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sábado, abril 07, 2007

The East Is Red Aka Swordsman III/Dung fong bat baai 2: fung wan joi hei (1993)
Origem: Hong Kong
Duração: 97 minutos
Realizadores: Raymond Lee e Ching Siu Tung
Com: Brigitte Lin, Yu Rong Guang, Eddy Ko, Joey Wong, Shun Lau, Waise Lee, Jean Wang, Fennie Yuen, King Tan Yuen
Atenção!!!
Só deverá prosseguir a leitura do presente texto, caso tenha visionado "Swordsman II", sob pena de o enredo deste filme ser parcialmente revelado mais abaixo!
"Asia, The Invincible, com uma armadura típica de um Lorde Samurai"

"Estória"

Após os acontecimentos sucedidos em "Swordsman II", e no seguimento de uma épica batalha, a notória vilã "Asia, the Invincible" (Brigitte Lin) é dada como presumivelmente morta, embora a sua lenda perdure por toda a China.

No entanto, para alguns subsiste a desconfiança acerca do falecimento do mito. "Koo" ( Yu Rong Guang), um oficial da Dinastia Ming, é uma destas pessoas. O guerreiro acompanha um galeão espanhol ao "Recife Negro", local onde os eventos nefastos do filme anterior aconteceram, tendo em vista encontrarem o navio holandês que jaz no fundo do mar, para além do "Pergaminho Sagrado", de onde "Asia, the Invincible" retirava a sua prodigiosa técnica e força.

Ali chegados, deparam-se com uma estranha personagem, que se auto-intitula o "Guardião do Túmulo", e que os leva até à campa da guerreira. Quando os espanhóis tentam profanar este lugar, o misterioso guardião elimina-os usando uma técnica marcial fora do normal, e muito mais poderosa do que qualquer outra alguma vez vista. O "Guardião do Túmulo" é nada mais, nada menos que "Asia, the Invincible", que forjou a sua morte, em ordem a que todos pensassem que tinha desaparecido para o mundo.

"O oficial Koo ao ataque"

No entanto, "Koo" explica a "Asia" que apesar de muitos pensarem que a lutadora está morta, existem numerosas pessoas a fazerem-se passar pelo mito, para benefício próprio. Enraivecida por esta situação, "Asia" jura eliminar os usurpadores da sua imagem e recuperar o lugar que é seu por direito.

No entanto, a guerreira sofre um grande desgosto quando descobre que a imitação mais perfeita de entre as impostoras é a sua ex-concubina "Snow". Contudo, esta situação não a faz recuar.

No meio de uma luta pelo poder supremo na China e no mundo, que envolve o "Sun Moon Sector" (a organização comandada por "Asia"), a dinastia Ming, os japoneses e os espanhóis, o sangue e a vingança serão os actores principais!

"Snow"

"Review"

Atendendo ao grande sucesso evidenciado por "Swordsman II", mas acima de tudo pela personagem mais emblemática daquela película, a infame "Asia, the Invincible" (aka "Invincible Asia ou "Evil Asia"), era incontornavél que se fizesse mais um episódio da saga, de modo a consagrar a figura interpretada pela lenda de Hong Kong, a Sra. Brigitte Lin (1000 vénias!!!). Os realizadores Raymond Lee e Ching Siu Tung, aliados ao produtor/realizador Tsui Hark aceitaram o desafio, e o resultado saiu num mediano "assim-assim", que utilizou uma propaganda comunista chinesa para dar o nome a esta película.

Acima de tudo, esta longa-metragem visa essencialmente duas coisas: entreter e dar um fim mais dignificante e sonhador a "Asia, the Invincible". As lutas são do mais tradicional que há nos "Wuxias", com os voos imp0ssíveis, a acção que nos tira a respiração, etc., etc. Já este aspecto foi aludido diversas vezes neste blogue, pelo que não vale a pena continuar. Mesmo assim, foi-se um pouco mais além, fazendo com que "Asia" consiga agarrar balas de canhão em pleno voo, e remete-las à origem com o dobro da potência!!! Neste particular, os fãs puros de filmes movimentados não ficarão desiludidos.

