"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Apichatpong Weerasethakul

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto basta clicar) :

  1. Bullet (1993)
  2. Kitchen and Bedroom (1994)
  3. 0016643225059 (1994)
  4. Like the Relentless Fury of the Pounding Waves (1996)
  5. Thirdworld (1998)
  6. Malee and the Boy (1999)
  7. Boys at Noon (2000)
  8. Mysterious Object at Noon (2000)
  9. Masumi Is a PC Operator (2001)
  10. Blissfully Yours (2002)
  11. The Adventures of Iron Pussy (2003)
  12. Tropical Malady (2004)
  13. Worldly Desires (2005)
  14. Ghost of Asia (2005)
  15. Syndromes and a Century (2006)
  16. Luminous People (2007)


quarta-feira, janeiro 30, 2008

Caminho Solitário/Riding Alone For Thousands of Miles/Qian li zou dan qi - 千里走单骑 (2005)

Origem: China

Duração: 104 minutos

Realizador: Zhang Yimou

Com: Ken Takakura, Shinobu Terajima, Kiichi Nakai, Jiamin Li, Lin Qiu, Jiang Wen, Zhezhou He, Zhenbo Yang, Ken Nakamoto, Li Bin Li, Ziliang Chen

"O Sr. Takata"

Estória

O pescador japonês “Gouichi Takata” (Ken Takakura) está de relações cortadas com o filho “Kenichi” (Kiichi Nakai) desde a morte da mãe deste. Certo dia, “Rie”, a esposa de “Kenichi”, contacta “Takata”, informando-o que o filho possui um cancro no fígado, que o levará inevitavelmente à morte.

"Takata entre Jasmine e Lingo, os guias chineses"

“Takata” viaja até Tóquio tendo em vista a reconciliação com o seu filho, mas este recusa ver o pai, devido ao conflito que existe entre ambos. “Rie” empresta uma cassete vídeo a “Takata”, que contém um documentário que “Kenichi” realizou acerca da ópera chinesa. No filme podemos ver “Kenichi” a pedir ao cantor “Li Jiamin” (Li Jiamin) para representar a ópera “Riding Alone For Thousands of Miles”. “Li” recusa devido a estar alcoolizado, mas fica a promessa de no próximo ano, quando “Kenichi” retornar à aldeia de “Li”, perto da cidade de Lijiang (China), a actuação ser realizada. Após ver a cassete, “Takata” decide viajar pelo sul da China e gravar a actuação de “Li”, tendo em vista cumprir uma das últimas vontades de “Kenichi”.

A viagem servirá para compreender melhor a perspectiva do filho sobre a vida, resultando numa aventura impregnada de humanidade.

"O pequeno Yang Yang"

"Review"

“Riding Alone For Thousands of Miles”, é uma popular estória chinesa que narra a épica aventura do general Guan Yu, que percorreu um longo caminho para se reunir com o amigo a quem tratava como irmão, o senhor da guerra Liu Bei. O conto está retratado na obra literária do século XIV, “Romance of the Three Kingdons”, de Luo Guanzhong. O título tenta traçar um certo paralelo entre a lenda e a tentativa de “Takata” em completar os desígnios do seu filho, aumentando desta forma as suas hipóteses de reconciliação com aquele.

Pessoalmente entendo que as longas-metragens que lidam com conflitos familiares, têm uma potencialidade intrínseca para tocar os nossos corações. Quando se trata de um pai e de um filho, a comoção torna-se maior, não sei porquê. Talvez por achar que tenho uma excelente relação com os meus pais, com os naturais altos e baixos, e não conseguir imaginar viver uma situação como a de “Takata” e do seu filho “Kenichi”. Sou capaz de superar, como já o fiz, um desaguisado amoroso. Mas quando entro em conflito com quem me deu vida, mesmo tendo razão, não presto para mais nada e passo o tempo todo a pensar nisso. Foi por essa mesma razão que quando li pela primeira vez a sinopse de “O Caminho Solitário”, fiquei com a nítida sensação que a película não me iria ser indiferente. Tendo então Zhang Yimou como realizador, este pensamento era quase uma certeza. Não me enganei.

A “performance” dos actores é de um elevadíssimo nível, ainda para mais quando temos várias personagens que não são representadas por profissionais, mas por aldeões da zona de Lijiang. Como é natural, quem brilha mais é Ken Takakura, o protagonista da estória. Em vez de proferir a minha opinião, porque não expor o pensamento de alguém com verdadeira autoridade no assunto:

“Ken Takakura é o meu ídolo. Ele é o ídolo de uma geração inteira de chineses. Mesmo hoje ele permanece como o meu ídolo, tanto no ecrã, como na vida real. Eu adoro a sua personalidade. Uma vez eu disse que uma boa performance com lágrimas era um requisito básico para os actores. Contudo, Ken Takakura nunca chora nos filmes que protagoniza. Mais tarde apercebi-me que as suas actuações demonstravam um diferente tipo de choro, o do coração. O sofrimento é uma espécie de choro, mas o choro invisível do coração é mais apelativo e tocante. Eu gosto da sua performance discreta e reservada. É necessário emoções e sentimentos fortes para representar desta forma, mas ao mesmo tempo é preciso controlar essas mesmas emoções e sentimentos. Até agora, nunca encontrei ninguém na China que fosse capaz de fazer isto.”

Dito pelo próprio Zhang Yimou. A opinião emitida acerca do lendário actor japonês foi brilhantemente declamada numa entrevista ao “China Daily”, na estreia mundial de “O Caminho Solitário” em Lijiang, cidade que fica próxima da aldeia onde decorre grande parte do filme.

