio” esconde-se no apartamento de “Kenji”, e cai no erro de confiar em “Takashi” (Riki Takeuchi), uma decisão que lhe sai caro.

Noi 2

Noi”

“Kenji”, devido à insensatez do irmão, vê-se obrigado a fugir. O homem conhece “Noi” (Sinitta Boonyasak), uma típica rapariga vivida de Banguecoque, e pede-lhe para ficar na casa dela. Uma relação fora do normal começa a desenvolver-se entre o casal, algo que não podemos definir como amor ou amizade, mas quase como uma terceira via.

Casal

Apaixonados?”

Review”

Quando se junta um realizador com uma extrema sensibilidade como o tailandês Pen-Ek Ratanaruang, um enorme mestre da imagem como Christopher Doyle e um actor de notáveis predicados como Tadanobu Asano, estão reunidas as condições para obtermos um produto cinematográfico de elevada qualidade. Certo é que, infelizmente nem sempre é assim, como tive a oportunidade de partilhar no texto que elaborei a propósito de “Invisible Waves”. Contudo, no que concerne a “Last Life in the Universe”, o filme que me proponho agora a analisar um pouco, o resultado é francamente melhor. Esta obra fez furor em alguns certames de cinema ocorridos na Ásia e até na Europa, onde Tadanobu Asano viria a vencer um prémio na qualidade de actor, atribuído no Festival Internacional de Veneza – edição de 2003.

“Um dia o lagarto acordou, e apercebeu-se que estava sozinho nesta terra”. Assim começa o livro infantil japonês denominado “The Last Lizard”, e esta frase praticamente que dá o mote a “Last Life in the Universe”. Somos confrontados, através dos caminhos tortuosos da vida, com um casal, “Kenji” e “Noi”, que possuem personalidades bastante distintas. Ele é obsessivo com a correcta ordem das coisas, ela é espontânea e desliga-se de comportamentos que induzam a qualquer tipo de planeamento; ele é um maníaco da limpeza, ela vive num ambiente onde tudo se encontra por arranjar ou arrumar; ele é introvertido, ela adora falar, não tendo pejo em partilhar as suas experiências. No entanto, e desculpe-se o costumeiro “cliché”, os opostos atraem-se e isso que aqui acontece. Não se pense que estamos perante um argumento redutor e simplista, como o acima parece indicar e onde já tivemos oportunidade de observar em tantas obras de duvidosa qualidade. “Last Life in the Universe” é uma malha de pormenores e detém uma abordagem muito significativa e marcante da natureza humana.

Nid atropelada

Nid, a irmã de Noi, é atropelada”

Tadanobu Asano demonstra mais uma vez que é, sem margem para qualquer dúvida, que joga na divisão maior dos intérpretes asiáticos. Em “Last Life in the Universe”, o actor japonês irradia, como lhe é habitual, um carisma puro e dá azo a mais uma excelente actuação, entre as várias que constam no seu currículo. No papel do obsessivo “Kenji”, Asano consegue dar corpo a uma personagem fascinante que nos capta a atenção e desperta a curiosidade desde o início. E mais. Muito nos faz reflectir acerca de nós próprios, da pureza dos nossos sentimentos e das várias sensações que inundam a nossa mente, perante as mais diversas situações da vida. E de uma forma que, arriscaria a afirmar camaleónica, confunde-nos nas conclusões e faz-nos questionar acerca das motivações, tanto de “Kenji”, como até de nós próprios. O grande mérito da tailandesa Sinitta Boonyasak é conseguir uma química apreciável com Asano. Contudo, existe espaço para a actriz destilar uma saudável energia, em contraponto a um Asano mais filosófico e propositadamente tímido. E concluímos que nada de artificial é transmitido pela dupla, mas tudo do mais natural possível, como respirar, comer, dormir, olhar e, talvez, amar.

