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sexta-feira, maio 01, 2009

The Restless/Joong-cheon - 중천 (2006)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 105 minutos

Realizador: Jo Dong-ho

Com: Jung Woo-sung, Kim Tae-hee, Hur Jun-ho, Park Sang-wuk, Kim Kwang-il, Yoo Ha-joon, Park Jeong-hak

"Yi Gwak"

Sinopse

No ano de 924, no ocaso da dinastia Silla, “Yi Gwak” (Jung Woo-sung) é um “Chuyongdae”, a denominação coreana que serve para designar um caçador de demónios. Após livrar uma aldeia de três seres do outro mundo que infernizavam a vida dos habitantes, inesperadamente vê-se transportado para “Midheaven”, um lugar celestial onde as almas têm de aguardar 49 dias até reencarnarem outra vez. Aí “Yi Gwak” trava conhecimento com “So-hwa” (Kim Tae-hee), uma divindade que está incumbida de uma tarefa fundamental. Ela tem de depositar uma pedra sagrada na “piscina da reflexão”, de modo a impedir que os espíritos maléficos obstem a que as almas possam reencarnar.

"So-hwa"

“Yi Gwak” imediatamente sente-se no dever de ajudar “So-hwa”, mas por razões do coração. A rapariga é na realidade o seu amor de sempre “Yon-hwa”, que foi injustamente executada sob a acusação de convocar espíritos e ver fantasmas. Acontece que “So-hwa”, devido ao seu estado espiritual não se lembra da sua vida passada e em consequência não faz a mínima ideia de quem é “Yi Gwak”, deixando este desolado. Para piorar a situação, os inimigos de “So-hwa” são os antigos companheiros “Chuyongdae” de “Yi Gwak”, que pretendem pôr fim a tudo o que signifique uma existência humana. Dividido nas suas lealdades, “Yi Gwak” terá de lutar contra os que outrora considerou irmãos, em ordem a que “So-hwa” possa salvar tanto o céu como a terra.


"Lord Ban-chu"

"Review"

“The Restless”, à partida, é um filme claramente dirigido para os fãs dos efeitos especiais, das imagens geradas por computador (CGI), do épico, do extremo uso dos guindastes e do romance. Estes condimentos, quando bem misturados, em potência têm a capacidade para gerar películas inesquecíveis para os cultores do género, nos quais de certa forma me incluo. Convenhamos que nos últimos anos, não fomos bafejados pela sorte neste particular, onde o expoente máximo da frustração redundou num quase miserabilista “The Promise”, de Kaige Chen.

No início, tudo parece que irá correr pelo melhor, e a nível da beleza e do “arregalar os olhos” “The Restless” não defrauda mesmo nada. A acção também mantém-nos em sentido, com momentos bem coreografados e lutas interessantes, embora claramente irrealistas. Mas daí estamos a falar de uma fantasia com motivos mitológicos bastante acentuados, por isso é perfeitamente natural que assim suceda e nada destoe. É por este motivo que o valente e habilidoso “Yi Gwak” consegue lutar sozinho contra centenas de demónios de uma só vez, num cenário e ambiente que de certa forma fez lembrar a cena do confronto entre os exércitos de “A Maldição da Flor Dourada” (“Curse of the Golden Flower”), embora no caso de “The Restless” o ambiente seja mais obscuro. Destaque ainda para dois combatentes que aparecem na película, e que possuem umas correntes que lhes saem das costas, ao melhor estilo de “Shun”, o cavaleiro de Andrómeda, do popular e maravilhoso “anime” “Cavaleiros do Zodíaco”. O argumento não é bastante feliz, com pouca originalidade e até com alguma confusão à mistura, o que pode fazer com que o espectador se perca por momentos. Existe algo de redutor na trama, onde despontam factores para os quais não é facultada quase ou nenhuma explicação. Tudo gira basicamente em torno de duas premissas: a demanda da pedra sagrada e os constantes esforços de “Yi Gwak” no sentido de convencer “So-hwa” que esta foi outrora a sua amada. Os restantes componentes laterais da história são muitas vezes postos de lado, o que fragiliza imenso esta obra.

"Um acto de ternura"

A interpretação dos actores afigura-se mediana, com os seus altos e baixos. Jung Woo-sung tem um carisma especial para interpretar tanto personagens românticas (pense-se em “A Moment to Remember”), como figuras épicas como no caso do fantástico “Yeo-sol”, em “Musa, the Warrior”. O que se pede aqui a Woo-sung é que seja um pouco de ambos. Em certas alturas da película, o actor consegue cumprir e oferecer bons momentos. Mas confesso que quando a personagem de “Yi Gwak” entra num pranto desesperado, onde metade do tempo limita-se a gritar pela amada “Yon-hwa”, no início enternece, depois só apetece esganar o herói. O exagero não resulta aqui bem, isto é um facto assente. Por sua vez, e no respeitante a Kim Tae-hee, estamos perante uma cara bonita, não haja dúvida nenhuma quanto a isto. No entanto, a actriz aqui padece de alguma falta de ecletismo representativo atendendo a que vemos cinco minutos da sua actuação e concluimos que nada mais há a descobrir. Uns choros, umas poses frágeis (embora encantadoras) e pouco mais. Hur Jun-ho, o mau da fita é que acaba por ser o que aparece em melhor plano e tal se deve muito ao seu ar circunspecto e frio, ideal para alguns papéis de vilão.

Com um generoso orçamento de 10 milhões de dólares, que com certeza foi quase todo despendido nos bons efeitos especiais, e uma aura “à la Zu Warriors”, de Tsui Hark, “The Restless” é um típico caso em que o estilo supera profundamente a substância. Os cenários são maravilhosos, lembrando de certa forma e com as devidas diferenças e distâncias, “O Senhor dos Anéis”. A banda-sonora ajuda a aura mítica e épica que o filme procura transmitir. No entanto, e à semelhança de muitos aspectos da vida, fica-se essencialmente pelas aparências e pouco mais. Um filme ideal para os cultores da fantasia menos exigentes.

"Cercado"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7





2 comentários:

Dewonny disse...

Bom filme, gostei da história e dos efeitos especiais bem interessantes, num todo, esperava mais antes de assistir, mas acabei ficando bem satisfeito!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

O filme é engraçadp, mas confesso que esperava mais!

Um abraço!