"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

quinta-feira, abril 29, 2010

Filme "Infiltrados" exibido pelas 22 horas, hoje no Mini Eco Bar - Rua da Alfândega - Funchal


5 Sentidos
Cinema Oriental no Mini por Jorge Soares
Em 4 anos, o "My Asian Movies" tornou-se num blogue de referência (www.shinobi-myasianmovies.blogspot.com) para internautas aficcionados do cinema. O madeirense Jorge Soares, o seu mentor, está a colaborar com o Mini Eco Bar na selecção de um ciclo de cinema oriental que poderá ser visto, periodicamente, as quintas-feiras, neste espaço de lazer na Rua da Alfândega.
Jorge Soares fala sobre o filme a projectar esta noite: "Infiltrados, que mereceu o sugestivo título em inglês "Infernal Affairs", é um dos filmes mais premiados da história do cinema de Hong Kong, tendo obtido mais de 23 distinções em certames de cinema. (...) Apesar de estarmos perante um filme passível de ser catalogado como um policialo algo negro, "Infiltrados" está bastante longe de ser um conjunto de tiroteios, perseguições e outros elementos comuns do género. Embora seja incontornável que tais situações ocorram, o que se saúda é o anti-exagero presente, norteando-se a fluidez da acção pelos sentimentos e angústias das personagens. Martin Scorsese, admirador confesso desta longa-metragem, realizaria "The Departed - Entre Inimigos", o vencedor do óscar de 2007 para melhor filme, que mais não é que um "remake" de "Infiltrados", sendo uma adaptação quase fiel a nível de argumento e de cenas. Uma película obrigatória para os apreciadores de policiais que combatem o convencional, mas principalmente para os cultores de bom cinema."
João Filipe Pestana
In "Diário de Noticias da Madeira", edição de 29-04-2010.

domingo, abril 25, 2010

My Asian Movies - 4 anos


Parece que foi ontem, mas entretanto faz hoje 4 anos que o "My Asian Movies", o espaço que com orgulho administro, viu a luz do dia pela primeira vez. E o desgaste do tempo ainda não fez "mossa" por estes lados. Estamos preparados para continuar a divulgar o cinema que se faz por bandas tão distantes, e que tentamos que fique tão perto da nossa vista e corações. A todos os que apoiaram e continuam a sustentar este blog com o vosso apoio, e a todos os outros que por cá passam, os meus sinceros e fortes agradecimentos!

sábado, abril 24, 2010

Crows Zero II/Kurôzu Zero II - クローズZERO 2 (2009)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 133 minutos

Realizador: Takashi Miike

Com: Shun Oguri, Takayuki Yamada, Meisa Kuroki, Kyôsuke Abe, Nobuaki Kaneko, Haruma Miura, Sosuke Takaoka, Ryohei Abe, Shinnosuke Abe, Gou Ayano, Shunsuke Daitô, Kaname Endô, Ken'ichi Endo, Goro Kishitani, Yutaka Matsushige, Kenta Kiritani, Yusuke Kamiji, Tsutomu Takahishi, Motoki Fukami, Suzunosuke

Genji 2

Genji”

Sinopse

Após os eventos de “Crows Zero”, “Genji Takaya” (Shun Oguri) tornou-se o líder quase incontestado do liceu Suzuran, embora não tenha ainda conseguido derrotar o solitário e poderoso “Rindaman” (Motoki Fukami). As coisas pioram quando “Sho Kawanishi” (Shinnosuke Abe), o antigo líder de Suzuran, é libertado do centro de detenção juvenil. A razão pela qual “Kawanishi” se encontrava detido foi o homicídio do líder do liceu Hosen, no meio de uma zaragata entre as duas escolas.

Serizawa com o restante do liceu Suzuram

Serizawa e os membros do liceu de Suzuran”

A liberdade de “Kawanishi” desfere um golpe mortal nas tréguas que se encontram estabelecidas entre Suzuran e Hosen, e estes últimos, aproveitando o facto de “Genji” não conseguir uma unidade completa entre os seus colegas, começam a desferir ataques concertados aos rivais. Hosen parece estar a levar de vencida a guerra, e “Genji” terá de empregar toda a sua capacidade para unir os alunos de Suzuran, incluindo a facção do seu rival “Serizawa” (Takayuki Yamada), de forma a poder retaliar em força.

