"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

sábado, dezembro 25, 2010

Sumo Do, Sumo Don't/Shiko funjatta - シコふんじゃった。(1992)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 105 minutos

Realizador: Masayuki Suo

Com: Masahiro Motoki, Misa Shimizu, Naoto Takenaka, Akira Emoto, Kaori Mizushima, Hiromasa Taguchi, Robert Hoffman, Kentarô Sakai, Masaaki Takarai, Ritsuko Umemoto, Masaru Matsuda, Hiroshi Miyasaka, Goro Takaoka, Naomasa Musaka, Fuyuki Murakami

A equipa do liceu

“A equipa do liceu, acompanhada de Natsuko”

Sinopse

No Japão, a juventude actual está mais interessada nos desportos ocidentais tais como o basebol, o futebol ou o basquetebol. O professor Anayama (Akira Emoto), um antigo campeão universitário de Sumo chantageia o seu aluno “Shuhei” (Masahiro Motoki), fazendo depender a sua licenciatura da condição de se juntar ao clube da modalidade, existente na universidade. O rapaz não consegue ver como se irá sair bem da história, considerando que não percebe nada de Sumo, além de ser magro.

Natsuko e o Prof. Tokichi

“Natsuko e o Prof. Tokichi”

Juntamente com outras personagens pouco convencionais, entre as quais “Smiley” (Robert Hoffman), um ocidental que só aceita lutar com calças, a equipa universitária começa a ganhar forma, embora os resultados sejam desastrosos pois nenhum dos elementos percebe alguma coisa do desporto em causa. Contudo, e gradualmente, as coisas começam a mudar de figura.

Shuhei e Natsuko

“Shuhei e Natsuko”

Review”

O Sumo é o desporto tradicional do Japão, com uma comprovada existência superior a 2000 anos e cujas raízes são associadas à religião xintoísta. Trata-se de uma modalidade que representa muito da identidade nacional do país do sol nascente, e que faz parte do dia-a-dia do seu povo. Contudo, e à semelhança do que acontece por todo o mundo, as tradições por vezes são difíceis de manter. Muito disto acontece pelo facto de os jovens não serem tão atreitos a preservar o que transitou dos seus antepassados para o presente, estando os seus interesses mais orientados para a modernidade e a inovação. Parece ser um facto praticamente consumado que a juventude japonesa parece estar mais orientada para prosseguir um estilo de vida ocidental, abandonando aos pouco o que de mais tradicional tem o seu país. “Sumo Do, Sumo Don't” é uma comédia do realizador Masayuki Suo que visa satirizar precisamente este aspecto, ou seja, a relação dos jovens do Japão com um desporto que acontece ser um poderoso símbolo da nação. À altura, esta película teve uma aceitação francamente favorável, tendo sido a grande vencedora da 16ª edição do certame dos “Japan Academy Prize”, ocorrido no ano de 1993.

Com uma linha argumentativa simples, “Sumo Do, Sumo Don't” é um exercício bem sucedido, onde não se envereda pela comédia fácil, mas sim por uma reflexão bem humorada não apenas acerca da relação dos jovens com o Sumo, mas igualmente por outros dois importantes temas.

O primeiro prende-se com a mensagem de as diferenças culturais entre o Ocidente e o Oriente serem perfeitamente (re)conciliáveis. Neste particular, a personagem de “Smiley”, interpretada por Robert Hoffman, é o catalisador da acção. O “gaijin” (expressão que designa “forasteiro” para os japoneses), não tem uma atitude favorável para com o Sumo. Isto é exemplificado pelo facto de se recusar a envergar a indumentária tradicional do Sumo, querendo combater com calças. No final, e como seria de prever, “Smiley” muda a sua atitude e acaba por agradecer aos seus colegas o facto de finalmente ter entendido o espírito japonês.

A segunda premissa adicional importante, reconduz-se ao papel da mulher no Sumo. É ponto assente, que este desporto é um domínio dos homens. “Sumo Do, Sumo Don't” é considerado o primeiro filme, onde podemos ver não apenas uma mulher entrar no ringue, mas igualmente combater (disfarçada e através de um estratagema, é certo). Isto acontece quando “Masako” (personagem a cargo da actriz Masako Mamiya) combate em substituição de “Haruo” (Masaaki Takarai), um membro da equipa que se tinha lesionado.

