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sábado, outubro 14, 2006

Battle Royale/Batoru Rowaiaru ( 2000)
Origem: Japão
Duração: 113 minutos
Realizador: Kinji Fukasaku
Com: Tatsuya Fujiwara, Aki Maeda, Taro Yamamoto, Asanobu Ando, Kou Shibasaki, Chiaki Kuriyama, Takeshi Kitano, Yûko Miyamura
"Os ilustres concorrentes, ou melhor dizendo, a carne para a matança!"

Estória

Algures no Séc. XXI, o Japão encontra-se imergido numa crise económica gravíssima, que faz dispara o desemprego para uma taxa de 15%, o que equivale precisamente a quinze milhões de desempregados.

Sem esperança de um futuro risonho, muitos estudantes perdem o respeito aos professores e à escola, entram em motins e abandonam os estudos, tornando-se em verdadeiros delinquentes juvenis.

Com a caótica situação provocada pelos alunos das milhares de escolas existentes no Japão e que agrava ainda mais a instabilidade que se vive no país, o governo resolve tomar medidas drásticas. É emanada a "Lei Battle Royale", que cria um jogo muito peculiar envolvendo os adolescentes.

O desafio consiste em selecionar uma turma muito problemática, levá-la para uma ilha isolada, e pôr os estudantes a se matarem mutuamente, até que reste apenas um: o vencedor do jogo!

Outras particularidades fazem parte deste mórbido embate, tais como o facto de se em 3 dias não houver um vencedor, os colares que os alunos usam ao pescoço explodem automaticamente; é facultada uma mochila a cada um dos participantes que possui um "kit" de sobrevivência e uma arma que pode ir desde uma sofisticada metralhadora, passando por uma "katana" japonesa, até a uma simples tampa de panela; existem zonas qualificadas de muito perigosas, em que se o estudante lá estiver a determinada hora do dia, tem uma probabilidade muito mais elevada de ser morto, etc.

Este ano calhou a "má sorte" aos 42 alunos que compõem a turma de "Shuya", um rapaz órfão devido ao suicídio do pai por enforcamento.

Quando o jogo começa, igualmente se inicia a violência, o caos e as mortes em larga escala!

"Shuya e Noriko"

"Review"

Muitos poucos filmes tiveram o condão de provocar tanta polémica como o famoso "Battle Royale". Aquando da sua estreia no Japão, muita gente afluiu aos cinemas, outros demonstraram-se verdadeiramente chocados, e o próprio governo nipónico pensou seriamente em bani-lo.

Não demorou muito que este efeito se propagasse por todo o mundo, e a curiosidade grassou, atendendo a que o filme supostamente contava a estória de um grupo de adolescentes que se matavam uns aos outros, numa orgia de violência gratuita.

Diga-se desde já que este aspecto foi bastante empolado, pois apesar de "Battle Royale" ser por vezes chocante e violento, igualmente constitui uma película com grande substância, expedita mensagem e eivada de grande qualidade.

"O professor Kitano acompanhado da tropa"

O filme não possui praticamente momentos mortos, sendo recheado de bastante acção e um agradável entretenimento, se é que se pode usar esta expressão.

O facto de o argumento versar em grande parte acerca de adolescentes que lutam até à morte, é o grande culpado da polémica levantada em torno do filme, atendendo a que infelizmente e com alguma frequência, temos conhecimento próprio ou através dos meios de comunicação social, de eventos relacionados com a delinquência juvenil, tendo o seu expoente máximo nos massacres em liceus perpetrados por alunos, situação que ocorre amiúde, em especial nos E.U.A.

Se o filme mantivesse o mesmo argumento, com a única diferença de substituir-se os adolescentes por adultos, com certeza que metade do "frisson" criado à volta da película esvairia-se.

A interpretação dos jovens actores é muito boa, conseguindo em grande medida nos transmitir o desespero angustiane da luta pela sobrevivência e a infindável tristeza (pelo menos para alguns) em tirar a vida ao amigo ou colega com o qual partilhamos o quotidiano. Sobressai naturalmente o "acting" do único actor verdadeiramente experiente no filme, o consagrado Takeshi Kitano, ou como é frequentemente conhecido, "Beat" Takeshi.

Como já foi anteriormente avançado, "Battle Royale" não pode ser resumido a um conceito tão básico como a violência gratuita. Várias mensagens são transmitidas pelo filme, e se eu quisesse apontar quais as películas que melhor reflectem a natureza humana, com as suas expectativas e frustações, esta com certeza faria parte do rol. Veja-se por exemplo a personagem de "Shuya", que muitas vezes quando se encontra metido em situações delicadas, reflecte acerca da mensagem que o pai suicida lhe deixou ("Força Shuya! Tu consegues Shuya!"), ou então a figura de "Kawada" , um vencedor de uma antiga edição de "Battle Royale", que se submete novamente ao desafio, apenas para tentar perceber o que a namorada "Keiko" tentou-lhe transmitir aquando da sua morte.

Isto só para dizer, e insistindo novamente no aspecto da natureza humana, que o filme está impregnado de reflexões acerca do medo, da timidez, do amor, decepção, inveja, ciúme e humilhação, todos estes factores potenciados ao máximo pela situação crítica em que estes estudantes vivem.

Muitos poderão não gostar de "Battle Royale", mas todos terão forçosamente de reconhecer que é um filme que mexe conosco, fazendo jus à máxima "Amado ou Odiado".

Atrevam-se a visioná-lo!!!

"O alucinado!!!"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,25


"Chiaki Kuriyama não está para brincadeiras"
























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