"Ópera chinesa"

“O Caminho Solitário” prima pelo realismo incutido nas premissas por onde navega. Podemos sentir perfeitamente o silencioso sofrimento de um pai que só se apercebe realmente do quanto o filho significa para ele, quando se apercebe que vai perde-lo para sempre. Ken Takakura é o actor ideal para transmitir o tal “choro invisível, apelativo e tocante”, tão elevado por Yimou. A sua aparência dura e fria dá mais significado às fragilidades evidenciadas quando as coisas não lhe correm tão bem na busca pela actuação do cantor “Li Jiamin”. Percebe-se perfeitamente o porquê de muitos afirmarem que o papel de “Takata” foi escrito com o pensamento em Ken Takakura. O toque final é dado pelas interpretações dos já mencionados nativos chineses, fazendo com que sintamos que não estão a representar. Verdadeiramente estão a ser eles próprios, ou seja, autênticos.

A ideia de redenção está presente, quando no meio dos altos e baixos da demanda de “Takata”, surge o relacionamento com o pequeno “Yang Yang”, o filho do cantor “Li Jiamin”, que este nunca conheceu. “Takata” contribui, na sua singela maneira, para uma aproximação de ambos. No fundo funciona como um elo, não completamente desinteressado, que tenta evitar um afastamento semelhante ao que assombra a sua vida. A apresentação das fotografias de “Yang Yang” ao pai, é um momento de superior comoção e de grande cinema.

Um dos aspectos mais fascinantes do filme passa pelo confronto cultural, no bom sentido. “Takata” é um japonês que se encontra imerso numa China rural, onde não entende a língua dos habitantes, possuindo um pseudo-tradutor que não ajuda muito neste particular. Provém de um país democrático, com uma vertente bastante ocidental, que se confronta com os aspectos particulares de uma república “musculada”, entre os quais a burocracia e o controle. Apesar das naturais dificuldades, a interpenetração cultural funciona muito bem, e a amizade e respeito nasce entre os representantes de ambos os povos, unidos por problemas que superiorizam qualquer língua ou postura social.

“O Caminho Solitário” é ideal para quem prefere a faceta de Yimou relacionada com os dramas existencialistas, na linha de outros filmes do realizador tais como “Nenhum a Menos” ou “O Caminho Para Casa” (para falar dos mais recentes). Para aqueles que preferem a fase de Yimou relacionada com a sua trilogia de “Wuxia” (“Herói”, O Segredo dos Punhais Voadores” e “A Maldição da Flor Dourada”), o filme que presentemente se analisa não dirá assim tanto. Para mim e para outros leitores deste blogue, que apreciamos ambas as vertentes do realizador, “O Caminho Solitário” constituirá mais um argumento para elegermos Yimou como um dos melhores realizadores de sempre.

Sob o signo da ternura e amor parental, Zhang Yimou presenteia-nos com mais um tratado verdadeiramente humanista em toda a acepção da palavra. Pelo exposto, apenas só tenho de recomendar vivamente “O Caminho Solitário”. Principalmente a pais e filhos que têm uma tendência para a incompreensão mútua…

"Takata digere a mágoa, observando um céu inesquecível"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinematoca, Blog Downz

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 9

Argumento - 9

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,25







terça-feira, janeiro 29, 2008

Cavaleiros do Zodíaco (intro japonesa)

Meus amigos, eu cresci a ver isto!!! Parece que me estou a ver a faltar às aulas, só para ir ver "Saint Seya" (Cavaleiro do Pégaso) e amigos a largar um enxerto de porrada nos vilões todos. Muito provavelmente foram os meus desenhos animados preferidos de sempre. Hoje em dia, ainda existem momentos que gostaria de ser como o "Cavaleiro da Fénix" (o meu preferido). Desaparecer por completo, e posteriormente renascer das cinzas...ai nostalgia!!!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Chang Cheh
Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto basta clicar):
1. Storm Cloud Over Alishan (1949)
2. Wild Fire (1957)
3. The Butterfly Chalice (1965)
4. Tiger Boy (1966)
5. The Magnificent Trio (1966)
6. Trail of the Broken Sword (1967)
7. The One-Armed Swordsman (1967)
8. The Assassin (1967)
9. The Golden Swallow (1968)
10. The Singing Thief (1969)
11. Return of the One-Armed Swordsman (1969)
12. Flying Dagger (1969)
13. The Invincible Fist (1969)
14. Dead End (1969)
15. Have Sword Will Travel (1969)
16. The Wandering Swordsman (1970)
17. Vengeance (1970)
18. The Heroic Ones (1970)
19. King Eagle (1971)
20. The New One-Armed Swordsman (1971)
21. The Duel (1971)
22. The Anonymous Heroes (1971)
23. Duel of Fists (1971)
24. The Deadly Duo (1971)
25. The Boxer from Shantung (1972)
26. The Angry Guest (1972)
27. The Water Margin (1972)
28. Trilogy of Swordsmanship (1972)
29. Young People (1972)
30. Delightful Forest (1972)
31. Man of Iron (1972)
32. Four Riders (1972)
33. The Delinquent (1973)
34. Blood Brothers (1973)
35. The Generation Gap (1973)
36. The Pirate (1973)
37. Heroes Two (1974)
38. The Savage Five (1974)
39. Men from the Monastery (1974)
40. Friends (1974)
41. Shaolin Martial Arts (1974)
42. Na Cha, the Great (1974)
43. Five Shaolin Masters (1974)
44. All Men Are Brothers (1975)
45. Disciples of Shaolin (1975)
46. The Fantastic Magic Baby (1975)
47. Marco Polo (1975)
48. The Boxer Rebellion (1976)
49. New Shaolin Boxers (1976)
50. The Shaolin Temple (1976)
51. The Naval Commandos (1977)
52. The Brave Archer (1977)
53. The Chinatown Kid (1977)
54. The Brave Archer, Part Two (1978)
55. The Five Venoms (1978)
56. The Daredevils (1979)
57. The Magnificent Ruffians (1979)
58. The Kid With the Golden Arm (1979)
59. Heaven and Hell (1980)
60. Two Champions of Shaolin (1980)
61. The Sword Stained With Royal Blood (1981)
62. Masked Avengers (1981)
63. House of Traps (1982)
64. The Brave Archer and His Mate (1982)
65. Five Element Ninjas (1982)
66. The Brave Archer, Part III (1982)
67. The Weird Man (1983)
68. The Ghost (1983)
69. Shanghai 13 (1984)
70. Great Shanghai 1937 (1986)
71. Cross the River (1988)
72. Slaughter in Xi'an (1990)
73. The Magic Kid (1993)