Os alunos de Hosen

Os alunos de Hosen”

Review”

Dois anos após a realização de “Crows Zero”, e atendendo à grande popularidade que este filme granjeou principalmente entre a juventude nipónica, o polémico Takashi Miike retorna com a sequela, usando basicamente a mesma fórmula de sucesso da película predecessora. Aquando da realização do primeiro “Crows”, foi usada um sistema que à altura reputei de equilibrado para o que se pretendia. Eivado de uma dinâmica apelativa, “Crows Zero” longe de ser uma obra maior de cinema, é uma longa-metragem com uma aura muito apelativa para o espectador, principalmente para os que atravessam a fase mais rebelde da vida. A sua química contagiante e muito “cool”, fazia com que passássemos um bom bocado, sem recurso a qualquer tipo de intelectualidade forçada, ou dando margem para algum tipo de mensagem mais erudita, ou algo semelhante. É curto, é grosso, vai directo ao assunto, e ponto final! Também tem o seu lugar merecido, no maravilhoso e muito diversificado espectro da sétima arte. Como já foi dado a entender, aqui “Crows Zero II” não terá muito a seu favor a novidade. E como mantém praticamente o mesmo ritmo e assenta nas mesmas premissas, será mais do mesmo, o que não é propriamente um factor negativo.

Genji e o líder dos Hosen

Genji depara-se com Narumi, líder dos Hosen”

As centenas de socos e pontapés continuam a desfilar a sua saga brutal através do ecrã, e captam para si as maiores despesas a nível da emotividade e do ritmo de “Crows II”. Desta vez, já não temos a rivalidade a despontar furiosamente no liceu de Suzuran, como no primeiro filme. Agora os outrora adversários, “Genji” e “Serizawa”, têm de conjugar esforços para derrotar um inimigo comum e externo, que consegue igualmente ser ameaçador. E é aqui que algo de bastante positivo sobrevém, pois os principais elementos de “Hosen”, o liceu rival, conferem alguma espectacularidade e dimensão a esta longa-metragem. “Narumi”, o líder de “Hosen”, interpretado pelo cantor Nobuaki Kaneko, em muitas alturas de “Crows Zero II” revela ser um oponente à altura de “Genji”, tanto no carisma como na força de lutar e viver perigosamente. O psicopata efeminado “Urushibara”, a quem Gou Ayano dá vida, desponta muito bem no ecrã, revelando à primeira vista uma fragilidade enganadora, que na realidade é uma máquina de pancadaria sádica e brutal.

Muito mais não haverá a referir acerca de “Crows Zero II”, que já não tenhamos aludido a propósito do primeiro filme da saga. Mantém basicamente o mesmo registo do predecessor, ficando uns furos abaixo noutros aspectos. E sempre se poderá dizer que embora a banda-sonora muito dinâmica e emblemática se mantenha, os “Street Beats” brilhavam muito mais em “Crows Zero”. Superficial, mas sempre bem-vindo nos momentos de descontracção. Valerá a pena visuar num formato dois em um, “Crows Zero” seguido de “Crows Zero II”, numa tarde de domingo, ou em dias para descarregar raivas e frustrações!

Confronto

O confronto final”

imdb Nota 7.1 (482 votos) em 24/04/2010

Avaliação:

Entretenimento – 9

Interpretação – 7

Argumento – 6

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,63

terça-feira, abril 20, 2010

“Testemunhos” de Ulises (“Batto presenta…”)

imagem

O convidado desta semana vem da vizinha Espanha, e é colaborador do Battosai, no seu blogue “Batto presenta” (para aceder, clicar na foto acima), já anteriormente entrevistado neste espaço. O espaço do Battosai já era bastante bom quando o seu administrador deambulava sozinho por estas lides da blogosfera cinéfila, mas o contributo do Ulises veio ser uma inquestionável mais-valia para o “Batto presenta”. O Ulises escreve textos muito conhecedores e interessantes, e devido à sua entrada, temos a oportunidade de muitas vezes sobre o mesmo filme, vermos a perspectiva autorizada dos dois. É sempre extremamente positivo confrontarmos duas opiniões, nem sempre coincidentes, mas que apresentam argumentos muito satisfatórios.

Abaixo fica o resultado da entrevista.

“MY Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Ulises : Que deja que los espectadores saquen sus propias conclusiones, sin necesidad de explicar hasta el mínimo detalle las intenciones del director.