O realizador Pen-Ek Ratanaruang tem um instinto muito elevado para o detalhe, e isso é transposto completamente para a tela. O resultado do grande sentido de estética e sensibilidade de Ratanaruang, é a criação de um mundo à parte, semelhante a um sonhar acordado e de uma beleza brutal. Muito ajuda ser auxiliado por Christopher Doyle, um dos grandes responsáveis pelo opinião globalmente positiva que tenho acerca desta obra. A fotografia explanada, a cargo desta verdadeira lenda viva, é de uma beleza admirável e por vezes de tirar verdadeiramente a respiração, o que contribui para adensar ainda mais o ambiente que norteia “Las Life in the Universe”.

Não estamos perante uma clássica história de amor, ou melhor, nem sabemos se estamos perante uma história de amor, tal é o manancial de sensações incomuns que nos é dado a observar. É preciso reconhecer, de certa forma, que não estamos perante uma película de fácil apreensão, sendo dada a interpretações diversas. No entanto, não restam dúvidas que estamos perante um filme eivado de uma beleza muito singular. E embora entremos no domínio do contemplativo e da reflexão, “Last Life in the Universe” não é uma obra que reputemos de chata, ou que nos provoque uma súbita vontade em adormecer. Pelo exposto, só me resta aconselhar vivamente que vós, sem qualquer tipo de pruridos ou rodeios, embrenhem-se no mundo dos sentimentos e da beleza exteriorizada por esta longa-metragem competente de um dos melhores realizadores tailandeses da actualidade. Significativo e poético!

Lagarto

The last lizard on earth”

imdb 7,7/10 (5.322 votos) em 21 de Março de 2010

Outras críticas em português:

  1. Art is Fucking Dead
  2. bitlogger!

Avaliação:

Entretenimento – 7

Interpretação – 9

Argumento – 9

Banda-sonora – 7

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 8

Mérito artístico – 9

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8

 

terça-feira, março 16, 2010

“Testemunhos” de Sérgio Andrade (“Kino Crazy”)

Templo Zu Lai 031

O convidado desta semana é Sérgio Andrade, o administrador do excelente blogue brasileiro “Kino Crazy” (para aceder, clicar na foto acima, onde se pode ver o Sérgio no conhecido templo Zu Lai). Gosto especialmente de trocar ideias com este entrevistado e visitar o seu espaço, pois o Sérgio é dotado de uma vasta cultura cinematográfica, que se estende por bastantes géneros de cinema, sobre os quais encontramos sempre uma opinião significativa e muito fundamentada. Por isso, aconselho vivamente a descobrirem o espaço deste amante de cinema que sabe do que fala.

Abaixo fica o resultado da entrevista. 

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Sérgio Andrade: Creio que seja uma sensibilidade particular na compreensão do ser humano, a coragem em abordar assuntos polêmicos, um modo de observar o mundo bem diverso do nosso, ocidentais.

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

S.A. : Além do que disse na pergunta anterior, me fascina também toda a parte técnica: os enquadramentos, a utilização da música, das cores, cenários, figurinos, o modo de interpretação dos atores e, last but not least, a beleza das mulheres orientais.

“M.A.M.”:  Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

S.A. : Tenho quase certeza que foi “Mothra”, como é conhecido no ocidente o filme de monstro “Mosura”, de Ishirô Honda. Vi quando tinha uns 6 anos e nunca mais revi, mas me impressionou de tal forma que ainda lembro de várias cenas, como as diminutas irmãs gêmeas cantoras ou a lagarta gigante destruindo a cidade com o bater das asas.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

S.A. : Apesar de não ter mais a mesma força que tinha até uns 20 anos atrás, minha cinematografia oriental favorita continua sendo a japonesa, que ainda consegue revelar diretores de raro talento como Kiyoshi Kurosawa, Sion Sono, Takashi Miike e outros.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

S.A. : Quando me fazem esse tipo de pergunta sempre digo que gosto de Cinema, o que equivale dizer que me identifico com filmes de todos os gêneros, desde que sejam bons, claro rsss!

