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domingo, outubro 25, 2009

Om Shanti Om - ओम शान्ति ओम (2007)

Origem: Índia

Duração: 165 minutos

Realizadora: Farah Khan

Com: Shahrukh Khan, Deepika Padukone, Arjun Rampal, Shreyas Talpade, Kirron Kher, Javed Sheikh, Bindu Desai, Asawari Joshi, Yuvika Choudhary, Shawar Ali, Girija Sarangi

"Shantiprya Aka Shanti"

Sinopse

Nos anos '70, “Om Prakash Makhija” (Shahrukh Khan) é um jovem actor de pouca nomeada, que sonha vir a tornar-se numa estrela. Mesmo assim, mais do que se tornar numa lenda de cinema, “Om” sonha vir a casar com “Shantipriya” (Deepika Padukone), também conhecida por “Shanti”, uma actriz em ascensão e de grande popularidade no meio. “Om” não conhece pessoalmente “Shanti”, mas a sua paixão leva-o a salvá-la numa cena de um filme, em que a mesma está perigosamente rodeada por chamas.

Agradecida pelo gesto heróico de “Om”, “Shanti” começa a conviver mais de perto com o jovem actor e as esperanças deste aumentam progressivamente. Contudo, cedo os seus anseios sofrem um rude golpe, quando este descobre que “Shanti” é casada secretamente com um famoso produtor de cinema chamado “Mukesh Mehra” (Arjun Rampal), e espera um filho dele. Na realidade “Mukesh” é um homem implacável que, em nome do dinheiro e da ambição, assassina “Shanti” pegando fogo a um estúdio. “Om”, desta vez não é bem sucedido, e morre ao tentar salvar a sua amada.

"Om Prakash e o amigo Pappu"

Devido a um acontecimento sobrenatural, “Om” renasce como o filho do conhecido actor “Rajesh Kapoor” (Javed Sheikh) e trinta anos depois é uma das maiores estrelas do universo de “Bollywood”. As suas memórias da vida passada começam a retornar quando se depara com a sua anterior e agora idosa mãe “Bela” (Kirron Kher). Por coincidência, “Om” volta a se cruzar com “Mukesh” e começa a arquitectar a sua vingança. Decide rodar um filme com ele, denominado “Om Shanti Om”, e contrata uma sósia de “Shanti” de forma a aterrorizar “Mukesh” e forçar uma confissão por parte deste. No entanto as coisas não correm como esperado, e “Om” vê-se em grande perigo outra vez. É então que uma inesperada ajuda surge...

"Shanti e Mukesh Mehra"

"Review"

“Om” é considerada a sílaba sagrada que representa o universo na sua totalidade, e embora não possua um significado literal para português, será qualquer coisa como o “absoluto”. “Om Shanti” será paz e acredita-se que a expressão quando muitas vezes repetida, induzirá a um estado de relaxamento, apaziguamento interior e bem-estar. Ao título do filme “Om Shanti Om” não será alheio estes significados, assim como o nome dos protagonistas principais. Não nos esqueçamos que Khan interpreta duas figuras cujo nome é “Om”, assim como a actriz Deepika Padukone usa o diminutivo na película de “Shanti”. No meio de significados como “absoluto”, “paz”, apaziguamento, para além da óbvia simbiose do casal, o que é certo é que esta obra interpretada pela mega-estrela Shahrukh Khan, e apresentando uma adorável Deepika Padukone, constitui até hoje, o filme de “Bollywood” que mais facturou nos EUA. Ostenta igualmente o orgulhoso record de venda de cópias para exibição a nível internacional, superando as dez mil. Contribuindo para uma grande difusão global do cinema hindi de Mumbai, é normal que as expectativas estivessem em alta.

Tecnicamente poder-se-á afirmar que o filme é bem executado, mas possui noutros itens falhas que, quanto a mim, fazem com que “Om Shanti Om” não mereça todo o alarido que gravitou em seu redor. O argumento possui algumas ideias interessantes, mas que carecem de mais alguma exploração. O restante, neste particular, é pobre, longe de ser convincente e com momentos verdadeiramente inacreditáveis no mau sentido. É dado assente que qualquer filme que trate com o tema da reincarnação, terá de ter um especial cuidado na maneira como expõe as coisas. As cenas da morte, o renascimento, os “flashback”, são premissas importantes que têm de estar interligadas pela coerência. Mesmo que estejamos, em princípio, no domínio do fantástico. Pois coerência, é uma das coisas que faltam a “Om Shanti Om”. E a maneira como “Om Kapoor” se vai relembrando de aspectos da sua vida passada na pele de “Om Prakash” carecem gritantemente de sustentabilidade e credibilidade perante o espectador.