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

U. : Su libertad formal en comparación con el de otras latitudes.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

U. : No lo recuerdo, pero seguro que fue alguna de Bruce Lee.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

U. : Japón, sin duda.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

U. : El de temática "costumbrista".

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

U. : Not One Less (Zhang Yimou)

Tokyo Monogatari (Yasuhiro Ozu)

All About Lily Chou-Chou (Shunji Iwai)

Tengoku to jigoku (Akira Kurosawa)

Oldboy (Park Chan-wook)

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

U. : Yasujiro Ozu.

De los actuales, Shunji Iwai

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

U. : Toshiro Mifune y Setsuko Hara.

De los actuales, Tadanobu Asano y Bae Du-na

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

U. : Pregunta dificil. Sobrevalorizado diría la cinematografía en general de Takashi Miike. Subvalorizado, Munekata kyodai de Ozu.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

U. : Muy mal. En España es dificilísimo que el cine oriental llegue a estrenarse de forma normal en salas de cine fuera de lo que son los festivales.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

U. : Que no se deje llevar por estereotipos, que el cinel oriental tiene una variedad de registros que no tiene ninguna otra cinematografía en el mundo.

domingo, abril 18, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Sayuri Anzu











Mais informações sobre esta verdadeira beldade japonesa, AQUI.

segunda-feira, abril 12, 2010

The Big Hearted Will Take the Bride/Dilwale Dulhania Le Jayenge Aka DDLJ - दिलवाले दुल्हनिया ले जाएँगे (1995)

Capa

Origem: Índia

Duração aproximada: 189 minutos

Realizador: Aditya Chopra

Com: Shahrukh Khan, Kajol, Amrish Puri, Farida Jalal, Anupam Kher, Satish Shah, Achala Sachdev, Himani Shivpuri, Pooja Ruparel, Hemlata Deepak, Anaita, Arjun Sablok, Karan Johar, Parmeet Sethi, Mandira Bedi

Raj

Raj”

Sinopse

“Raj Malhotra” (Shah Rukh Khan) e “Simram Singh” (Kajol) são dois descendentes de indianos que residem em Londres. “Raj” é o único filho de “Dharanvir Malhotra” (Anupan Kher), um empresário de sucesso, e vive uma vida boémia e sem sentido imediato. Após ter concluído os seus estudos superiores, o rapaz decide ir viajar durante um mês pela Europa, antes de assumir um cargo nas empresas do pai. Acontece que “Simram”, a filha de um comerciante do Punjab chamado “Baldev Singh” (Amrish Puri), decide igualmente conhecer a Europa com as amigas, antes de embarcar para um casamento arranjado na Índia.

Simram 2

Simram”

O casal acaba por travar conhecimento na viagem, e entra muitas vezes em conflito, devido aos feitios opostos. Após se meterem em mais uma confusão, “Raj” e “Simram” acabam por desenvolver sentimentos um pelo outro, mas que se encontram votados ao fracasso, devido ao enlace de “Simram”. Retornados a Inglaterra, “Raj” não consegue lutar contra o seu sentimento e decide declarar-se a “Simram”. Contudo, a rapariga já embarcou para a Índia, de forma a cumprir com os seus votos. “Raj” não desanima e voa para o Punjab, de forma a lutar e conquistar o seu amor.

Corrida para o comboio

Simram corre para o seu amor”

Review”

Tendo sido muito provavelmente o maior êxito de “Bollywood” no já longínquo ano de 1995, “Dilwale Dulhania Le Jayenge” (“DDLJ”) possui à partida dois grandes motivos de interesse: o facto de ser o filme da meca do cinema indiano com mais tempo em exibição nas salas de cinema de Mumbai (presentemente há 750 semanas ininterruptas!!!) e ser uma das duas películas de “Bollywood” que constam na lista da conhecida publicação cinematográfica denominada “1001 Movies You Must See Before You Die”.