Aoki

“Aoki”

O elenco, liderado por Masahiro Motoki que tivemos oportunidade de ver na obra-prima do cinema japonês “Okuribito – Departures”, comporta-se à altura. Não existem momentos de antologia a nível de interpretação, mas sim uma fluidez saudável que se aplaude. No que concerne aos momentos mais cómicos, e existem bastantes, estaremos perante um filme inteligente e despretensioso, que nos sensibilizará em alguns momentos. Pense-se apenas na constituição física de alguns dos membros da equipa, autênticos “trinca-espinhas”, que nunca na vida deteriam corpo para praticar um desporto como o Sumo, que exige, entre outras coisas, peso e robustez.

“Sumo Do, Sumo Don't”, é um filme com uma grande dose de entretenimento, que aborda de forma interessante a juventude japonesa, as relações entre diferentes culturas e o papel importante da mulher na evolução da sociedade japonesa. Diverte sem ofender, e transmite uma série de mensagens significativas que perduram na nossa memória. Face ao exposto, e parabenizando Masayuki Suo pela competente realização, resta-me apenas aconselhar esta obra que já detém 18 anos de existência, mas com uma actualidade vibrante.

Luta

“Shuhei em combate”

imdb7.1 em 10 (290 votos) em 25 de Dezembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,88

sexta-feira, dezembro 24, 2010


Nos últimos tempos o "My Asian Movies" não tem sido actualizado com a frequência normal e regular, como era habitual e que eu certamente gostaria. Tal se deve a motivos de ordem pessoal, que me têm roubado algum tempo, algum dele usado para trabalhar neste blogue. Por outra via, a inspiração para o visionamento dos filmes, assim como para elaborar os correspondentes textos ultimamente não tem sido muita, confesso. De qualquer forma, asseguro-vos que o "My Asian Movies" continua bem vivo, e aguarda-se que tenha um novo e pujante fulgor para o novo ano que se avizinha. No entanto, o motivo principal para este "post" é outro. A época que se vive e o frequente e entusiástico apoio que este espaço tem recebido, fazem com que seja um imperativo que o administrador deste blogue deixe aqui expressosos seus agradecimentos aos que fiel e desinteressadamente aqui me visitam. Do fundo do coração, desejo um FELIZ E SANTO NATAL E VOTOS DE UM PRÓSPERO ANO NOVO DE 2011 para todos, sem excepção.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Go For It, India!/ Chak De! India - चक दे इंडिया (2007)

Capa

Origem: Índia

Duração aproximada: 153 minutos

Realizador: Shimit Amin

Com: Shahrukh Khan, Vidya Malvade, Sagarika Ghatge, Shilpa Shukla, Chitrashi Rawat, Tanya Abrol, Anaitha Nair, Arya Menon, Shubhi Mehta, Kimi Laldawla, Masochon Zimik, Sandia Furtado, Nichola Sequeira, Kimberly Miranda, Seema Azmi, Raynia Mascerhanas, Nisha Nair

Kabir Khan 2

“Kabir Khan”

Sinopse

Após falhar um penalty crucial contra o Paquistão, na final do campeonato do mundo de hóquei em campo, “Kabir Khan” (Shahrukh Khan) é banido pela federação do seu país e visto como um traidor pelos seus conterrâneos. Apenas resta a “Kabir” sair do seu meio, e conjuntamente com a mãe, parte para um destino desconhecido, de forma a evitar a constante pressão negativa de que é alvo.

Kabir dâ uma desanca em Preeti

“Kabir desanca Preeti”

Sete anos depois, “Kabir” tem uma segunda hipótese de se redimir, quando é convidado para treinar a selecção nacional de feminina que irá participar no campeonato mundial de hóquei em campo na Austrália. No entanto, a tarefa não se afigura nada fácil, pois as raparigas, provenientes de diferentes estados indianos, com fortes clivagens culturais, possuem personalidades muito diferentes, o que gera conflitos entre elas e delas com o treinador. “Kabir” tem pela frente a tarefa mais difícil que encontrou, mas não desanima.

