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terça-feira, fevereiro 23, 2010

Linda Linda Linda - リンダリンダ リンダ (2005)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 108 minutos

Realizador: Nobuhiro Yamashita

Com: Bae Doo-na, Aki Maeda, Yu Kashii, Shiori Sekine, Takayo Mimura, Shione Yukawa, Yuko Yamazaki, Masahiro Kômoto, Ken'ichi Matsuyama, Katsuya Kobayashi, Keisuke Koide, Masaki Miura, Lily, Kaori Fujii

The Paran Maum 2

The Paran Maum”

Sinopse

Uma banda do liceu Shibazaki, no Japão, perde a sua guitarrista, quando a mesma lesiona-se na mão durante um evento desportivo. As coisas pioram, quando a vocalista “Rinko” (Takayo Mimura) tem uma altercação com “Kei” (Yu Kashii), a teclista, e decide igualmente abandonar o grupo. Restam apenas para além de “Kei”, a baterista “Kyoko” (Aki Maeda) e a baixista “Nozomi” (Shiori Shekine), e ninguém quer assumir o papel deixado vago por “Rinko”, ou seja, o de cantar. Desesperadas por encontrar uma nova voz para a banda, atendendo a que tem uma actuação marcada para o festival de rock da escola, a escolha acaba por recair em “Son” (Bae Doo-na), uma estudante de intercâmbio sul-coreana.

Kei Tashibana

A guitarrista Kei Tashibana”

Lutando contra as debilidades de “Son” na lingua japonesa, as raparigas decidem avançar e apostam em fazer umas “covers” da popular banda de punk nipónica “The Blue Hearts”, na qual se inclui a música “Linda Linda”. Com apenas setenta e duas horas, as “The Paran Maum” (nome da banda), ensaiam dia e noite, de forma a ter o repertório pronto. No entanto, têm de vencer alguns obstáculos pelo caminho.

Ensaiando às escuras

Ensaiando no escuro”

Review”

Como se depreende da sinopse, o título do filme que ora se analisa provém de uma música muito popular da defunta banda nipónica “The Blue Hearts”, que granjeou muita popularidade em terras do sol nascente, na segunda metade da década de '80 e inícios dos anos '90. O grupo japonês constitui uma inspiração essencial para a aura musical de “Linda Linda Linda”, tanto que até a designação da banda das raparigas, a saber, “The Paran Maum”, significa em coreano precisamente “The Blue Hearts” e mereceu inclusive a gravação de um cd, onde as actrizes debitavam as melodias que cantavam na película.

Sou obrigado a confessar que tenho um especial carinho por filmes que elegem como temática principal a música e o esforço que as bandas fazem para obter os seus objectivos. E por este motivo, “Linda Linda Linda”, tinha francas possibilidades de colher o meu agrado, assim como atraiu a minha atenção. O que se torna interessante, à primeira vista, é que esta obra não possui o argumento mais tradicional do género. O objectivo das raparigas não passa por serem descobertas pelo meio musical, gravar um álbum ou obter um grande sucesso. Nem sequer se trata de vencer algum tipo de competição musical. O que está em questão é superarem os problemas que surgirem na banda e, num curto espaço de tempo, aprenderem um conjunto de músicas de forma a fazerem boa figura perante os seus colegas de liceu. Graças a um par de boas performances, e à actuação final das raparigas, de muito bom nível, o resultado global é bastante satisfatório. Afinal, quem no seu perfeito juízo, resiste a um grupo de jovens bonitas, em uniforme colegial, a tocar rock e punk. Em especial, a espantosa actriz e modelo Yu Kashii, (esposa do conhecido Joe Ôdagiri), que interpreta “Kei”, a guitarrista, neste filme.

Romance à chuva

Kyoko tenta expressar os seus sentimentos à chuva”

A aura de liceu está envolvente, e nada tem a ver com qualquer possível devaneio de “teen movie”. As raparigas, apesar de atraentes (vou insistir novamente em Yu Kashii), parecem estudantes absolutamente normais, sem qualquer tipo de vedetismo ou de onda demasiado “cool”. E mesmo que algum romance potencial expresso na obra, pudesse degenerar em algo que afastasse o filme do seu rumo, tal não acontece. As situações mais sentimentais são expressas com uma naturalidade salutar, à semelhança de qualquer evento que já experienciamos ou assistimos nos tempos de liceu, o que nos faz mostrar um leve sorriso na face, sobretudo de alguma nostalgia.

Sendo uma longa-metragem, com um espectro musical determinante, há que elogiar a competente banda-sonora, que para além das “covers” dos “The Blue Hearts”, é orientada por James Iha, um membro dos conhecidos “Smashing Pumpkins”. As melodias ilustram bem a ambiência da película, e entretêm imenso. Embora não sejam nada de transcendental (isso também dependerá das preferências de cada um), o ritmo “punk rock” é suficiente para nos abanarmos nas cadeiras, e traulitarmos o som. Aliás, um dos elementos das “The Paran Maum” é uma música profissional, o que confere um “quid” de autenticidade à banda. Shiori Sekine, que interpreta a tímida “Nozomi”, é na vida real a baixista dos “Base Ball Bear”, uma banda rock sedeada em Tóquio.

As actuações dos intervenientes do filme explanam-se num nível que reputo de bom, assumindo esta premissa mais acuidade quando muitos dos actores e actrizes primam por alguma inexperiência. As maiores honras, neste particular, deverão ser atribuídas à actriz Bae Doo-na, no papel da vocalista da banda e da jovem estudante estrangeira insegura. Tanto na parte mais dramática, como no “comic relief”, a sul-coreana chega mesmo a brilhar intensamente. Destacaria as dificuldades que “Son”, a personagem interpretada pela actriz, detém na língua japonesa, que faz emergir francos sorrisos. A sua performance na actuação final da banda, está eivada de uma naturalidade impressionante, e assistimos a uma transformação da estrangeira deslocada numa vocalista confiante e com poder para entusiasmar a assistência. As restantes membros da banda exibem-se de forma a que, pelo menos, sintamos simpatia e solidariedade pelas mesmas (e já agora, digo mais uma vez que a Yu Kashii é mesmo um mimo...bem esqueçam!)

“Linda Linda Linda” vale sobretudo pela sinceridade, honestidade, e ausência de pretensiosismo. É um filme simples que fala dos anseios de um grupo de jovens na música, e onde se teoriza acerca do ultrapassar das dificuldades, para além de uma análise refrescante à amizade e até ao amor. Trata-se igualmente de uma obra envolta num grito surdo de saudável rebeldia, e um “look” muito interessante sobre a juventude japonesa, com muito “girl power” (discreto) à mistura. E uma coisa garanto-vos: o refrão da música que inspira a designação vai-vos ficar na cabeça durante dias, “Linda, Linda. Linda, Linda, Linda”, la, la, la.

Recomendado!

imdb 7,8/10 (1.066 votos) em 23 de Fevereiro de 2010

Já agora, fiquem com a actuação das “The Paran Maum”, de “Linda Linda Linda”:

E porque não conferir o original, cantado pelos “The Blue Hearts”, a banda que inspirou as raparigas:

Outras críticas em português:

  1. Cineasia
  2. Cinehanami
  3. Japanpop Cuiabá
  4. Clubotaku

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,75

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