À primeira vista, e tendo em conta a percepção actual, podemos pensar que estamos perante um típico produto de “Bollywood”. “DDLJ” é uma clássica história de amor, onde após um confronto inicial, a paixão nasce pulsantemente entre o casal protagonista da história. Depois sucedem-se os naturais obstáculos e dificuldades a que tudo dê certo, mas todos sabemos a meio da trama que algo irá acontecer de forma a que o epílogo seja “cor-de-rosa”. Contudo, e tendo em conta a orientação argumentativa que grassava no meio da altura, “DDLJ” acabou por ser de certa forma inovador. Normalmente, os indianos que viviam no estrangeiro eram caracterizados como pessoas ricas e de má índole, que tinham sido corrompidas pelos costumes pouco aceitáveis do ocidente. Ora em “DDLJ”, “Raj” e “Simram”, assim como as suas famílias, são apresentadas como pessoas de bom coração, que respeitam as tradições indianas, apesar de terem nascido ou emigrado, consoante os casos, para o Reino Unido. Outro aspecto por muitos considerado igualmente original, aquando da feitura de “DDLJ”, passa pelo facto de “Raj” tentar ganhar o coração dos progenitores de “Simram” (em especial do pai), de forma a poder encetar um relacionamento sério com a sua amada. Em circunstâncias ditas mais normais, o casal desafiaria os pais possuidores de um antagonismo inexplicável face ao relacionamento em causa, e lá no fim sempre se fariam as pazes de uma forma pouco convincente. No entanto, e como acima foi aflorado, em “DDLJ”, “Raj” apesar da sua inerente rebeldia, tudo faz para ser aceite no seio familiar de “Simram”, deixando bem claro que é a única forma de tudo dar certo, mesmo pondo em risco o seu amor.

Raj e Baldev Singh

Raj e Baldev Singh, o pai de Simram”

Embora eu não seja um grande apreciador de Shah Rukh Khan (não deixando de reconhecer a sua inquestionável importância no meio e o carisma especial que detém), reconheço que em “DDLJ” o actor apresenta-se muito bem. O seu entusiasmo convincente, tanto nas cenas mais cómicas, como nos momentos mais dramáticos, cativa imenso a atenção dos espectadores e dá brilho ao filme. A bela intérprete Kajol faz um par muito bom com Khan, denotando talento na expressividade e no sentimento que exsuda nas cenas em que intervém. Merece uma referência especial o actor Amrish Puri (para os menos familiarizados com “Bollywood”, trata-se de “Mola Ram”, o feiticeiro maléfico e adorador de Kali em “Indiana Jones - O Templo Perdido”), que é extremamente convincente e dotado de uma aura paternal e nostálgica no papel de “Baldev Singh”, o pai de “Simram”.

Com uma temática interessante acerca dos casamentos arranjados, uma banda-sonora bastante aceitável, e uma variedade de cenários desde a Europa até inevitavelmente à Índia, “DDLJ” é uma película obrigatória para quem quer se embrenhar no universo de “Bollywood”, e atrever-me-ia a dizer, até compreende-lo. Possui uma alegria contagiante, uma história de amor curial mas com bons momentos, e entretenimento quanto baste para nos mantermos alerta durante as mais de três horas de filme. Da minha perspectiva, está longe de ser considerada uma das melhores obras do mundo de sonho de Mumbai, mas haverá muito a aproveitar, a admirar e muito provavelmente a sentir.

Merece uma espreitadela!

Raj e Simram

Raj abraça Simram num campo de flores”

imdb Nota 7.9 (5.689 votos) em 12/04/2010


Outras críticas em português/espanhol:

  1. Batto presenta…
  2. Cinema Indiano em Portugal – Bollywood
  3. Grand Masala

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 8

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,63

quinta-feira, abril 08, 2010

“Testemunhos” de Takeshi (“Age of Asia”)

Foto

O convidado desta semana é Takeshi, o administrador do blogue “Age of Asia” (para aceder, clicar na foto acima). O Takeshi é um visitante assíduo aqui do “My Asian Movies”, assim como eu sou do espaço dele. Vale bem a pena dar uma vista de olhos no “Age of Asia”, pois além da grande qualidade que possui, temos acesso a um conteúdo bastante diversificado, sobre as cinematografias asiáticas mais populares. Desde comentários sobre filmes e manga, passando por trailers e as sempre bem-vindas beldades asiáticas, podemos encontrar os temas que apreciamos mais no cinema que todos prezamos. Vale bem a pena dar uma espreitadela no blogue a que o Takeshi se dedica tanto e que esperamos que perdure por muito tempo!

