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domingo, janeiro 28, 2007

Ghost in the Shell - Cidade Assombrada/Ghost in the Shell/Kôkaku kidôtai (1995)

Origem: Japão

Duração: 82 minutos

Realizador: Mamoru Oshii

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Atsuko Tanaka (Major Motoko Kusanagi), Akio Ôtsuka (Batô), Tamio Ôki (Amaraki, o chefe da secção 9), Iemasa Kayumi (Projecto 2501 a.k.a. Marionetista), Kôichi Yamadera (Togusa), Tesshô Genda (Nakamura, o chefe da secção 6)

"Major Motoko Kusanagi"

Estória

Num futuro próximo, as nações tais como as concebemos hoje, são substituídas por cidades-estado e corporações empresariais poderosíssimas, estando o planeta interligado e controlado por uma vasta rede computorizada.

No território correspondente ao actual Japão, existe uma divisão especial que combate o cibercrime, chamada "Secção 9". Desta força policial fazem parte a Major "Motoko Kusanagi", uma bela ciborgue, e o agente "Batô". Ambos investigam uma estranha personagem chamada "Marionetista", que à primeira vista parece ser um "hacker" cujo modo de actuação passa por implantar falsas memórias nas pessoas, manipulando-as e levando a que elas façam o que ele pretende.

"O agente Batô"

Com o evoluir das investigações, a força especial começa a aperceber-se que o "Marionetista" é na realidade um programa de inteligência artificial denominado "Projecto 2051", que se tornou autoconsciente e agora pretende asilo junto da "Secção 9".

Acontece que a agência governamental que deu vida ao "Projecto 2501" não está preparada para desistir facilmente da sua criação, dando origem a uma caçada por "Newport City".

Igualmente permanece um mistério as razões porque o "Marionetista - Projecto 2501" revela um interesse especial na Major "Motoko Kusanagi".

"O violento sofrimento físico de Kusanagi"

"Review"

"Ghost in the Shell" é um anime baseado na manga de Masamune Shirow, e é sem dúvida nenhuma um dos produtos de animação nipónicos mais conhecidos e bem sucedidos no mundo inteiro, enquadrando-se num sub-género que podemos eventualmente catalogar de "cyberpunk".

Oshii, à semelhança do que viria a fazer mais tarde no seu filme de personagens de "carne e osso" chamado "Avalon", criou uma atmosfera fria e metódica, que é perfeitamente entranhada nas personagens principais. Mesmo assim, cumpre dizer que tanto a ciborgue "Kusanagi", como o seu fiel companheiro "Batô", acabam por revelar e exteriorizar muito mais dos seus aspectos pessoais, que por exemplo "Ash" ou "Bispo" em "Avalon". O inevitável "Basset-Hound" acaba sempre por aparecer, eh, eh, eh! O que acima de tudo interessa deixar bem claro é que apesarmos de estar a falar de um produto de animação, com uma grande componente de ficção científica, as personagens são pensadas e caracterizadas ao detalhe, dando uma noção muitas vezes bastante próxima da realidade.

O argumento é simplesmente fenomenal, com uma profundidade emocional e filosófica bastante assinalada e digna de todos os elogios. Existe uma séria e bem conduzida reflexão acerca do que significa ser humano e dos possíveis efeitos da tecnologia na alma (para quem acredita que possuímos uma alma) de cada um dos homens e mulheres do mundo.

A acção embora não seja uma constante, quando se digna a marcar presença, dá azo a momentos extremamente emocionantes e verdadeiramente sensacionais. As acrobacias de "Kusanagi", e o manancial de armamento pesado que produzem rajadas de fogo com um poder enorme, ajudam bastante a que o propósito secundário do entretenimento puro, seja plenamente conseguido.

"Newport City"

No que toca à animação propriamente dita, desde logo se afirma que estamos perante um produto de elevadíssima qualidade. A figura da Major "Motoko Kusanagi" é extremamente bem construída e um verdadeiro regalo para os olhos (estamos a falar do ponto de vista eminentemente artístico suas mentes maliciosas!!!). Basta fazer um pequeno périplo pelo mundo da "internet" para nos apercebermos da sua imensa popularidade. Tudo se encontra bem desenhado, os cenários são de sonho, a movimentação é fluída e perfeita. Que mais haverá a dizer? É o topo da arte, com extrema atenção e cuidado até ao mais ínfimo pormenor. Existem produtos bem mais recentes que não chegam aos pés de "Ghost in the Shell"!

Uma palavra final para a excelente composição musical do inevitável Kenji Kawai. Músicas belas, sentidas e que acompanham muito bem as cenas onde são introduzidas. Só gostava mesmo assim que as melodias estivessem um pouco mais presentes ao longo do filme, mas daí o silêncio também contribui imenso para a atmosfera por vezes depressiva que a película respira imenso.

Após mais de dez anos do seu surgimento, teve direito a uma sequela intitulada "Ghost in the Shell 2: a Inocência".

Imperdível para qualquer amante de "anime"!

"A ficção científica e a alta tecnologia são elementos primordiais em Ghost in the Shell"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Outras críticas em português: Cinedie Asia, AnimeHaus, Ruminescência

Avaliação:

Entretenimento - 8

Animação - 9

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,57






2 comentários:

Amadeu Kaos disse...

Ta esquecendo de AKIRA?!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Caro Amadeu,

Não estou a esquecer-me de AKIRA, que é sem dúvida dos animes mais conhecidos no mundo inteiro. O que se pretendeu aqui dizer é que Ghost in the Shell é um excelente anime, e dos mais populares também.
Se reparar no blog, AKIRA não possui nenhuma crítica ainda, embora se espere que no futuro venha a ter.

Um abraço e apareça sempre