Corrida 3

“Treino tendo como pano de fundo a India Gate”

Review”

“Chak De! India” recebeu grande aclamação no país natal, sendo considerado com propriedade um exemplo de um filme que contempla a nova vaga de “Bollywood”, onde os elementos mais tradicionais mesclam-se com um tipo de cinema mais contemporâneo, sendo por este motivo mais atractivo e atreito a uma internacionalização. O “frisson” despertado, especialmente entre os meios desportivos, constitui um trunfo para esta película, e imagine-se, despertou a consciência da nação para a necessidade de reavivar a federação indiana de hóquei em campo, desporto com tradição naquele país, que havia sido suspensa em 2008. Um famoso jogador de hóquei em campo indiano viria mesmo a afirmar que a Índia tinha de fazer uma equipa à imagem da exibida em “Chak De! India”, onde se recrutavam jogadores (as) de várias partes do país, unificando-os numa força poderosa e determinada. O que é sempre de salutar, passa pelo facto desta película embrenhar-se em temas recorrentes, mas actuais, tais como as diferenças religiosas, a discriminação regional e étnica e o sexismo ainda bastante presente na Índia actual.

“Chak De! India”, é o típico filme cujo tema versa acerca de uma modalidade desportiva em particular, onde as probabilidades de determinada equipa vencer algo são ínfimas, mas que à custa de muito labor, querer e até alguma dose de sorte, o caminho para a glória é efectivado. A única diferença, mas de bastante relevo neste caso em concreto, é que aqui a velha fórmula resulta muito bem.

Shahrukh Khan é o líder de um grupo de actores, ou melhor, actrizes, que não pertencem ao panteão maior dos intérpretes de “Bollywood”. No entanto não se pense, ao contrário do que aconteceu em muitos outros filmes, que Khan tem um protagonismo desmesurado. É certo que uma das estrelas maiores do cinema de Mumbai, assume as despesas principais desta longa-metragem, contudo um dos méritos do realizador Shimit Amin passa por conferir destaque às jogadoras da selecção indiana, dando desta forma um fulgor muito apreciável a “Chak De! India”. É através destas mulheres que incide muita da parte do argumento que se centra nas diferenças culturais existentes na Índia, e que, através de Khan, aqui assumindo-se como baluarte da nação e do orgulho indiano, é desfilada uma mensagem claramente anti-divisionista e que apela à união de todos aqueles que nasceram no imenso pais. Khan, contudo, tem uma actuação merecedora de elogios, e que foge imenso ao estereótipo criado por outras longas-metragens que protagonizou. A diversidade, regra geral, é uma coisa positiva e possui grandes potencialidades de agradar no que à sétima arte diz respeito. A equipa indiana neste aspecto é muito bem estruturada e cativa imenso a atenção do espectador. “Somoi” (Nisha Nair) do estado de Jharkand, a temível “Nethra” (Sandy Furtado) de Andhra, a leoa do Punjab “Balbir” (Tanya Abrol), a minúscula “Komal” (Chitrashi Rawat), a veterana e conflituosa “Bindia” (Shilpa Shukla), a bondosa e capitã de equipa “Vidya (Vidya Malvade) e a bela “Preeti” (Sagarika Ghatge) são personagens que com a sua história de vida, dotam a película de um interesse inegável.

A equipa 2

“A selecção feminina da Índia”

O argumento, como já acima foi aflorado, não assenta em qualquer tipo de ideia inovadora. Contudo, e no meio da sua simplicidade, resulta. Existe uma aura de honestidade, frescura e até moralidade que nos conquista quase de imediato, e que nos acompanhará até ao epílogo de “Chak De! India”. As miúdas lutam por algo que só elas acreditam e mais ninguém, desfilando um sentido de honra que todas as dificuldades vence, e que se mantém impenetrável perante todos os obstáculos que se lhes deparam, graças ao trabalho arriscado mas louvável do treinador “Kabir Khan”. Um aspecto que importa sobretudo focar é a mensagem anti-sexista transmitida por “Chak De! India”, fazendo com que esta longa-metragem seja um verdadeiro ícone feminista que luta contra a visão da mulher servil, infelizmente ainda bastante comum na Índia actual. E a lição que “Preeti” dá ao seu namorado, um jogador de “cricket” convencido, que despreza o papel activo das mulheres na sociedade e a importância do hóquei em campo, é memorável.