Abaixo segue o resultado da entrevista.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Takeshi : Não dá para generalizar, o cinema oriental como qualquer outro é muito diversificado. O principal fator é a própria cultura asiática presente em pequenos detalhes do cotidiano e comportamento de seus personagens. Por mais que tenham passado por processos de ocidentalização (o próprio cinema é coisa do ocidente), não há como esconder que na maioria dos casos eles valorizam mesmo são as próprias tradições, embora de forma muito comercial, e nisso os asiáticos são grandes exploradores.

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

T. : Exatamente essa forma como o cinema asiático sabe explorar ao máximo o seu conteúdo comercial. A versatilidade e a improvisação também são características que eu gosto demais do cinema oriental. O suitmation substituindo o stop motion, o kung fu ou chambara no lugar do "bang bang" dos westerns ou as formas mais baratas de se fazer animações, etc.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

T. : Não me lembro qual foi o primeiro filme, mas no Brasil foram muito populares entre os meados das décadas de 1980 e início dos anos 1990 os seriados infantis de super-heróis japoneses, os "tokusatsus" que eram exibidos na TV, daí veio o meu gosto por "animes" e cinema asiático. Como sou descendente de japoneses isso ajudou a aumentar o meu interesse no assunto. Meu avô também costumava alugar VHS de filmes e novelas japonesas como o popular "Abarenbo Shogun" (http://wiki.d-addicts.com/Abarenbo_Shogun) há filmes para cinema baseados na série televisiva. Talvez tenha sido qualquer uma dessas produções.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

T. : Para mim é a China, mais precisamente o cinema de Hong Kong, de lá saem os melhores filmes de ação.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

T. : São os filmes de ação em geral, combinados ou não com kung fu, mas divido essa com os longas animados. E de uns tempos para cá, tem crescido o meu interesse em "dramas", tenho medo que o meu gosto mude : ).

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

T. : Hard Boiled

Fist of Legend

Tonari no Totoro

Omohide Poro Poro

Flashpoint

Elenquei meus 5 prediletos, geralmente dos gêneros "ação" e "animação".

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

T. : John Woo

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

T. : Ator: Andy Lau

Atriz: Chieko Baisho (uma das atrizes prediletas do diretor Yoji Yamada)

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

T. : Sobre: "Hero"

Sub: "House of Flying Daggers"

Sim, ambos de Zhang Yimou.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

T. : Eu diria que não é boa, mas pela situação atual até que está de bom tamanho. Dez anos atrás não se encontrava tantos títulos licenciados nas video-locadoras brasileiras, é claro que só dos diretores e atores mais consagrados, mas ultimamente venho percebendo que há muitos filmes B nas prateleiras, com áudios originais e dublagem em português-br, mas com poucos extras. Nas salas de cinema, nem sempre encontramos produções asiáticas, na maioria dos casos somente nas mostras internacionais realizadas nas capitais Rio e São Paulo, eu nunca tive oportunidade de ir ver.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

T. : Não há porque ter preconceito, pois cinema é cinema, não interessa de que país seja, mas você descobrirá que o ocidente está cada vez mais se rendendo ao estilo oriental de fazer filmes, principalmente nos campos da "ação", "terror" e até "animação".
Ainda há muito o que descobrir do cinema oriental, eu mesmo conheço pouco da cinematografia indiana, a maior indústria do mundo da 7ª arte. E aos poucos estou me sensibilizando com filmes menos comerciais com diretores como Hirokazu Kore-eda, estou adorando ver clássicos de Akira Kurosawa ou os antigos heróis da Shaw Bros.

quarta-feira, abril 07, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Saori Hara








Mais informações sobre esta beleza deslumbrante do Japão, AQUI.



terça-feira, abril 06, 2010

Festival Internacional de Cinema do Funchal - 5ª edição


Já está aí à porta a 5ª edição do Festival Internacional de Cinema do Funchal, um evento cinematográfico sem par na Região Autónoma da Madeira, e que já trilha pergaminhos importantes no contexto da sétima arte em Portugal. O certame decorrerá entre os dias 10 a 17 de Abril, tendo por palco um dos baluartes e edifícios mais emblemáticos da capital da Pérola do Atlântico, o Teatro Municipal Baltazar Dias. Atendendo ao programa, e às iniciativas conexas, aconselha-se vivamente a que todos os que residem na Madeira, ou que por cá passam uns dias, a aderirem a uma iniciativa cultural que sempre merece todo o louvor, e cujo mentor é Henrique Teixeira, um verdadeiro apaixonado por cinema e que muito tem trabalhado em prol da difusão do mesmo. Podem consultar o catálogo do festival e respectivo programa, para além de mais informações úteis no site oficial do FIFF. Para tanto, basta clicarem AQUI.

