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quinta-feira, agosto 06, 2009

Blood: O Último Vampiro/ Blood: The Last Vampire (2009)

Origem: Hong Kong/Japão/França/Argentina

Duração: 91 minutos

Realizador: Chris Nahon

Com: Jun Ji-hyun (Aka Gianna Jun), Koyuki, Allison Miller, Liam Cunninghan, JJ Feild, Yasuaki Kurata, Larry Lamb, Andrew Pleavin, Liu Lei, Michael Byrne, Colin Salmon, Masiela Lusha, Ailish O'Connor, Constantine Gregory

"Saya"

Sinopse

Desde há centenas de anos atrás, uma guerra grassa entre os humanos e uma raça de demónios sedenta de sangue. Em pleno século XX, mais propriamente em 1970, os demónios parecem ter uma actividade muito intensa na base área de Yokota, uma instalação militar do exército norte-americano, situada no Japão. A razão para tal, parece prender-se com o retorno de “Onigen” (Koyuki), o líder máximo dos seres sobrenaturais e o seu elemento mais poderoso. O “Conselho”, uma organização que se dedica a combater os demónios, apercebe-se do que está para acontecer, e envia “Saya” (Jun Ji-hyun), uma mulher metade humana, metade vampira, para combater os demónios e eliminar “Onigen”.

"Onigen"

“Saya” é colocada no liceu de Yokota como estudante, de forma a poder investigar a situação e agir em conformidade. Na escola, “Saya” faz amizade com “Alice” (Allison Miller), a filha do comandante supremo da base, o general “McKee” (Larry Lamb). Após as raparigas viverem uma série de peripécias, chega o dia em que “Saya” terá de enfrentar “Onigen” num duelo final, e ser-lhe revelado um facto surpreendente.

"Kato, o mestre de Saya"

"Review"

Baseado no anime com o mesmo título, realizado por Hiroyuki Kitakubo e anteriormente criticado neste espaço (ver AQUI), “Blood: The Last Vampire” foi um filme que gerou-me imensa expectativa por várias razões. Quando escrevi um pequeno texto acerca da animação, eu ainda não estava bem interiorizado acerca do universo onde se movimentava “Saya”, e posteriormente tive elementos adicionais que me fizeram perceber melhor o enredo. Deparei-me com uma história fascinante, embora negra e por vezes mórbida, cheia de personagens de antologia, daquelas que ficam na memória. Foi por esse motivo que quando em 2006, o produtor Bill Kong, com intervenção em “O Tigre e o Dragão”, anunciou que “Blood (...)” iria tornar-se num filme com personagens de carne e osso, o entusiasmo foi crescente. Pelos comentários que emergiram por todo o universo especializado, o sentimento de contentamento não se aplicou apenas à minha pessoa, mas foi de certa forma generalista. A empresa, numa fase inicial, foi entregue ao conhecido realizador de Hong Kong, Ronny Yu. Posteriormente, e com a entrada em cena da companhia francesa Pathé, como co-produtora em conjunto com a I.G., a direcção da película viria a ser entregue ao francês Chris Nahon, ficando reservado para Yu o papel de produtor. As belíssimas Jun Ji-hyun (que alteraria o seu nome artístico para Gianna Jun, de forma a soar mais “ocidental") e Koyuki seriam recrutadas, o que granjearia à partida “glamour” e um olhar embevecido dos fãs masculinos. O lendário actor japonês de filmes de acção Yasuaki Kurata completaria o elenco asiático, no que se refere a nomes de primeira linha. Os restantes actores, quer da parte ocidental, quer oriental, são de um campo secundário. No início, estava estabelecido que o argumento decorreria essencialmente num campo militar norte-americano, no Japão pós-II Guerra Mundial. No fim, venceu a ideia que já constava no anime, e a trama sucede-se numa base aérea norte-americana, por altura da guerra do Vietname. A propósito deste aspecto, cumpre informar que Yokota existe mesmo (site oficial AQUI), e nos precisos termos em que é descrita na história.

O anime que serviu de referência a “Blood (...)” foi um inegável sucesso no meio, embora na minha opinião pessoal, algo exagerado. No entanto, tratava-se de um produto que, como acima referi e mais tarde aprofundei, possuía uma ideia fascinante e original, que merecia um desenvolvimento à altura. Desde já posso adiantar que “Blood (..)" é, atendendo ao “frisson” gerado, uma tremenda desilusão, com proporções quase estratosféricas! Com excepção de Jun Ji-hyun e os poucos minutos que Yasuaki Kurata e Koyuki têm direito, a representação atinge por vezes um amadorismo incrível. Os diálogos são entediantes, sem credibilidade ou sentimento praticamente algum. Allison Miller, supostamente teria de agir como “sidekick” e amiga de “Saya”, para além de dar uma desculpa para descobrirmos mais acerca da vida da heroína. Contudo, mais parece uma adolescente enfadonha e chata, e a certa altura rezamos para que “Saya” deixe de salvá-la das complicações em que se mete. O resto dos actores segue no mesmo diapasão fastidioso, e apenas Andrew Pleavin, no papel de “Frank”, consegue a espaços convencer.