terça-feira, janeiro 22, 2008

Gojoe/Gojo reisenki: Gojoe (2000)

Origem: Japão

Duração: 101 minutos

Realizador: Sogo Ishii

Com: Tadanobu Asano, Daisuke Ryu, Masatoshi Nagase, Masakatsu Funaki, Jun Kunimura, Urara Awata, Wui Sin Chong, Takato Hosoyamada, Ryo Kase, Naruki Matsukawa

"O monge Musashimo Benkei"

Estória

Japão, século XII, era Heian. Após uma longa guerra pelo poder, o clã Heike consegue derrotar os rivais Genji, mas os seus problemas não findaram. Numa ponte perto de Quioto, conhecida como Gojoe, vários soldados dos Heike são mortos continuamente por uma força que é tida como sobrenatural.

“Mushashimo Benkei” (Daisuke Ryu), anteriormente um temível guerreiro e agora um monge budista, tem uma visão que o incumbe de pôr termo a um demónio que representa um grande perigo para a paz no Japão. Ouvindo falar dos acontecimentos que se passam em Gojoe, decide que o mal a combater se encontra naquele local.

"Benkei depara-se com o principe Shanao na floresta"

Chegado a Gojoe, “Benkei” faz amizade com “Tetsukichi” (Masatoshi Nagase), um antigo armeiro que desistiu da profissão, preferindo agora recolher as armas dos guerreiros caídos em batalha. Posteriormente, o duo acaba por descobrir que o demónio de Gojoe é afinal humano, tratando-se do principe “Shanao” (Tadanobu Asano), o herdeiro do clã derrotado dos Genji e um fabuloso espadachim.

“Benkei” desafia “Shanao” para um confronto até à morte na ponte de Gojoe.


"Benkei luta com Shanao"

"Review"

Os mais atentos ao conteúdo deste espaço sabem muito bem que gosto bastante de um “chambara”. O mesmo poderia dizer por exemplo do “wuxia”. Isto não quer dizer que não existam outros tipos de filmes asiáticos que toquem o meu ser, e me façam sonhar. E o cinema oriental, graças a Deus é tão vasto e criativo, que nos possibilita um sem número de escolhas, muitas delas com sobeja qualidade. Contudo, no que toca à minha pessoa, não há nada que me anime mais (cinematograficamente falando) que um “swordplay” de elevado gabarito técnico e emocional.

“Gojoe” é baseado numa popular lenda japonesa, com algum fundamento histórico, no sentido de as personagens que a compõem terem realmente existido. A parte mitológica resume-se mais ou menos a isto: O brilhante general “Yoshitsune Minamoto” e o intrépido monge “Benkei” encontram-se para combater na ponte de “Gojoe”, à saída de Quioto. “Benkei” é derrotado, e impressionado com a superior técnica do seu jovem oponente, decide tornar-se seu discípulo e segui-lo fielmente. Impregnado de simbolismo, a estória visa elevar a coragem do jovem herói “Yoshitsune” que supera o seu mais forte adversário, ao mesmo tempo que ganha a sua estima e devoção.

“Gojoe” apesar de se ter baseado na lenda muito sumariamente supra exposta, reinventa completamente a estória, conforme podem se aperceber na sinopse. “Shanao” é uma eficaz máquina de matar (“Yoshitsune” foi o nome que posteriormente o principe “Shanao” adoptaria), que pensa apenas em obter vingança pela derrota do seu clã, sendo “Benkei” o único que o pode parar. Não avanço mais, sob pena de desvendar partes importantes do enredo, mas sempre se poderá afirmar que nenhum tipo de amizade os adversários irão nutrir um pelo outro, nem tão pouco “Benkei” irá se tornar discípulo de “Shanao”.

"O sangue jorra numa noite de lua cheia"

Embora se possa identificar a crueza, crueldade e algum “gore” nos combates desfilados no filme, aspectos tão característicos do género, sempre se poderá dizer que as lutas são um tanto ou quanto confusas e mesmo caóticas, o que muito ajuda os movimentos psicadélicos da câmara de Ishii. Não estamos perante o típico focar estático dos oponentes, em que através de momentos súbitos dos combatentes, tudo acaba em segundos. A banda-sonora pouco convencional, feita de ritmos “techno” e com alguns “riffs” de guitarra, em muito ajuda a aura hipnótica posta no digladiar. Embora seja de reconhecer algum mérito, e até anuir perante um ou outro momento excitante, tenho de confessar que este tipo de técnica não colheu muito o meu agrado.