sexta-feira, abril 02, 2010

Tales from Earthsea/Gedo Senki - ゲド戦記 (2006)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 115 minutos

Realizador: Goro Miyazaki

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Junichi Okada (Arren), Aoi Teshima (Therru), Bunta Sugawara (Ged), Yuko Tanaka (Cob), Teruyuki Kagawa (Hare), Jun Fubuki (Tenar)

Arren

O príncipe Arren”

Sinopse

Num mundo chamado “Earthsea” (“Terra-Mar”), uma força invisível conhecida como “Equilíbrio” mantém a harmonia da natureza. Dragões começam a digladiar-se sobre o mar, e esta visão indica que algo está errado com o “Equilíbrio”, atendendo a que estas criaturas não se aventuram no leste do mundo, pois não gostam de conviver com os humanos. O jovem príncipe “Arren”, com apenas 17 anos, vive sob uma dualidade entre o bem e o mal, e num momento inexplicável, acaba por assassinar o rei, seu pai, fugindo para o exílio.

Ged 2

O arquimago Ged”

“Arren” acaba por travar conhecimento com “Ged”, um arquimago e o feiticeiro mais poderoso à face de “Terra-Mar”, e que deambula à procura da fonte dos males que presentemente sucedem. Contudo, a sombra que assola “Arren” impele-o na direcção de “Cob”, um feiticeiro maléfico e poderoso, cuja demanda pela imortalidade é a verdadeira razão pela qual o “Equilíbrio” está a ser afectado. Para salvar “Terra-Mar”, “Arren”, auxiliado por “Ged” e pela sua amada “Therru”, terá de parar a loucura de “Cob”, mas igualmente lutar contra o seu lado mais obscuro.

Therru

“Therru”

Review”

O nome Miyazaki é a estrela mais cintilante do panteão dos realizadores dedicados à animação, e praticamente todas as suas obras fizeram-nos sonhar . Desta vez, é o filho que se lança no mundo do cinema, carregando nos seus ombros uma herança pesada e a sombra do progenitor. Trata-se de um fardo hercúleo, com potencial para poder fazer Goro vacilar ou ser mal sucedido. Aquando da estreia de “Tales from Earthsea”, a primeira e até agora a única obra do realizador, o filme conheceu um grande sucesso na terra-natal, tendo sido líder das bilheteiras no Japão durante cinco semanas. No entanto, a crítica, no geral, não tem sido muito meiga com esta película, reduzindo-a a uma obra banal e por vezes sem alma. Julgo que esta orientação estará relacionada com a expectativa gerada em torno do nome Miyazaki, deturpando um pouco a identidade própria do filho e criando-se expectativas desmesuradas quanto à longa-metragem de estreia de Goro. Desde já se adianta que o filme tem mérito, e é passível de ser considerado uma obra com qualidade, pelo que manifesto desde já a minha discordância com a maior parte da opinião especializada.

À semelhança do pai, Hayao, com por exemplo “Howl's Moving Castle”, Goro baseou-se num escrito de uma autora ocidental, Ursula Kroeber Le Guin, e na sua saga “Earthsea”. E nem aqui o realizador teve sorte, porque a escritora teceu uma dupla crítica à película, afirmando que achava que a mesma não fazia jus à sua obra, embora tivesse gostado bastante do desenho dos dragões, principalmente o que ilustra o poster mais conhecido do filme. Le Guin igualmente deixou transparecer que teria preferido que Hayao Miyazaki tivesse tomado o leme de “Tales from Earthsea”. Dizem igualmente as más-línguas, numa situação a confirmar, que o próprio Hayao se opôs a que o filho realizasse “Tales from Earthsea”, mas a direcção da Ghibli (o famoso estúdio de animação nipónico) permitiu que Goro levasse a cabo o projecto, pois o pai estava ocupado a realizar a obra que mencionei acima. O rumor assumiu ainda mais força, porquanto supostamente Hayao nunca foi um pai muito presente no crescimento de Goro, fazendo com que a relação entre os dois não fosse a melhor. Curiosamente, “Tales from Earthsea” começa com uma sequência onde o herói “Arren”, assassina o próprio progenitor.