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

S.A. : Caramba, Jorge, essa é difícil...Por que não 50? Ou 500? Mas vamos lá (em ordem alfabética de título no Brasil):

Os Amantes Crucificados (Chikamatsu Monogatari) – Kenji Mizoguchi

Era uma vez em Tóquio (Tokyo Monogatari) – Yasujiro Ozu

O Império dos Sentidos (Ai no Korida) – Nagisa Oshima

O Mundo de Apu (Apur Sansar) – Satyajit Ray

O Profundo Desejo dos Deuses ( Kamigami no Fukaki Yokubo) – Shohei Imamura

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

S.A. : Shohei Imamura

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

S.A. : Chishu Ryu, o alter ego de Ozu e Gong Li, a musa de Zhang Yimou.

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

S.A. : Sobrevalorizado: Ashes of Time (Redux ou não), de Wong Kar Wai .

Subvalorizado: Invisible Waves, de Pen-Ek Ratanaruang.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

S.A. : A cidade de São Paulo tem uma grande colônia japonesa, concentrada em sua maior parte no bairro da Liberdade. Foi assim que, entre o final da década de 40 e início dos anos 80 do século passado, São Paulo se transformou no paraíso do cinema japonês. As grandes companhias produtoras como Toho, Shochiku e Nikkatsu abriram salas na Liberdade, onde lançavam seus filmes às vezes com apenas alguns meses depois da estréia no Japão. Nos primeiros anos os filmes eram lançados sem legendas, mas com a profissionalização do setor começaram a ser legendados. Eram quatro ou cinco cinemas voltados exclusivamente para o filme  japonês (Niterói, Nippon, Jóia, etc.). Dessa forma muitos cineastas, como Yasujiro Ozu, p.ex., foram descobertos por nossa crítica muito antes da consagração na Europa ou nos EUA. O cinema japonês também exerceu grande influência nos diretores paulistanos, como Walter Hugo Khoury, e quase todo pessoal do movimento chamado “Cinema Marginal”, de Carlos Reichenbach à João Callegaro, de Ozualdo Candeias à João Silvério Trevisan.

Nos anos 80, com o surgimento do videocassete e a mudança de comportamento da nova geração a frequência às salas foi diminuindo e no final da década todos aqueles cinemas estavam fechados. Durante algum tempo foram pouquíssimos os filmes orientais que estrearam por aqui. Hoje em dia a coisa melhorou um pouco, temos recebido filmes japoneses, chineses, coreanos e até tailandeses, mas em sua maioria são filmes de gênero (terror, principalmente). Assim, temos pouco contato com o que de melhor tem sido feito no cinema oriental. Então, respondendo a sua pergunta, ainda há muito para fazer.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

S.A. : Se você gosta de cinema ou tem curiosidade em saber como é a vida no oriente, você só poderá se enriquecer com as lições de arte e vida dadas pelo cinema oriental.

domingo, março 07, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Hitomi Shimatani








Mais informações sobre esta bela cantora "J-Pop", já com algumas incursões no mundo do cinema, AQUI.

quinta-feira, março 04, 2010

Kamikaze Girls/Shimotsuma Monogatari - 下妻物語 (2004)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 102 minutos

Realizador: Tetsuya Nakashima

Com: Kyoko Fukada, Anna Tsuchiya, Hiroyuki Miyasako, Sadao Abe, Eiko Koike, Shin Yazawa, Hirotaro Honda, Kirin Kiki, Ryoko Shinohara, Yoshinori Okada

Momoko

Momoko”

Sinopse

“Momoko” (Kyôko Fukada) é uma rapariga de 17 anos, que se encontra farta da monotonia de Shimotsuma, a cidade onde vive, e abraça a cultura “lolita” que passa por ter uma adoração total pelo período francês do Rococó e por se vestir em consonância. Esta postura de “Momoko” faz com que ela esteja completamente desenquadrada do meio em redor. A coisa mais entusiasmante que acontece na sua vida, é quando a jovem se dirige à loja “Baby, the Stars Shine Bright”, uma boutique em Tóquio que cultiva o estilo que “Momoko” tanto aprecia.