“Chak De! India” acaba por ser um filme algo atípico no contexto de “Bollywood”, vindo na esteira da nova vaga de películas que de há uns anos para cá tem emergido na cena da sétima arte de Mumbai. Não existem as habituais coreografias de dança, mas sim uma banda-sonora de elevadíssima qualidade. Existe um ténue afloramento do romance, assim como uma omissão total dos maus da fita, nem tão-pouco um glamour exagerado. Estamos perante, isso sim e na minha modesta opinião, um dos mais fortes produtos provindos da maior indústria de cinema do mundo.

A não perder!!!

Golo contra a Coreia do Sul

“Golo!!!”

imdb8 em 10 (5.462 votos) em 09 de Dezembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 9

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Sagarika Ghatge










Uma belíssima actriz da cena de Bollywood. Mais informações AQUI.


segunda-feira, novembro 29, 2010

Mulan/Hua Mulan – 花木蘭 (2009)

Capa

Origem: Hong Kong/China

Duração aproximada: 114 minutos

Realizadores: Jingle Ma e Wei Dong

Com: Vicki Zhao, Aloys Chen (Chen Kun), Jaycee Chan, Hu Jun, Nicky Li, Yu Rong Guang, Lu Xujin, Vitas, Xu Jiao

Mulan

“Hua Mulan”

Sinopse

“Hua Mulan” (Vicki Zhao) é uma mulher que se disfarça de homem, de forma a tomar o lugar do seu pai “Hua Mu” (Yu Rong Guang), no exército do reino Wei, na guerra que se aproxima com os bárbaros Rouran. À medida que “Mulan” começa a ser extremamente bem sucedida no campo de batalha, uma paixão floresce no seu coração por “Weitan” (Aloys Chen), um general do exército Wei.

Wentai

“Weitan”

“Weitan” apercebe-se que para que “Mulan” atinja todo o seu potencial no campo de batalha, é necessário que a jovem se aperceba dos horrores da guerra, e em consequência disso, desaparece. Entretanto, o novo líder dos Rouran, o impiedoso “Modu” (Hu Jun) planeia uma invasão em larga escala, e “Mulan” terá de assumir o comando das forças de Wei para fazer face ao poderoso inimigo.

Wude

“Wude, o criado do líder dos Rouran”

Review”

“Hua Mulan” é uma heroína do folclore chinês que originalmente foi mencionada num poema do século VI, intitulado “A Balada de Mulan”. A lenda inspirou vários filmes, remontando o mais antigo a 1927, de seu nome “Hua Mulan Joins the Army”, do realizador Li Pingqian. Mas com certeza que quando o nome de “Mulan” é referido, virá à mente de quase todas as pessoas, a película de animação da Disney de 1998, que mereceu o epíteto da guerreira.

O realizador Jingle Ma, aqui auxiliado por Wei Dong, não reúne consensos na critica e público de Hong Kong, assim como no mundo dos apreciadores de cinema asiático em geral. Alvo de verdadeiras diatribes, Jingle Ma é visto por alguns como um puro “comercialista”, que dá corpo a películas de substância duvidosa. Quanto a nós, iremos por uma posição um pouco mais intermédia, reconhecendo que somos apreciadores por exemplo de “Fly Me to Polaris”, e duvidamos com propriedade de algumas outras obras de gosto bastante duvidoso.

Mulan e Wentai

“Mulan e Weitan”

Desta vez, e em jeito antecipação, iremos situar “Mulan”, no plano das boas obras de Jingle Ma, ideal para um público que não seja demasiado exigente com os pormenores e que se deixe seduzir pelos elementos mais apreensíveis do cinema, o que não é necessariamente mau. A história de “Mulan” é tremendamente popular entre os chineses e inevitavelmente teria de ser adaptada várias vezes para o grande ecrã. Nesta versão, existe uma grande incidência sobre os sentimentos da guerreira, sendo nos dado a observar os seus anseios, medos, inultrapassável coragem e, não fosse este um filme de Jingle Ma, a sua descoberta do amor. Para a envolvência presente em “Mulan”, muito contribui o desempenho da belíssima Vicki Zhao, que consegue praticamente transportar o filme aos seus ombros, conseguindo um saudável equilíbrio entre a faceta dura e a vulnerável da personagem. A película capta a atenção em muitos momentos, e muito certamente não defrauda os sentidos. Embora o detalhe histórico seja algo secundarizado, em detrimento da faceta mais pessoal de “Mulan”, não faltarão alguns momentos belicistas do agrado dos amantes do épico, possuindo os mesmos uma qualidade apreciável. Desde as batalhas em grande escala, apoiadas pelo guarda-roupa bem urdido e as paisagens como um bonito pano de fundo, até ao velho diapasão de questionar se existem guerras justas, existirão motivos de sobra para manter os espectadores minimamente interessados em seguir esta longa-metragem até ao seu epílogo.