A fantasia impera um pouco em demasia e chega a ir longe demais, como é o caso do navio japonês, que se consegue transformar numa espécie de submarino, tendo em vista atacar os seus adversários numa posição submersa. Uma crítica implícita ao reino do sol nascente?!


"Asia, the Invincible e Snow, uma relação amor-ódio"

Não resisto contar uma certa passagem do filme, que achei deveras interessante, mais pelo seu conteúdo do que propriamente pela representação em si, e que ilustra um pouco a parca compreensão que por vezes os ocidentais têm em relação à cultura chinesa, incluindo os seus mitos. A certa altura, quando "Koo" dirige-se ao túmulo de "Asia", acompanhado dos soldados e sacerdotes espanhóis, começa a dar saltos fantásticos, tão típicos dos heróis lendários dos "Wuxia". Os europeus ficam abismados, e o general espanhol não resiste a perguntar a outro emissário chinês que tipo de bruxaria é aquela. O oriental, por sua vez espanta-se e diz que é uma coisa perfeitamente normal, atendendo a que "Koo" é um mestre em artes marciais, detendo uma técnica chamada "light Kung Fu". O espanhol não entende, e o chinês não lhe consegue explicar mais nada. Isto fez-me lembrar as constantes críticas fáceis e sem rigor nenhum, que sobreveem de pessoas que por não estarem habituadas a este género de películas, denegrem as capacidades sobre-humanas evidenciadas e que passam pelos saltos sobrenaturais e pela extrema rapidez no desferimento dos golpes. Meus amigos, nós estamos no campo das lendas e do conceito de herói popular para os orientais! Estamos no mundo do "Jianghu" 江湖. Manda a mais elementar prudência e bom senso que se deve tentar primeiro entender minimamente as coisas e só depois enveredar pela crítica, seja ela positiva ou negativa. É engraçado que eu nunca vi ninguém criticar o facto de o Super-Homem voar, ou o "Neo" de "The Matrix" fazer acrobacias em tudo copiadas dos Wuxias. Já agora, o que acham de um certo rei espartano dar saltos à Jet Li?

Feito este aparte, resta dizer que a interpretação dos actores é mediana, salvando-se apenas Brigitte Lin e Yu Rong Guang (Joey Wong desiludiu-me um pouco), a banda-sonora é razoável e muito típica do segmento onde se insere, o guarda-roupa e a fotografia é o costume, ou seja, bom.

Nada mais a reportar, a não ser que este filme fica abaixo de outros expoentes do género, confirmando apenas que "Swordsman II" é, sem margem para qualquer dúvida, o melhor filme da saga.

"Asia, The Invincible descarrega a sua fúria no oficial Koo"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 6

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,13





2 comentários:

Anónimo disse...

Eu também achei The East Is Red apenas mediano. A maravilhosa Brigitte Lin, como sempre, faz o filme valer uma visionada sem compromisso, mas como você mesmo escreveu, Shinobi, é o episódio mais dispensável da trilogia.

Infelizmente achei que Yu Rong Guang foi muito mal aproveitado, aliás, como em grande parte de sua carreira. Quem já viu filmes como Red Fists, Mirage, The Holy Robe Of Shaolin Temple, e principalmente Iron Monkey, sabe que ele é um performer tão talentoso quanto Jet Li. Como já cheguei a citar no ASIAN FURY, ele é o talento mais injustiçado dos anos 80/90.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Falou o especialista Takeo, e a mim só me resta concordar!
Mesmo assim, o episódio que gostei menos da saga Swordsman, foi o primeiro filme.

Já agora Takeo, boa crítica de Dororo no Cine-Asia. Como deve imaginar, e repetindo um comentário que deixei no Asian Fury, acho que gostarei do filme!

Um abraço e Boa Páscoa!