A interpretação dos actores é demente, porque as personagens são dementes. Ishii quer fazer um “chambara” pouco convencional, logo os actores terão invariavelmente que se comportar como uma cambada de loucos. “Shanao” parece um demónio num corpo de um homem, que chega ao cúmulo de votar ódio ao budismo e acreditar em duas únicas divindades: o poder e a vingança; “Benkei”, pelo contrário, deixa para trás uma vida de crime e morte, para se tornar num homem santo. No entanto, vê-se forçado a conjurar o que de pior existe em si para pôr cobro à maldade de “Shanao”. O melhor que “Gojoe” possui são as boas interpretações do seu “cast”, composto por nomes sonantes do cinema japonês, tais como Tadanobu Asano, Daisuke Ryu ou Masatoshi Nagase.

“Gojoe” é sem dúvida um “chambara”, embora com características pouco convencionais e demasiado experimentalista. Isto faz com que a película não seja muito do meu agrado. Não sou obrigado a gostar de tudo o que represente inovação, essa é que é a verdade. Aviso, porém, que esta opinião menos favorável do filme é minoritária perante a crítica especializada, da qual eu não faço parte. Sou apenas um fã de cinema asiático, que gosta de partilhar um par de ideias com todos vós, sem excepção.

Por isso pesquisem, leiam os textos que empolam “Gojoe” como um dos produtos mais excitantes do cinema japonês pós-ano 2000, vejam o filme e critiquem-me à força toda posteriormente por ter "vistas curtas". Quanto a mim, prefiro deparar-me a título meramente exemplificativo, com um suave Yôji Yamada ou um épico Kurosawa. Estas modernices é que não…


"Benkei e Shanao preparam-se para o combate final"

Trailer, The Internet Movie database (IMDb) link

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 7

Banda-sonora - 6

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7






segunda-feira, janeiro 21, 2008

Crouching Tiger Hidden Dragon - Farewell

Eu sei que é um danado de um spoiler...mas não resisti, perdoem-me! Sem dúvida, uma das cenas mais belas da história do cinema asiático, digam o que disserem!

domingo, janeiro 20, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Nota: Felizmente já recebemos muitas e boas indicações de realizadores asiáticos que não constavam na lista, e que após análise, foram inseridos no quadro de votações. No entanto, têm sido sugeridos nomes de actores, que nunca realizaram um filme que fosse.O único actor que foi sugerido e aceite foi Jô Odagiri, realizador e escritor de "Looking for Cherry Blossons". Relembra-se que esta votação é para eleger o vosso realizador asiático preferido. Quanto aos actores e actrizes, a eleição já decorreu, pelo que se solicita algum cuidado antes de proporem nomes a votação.
Andrew Lau

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica no "My Asian Movies", o título do filme estará a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):

1. Against All (1990)
2. Ultimate Vampire (1991)
3. Rhythm of Destiny (1992)

4. Raped by an Angel (1993)
5. All New Human Skin Lanterns (1993)
6. Modern Romance (1994)
7. To Live and Die in Tsimshatsui (1994)
8. Lover of the Last Empress (1995)
9. The Mean Street Story (1995)
10. Young and Dangerous, Part I (1996)
11. Best of the Best (1996)
12. Young and Dangerous 2 (1996)
13. Young and Dangerous 3 (1996)
14. Young and Dangerous 4 (1997)
15. The Storm Riders (1998)
16. Young and Dangerous 5 (1998)
17. Young & Dangerous: The Prequel (1998)
18. The Legend of Speed (1999)
19. A Man Called Hero (1999)
20. Born to Be King (2000)
21. Sausalito (2000)
22. The Duel (2000)
23. Dance of a Dream (2001)
24. God of Fist Style aka. Legend of Tekken (2001)
25. Bullets of Love (2001)
26. Infernal Affairs (2002) - conjuntamente com Alan Mak
27. Women from Mars (2002)
28. The Wesley's Mysterious File (2002)
29. Infernal Affairs II (2003) - conjuntamente com Alan Mak
30. The Park (2003)
31. Suicide Note On Dot Social (2003)
32. Infernal Affairs III (2003) - conjuntamente com Alan Mak
33. Hak yau nyn long (2003)
34. Initial D (2005) - conjuntamente com Alan Mak
35. Confession of Pain (2006) - conjuntamente com Alan Mak
36. Daisy (2006)
37. The Flock (2007)


Love Au Zen/Ai qing guan zi zai (2000)

Origem: Hong Kong

Duração: 96 minutos

Realizador: Derek Chiu

Com: Poon Chan Leung, Flora Chan, Andrew Lin, Annie Wu, Ko Hon Man

"Ah Sau e Ah Cheng"

Estória

“Ah Cheng” (Andrew Lin) e “Mila” estão prestes a se casar, embora a sua relação seja vista como materialista e um tanto ou quanto ínsipida. Pouco antes do enlace, o padrinho “Ah Sau” termina a sua relação de cinco anos com a madrinha “Jing” (Flora Chan), e decide retirar-se para um mosteiro budista situado em Lantao.

No dia do casamento, “Ah Sau” aparece com uma indumentária de monge budista que a todos surpreende, inclusive “Jing”. O pior sucede quando na hora de dizer “sim”, “Ah Cheng”, o noivo, assume uma postura extremamente exitante o que irrita de sobremaneira “Mila”, ao ponto de a mesma cancelar o casamento.