Dotado de um inegável pendor comercial, “Mulan” acaba por constituir uma agradável surpresa, que dá alguns pontos à seriedade de Jingle Ma, enquanto realizador, embora apoiado neste desiderato em particular por Wei Dong. Com uma banda-sonora quase de antologia e uma grande emotividade, não se espere contudo uma obra do firmamento maior da aliança China/Hong Kong, que permaneça nos anais da história. Aguarde-se, isso sim, por um bom filme, ao nível de muitos que por aí deambulam, e cuja existência tem algum razão e significado. Pelo menos, até ao próximo “remake” ou versão.

Aconselhável!

Mulan 3

“Mulan comanda o exército de Wei”

imdb6.3 em 10 (986 votos) em 29 de Novembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,75

Beldades da Cultura Asiática - Keiko Kitagawa










Mais informações acerca desta belíssima actriz do país do sol nascente, AQUI.


segunda-feira, novembro 01, 2010

No One Knows About Persian Cats/Kasi az Gorbehaye Irani Khabar Nadareh– کسی از گربه های ایرانی خبر نداره(2009

Capa

Origem: Irão

Duração aproximada: 106 minutos

Realizador: Bahman Ghobadi

Com: Negar Shaghaghi, Ashkan Koshanejad, Hamed Behdad, Hichkas, Hamed Seyyed Javadi

Negar 2

“Negar”

Sinopse

“Negar” (Negar Shaghaghi) e “Ashkan”(Ashkan Koshanejad), são um casal de músicos iranianos na onda do “Indie Rock”, que foram recentemente presos por tocarem sem autorização. Através de alguns contactos, o par consegue arranjar uns concertos em Londres, mas inúmeras barreiras se deparam perante eles, pois necessitam de arranjar passaportes, vistos e dinheiro para todos os membros da banda.

Ashkan

“Ashkan”

O duo pede ajuda a “Nadar” (Hamed Behdad), um produtor musical e contrabandista, que conhece como ninguém a cena musical de Teerão. Os três iniciam uma cruzada pela capital iraniana, no sentido de angariarem músicos para o seu projecto e cumprirem o seu sonho.

A banda

“A banda”

Review”

“No Irão existem leis contra a blasfémia, a liberdade de expressão e o rock n' roll. Este filme nem deveria de existir.” É esta curta introdução que nos apresenta “No One Kows About Persian Cats”, um filme bastante polémico, que bule com o regime iraniano e a sua política de opressão ideológica e de supressão de liberdades individuais, que não amiúde se tem confrontado com as potências e o modo de ser ocidental. Embora não tenha sido objectivo de atenção deste espaço até ao presente, a verdade é que nos últimos anos tem surgido uma onda de películas que versam sobre a juventude islâmica, os seus anseios e preocupações. Um dos expoentes foi o filme “Heavy Metal in Baghdad”, um documentário que incidia sobre a única banda de Heavy Metal existente no Iraque, os “Acrassicauda”, que acabaram por obter asilo nos Estados Unidos. O fenómeno existe, desperta a atenção e não nos passou ao lado no “My Asian Movies”.