Cob

O maléfico Cob”

Certo é que do ponto de vista da animação, “Tales from Earthsea” está quase ao nível da maior parte dos produtos de animação dos estúdios Ghibli. Aqui é-nos apresentado um mundo mítico e de sonho, onde a feitiçaria e os dragões ditam a lei, e a escuridão de alguma forma impera. Castelos grandiosos, cidades medievais, desertos sufocantes, oceanos em fúria e paisagens campestres deslumbrantes são elaborados em pormenores reputados como quase de sonho, onde tudo é cuidadosamente desenhado e animado. Embora faça uso de temas e dualidades recorrentes, tais como a escuridão em oposição à luz, ou o bem contra o mal, a magia marca a sua presença vivamente ao longo da película. E esta premissa, só por si, é capaz de fazer apaixonar aqueles que, como eu, apreciam imenso um épico recheado de lendas e mitos. Por outra via emoção e acção não faltam, o que faz com que “Tales from Earthsea” tenha um ritmo bastante razoável e que entreterá o espectador. Um dos momentos mais emotivos desta longa-metragem de animação será sem dúvida a cena em que podemos observar “Therru” nuns campos lindíssimos, a cantar uma música que nos toca a alma e cuja letra foi escrita pelo próprio Goro Miyazaki e a melodia da autoria do compositor Hiroko Taniyama. Trata-se de um dos pontos altos do filme e muito digno de se apreciar e até de rever. Outro aspecto interessante, embora longe de ser inovador, trata-se da temática da convivência dos humanos com os dragões, que admito, carecia de mais exploração em “Tales from Earthsea”, embora seja obrigado a reconhecer que se tal fosse profusamente aproveitado, algo do impacto final do epílogo poderia se perder. Apesar de me ter dado como satisfeito pela generalidade da trama, há que admitir de alguma forma, que a duração desta película parece ser excessivamente curta para o que se pretende contar. Convenhamos, e sem ter lido a obra de Le Guin que serviu de inspiração à esta longa-metragem, que não será fácil expor uma trama tão em rica em pormenores em quase duas horas. Provavelmente, e de forma a que o espectador entenda tudo o que se lhe depara, teria de existir mais dois ou três “Tales from Earthsea”, elaborando-se desta forma uma saga à semelhança dos livros. Certo é que o produto de Goro Miyazaki tem um ambiente mais negro que os filmes do pai, e isso sente-se por todos os poros e de alguma forma saúda-se.

As personagens, regra geral encontram-se bem caracterizadas, embora pouco desenvolvidas por força do “calcanhar de Aquiles” que acima referi. Efectivamente a quantidade de situações que se pretendem abordar em pouco tempo, ferem neste particular. “Arren” não tem um brilho de um “Ashitaka” da película “Princess Mononoke”, mas consegue colher alguma da nossa simpatia devido ao seu ar algo trágico e à dualidade que enfrenta no seu interior. A jovem “Therru” cativa imenso com a sua simplicidade e complexos pessoais, recolhendo muita da nossa complacência, e a meia-surpresa relacionada com a rapariga no final é sem dúvida um dos grandes momentos de “Tales from Earthsea”. “Cob” é um vilão mediano, com algum carisma, mas que nada traz de espectacular ou de novo. A grande personagem é sem dúvida o arquimago “Ged”, que no fundo acaba por ser a figura principal desta película. O seu ar sensato, paternalista e piedoso, transformam-no no clássico arquétipo do feiticeiro do bem, que tantas vezes anteriormente já foi usado, mas que tem sempre lugar nas sagas mitológicas de pendor fantástico.

“Tales from Earthsea” está longe de ser um dos melhores produtos da Gibhli, não podendo ombrear com as obras dos gigantes Hayao Miyazaki e Isao Takahata. No entanto, é altamente injusto certas opiniões que foram emitidas acerca da obra do filho do grande mestre, qualificando-a como um produto amador ou menor. “Tales from Earthsea”é uma longa-metragem de animação muito competente, e que terá o condão de nos prender ao ecrã com a sua aura medieval e a lógica aventureira que norteia qualquer saga de fantasia que se preze. E sim, por vezes, conseguirá mesmo fazer-nos sonhar e despertar a criança ou adolescente que reside um pouco em cada um de nós.