"Mila e Jing"


“Ah Cheng” decide acompanhar “Ah Sau” para o mosteiro, de forma a encontrar um novo sentido para a sua vida. Tempos depois, chegam ao santuário “Mila” e “Jing”, que igualmente querem conhecer a maneira de viver budista, tendo em vista encontrar respostas para os seus infortúnios. Os casais, sob a orientação do mestre “Chi Yuan” (Ko Hon Man), tentam nortear a sua vivência, aplicando os princípios básicos do budismo.

"Ah Sau em meditação, observado pelo mestre Chi Yuan"

"Review"

Baseado no livro de Raymond To, autor que igualmente escreveu o argumento para o filme, “Love Au Zen” teve a dignidade de subir primeiro aos palcos teatrais de Hong Kong, antes de passar para o formato filme. A peça foi um relativo sucesso e os actores Poon Chan Leung e Kon Hon Man viriam a repetir os seus papéis no grande ecrã.

A base onde “Love Au Zen” se sustenta é precisamente os diálogos escritos por Raymond To, que exploram imenso os cânones budistas e a sua aplicação à vida de todos os homens e mulheres. Ora isto levantará uma certa dificuldade àqueles que não conhecem minimamente os caminhos pelos quais esta religião (ou modo de vida, segundo outros) pugna. O desafio será ainda maior, quando se tenta perceber qual a lógica dos ensinamentos e a sua interpenetração com os relacionamentos dos casais desavindos da película. Pelo que aqueles que tiverem oportunidade de visionar esta longa-metragem terão provavelmente que, à semelhança do que eu fiz, rever a película, de forma a ficar com uma percepção mais correcta das mensagens que se pretendem transmitir.

Passível de ser catalogado como um drama, não será daqueles filmes cuja representação seja orientada para puxar uma lágrima ao olho, e consequentemente gastar quilos de lenços de papel. A veia do erudito marca mais a sua presença, devido ao conteúdo dos diálogos de que se falou acima. Os actores, embora fazendo parte da 2ª e talvez 3ª linha de Hong Kong, põem alma nas interpretações. O destaque terá forçosamente de ser atribuído ao desconhecido Ko Hon Man, no papel do monge “Chi Yuan”, e à estrela do Cantopop, Flora Chan, cuja fama advém essencialmente das séries da TV em que participou (para além da música, claro). A comédia marca a sua presença de uma forma subtil, e com as despesas quase todas a correr por conta de Annie Wu, uma vintona histérica e mimada. Ao contrário do que muitas vezes costuma suceder no que a Hong Kong diz respeito, as partes que visam nos fazer pelo menos sorrir, estão perfeitamente enquadradas no desenho global do filme, nunca redundando em produtos descartáveis.


"No telhado do mosteiro a observar uma paisagem de sonho"

Derek Chiu, um realizador que conhecia só de nome, gosta de contar uma boa estória, enveredando por momentos bastante pausados, para que possamos apreender o máximo de informação. Ainda bem que assim o é, pois a subtileza dos já mencionados diálogos assim o exige. Merece uma palavra especial a espectacular fotografia de Tony Ching, tanto no que refere às paisagens idílicas que rodeiam o mosteiro, assim como da extremamente urbanizada Hong Kong.

“Love Au Zen” prima sobretudo pelo seu argumento inteligente, a riqueza dos seus diálogos e o “glamour” das suas personagens, constituindo de certa forma uma lufada de ar fresco no panorama do cinema de Hong Kong. Não é uma obra dirigida para um vasto público, o que explicará de certa forma os seus fracos resultados de bilheteira e o desconhecimento para os cinéfilos ocidentais. Contudo revela ser uma proposta interessante e inovadora, que merecerá uma espreitadela. Principalmente para aqueles que adoram diálogos significativos ou que muitas vezes pensaram entrar em reclusão, devido a um acontecimento amoroso infeliz!

"Jing descobre o significado dos cânones budistas escritos nas mãos"

Trailer (não encontrado), The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,50





segunda-feira, janeiro 14, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Cumprindo o prometido, apresento-vos mais um excelente realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não é demais relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s).
Jia Zhang Ke (Jia Zhangke)

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica, o título do filme estará a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):

  1. Going Home (1995)
  2. Dudu (1996)
  3. The Pickpocket (1997)
  4. Platform (2000)
  5. In Public (2001)
  6. Unknown Pleasures (2002)
  7. The World (2004)
  8. Still Life (2006)
  9. Dong (2006)
  10. Useless (2007)
  11. Our Ten Years (2007)

domingo, janeiro 13, 2008

Paprika/Papurika - パプリカ (2006)

Origem: Japão

Duração: 87 minutos

Realizador: Satoshi Kon

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Megumi Hayashibara (Dra. Atsuko “Paprika” Chiba), Tôru Emori (Dr. Seijirô Inui), Katsunosuke Hori (Dr. Toratarô Shima), Tôru Furuya (Dr. Kôsaku Tokita), Kôichi Yamadera (Dr. Morio Osanai), Akio Ôtsuka (Detective Kanakawa), Hideyuki Tanaka (Administrador), Satomi Kôrogi (Boneca Japonesa), Daisuke Kanaguchi (Kei Himuro)

"Dra. Atsuko Chiba"

Estória

Um grupo de cientistas desenvolve uma ferramenta psiquiátrica conhecida como “DC Mini”. O aparelho permite que um médico entre directamente na mente do paciente, e proceda ao tratamento internamente, para além de estar habilitado a detectar qualquer ameaça psicológica ao bem-estar de uma pessoa.