Baseado na vida “real” de pessoas “reais”, a trama central e mais profunda de “No One Knows (...)”, contempla a luta pela liberdade, nas suas várias acepções, e o preço elevado que muitas vezes se paga por um objectivo justo. O realizador Bahman Ghobadi e a sua esposa Roaxana Saberi escreveram o argumento, e foram presos duas vezes durante as filmagens, sentindo na pele os males pelo seu exercício de expressão artística. Saberi estaria mesmo detida durante cinco meses, até que fortes protestos e a pressão da comunidade internacional fariam com que fosse libertada. Esta longa-metragem apresenta aspectos de documentário, onde os actores se limitam a serem eles próprios, conferindo-se desta forma um cunho bastante humanista e realista ao enredo. E este acaba por ser bastante cru, pois nem sempre a realidade é um “mundo de rosas”. As autoridades iranianas baniram quase todo o tipo de música, por considerarem ser subversiva, decadente e contra o Islão, cortesia de um senhor de seu nome Ahmadinejad. Em decorrência desta triste e inaceitável medida, as bandas maioritariamente constituídas por jovens, tentam tocar a sua música onde podem, de forma a fugir às autoridades. As caves insonorizadas, os tectos dos edifícios e até estábulos, são planetas à parte, onde os músicos de Teerão debitam os seus sons e poesias. Efectivamente, e principalmente da segunda metade do século XX em diante, a música esteve sempre presente nas grandes lutas pela liberdade e nas revoluções culturais, onde estavam em causa modos de vida e a percepção do mundo até determinada época. Aqui temos mais um exemplo, netre muitos.

Nader pelas ruas de Teerão

“Nader, pelas ruas de Teerão”

Mensagem ideológica à parte, “No One Knows(...)” oferece-nos uma visão da cena musical de Teerão assaz interessante, onde são focados praticamente todos os estilos musicais, desde o Heavy Metal até ao Rap, passando pelo Rock, Pop, a denominada “World Music” e até a cena House. O realismo aqui também se encontra imensamente impregnado, pois muitas das bandas, apesar de possuírem músicos de boa qualidade, vivem (atendendo às circunstâncias), na fase de “garagem”. No focar de cada banda em concreto, residem os momentos mais interessantes desta película, porquanto cada um dos agrupamentos exibe uma das suas músicas, ao mesmo tempo que temos como pano de fundo momentos do quotidiano de Teerão sendo que alguns, em abono da verdade, não são nada agradáveis.

Premiado em muitos festivais, incluindo a grande honra do “certain regard” de Cannes, “No One Knows (...) é um filme interessante e terrivelmente bem intencionado, com uma forte componente social e até política. No entanto, e tentando ser o mais objectivo possível, é de admitir que os elogios são exagerados e provavelmente as pessoas embrenharam-se mais na sua mensagem e na luta contra a opressão do que propriamente no valor cinematográfico. O epílogo, que sabe mesmo a pouco, é um claro exemplo desta ideia. Mesmo assim, e na globalidade, é uma película a seguir.

A força de uma guitarra

“A força de uma guitarra”

imdb 7.4 em 10 (1.435 votos) em 2 de Novembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,88

terça-feira, outubro 26, 2010

Heavenly Forest/Tada, kimi wo aishiteru – ただ、君を愛してる (2006)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 116 minutos

Realizador: Takehiko Shinjo

Com: Aoi Miyazaki, Hiroshi Tamaki, Meisa Kuroki, Keisuke Koide, Munetaka Aoki, Asae Oonishi, Misa Uehara, Yûya Ogawa

Shizuru 4

“Shizuru”

Sinopse

Tendo recebido uma carta de “Shizuru Satonaka” (Aoi Miyazaki), uma antiga colega de faculdade e o seu primeiro amor, “Makoto Segawara” (Hiroshi Tamaki) um jovem fotógrafo japonês viaja até Nova Iorque, tendo em vista encontrar-se com “Shizuru” e ver a primeira exposição desta que versa igualmente sobre fotografia. Durante a viagem, “Makoto” relembra memórias passadas, onde se deparou com “Shizuru” pela primeira vez. Ela tinha um aspecto de “nerd”, distante, com conversas estranhas e alienadas. “Makoto”, por outra via, era um rapaz tímido, com dificuldades de integração no meio universitário onde ambos deambulavam. O casal começa a partilhar experiências, e “Makoto” introduz “Shizuru” no mundo da fotografia, que exploram avidamente. O cenário é uma bela floresta, que parece um verdadeiro mundo à parte.