Aconselhável!

Arren e o dragão

“Arren e o dragão”

imdb 6,5/10 (3.898 votos) em 2 de Abril de 2010

Outras críticas em português:

  1. Animehaus
  2. Cinema ao Sol Nascente
  3. Anime Max
  4. Cinema em Cena

Avaliação:

Entretenimento – 8

Animação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,86

quinta-feira, abril 01, 2010

“Testemunhos” de Biliu (“O Mundo Asiático)

Foto

Depois de ter entrevistado há uns tempos atrás o Pablo Rodriguez de Melo, esta semana chega a vez de publicar as respostas de Biliu, um dos outros administradores do competente blogue “O Mundo Asiático” (para aceder, cliquem na foto acima). Como já tinha dito anteriormente, o espaço em causa O espaço em causa, faz jus à sua designação, e tem um interesse de grande relevância, para todos aqueles que se interessam não apenas pelas cinematografias asiáticas, mas igualmente por outros aspectos culturais daquelas paragens, como por exemplo, a musica. Está sempre dotado de notícias com actualidade, e várias sugestões interessantes tais como curiosidades, fotos, trailers, melodias e um manancial de coisas mais. Igualmente, é um site muito bom para quem preza a componente mais dramática da sétima arte. Pelo exposto, aconselha-se vivamente a sua visita.

Abaixo segue o resultado da entrevista.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Biliu: A cinematografia de cada país tem suas diferenças que as distingue, mas o que distingue a oriental das demais sem duvida é a cultura, o roteiro que são em sua maioria bem originais, as historias milenares que eles têm a mostrar, o enredo que em sua maioria tem uma grande mensagem a passar. Diferente de outros cinemas que estão preocupados com bilheterias, e trazem coisas que nada tem a nós acrescentar.

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

B. : Há muitas coisas que me fascinam no cinema oriental, o enredo que sem duvida tem um “q” a mais, mas sobre tudo as coisas que mais me encantam são a cultura (vestimenta, comida, lendas, lutas, artes, etc.) e a paisagem. Que sem duvida não há igual.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

B. : Fui criada nesse meio de filmes, então os assisto desde pequena, por isso é um pouco difícil

lembra qual foi o meu primeiro filme oriental, mas creio que tenha sido “Yige dou buneng shao” (“Not One Less”).

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

B. : A China produz filmes fascinantes, mas sou amante do cinema Coreano. Apesar de ser grande fã também das animações Japonesas.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

B. : Eu sou bem eclética, gosto de boas historias com bons enredos, independente de gêneros.

Mas devo admitir que me fascina um bom romance épico com bonitas paisagens e muita luta.

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

B. : 1 ° Wo hu cang long (Crouching Tiger Hidden Dragon) (China/ 2000)

2 ° Hero (China/ 2002)

3 ° My Sassy Girl (Coréia do Sul/2001)

4 ° Oldboy (Coréia do Sul /2003)

5 ° Yige dou buneng shao (Not One Less) (China/1998)

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

B. : Zhang Yimou

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

B. : Atriz: Gong Li

Ator: Jet Li

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

B. : Sobrevalorizado The River (1997) e subvalorizado Curse of the Golden Flower(2006) apesar de ter ouvido muitas criticas, e do filme não ter tido o destaque que merecia, achei o filme perfeito!

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

B. : Infelizmente aqui no Brasil ainda há muito o que fazer, apesar do cinema Chinês ter seu pequeno espaço, ainda falta espaço para cinemas Coreanos, Indianos, Tawaineses entre outros, infelizmente ainda há muitas pessoas que acreditam que qualquer filme que não seja Americano é ruim, apesar de grandes bilheterias Americanas serem remake’s de filmes Orientais!

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

B. : Cinema é Arte e Arte é Cultura não há forma melhor e mais gostosa de ter acesso a cultura do que com o cinema. Cinema internacional não se resume só aos Estados Unidos, mas sim a tudo que não vem do seu país. Não há forma melhor de quebrar paradigmas do que formando sua própria opinião, e para formar sua opinião só assistindo.

Então assistam e tirem suas próprias conclusões, estejam abertos ao que o resto do mundo tem a lhes mostrar. Sejam pessoas Cultas!