O projecto encontra-se em grande perigo, quando três dos mais recentes “DC Mini” desenvolvidos pelo obeso “Dr. Tokita” são furtados, sem que os programas de segurança estejam instalados. Este factor leva a que os ladrões consigam entrar nos sonhos de qualquer ser humano e leva-los a cometer crimes ou a se suicidarem. O problema aumenta ainda mais, quando os denominados “terroristas da mente” parecem conseguir cumprir os seus propósitos, mesmo com as pessoas acordadas.

"Detective Kanakawa"

A única que parece ter poder para remediar a situação é “Paprika”, uma jovem rapariga que constitui o alter-ego da “Dra. Atsuko Chiba”, e que consegue penetrar nos sonhos das pessoas afectadas. Com o auxílio do detective “Kanakawa” e do “Dr. Shima”, “Paprika” tenta por cobro à situação.

"A Dra. Chiba mira o seu alter-ego Paprika"

"Review"

Baseado no livro com o mesmo nome, do autor japonês Yasutsaka Tutsui, “Paprika” constitui o mais recente trabalho do fenomenal realizador de “anime” Satoshi Kon. O filme teve um certo eco no nosso país, sendo um dos vencedores do Fantasporto – edição de 2007, tendo igualmente sido nomeado para o Leão de Ouro em Veneza, em 2006. Aliás coube a este último festival a honra em apadrinhar a estreia mundial da película.

Satoshi Kon gosta de brincar com as mentes daqueles que têm a felicidade de visionar as suas longas-metragens de animação, e “Paprika” não constitui excepção. Pelo contrário, até potencia este factor. O realizador japonês tem um iminente fascínio por tudo o que esteja relacionado com memórias e a percepção ou anti-percepção da realidade. No fundo tudo se reconduzirá a questões de identidade, não apenas vistas do prisma singular das pessoas, como também da raça humana vista como um todo. Em “Paprika”, Satoshi Kon está no seu terreno preferido, pois acima de tudo é abordado exaustivamente os medos e desejos que se encontram escondidos lá bem no fundo do nosso subconsciente.

Tendo por base estes princípios gerais, “Paprika” é dominado pelo signo de um belo, mas de alguma forma perturbador surrealismo. O papel do inconsciente na criação artística, reflectida prementemente na própria concepção dos bonecos animados presentes nos sonhos das personagens, está todo lá. O abstracto e o factor psicológico são reis na narrativa. Os sonhos (alguns verdadeiros pesadelos) das personagens são completamente desligados de qualquer lógica ou razão que se identifique à primeira vista. Tudo isto encontra-se muito presente em “Paprika”, o que poderá de certa forma desnortear o espectador. Provavelmente a intenção será essa. Esta faceta do realizador provavelmente fará com que o mesmo nunca atinja um público tão vasto como Miyazaki, mas nem por isso será de lhe atribuir um papel diminuto no panorama do “anime” japonês. Muito pelo contrário. Kon merece ser considerado um dos expoentes mais importantes do género.

"A identidade de Paprika é revelada"

A animação está francamente melhor que os anteriores trabalhos do realizador, o que sem dúvida será o resultado de um orçamento mais desafogado. Aqui é tudo topo de arte, sem espaço para qualquer tipo de primitivismo. Isto não quer dizer, obviamente, que filmes como “Millennium Actress” ou “Tokyo Godfathers” não possuam os seus méritos visuais. Mas ficava-se sempre com a sensação que os espantosos produtos dos estúdios Ghibli de Miyazaki e Isao Takahata deixavam tudo o resto a milhas de distância. Com o apoio da “Madhouse”, Kon oferece-nos um produto de elevadíssima qualidade artística, e que impressiona pela beleza e pelo detalhe.

Satoshi Kon não é apenas mais um realizador. Pondo de parte os seus inegáveis méritos técnicos, Kon é acima de tudo um amante de cinema e isto nota-se a milhas de distância. As menções que faz a filmes como “Tarzan”, ao épico “Journey to the West” ou às suas próprias obras (pense-se nos cartazes referentes a “Millennium Actress” e “Tokyo Godfathers” expostos no cinema) elucidam que estamos perante um cultor da sétima arte, que faz questão de propalar a sua paixão.

Imperdoavelmente ainda não tinha visionado este “Paprika”. Apesar de o considerar uma obra superior, a minha película preferida do realizador continua a ser “Millennium Actress”, sobretudo pela pujança sentimental transmitida. Paprika”, pelo contrário, trilhará caminhos mais duros e porventura menos palpáveis, sem prejuízo de também transmitir mensagens significativas da perspectiva da paixão e do sentimento, conforme se divisa da união entre a “Dra. Chiba” e o “Dr. Tokita”.

Quanto a mim, e sem retirar qualquer tipo de elogio aqui feito à obra, prefiro filmes mais directos. É uma questão de gosto pessoal, nada mais do que isso. No entanto, esta brincadeira mental tem muito que se lhe diga, e uma delas é sem dúvida “Bom filme”!