Ichigo

Ichigo”

Precisando de dinheiro para alimentar o seu dispendioso gosto, “Momoko” põe à venda as imitações de roupa da Versace e da Universal Studios pertencentes ao seu pai, um “gangster” frustrado. Em virtude disto acaba por se deparar com uma cliente fora do comum, “Ichigo” (Anna Tsuchiya), uma motoqueira histérica e com devaneios de loucura. Devido a este evento, a vida de “Momoko” dá uma volta de 180 graus. Uma amizade peculiar nasce entre as duas raparigas, e ambas se metem em situações alucinadas, mas que mudará, de certa forma, a maneira como ambas encaram a vida.

Momoko, o dono da Baby

Momoko adulada pelo estilista e dono da Baby, the Stars Shine Bright”

Review”

Baseado numa “light novel” de Novala Takemoto, “Kamikaze Girls” teve uma passagem pela “manga”, antes de chegar ao grande ecrã, no formato que ora se tentará analisar um pouco. A película teve um sucesso bastante razoável no seu país de origem, o Japão, e venceu vários galardões em festivais de cinema entre-portas. Pessoalmente, nunca imaginei que viesse apreciar tanto esta obra como efectivamente aconteceu. E isso explica-se por uma série de factores conjugados que, em suma, passarão pelo aura muito irreverente que norteia esta longa-metragem, assim como a miríade de cores psicadélicas, a surpresa que certas cenas nos causam, a animação que surge inesperadamente, a loucura que domina certas personagens e a trama que flui com um ritmo impressionante.

Muita da força de “Kamikaze Girls” reside no excelente duo protagonizado pelas actrizes Kyoko Fukada e Anna Tsuchiya. Não só pela interpretação, mas igualmente pela química que nasce entre as duas e inunda o ecrã. Fukada e Tsuchiya são um par de belas actrizes que nos cativam com uma facilidade tremenda. Tsuchiya encarna muito bem o papel da rebelde “Ichigo”, que no fundo é uma pessoa que irradia sentimentalismo por todo o lado, embora bem faça por escondê-lo. Os momentos mais cómicos ficam muito a seu cargo, e a actriz demonstra uma versatilidade saudável. Pense-se no “flashback” que ocorre acerca da meninice de “Ichigo”, em que Tsuchiya tem de representar de uma forma completamente diversa, e que entretém imenso. Se me permitem um à parte, a actriz tem uma voz dotada de uma sensualidade brutal, principalmente quando tem os seus ataques de fúria. Por sua vez, Fukada complementa muito bem a personagem de Tsuchiya, desempenhando o papel da rapariga mais frágil com um gosto fora do vulgar. A “complementaridade” aqui invocada poderá gerar algum desacordo, até porque a maior parte daqueles que analisaram “Kamikaze Girls”, tende a situar “Momoko”, interpretada por Fukada, como a personagem central do filme. E efectivamente assim o parece ser à primeira vista. Mas nem que seja pelo facto de as cenas protagonizadas por Tsuchiya terem mais brilho e intensidade, eu serei obrigado a ir pelo diapasão da contra-corrente.

Momoko atropelada

“Um atropelamento aparentemente fatídico”

“Kamikaze Girls” é daqueles filmes que apetece muito adjectivar. É louco e por vezes doentio, mas com imensa piada, sendo igualmente profusamente imaginativo e dominado por um surrealismo e excentricidade adorável. Possui um ritmo contagiante e animador, que consegue embrenhar o espectador na história pouco ortodoxa das raparigas, sem nunca cansar. Um quase perfeito “feel good movie”, dotado de grande virtuosidade. Mistura comédia, drama, irreverência juvenil, o absurdo, mas igualmente muito pulmão e coração. Pessoalmente, posso afirmar que me senti muito animado, após a conclusão do visionamento desta obra refrescante e muito divertida. E a chave para apreciar esta película como deve ser, é não levá-la muito a sério. Também tem o seu lugar!

Muito aconselhável para as mentes mais abertas e despreocupadas, ou simplesmente, para aqueles que necessitam de descontrair!

