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segunda-feira, dezembro 21, 2009

…ing – 아이엔지 (2003)

Capa

Origem: Coreia do Sul

Duração aproximada: 104 minutos

Realizador: Lee Eon-hee

Com: Im So-jeong, Kim Rae-won, Lee Mi-sook, Choi Deok-moon, Kim Ji-yeong, Yun Chan, Lee Yoo-jeong, Kim In-moon, Park So-yeon, Seo Yeong-joo

Min-a

Min-a”

Sinopse

“Kang Min-a” (Im So Jeong), é uma bonita adolescente que, devido a uma doença de nascença, teve de passar quase toda a sua meninice internada em hospitais. A rapariga possui uma mão deformada, que a faz usar uma luva devido à vergonha que sente, assim como possui uma enfermidade mortal, que desconhece. A sua mãe “Mi-sook” (Lee Mi-sook), tem consciência que a sua filha tem os dias contados, mas esconde-lhe este facto. Em vez de adoptar uma atitude pessimista, encoraja “Min-a” a aproveitar tudo o que de bom a vida tem. No entanto, a jovem tem problemas de interacção com terceiros, e refugia-se no seu mundo pessoal.

Yeong-jae 2

“Yong-jae”

Certo dia, um fotógrafo chamado “Lee Yong-jae” (Kim Rae-won) muda-se para o apartamento do andar debaixo, e a partir daqui a vida de “Min-a” sofre um volte-face inesperado. “Yong-jae” apaixona-se à primeira vista pela rapariga e tudo faz para conquistar o seu coração. “Min-a”, no início, resiste aos ímpetos do rapaz, mas acaba por ceder ao charme e ao encanto do jovem. Tudo parece correr pelo melhor, mas a maleita de “Min-a” começa a dar sinais da sua presença.

Mi-suk

Mi-sook, a mãe de Min-a”

Review”

“...ing” é mais um clássico “tearjerker” sul-coreano, que honra e contém todos os predicados do género, que muitos de nós já bem conhecemos. Junte-se o clássico tema da doença terminal, e cedo nos apercebemos para onde tudo isto vai caminhar e de que tipo de filme estaremos aqui a falar. Neste aspecto, e a nível de originalidade, “...ing” não traz praticamente nada de novo, embora a nível de popularidade se reconheça que estamos perante um dos sucessos do meio, e talvez, dos mais cativantes.

No clássico drama sul-coreano, quer se goste ou não, normalmente os actores conseguem evidenciar prestações, no mínimo, razoáveis. O exteriorizar de emoções é intenso, e isso obriga de alguma forma os intervenientes a apostarem imenso na expressividade, associada a momentos alegres, românticos, mas inevitavelmente à tristeza e sofreguidão. Em “...ing”, um dos aspectos mais positivos centrar-se-á nas prestações dos seus intérpretes. A actriz Im So-jeong confere uma personalidade interessante a “Min-a”, que nos embrenha no seu isolamento pessoal e nos seus sonhos de uma vida que se quer feliz, mas que se duvida que tal possa ser possível. O seu ar soturno seduz-nos imenso (já o tinha conseguido em “A Tale of Two Sisters”, embora tal possa parecer contraditório à primeira vista. Lee Mi-sook impressiona na corporização da mãe sofrida, mas forte e independente, que tudo faz para que a sua filha se liberte de algum marasmo que vive, proporcionando-lhe afecto e preciosos conselhos. Kim Rae-won faz bem o seu papel de jovem encantador, totalmente o oposto de “Min-a”, que conquista com determinação e algum humor.

Casal 2

Um jovem casal apaixonado”

Aliás, o que poderá marcar alguns pontos a favor de “...ing”, em detrimento de outras películas que enveredam por um diapasão semelhante, serão os momentos cómicos presentes nesta obra, que servem para desanuviar as cenas de maior tensão (o que normalmente se designa de “comic relief”). Outro aspecto positivo que é de relevar, passa pelo facto de a trama não se centrar apenas no romance entre “Min-a” e “Yong-jae”, nem fazer um uso abusivo do tema “doença terminal”. A relação entre “Min-a” e “Mi-sook”, ou seja, da filha com a sua mãe, tem um grande protagonismo na história. Devido ao facto da jovem ter-se visto privada de amigos desde tenra idade, devido à sua enfermidade, “Mi-sook” mais do que mãe, faz questão de ser a melhor amiga de “Min-a” e a sua confidente de eleição. Para familiarizá-la mais neste papel, a mãe de “Min-a” permite que esta a trate pelo primeiro nome, no entanto, e durante alguns lampejos, vê-se claramente que o papel de mãe nunca deixa de ser exercido por “Mi-sook”, ou seja, a figura de protectora e de dedicação que apenas uma progenitora que se preze como tal é capaz de fazer.

“...ing” constituiu uma feliz estreia da realizadora Lee Eon-hee, no género que os coreanos e os amantes do cinema daquelas paragens apreciam mais, o drama sem fronteiras. Não é uma obra de arte, mas sim um filme com alguns predicados que são de elogiar. Está longe de proceder a uma cada vez mais necessária reinvenção dos campos por onde se move, embora proporcione momentos bem agradáveis, descontraídos e que nos enternecem de alguma forma. E sempre se poderá afirmar que uma das coisas que a generalidade dos espectadores aprecia mais, é deparar-se com longas-metragens que incutem algum sentido de realidade na luta de pessoais normais contra problemas quase insuperáveis. “...ing” não cai no exagero gratuito que algumas das películas congéneres inevitavelmente desembocam. É um filme simples, que nos fará tanto sorrir, como reflectir acerca de algumas questões da vida, e isso terá forçosamente de ter algum valor.

Uma proposta interessante, mas que não ambiciona nem proporciona grandes voos.

Beijo

“Um beijo num sonho”

imdb Nota 7.6/10 (1.009 votos) em 21/12/2009

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 9

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,63

6 comentários:

Miguel disse...

Simplesmente adoro o cinema sul-coreano e, este "...ing" será certamente um dos próximos que irei ver, depois do que aqui li. O único senão - mas talvez seja isso que resulta tão bem neste tipo de filmes - seja o facto de a maioria terminar sempre de forma triste.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Então não vais ficar desiludido com "...ing", Miguel!

Abraço!

Nuno disse...

Amigo Jorge,

Pelo que li da tua análise a este filme (mais uma análise sensacional) não me parece que vá encomendar o filme a um site asiático, mas se tiver edição portuguesa vê-lo-ei seguramente.

Um Abraço

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Que seja do meu conhecimento, não tem edição portuguesa. Apesar de ser um filme agradável de seguir, não é nada demais na minha opinião. Existem obras mais prioritárias :) !

Grande abraço, Nuno!

tf10 disse...

Eu recordo-me de ter gostado do filme e ter sido na altura uma bela primeira obra depois de uma contribuição no excelente "Take Care of My Cat".
Já agora uma correcção, não é um realizador mas sim uma realizadora.


abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, tf10!

Regra geral gostei do filme, embora ache que está longe de ser uma obra-prima do género. Mesmo assim, tem aspectos interessantes, e mesmo inteligentes, o que começa a ser raro neste tipo de drama.

A tua pertinente rectificação foi já acolhida no texto.

Abraço!