"O Dr. Osanai explode num turbilhão de borboletas azuis"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Esta crítica igualmente se encontra disponível "on line" em ClubOtaku

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Animação - 9

Argumento - 9

Banda-sonora - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,14




segunda-feira, janeiro 07, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

À semelhança do que aconteceu nas anteriores votações levadas a cabo neste espaço, tenciono apresentar semanalmente um ou mais dos candidatos que estão sujeitos ao vosso escrutínio no quadro mais abaixo, do lado direito. Nada melhor do que começar em grande estilo!
Akira Kurosawa

Informação

Filmografia (os filmes cujo título estão a cor vermelha, possuem uma crítica no "My Asian Movies". Para aceder ao texto, basta clicar) :

1. Judo Saga (1943)
2. Most Beautifully (1944)
3. The Men Who Tread on the Tiger's Tail (1945)
4. Judo Saga II (1945)
5. Those Who Make Tomorrow (1946)
6. No Regrets For My Youth (1946)
7. One Wonderful Sunday (1947)
8. Drunken Angel (1948)
9. A silent Duel (1949)
10. Stray Dog (1949)
11. Scandal (1950)
12. Rashomôn (1950)
13. The Idiot (1951)
14. Ikiru (1952)
15.
Os Sete Samurais (1954)
16. I Live in Fear (1955)
17.
O Trono de Sangue (1957)
18. Donzoko (1957)
19. The Hidden Fortress (1958)
20. The Bad Sleep Well (1960)
21. Yojimbo (1961)
22. Sanjuro (1962)
23. High and Low (1963)
24. Red Beard (1965)
25. Dodesukaden (1970)
26. Dersu Uzala (1975)
27
. Kagemusha (1980)
28. Ran, os Senhores da Guerra (1985)
29. Sonhos (1990)
30. Rapsódia em Agosto (1991)
31. Not Yet (1993)


domingo, janeiro 06, 2008

After This Our Exile/Fu Zi - 父子 (2006)

Origem: Hong Kong

Duração: 120 minutos

Realizador: Patrick Tam

Com: Aaron Kwok, Charlie Yeung, Goum Ian Iskandar, Kelly Lin, Valen Hsu, Qin Hailu, Tsui Tin Yau, Faith Yeung, Qin Hao, Lester Chan, Lan Hsin Mei, Allen Lin, Wang Yi Xuan, Xu Liwen

"Shing e alguns dos seus vícios"

Estória

“Shing” (Aaron Kwok) é um homem irresponsável, não se apercebendo que a sua família se está a desmoronar. A companheira “Lin” (Charlie Yeung) pensa seriamente em deixá-lo e só não o fez anteriormente devido ao filho de ambos, o jovem “Lok Yuen” (Goum Ian Iskandar).

Certo dia, farta de ser humilhada em público e de pagar as dívidas de “Shing” provenientes do jogo, “Lin” abandona o seio familiar e deixa “Lok Yuen” à mercê do pai. Após uma fase embrenhada na frustração do abandono, em que “Shing” tenta localizar “Lin” de forma a trazê-la para casa, o homem terá de levar a vida em diante e a do seu filho.

"Lin"

As coisas não correm bem, “Shing” perde o emprego e tem perigosos usurários no seu encalço. Sem dinheiro nenhum, “Shing” começa a assaltar residências fazendo uso do seu jovem filho, numa jornada final para a decadência.

"Shing transmite ensinamentos sobre a arte de furtar ao seu filho Lok Yuen"

"Review"

Constituindo o aguardado regresso de Patrick Tam à realização, após um interregno de 17 anos desde “My Heart Is That Eternal Rose”, “After This Our Exile” foi o grande vencedor de dois dos mais importantes festivais de cinema asiático, os “Golden Horse Awards – 2006”, e os “Hong Kong Film Awards - 2007”, tendo levado para casa em ambos os certames variados prémios, entre os quais o galardão para melhor filme. Estamos pois a falar de uma película aclamada, e que fez um certo furor no panorama cinematográfico asiático, tendo inclusive deambulado um pouco pela Europa, fazendo parte da selecção oficial do “Festival Internacional de Cinema de Roma (2006) ”.

“Fu Zi”, o título dado na língua autóctone desta longa-metragem, significa literalmente “Pai e Filho” e como a tradução indica, visa expor a estória de um relacionamento conturbado entre um homem e o seu rebento que desemboca, por circunstâncias adversas, numa aproximação. Ao visionar este filme, não pude deixar de me lembrar de “Adeus, Pai”, uma obra nacional que em 1996 me impressionou bastante pela positiva. Ambas as películas têm em comum o já atrás mencionado, ou seja, a tal aproximação entre pai e filho devido a um evento trágico. No entanto, as semelhanças acabam aí, pois o desenvolvimento do tema é bastante diverso num e noutro filme, fazendo com que a obra de Luís Filipe Rocha seja tocante do ponto de vista suave, e esta de uma perspectiva mais nua e crua, em função dos caminhos que percorre.

O que de melhor “After This Our Exile” possui é sem dúvida as interpretações dos actores, mormente de Aaron Kwok e do pequeno Goum Ian Iskandar, que dão a vida a pai e filho, respectivamente. A idade e subsequente maturidade estão a fazer maravilhas a Kwok. O actor no início da sua carreira, praticamente só representava papéis de “menino bonito”, com pouca ou nenhuma substância. Aqui, é demonstrado que Kwok tem capacidades para muito mais, oferecendo-nos um registo impecável e praticamente sem defeitos de maior que se apontem. “Shing”, interpretado pela estrela de Hong Kong, é um indivíduo palpável. O que é que isto quer dizer? Significa que é real, e que podemos identificar o estado de degradação pessoal de “Shing”, com situações que presenciamos ocasionalmente. Pessoalmente, o conluio na pequena criminalidade interpretado por “Shing” e pelo seu filho, fez-me lembrar os chamados “meninos das caixinhas” daqui da Madeira, crianças pobres provenientes de famílias que vivem em extrema pobreza, e que se dedicam à mendicidade e delinquência. Com certeza que a esmagadora maioria de vós, terá exemplos parecidos nas vossas terras, de uma forma ou de outra. Por falar em crianças, fiquei igualmente bastante impressionado com o desempenho do jovem actor Goum Ian Iskandar, que lhe valeu dois prémios para melhor actor secundário, tanto nos “Golden Horse Awards”, como nos “Hong Kong Awards”. Ao observarmos a “performance” de Iskandar, sentimos a injustiça com que se deparam muitas crianças neste mundo, por culpa da loucura e má-formação dos adultos. Charlie Yeung, uma actriz pela qual nutro especial predilecção, não brilha tanto como os seus pares, essencialmente devido a uma questão de minutos. A sua sensualidade e capacidades interpretativas continuam de boa saúde, e sempre que aparece, o filme só ganha com isso.

