“Testemunhos” de Takeshi (“Age of Asia”)
O convidado desta semana é Takeshi, o administrador do blogue “Age of Asia” (para aceder, clicar na foto acima). O Takeshi é um visitante assíduo aqui do “My Asian Movies”, assim como eu sou do espaço dele. Vale bem a pena dar uma vista de olhos no “Age of Asia”, pois além da grande qualidade que possui, temos acesso a um conteúdo bastante diversificado, sobre as cinematografias asiáticas mais populares. Desde comentários sobre filmes e manga, passando por trailers e as sempre bem-vindas beldades asiáticas, podemos encontrar os temas que apreciamos mais no cinema que todos prezamos. Vale bem a pena dar uma espreitadela no blogue a que o Takeshi se dedica tanto e que esperamos que perdure por muito tempo!
Abaixo segue o resultado da entrevista.
“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?
Takeshi : Não dá para generalizar, o cinema oriental como qualquer outro é muito diversificado. O principal fator é a própria cultura asiática presente em pequenos detalhes do cotidiano e comportamento de seus personagens. Por mais que tenham passado por processos de ocidentalização (o próprio cinema é coisa do ocidente), não há como esconder que na maioria dos casos eles valorizam mesmo são as próprias tradições, embora de forma muito comercial, e nisso os asiáticos são grandes exploradores.
“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?
T. : Exatamente essa forma como o cinema asiático sabe explorar ao máximo o seu conteúdo comercial. A versatilidade e a improvisação também são características que eu gosto demais do cinema oriental. O suitmation substituindo o stop motion, o kung fu ou chambara no lugar do "bang bang" dos westerns ou as formas mais baratas de se fazer animações, etc.
“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?
T. : Não me lembro qual foi o primeiro filme, mas no Brasil foram muito populares entre os meados das décadas de 1980 e início dos anos 1990 os seriados infantis de super-heróis japoneses, os "tokusatsus" que eram exibidos na TV, daí veio o meu gosto por "animes" e cinema asiático. Como sou descendente de japoneses isso ajudou a aumentar o meu interesse no assunto. Meu avô também costumava alugar VHS de filmes e novelas japonesas como o popular "Abarenbo Shogun" (http://wiki.d-addicts.com/Abarenbo_Shogun) há filmes para cinema baseados na série televisiva. Talvez tenha sido qualquer uma dessas produções.
“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?
T. : Para mim é a China, mais precisamente o cinema de Hong Kong, de lá saem os melhores filmes de ação.
“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...
T. : São os filmes de ação em geral, combinados ou não com kung fu, mas divido essa com os longas animados. E de uns tempos para cá, tem crescido o meu interesse em "dramas", tenho medo que o meu gosto mude : ).
“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?
T. : Hard Boiled
Fist of Legend
Tonari no Totoro
Omohide Poro Poro
Flashpoint
Elenquei meus 5 prediletos, geralmente dos gêneros "ação" e "animação".
“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?
T. : John Woo
“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?
T. : Ator: Andy Lau
Atriz: Chieko Baisho (uma das atrizes prediletas do diretor Yoji Yamada)
“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?
T. : Sobre: "Hero"
Sub: "House of Flying Daggers"
Sim, ambos de Zhang Yimou.
“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?
T. : Eu diria que não é boa, mas pela situação atual até que está de bom tamanho. Dez anos atrás não se encontrava tantos títulos licenciados nas video-locadoras brasileiras, é claro que só dos diretores e atores mais consagrados, mas ultimamente venho percebendo que há muitos filmes B nas prateleiras, com áudios originais e dublagem em português-br, mas com poucos extras. Nas salas de cinema, nem sempre encontramos produções asiáticas, na maioria dos casos somente nas mostras internacionais realizadas nas capitais Rio e São Paulo, eu nunca tive oportunidade de ir ver.
“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?
T. : Não há porque ter preconceito, pois cinema é cinema, não interessa de que país seja, mas você descobrirá que o ocidente está cada vez mais se rendendo ao estilo oriental de fazer filmes, principalmente nos campos da "ação", "terror" e até "animação".
Ainda há muito o que descobrir do cinema oriental, eu mesmo conheço pouco da cinematografia indiana, a maior indústria do mundo da 7ª arte. E aos poucos estou me sensibilizando com filmes menos comerciais com diretores como Hirokazu Kore-eda, estou adorando ver clássicos de Akira Kurosawa ou os antigos heróis da Shaw Bros.
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