"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

segunda-feira, maio 31, 2010

Peking Opera Blues/Do ma daan – 刀馬旦 (1986)

Capa

Origem: Hong Kong

Duração aproximada: 104 minutos

Realizador: Tsui Hark

Com: Brigitte Lin, Cherie Chung, Sally Yeh, Kenneth Tsang, Wu Ma, Paul Chun, Mark Cheng

Ling e Cao Wan

“Ling e Cao Yan”

Sinopse

Em 1913, o general Yuan Shikai tomou o poder após a queda da monarquia ilustrada na dinastia Qin. Yuan precisa de uma grande quantidade de dinheiro proveniente dos governos europeus para se manter no poder, e o general “Cao” (Kenneth Tsang) ajuda-o a tomar providências para segurar os empréstimos. Contudo, a filha de “Cao”, “Cao Yan” (Brigitte Lin) está aliada aos rebeldes que se opõem à ditadura militar, e conspira para furtar ao pai os documentos que comprovam o negócio com as potências ocidentais.

Sheung Hung

“Bai Niu”

Durante o seu plano para sonegar ao pai os acordos que titulam os empréstimos, “Cao” inesperadamente conhece duas mulheres. Uma é “Bai Niu” (Sally Yeh), a filha de “Wong” (Wu Ma), que dirige uma companhia de ópera chinesa, onde só são admitidos homens em respeito pela tradição. “Bai” não se conforma com este costume, pois ela adora representar e adoraria ser uma actriz profissional. A outra companheira que não estava nos planos é “Hong” (Cherie Chung), uma fura-vidas que se embrenha na companhia de ópera, de maneira a recuperar uma caixa cheia de jóias de grande valor. As três mulheres envolvem-se ainda mais na intriga política, quando travam conhecimento com o espião “Ling” (Mark Cheng), e todos juntos travam uma luta para evitar que o regime corrupto que domina a China leve a sua avante.

Hong

Hong”

Review”

Quando existem referências às grandes obras produzidas pelo cinema de Hong Kong, e foram muitas, em quase todas aparecerá inapelavelmente “Peking Opera Blues”, considerado um dos expoentes máximos do conhecidíssimo Tsui Hark. Efectivamente, um dos pontos fortes desta película passa pela grande e feliz mistura de géneros, que o realizador de origem vietnamita conseguiu urdir. O filme encontra-se imbuído de referências históricas de um período importante e delicado da história chinesa, assim como passeia pelos caminhos da intriga política, do drama, do romance, deambulando ainda pela comédia e uma dose apreciável de acção.

Efectivamente, o período onde decorre a trama de “Peking Opera Blues” é deveras interessante para aqueles que se interessam e apreciam a componente da ciência histórica na sétima arte. Como já foi aflorado na sinopse, a China vivia uma altura onde a monarquia milenar tinha tombado há poucos anos, e o general Yuan Shikai tinha tomado o poder, governando como o primeiro Presidente da República. A questão é que Shikai enveredou por uma orientação autocrática, tendo a certa altura tentado reviver o império chinês, onde chegou a declarar-se imperador. Esta atitude revelou ser potenciadora de rebeliões, um pouco por todo o Império do Meio, onde se revelou nesta altura o conhecido Sun Yat Sen. É pois nesta época conturbada, retratada por Tsui Hark com algum rigor e espectacularidade, que decorre a acção desta longa-metragem.

As 3 amigas

As 3 aventureiras”

Feito o pequeno enquadramento histórico, o pano de fundo da trama decorre essencialmente na ópera chinesa, onde é denotada uma abordagem muito interessante, como momentos muito apreciáveis. Mas onde existe um “glamour” muito próprio e associado a esta arte, igualmente há lugar para a paródia. Os homens por vezes parecem muito efeminados (relembramos que às mulheres naquela altura não era permitido representar) assim como por sua vez as raparigas têm de se fazer passar por homens, de forma a que lhes seja dada a oportunidade de actuar num palco. A acção, a cargo do quase insuspeito Ching Siu Tung, tem momentos verdadeiramente espectaculares, quer a nível do domínio das artes marciais, como dos duelos com armas de fogo. O entretenimento, com margem para dúvidas mínimas está bem conseguido. Por sua vez, a caracterização da época e das personagens, constitui um dos pontos fortes de “Peking Opera Blues”. Tudo cuidado, com muito atenção aos pormenores e um guarda-roupa portentoso, em especial as vestes dos intérpretes da ópera chinesa.

Os actores exibem-se no plano que lhes é exigido e pouco mais. No entanto, e não obstante ser conhecida a minha admiração pessoal pela actriz, a verdade é que Brigitte Lin mais uma vez marca a sua presença e destaca-se dos restantes intervenientes. A versátil actriz de Hong Kong, que muitos clamam pelo seu regresso, confere uma personalidade muito própria a “Cao Yan”, a filha rebelde do general, e ainda tem tempo para dar um ar da sua graça no que mais a celebrizou nos filmes, ou seja, a exibição de artes marciais.

Apesar de não concordar com aqueles que colocam “Peking Opera Blues” como uma das melhores películas de sempre do espectro de Hong Kong, forçosamente terá de ser admitido que estamos perante uma longa-metragem com uma qualidade acima da média e que terá de constar na galeria dos filmes notáveis da região administrativa chinesa, nem que seja pela sua importância histórica. A sua miscigenação feliz de predicados assim o exige, e nós na qualidade de fãs, nada temos a opor.

A conferir!

Ópera chinesa

Fabulosa caracterização na ópera chinesa”

imdb 7.6 em 10 (969 votos) em 31/05/2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 7

Guarda-roupa e adereços – 9

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,63

 

2 comentários:

Dewonny disse...

Olá Jorge!
Ainda ñ tinha conhecimento desse filme!
Obrigado pela dica!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Filme muito aceitável Diego.

Vale a pena conferir!

Abraço!