"Shing e Lok Yuen num raro momento de ternura"

“After This Our Exile” é acima de tudo um filme impregnado de humanidade. Foca os dissabores de uma família pobre e pouco convencional, tendo por pano de fundo a vivência dos chineses na Malásia. Igualmente destaca-se por ter cenas mais “quentes” do que é normal num filme proveniente de Hong Kong, tanto a nível físico, como de linguagem. O realizador Patrick Tam consegue regressar em grande, obtendo igualmente o reconhecimento a título individual, vencendo o prémio para melhor realizador nos “Hong Kong Film Awards” (derrotando “monstros” como Johnny To ou Zhang Yimou), embora não tenha conseguido o feito nos “Golden Horse” (Peter Chan ganharia com “Perhaps Love”).

Se defeito de maior pode ser assacado a esta película estará provavelmente relacionado com a versão aqui analisada, que é a de 120 minutos. Algumas partes do filme, que reputo de importantes (essencialmente a relação que “Shing” mantém com a prostituta “Fong”, interpretada por Kelly Lin), porventura careciam de um maior desenvolvimento argumentativo. No entanto, tal poderá ser eventualmente remediado com o “director’s cut” (que não vi), cuja duração ronda os 160 minutos.

Não é um clássico, mas não deixa de ser um filme com qualidade, a que se aconselha o visionamento!

"As poucas brincadeiras de uma criança"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Anotações de um cinéfilo

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 9

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8





sábado, janeiro 05, 2008

Votação para 2008!


Pois é caros, visitantes do "My Asian Movies"! Já que escolhemos recentemente quais os actores e actrizes asiáticos preferidos dos que por cá passam (os mais atentos saberão que Jet Li e Zhang Ziyi ganharam de forma incontestável), agora trata-se logicamente de escolher qual o realizador asiático favorito.
Este escrutínio durará todo o ano de 2008, pelo que será, com toda a propriedade, uma mega-votação! Para começar, tomei a liberdade de escolher trinta e seis realizadores (anime incluído) que considero emblemáticos no panorama do cinema oriental. No entanto, não se deixem prender pelas opções, pois como estamos numa democracia, poderão acrescentar outros nomes.
À semelhança do que fiz com as votações precedentes, farei um "post" semanal com fotos dos concorrentes, com "links" para informação e filmes que tenham sido aqui analisados.
Desta vez não fui tão restritivo como nas votações anteriores. Passo a explicar. Vossas Exas. poderão escolher mais do que um realizador, mas sempre antes de carregarem no botão que valida o vosso voto. Eu por exemplo assinalei Akira Kurosawa, Zhang Yimou, Wong Kar Wai, Hayao Miyazaki e Satoshi Kon, e posteriormente cliquei "vote", e os votos ficaram todos registados.
Espero mais uma vez contar com a vossa valiosa colaboração!
Abraço a todos!
PS: Antes que comecem a dizer que a caricatura que ilustra este "post" é tendenciosa e tenta induzir o voto, garanto-vos que a escolha foi totalmente inocente, eh, eh, eh!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

As actrizes favoritas dos visitantes do "My Asian Movies" são...

1º Zhang Ziyi (59 votos)

2º Lucy Liu (39 votos)

3º Gong Li (36 votos)


4º Shu Qi (17 votos)


5º Maggie Cheung (16 votos)

Merecem ainda uma menção honrosa Cecilia Cheung (15), Jun Ji-hyun (14), Brigitte Lin (12), Michelle Yeoh (11) e Aya Ueto (11).






Os actores favoritos dos visitantes do "My Asian Movies" são...

1º Jet Li (68 votos)


2º Jackie Chan (48 votos)


3º Hiroyuki Sanada (44 votos)

4º Bruce Lee (36 votos)


5º Tony Leung Chiu Wai (23 votos)

Tiveram ainda votações dignas de registo Tony Jaa (16), Choi Min-sik (14), Chow Yun Fat (14), Takeshi Kaneshiro (14) e Toshirô Mifune (14).






terça-feira, janeiro 01, 2008

Votações do "My Asian Movies"


Caros amigo(a)s e visitantes deste blogue,
Se repararem para o vosso lado direito, aperceber-se-ão que os quadros das votações foram retirados. A razão passa pelo facto de o escrutínio levado a cabo neste espaço ter findado no último dia do ano. Nos próximos dias, revelarei as actrizes e actores favoritos dos visitantes deste estaminé (embora para os mais atentos os resultados sejam previsíveis), e desde já anuncio que a próxima votação terá directamente a ver com as preferências reveladas por vocês.
Agora tenho de ir pois necessito de ter uma conversa muito séria com um amigo chamado "Jameson" e com uma amiga com um nome um tanto ou quanto longo chamada "noite de fim de ano fabulosa na cidade do Funchal, onde há que passar por uns quantos bares e discotecas".
Bem hajam!!!