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domingo, setembro 17, 2006

A Man Called Hero/Zhong Hua ying xiong (1999)

Origem: Hong Kong

Duração: 109 minutos

Realizador: Andrew Lau

Com: Ekin Cheng, Kristy Yeung, Shu Qi, Yuen Biao, Deon Lam, Jerry Lamb, Nicholas Tse, Francis Ng, Anthony Wong, Ken Lo, Elvis Tsui, Mark Cheng, Sam Lee, Grace Yip, Jude Poyer, Cheng Pei Pei, Thomas Hudak

"Hero Hua"

Estória

No início do século XX, na China, "Hero Hua" é um jovem aprendiz do mestre de artes marciais "Pride", a quem é confiado uma técnica invencível conhecida como "o segredo da China".

Um dia "Hua" ao chegar a casa depara-se com os pais assassinados. A sua mãe antes de expirar afirma que a família foi atacada devido a uma crítica que o pai de "Hua" fez num jornal, cujo conteúdo versava sobre os males sociais provocados pelo tráfico de ópio que os estrangeiros fazem no país. "Hua" vinga-se dos homicidas e em virtude disso é obrigado a fugir para os E.U.A., deixando para trás a sua esposa grávida "Jade" e o seu melhor amigo "Sheng".

"Hero Hua ladeado da esposa Jade e do melhor amigo Sheng"

Meses depois "Jade" e "Sheng" desembarcam nos E.U.A e vão à procura de "Hua", descobrindo que este tem a cabeça a prémio por ter morto um capataz numa mina. Posteriormente acabam por localizar "Hua", e as coisas começam a correr bem até ao dia em que "Jade" dá à luz um casal de gémeos na "Casa da China", um entreposto de apoio aos imigrantes chineses, e deflagra um incêndio. O fogo é provocado por "Jin", que viajou até aos E.U.A para tentar capturar "Hua", a mando de "Invincible", o eterno rival de "Pride". "Jin" age movido pelos ciúmes, pois não entende que uma das ninjas sob o seu comando, a bela "Mu", tenha-se apaixonado por "Hua".

"Jade" falece e um dos gémeos (a rapariga) é raptado. "Hua" consulta um adivinho e este informa que o protagonista nasceu sob o signo da "estrela da morte", que faz com que todas as pessoas importantes para ele tenham um mau fim. Em virtude disto, "Hua" decide desaparecer para o mundo.

Dezasseis anos depois, "Sword Hua", o filho de "Hero Hua", desembarca nos E.U.A. decidido a descobrir o paradeiro do pai.

"Invincible" igualmente viaja para Nova Iorque, decidido a confrontar-se com "Hero Hua".

"Invincible furioso"

"Review"

Após o sucesso de "The Storm Riders", Andrew Lau lançou-se novamente nas adaptações de "manga", auxiliado por um uso intensivo de imagens geradas por computador e daqui nasceu "A Man Called Hero". Lau ainda viria a realizar um terceiro filme recorrendo ao mesmo tipo de execução chamado "The Duel".

"A Man Called Hero" foi um filme ambicioso desde o início e pretende ser acima de tudo um épico na verdadeira acepção da palavra, aproveitando a embalagem catalisada pelo seu antecessor. Existe inclusive uma repetição de "casting", com Ekin Cheng e Kristy Yeung a protagonizarem a película. O mesmo viria a suceder com o já mencionado "The Duel".

O resultado final é um misto de bom e de mau.

Já na crítica a "The Duel", constante aqui no "M.A.M.", tinha afirmado que este filme, conjuntamente com "The Storm Riders" e "A Man Called Hero", constituia uma trilogia não oficial de Andrew Lau, não amiúde sendo estas películas comercializadas conjuntamente num "pack". Eu por exemplo adquiri os filmes nesse formato.

Igualmente tinha sido dito à altura que à medida que os filmes eram realizados, a qualidade decrescia, ou seja, "The Storm Riders" (1998) era melhor que "A Man Called Hero" (1999) e por sua vez "The Duel" revelava ser claramente o pior dos três.

Quanto a "A Man Called Hero" que é o que nos ocupa agora, podemos dizer desde logo que o argumento é de elevada qualidade e muito bem imaginado. Só não leva uma nota melhor devido a uma grande falha que consiste em nunca sabermos o que se passou afinal com a filha de "Hua", raptada aquando do incêndio na "Casa da China". E isto ainda assume mais importância quando "Hua" e o filho na última meia-hora do filme, unem-se em torno de alguns objectivos cujo principal é encontrar a rapariga desaparecida. Eu já tentei perceber se isto é uma "pecha" do enredo ou se pelo contrário Andrew Lau pretendeu que nós puxássemos pela massa cerebral e entrássemos em conjecturas. A minha passará pela filha de "Shadow" ser na realidade a filha de "Hua", e apenas "Shadow" saber desse facto. Sugestões aceitam-se!

A interpretação dos actores é perfeitamente normal, sem rasgos de genialidade, com Ekin Cheng no seu costumeiro ar sério, a passear com as mãos atrás das costas durante metade do filme.

"Hero Hua medita num local fora do normal"

Fiquei com a nítida impressão que esta película tem um forte pendor nacionalista e até estigmas anti-caucasianos. O tema da imigração é fortemente abordado, com o pobre trabalhador chinês a ser escravizado pelo mau do homem branco, e de vez a vez, quando se lhe depara uma oportunidade, lá se vinga com muito "kung-fu" à mistura. A semi-destruição da estátua da liberdade, por altura do confronto final entre "Hua" e "Invincible", é muito sintomática deste aspecto e quanto a mim passível de várias interpretações.

As lutas em regra geral apresentam uma qualidade bastante aceitável, destacando-se aqui os magníficos efeitos especiais evidenciados no confronto entre "Pride" (o mestre de "Hua") e "Invincible", onde as lâminas não se tocam, e ambos canalizam a água proveniente da chuva um contra o outro. A referenciada luta na estátua da liberdade tem os seus altos e baixos, denotando-se por vezes efeitos de certa forma primários.

Uma palavra final para os cenários urbanos de Nova Iorque. Fiquei bastante impressionado pela positiva, notando-se um especial cuidado até ao ínfimo pormenor, desde as viaturas da época, passando pelo guarda-roupa e os edifícios. Isto ainda assume mais relevo quando estamos a falar de um filme que não é ocidental.

"A Man Called Hero" é uma película a ser vista e adquirida, conquanto o preço não seja elevado. Com interesse.

"Confronto entre Hero Hua e Invincible tendo como pano de fundo a estátua da liberdade"


Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:
Entretenimento – 8
Interpretação – 7
Argumento – 8
Banda-sonora – 7
Guarda-roupa e adereços – 7
Emotividade – 7
Mérito artístico – 7
Gosto pessoal do “M.A.M.” – 6

Classificação final: 7,13

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