"Allison McKee"

Muitas críticas negativas têm sido feitas aos efeitos especiais presentes nesta película, e a mim só me resta dar a mão à palmatória e ser mais um que se junta no clube do “bota abaixo”. Tirando um ou outro pormenor, regra geral são uma calamidade. Os litros de sangue jorrados na película, são expressados num “CGI” da pior qualidade, que deveriam pedir o dinheiro de volta a quem foi entregue o desiderato. A transformação em monstros, também desilude imenso e fiquei com a impressão que se tentou fazer uma péssima imitação da saga “Underworld”. Inclusive, a cena do ataque ao camião que precede a rota final para o epílogo, faz lembrar imenso uma outra que constou em “Underworld: Evolution”, mas num nível claramente inferior, para não dizer despiciendo.

No meio desta amálgama de aspectos menos felizes, sempre se pode afirmar que a acção não defraudará, embora também não seja nada de outro mundo. O responsável por este departamento é o conhecido Corey Yuen, que teve participações a nível de coreografia em “The Moon Warriors”, Fong Sai Yuk”, Red Cliff” e “Red Cliff II”. Mesmo assim, é por demais óbvio que aqui existe uma preocupação direccionada para o estilo, com a inevitável ajuda dos guindastes, e muito menos para a substância e técnica. Verdade se diga, no elenco, apenas Yasuaki Kurata estaria sobejamente creditado para mais, atendendo ao seu inegável historial na matéria em causa. E a prova do que estou a afirmar é que os melhores momentos de acção no filme, passam-se num “flashback” que é efectuado até ao Japão feudal, onde Kurata consegue dar um ar das suas excelentes capacidades no domínio das artes marciais.

Caindo num erro incalculado, mas seriamente previsível, em transformar “Blood (...)” numa mistura pouco ortodoxa da trilogia “Blade” com “Buffy, Vampire Slayer”, a primeira ideia a reter acerca desta obra é a sua evidente banalidade. No entanto, sempre se dirá que tem o mérito de agradar aos fãs pouco exigentes do filme de acção. Igualmente, trata-se da primeira experiência da actriz Jun Ji-hyun num filme quase todo debitado em língua inglesa, onde a bela coreana até nem se sai mal, podendo de alguma forma ser mais versátil, e não se limitar aos papéis exclusivamente dramáticos ou de comédia. Concluímos que haverá algum espaço para os géneros mais movimentados no seu reportório. Outra vantagem, principalmente em relação ao anime, passa por ser facultado uma melhor percepção da história de “Saya”, as suas origens e como é que ela se tornou na figura que nos é apresentada. No restante, trata-se de uma película que não deixará saudades a ninguém, e em alguns, um travo amargo na boca.


"Saya defronta Onigen, no duelo final"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Site oficial (Reino Unido)

Outras críticas em português/espanhol:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 6

Argumento - 6

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 6

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7




8 comentários:

Takeshi Age of Asia disse...

Ainda não vi Blood, mas quanto aos efeitos especiais exagerados, é algo aceitável para este estilo de filme, que é uma espécie de "game em carne e osso", ou "anime com pessoas reais".

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

oLÁ Takeshi!

A questão não é o exagero dos efeitos especiais, pois eu até aprecio filmes que exagerem um pouco naqueles.
O problema é que os efeitos especiais em "Blood (...)", são, regra geral, de má (para não dizer péssima) qualidade. Praticamente, neste particular, só apreciei a maneira como "Onigen" é apresentada no fim...

Abraço!

Takeshi Age of Asia disse...

tudo bem Jorge, além do mais eu ainda não o assisti.
Estava vendo que saiu outra loucura e dessa vez algo extremamente trash a começar pelo título:
"Vampire Girl vs. Frankenstein Girl":
http://www.youtube.com/watch?v=aAGMzxhk3Hg
Abraços.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

LOLOLOLOL!!!!

Está demais, rsrsrsrsrsrs!

Abraço!

Nuno disse...

Amigo Jorge,

Ora aqui está um filme feito à minha medida...para não ver, obviamente. Se, como já sabes, os filmes de terror e de vampiros não fazem parte da minha filmoteca, este, pela tua análise, não verei nem a apresentação.
Fantástica análise.

Abração

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Nuno!

Conheço perfeitamente o teu desagrado pelos filmes de terror, e este terá eventualmente uma ou outra cena mais "forte". Contudo, regra geral não é nada de mais, e muitos dos efeitos são tão mal feitos, que provavelmente dará é vontade de rir.

No erstante, agradeço o teu incondicional apoio!

Grande abraço!

Dewonny disse...

Achei legal esse filme, apesar de conter inúmeras falhas q deixam a desejar, seja no roteiro, ou nos efeitos propriamente destacados por você, mas como não sou nenhum pouco exigente pra filmes de ação, são coisas passáveis, o q valeu é o entertenimento, nisso, o filme se garante, e ver a Gianna Jun (adorei esse novo nome dela) lutando com espada foi interessante, até então ela só havia feito filmes de drama, comédia ou romance, legal essa novidade na sua filmografia em películas de ação, espero q faça outros nesse gênero, e a cena de luta na floresta com o mestre é sem dúvida o melhor momento do filme, enfim, um passatempo bem agradável, ñ levando tudo a sério dá pra curtir numa boa. nota 6.0!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Diego!

Neste aspecto eu sou um pouco mais cruel do que tu! Infelizmente, apanhei uma grande desilusão com "Blood (...)"!
Mas reconheço que a luta na floresta, onde intervém o grande Yasuaki Kurata, para além de Jun Ji-hyun e Koyuki serem duas deusas da beleza asiáticas, salvou alguma coisa do filme!

Abraço!