As duas amigas 3

As duas amigas”

imdb 7,3/10 (2.419 votos) em 4 de Fevereiro de 2010

Outras críticas em português:

  1. Cineasia

Avaliação:

Entretenimento – 9

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 9

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

 

quarta-feira, março 03, 2010

Testemunhos de Miguel Teixeira (“O Lado B da Vida”)

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O convidado desta semana é Miguel Teixeira, o administrador do blogue “O Lado B da Vida” (carregar na imagem supra para aceder), um espaço de reflexão pessoal que nos dizeres do próprio entrevistado se inspira na dualidade da nossa existência e das experiências que vivemos. “Porque na vida nem tudo é branco ou preto, bom ou mau, verdade ou mentira. Porque a vida não tem necessariamente de ser aquilo que parece (…) – Miguel Teixeira dixit. O Miguel é um apreciador de cinema asiático, principalmente do drama sul-coreano, e tem sido uma presença assídua e bem-vinda no “My Asian Movies”. Aproveitem e visitem “O Lado B da Vida”, pois possui uma variedade de assuntos muito interessante, entre os quais, o cinema.

Abaixo fica o resultado da entrevista.

“M.A.M.”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Miguel Teixeira : Basicamente uma extrapolação dos sentimentos levados quase ao limite, tanto no drama como na comédia e alguma pureza por vezes inocente e infantil que raramente encontramos nos blockbusters ocidentais.

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

M.T. : Tudo o que mencionei na resposta anterior, como se ainda fosse possível assistir a bom cinema ainda não corrompido pelos grandes interesses comerciais, mais preocupados com receitas de bilheteira ou com o egocentrismo pseudo-intelectual de certos realizadores. Não se entende o cinema asiático, sente-se.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

M.T. : O “Tigre e o Dragão” e “Herói”, que foram aliás os precursores de uma maior aposta por parte das distribuidoras em relação ao cinema oriental. Aliás, odiei esse primeiro contacto. Felizmente fui perseverante, mas o mercado nacional ainda continua a apostar muito nesse género de filmes, quando há muito e excelente cinema de géneros distintos, que infelizmente não chegam ainda ao grande público.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

M.T. : A da Coreia do Sul, talvez por terem sido daí os primeiros filmes que me envolveram sobremaneira, embora tenha começado há pouco a descobrir e a apreciar filmes de outras nacionalidades como o Japão e mesmo Taiwan ou a Índia, musicais à parte.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

M.T. : Alguma comédia mas sobretudo drama e romance. A maior parte dos filmes asiáticos consegue mesclar na perfeição esses três géneros passando de um para o outro e com igual intensidade, quase sem darmos por isso.

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

M.T. : Já sei que vou ser injusto para com alguns dos meus favoritos, mas assim à cabeça diria: "A Moment to Remember", "Polícia em Fúria", "Windstruck", "Love Me Not" e "A Millionaire's First Love", entre tantos outros.

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

M.T. : Kwak Jae-Yong.

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

M.T. : Jackie Chan, entre os actores, e uma escolha difícil entre elas, com Vicki Zhao Wei, Jeon Ji-Hyeon ou Moon Geun-Young, com uma ligeiríssima vantagem para a primeira.

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

M.T. : Sobrevalorizado e segundo uma opinião muito pessoal "O Tigre e o Dragão", apesar de ter recuperado de certa forma o cinema oriental aos olhos do ocidente. Já subvalorizado é complicado dizer, já que boa parte dos meus preferidos nunca teve edição em Portugal. Talvez "A Moment To Remember".

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

M.T. : Há muito por fazer, porque a maior parte das pessoas ainda identifica o cinema oriental com o género wuxia ou o de terror, o que obviamente limita o número de apreciadores. Devia haver uma maior aposta, assim como no cinema brasileiro. No entanto, é de louvar algumas pedradas no charco como o lançamento do excelente “Windstruck” (“Sempre ao Teu Lado”, na versão nacional).

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

M.T. : Arriscar e ser perseverante. Eu não me arrependi.