"Om Kapoor Aka OK"

Por outra via, o argumento ganha algum fulgor positivo, quando embarca pelos caminhos do entendimento do cinema de “Bollywood”. No entanto, é preciso esclarecer que à partida, só quem estará mais esclarecido acerca dos bastidores da Meca do cinema indiano perceberá a envolvência, assim como a sátira e as piadas que desfilam acerca do meio. É fascinante debruçarmo-nos sobre a forma como eram rodados os filmes em Mumbai, tanto nos anos '70 como na actualidade, e todo o “hype” gerado à volta dos filmes e dos actores. Em “Om Shanti Om” é-nos apresentado o tal “mundo de sonho” que já referi aqui a propósito de outros textos acerca de longas-metragens de “Bollywood”, e que assume uma importância fulcral no dia-a-dia da sociedade indiana. Nestas coisas, como em tudo na vida, existe sempre alguém que não fica satisfeito. Ficou célebre a guerra travada entre os produtores de “Om Shanti Om” e o actor Manoj Kumar, devido a este ter entendido que foi ridicularizado no filme. Sinceramente, apreciei de sobremaneira as cenas que visam Kumar, constituindo dos melhores momentos cómicos da película. Desde o mesmo ser perseguido pela polícia, até ao facto de estar constantemente a colocar a mão à frente da cara, um gesto que o celebrizou. A crítica implícita ao protagonismo cinematográfico de Hollywood, está igualmente feliz. A mesma é corporizada no facto de “Mukesh Mehra” pedir pomposamente para o tratarem por “Ted”, pois nos EUA é assim que o chamam, e “Om Prakash” (na altura, “Om Kapoor”) responde que pode tratá-lo por “OK” (iniciais do seu nome), pois é assim que em “Bollywood” é conhecido.

Um dos aspectos que capta imenso a atenção é o manancial de estrelas bem conhecidas de “Bollywood” que surgem no ecrã, todas em “cameo” ou a título de participação especial. São mais de 42, imagine-se! Só na música “Deewangi Deewangi” aparecem trinta! Se na cerimónia dos “Filmfare Awards” justifica-se o ambicioso empreendimento, no momento musical tal se afigura como um provincianismo algo bacoco. O resultado redunda num desfile de vaidades, sem substância alguma e que não traz nada de novo ao filme. O grande Aamir Khan fez bem em recusar a proposta que lhe fizeram para aderir à “festa”, demonstrando desta forma o seu carácter e personalidade fortes. Reportando-me à banda-sonora propriamente dita, a mesma ficou a cargo da dupla Vishal-Shekhar, após uma recusa prévia de AR Rahman. O saldo global é positivo, indo a minha preferência pessoal para a música onde Shahrukh Khan expressa o seu desgosto, intitulada “jag soona soona lage”.

Com actuações medianas, onde quem brilha mais nem é o “rei” Shahrukh Khan, mas sim a beleza de Deepika Padukone ou a vilanagem de Arjun Rampal, “Om Shanti Om” é uma obra composta de altos e baixos. Tem uma visão saudosista e que se aclama no que concerne aos filmes de “Bollywood” dos anos '70, assim como expõe um cenário interessante da cena actual. O argumento é o “calcanhar de aquiles” da película, revelando que a orientação global foi impressionar visualmente o espectador e não tanto puxar pelos neurónios do mesmo. É uma longa-metragem que aposta imenso no amor à primeira vista, mas que falha no aprofundamento de itens considerados essenciais e que elevam as películas para um patamar de sobriedade. Pelo exposto, é forçoso concluir que “Om Shanti Om” é um filme agradável de seguir, mas que está longe de merecer toda a fama e referências que se geraram em seu redor.


"Dança na bola de cristal"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Site Oficial

Outras críticas em português:

Classificação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,50




5 comentários:

bárbara disse...

Olá!

Om Shanti Om padece um pouco do efeito "masala" do cinema indiano, que é misturar géneros que não têm muito a ver.

Concordo plenamente que aquela parada de actores conhecidos é dispensável, até prejudicial.
Já a entrega dos prémios é das cenas mais hilariantes que vi em Bollywood ^_^

Já agora, dou também a minha achega quanto à banda-sonora. Adoro a faixa Dhoom Taana!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá barbie-o!

Embora ache que "Om Shanti Om" tem algum pontos bastante favoráveis a seu favor, acho que ficou aquém das expectativas. Isto assume ainda mais premência, depois de todo o "frissom" à volta do filme.
A entrega dos prémios de facto está com bastante piada, e a sátira a Kumar, de chorar a rir (embora o visado não tenha gostado nada).

A banda-sonora em geral colheu o meu agrado, com uma ou outra melodia menos positiva.

Bjs.!

Dewonny disse...

Adoro cinema indiano, vou procurar pra ver esse!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

É um dos filmes mais emblemáticos de "Bollywood", mas está longe de ser o que dizem por aí!

Mesmo assim confere, mas sem expectativas muito elevadas.

catarina disse...

o filme om shanto om é lindo eu ja vi ele e adorei mas a melhores concordo mas é mlindo
eu adoro todos os filmes indianos eu sou fa do sharukh khan e a rani mukherjee