Makoto

“Makoto”

Quando parece que o casal partilha uma química inegável, “Makoto” demonstra ter uma paixoneta por “Miyuki” (Meisa Kuroki), uma linda jovem, bondosa e com um grande capital de popularidade. Quando parece que é esta relação que vai vingar, “Shizuru” sai de casa do pai e “Makoto”, devido a uma amizade sempre mantida, convida-a a viver com ele. Um sentimento mais forte desponta, mas quase inexplicavelmente, “Shizuru” parte sem avisar no fim da faculdade, e nenhumas explicações são dadas.

De volta ao presente, “Makoto” encontra-se deslumbrado com a urbe americana, e cada vez mais ansioso por estar frente a frente com “Shizuru”. No entanto, algumas surpresas estão reservadas...

Beijo 2

“O primeiro beijo”

Review”

Muitas vezes quando nos referimos ao melodrama do extremo oriente, actualmente a principal cinematografia que nos vem à cabeça será a da Coreia do Sul. Efectivamente, a cena deste país inevitavelmente acaba por fazer uso daquele aspecto, mesmo que as películas que estejam em causa sejam de outro género. Um filme de acção, épico ou comédia, a título meramente exemplificativo, não se furtará ao jogo de lágrimas se para isso tiver oportunidade. Ora não se pode ter uma abordagem tão empírica na análise deste prisma. Os japoneses sempre tiveram uma cinematografia admirável, com muitos anos de vasta experiência e passível de ser considerada por vezes inovadora. E isso traduziu-se em obras brilhantes, em realizadores competentes e actores de grande capacidade. Neste caso em concreto, o do melodrama, há que admitir que o espectro nipónico actual consegue debitar filmes tão dramáticos e apelativos como os sul-coreanos e com uma importante vantagem: não amiúde, aparentam ser mais credíveis e até realistas.

“Heavenly Forest” é uma película que vem na sequência da longa tradição do melodrama japonês, e navega nos temas do amor puro e inocente, que aposta imenso na simplicidade e ingenuidade adorável/sonhadora das personagens. Este tipo de abordagem autonomizou-se quase num subgénero, que tem se tornado popular nos últimos anos, principalmente no país do sol nascente e no sul da península coreana. Atendendo ao segmento onde se insere, o que torna “Heavenly Forest” numa boa proposta passará pelo facto de o romance central do filme quase nunca ser manipulador e fazer-nos efectivamente sonhar com tempos idos que a memória nunca apagará.

Miyuki e Makoto

“Miyuki e Makoto no auditório da universidade”

O que marca muitos pontos a favor de “Heavenly Forest” passa por esta longa-metragem não se focar apenas na história de amor, mas ter um enredo paralelo e ao mesmo tempo complementar, que analisa de uma forma emotiva, um tema que é caro a muitos (e a mim pessoalmente), a vivência universitária. Mas não se julgue que estaremos perante as corriqueiras tramas superficiais que grassam em muitos filmes, onde a superficialidade é rainha. Embora exista a clássica história dos “populares” e dos “geeks”, é-nos apresentada uma visão muito mais humanista, onde todos acabam por ter bom fundo, apenas agindo conforme as convenções e as aparências. Todos sabemos que isto se passa na realidade, e não há como negá-lo. Neste particular, apreciei “Miyuki”, a personagem interpretada pela lindíssima Meisa Kuroki. Trata-se de uma jovem, com todos os predicados físicos que uma mulher pode desejar, mas que verdadeiramente demonstra a sua grandeza através do afugentar do aparentemente palpável, e torna-se mesmo numa grande amiga de “Shizuru”, apesar de saber que esta é sua rival na disputa pelas atenções de “Makoto”. Como epílogo do enredo dito universitário, será a despedida dos amigos na entrada numa fase da vida completamente diferente. Trata-se de uma cena verdadeiramente de antologia e que constitui um dos momentos altos desta obra.

“Heavenly Forest” não foge ao inevitável “clímax” dramático, algo forçado e previsível é certo, mas que choca e enternece imenso. Aqui somos levados para o velho diapasão romântico “Será possível morrer por amor?” O poder destilado na forma como a situação é posta perante os espectadores , atinge-nos no âmago e não faz prisioneiros. E aqui é que os três actores principais da história, Aoy Miyazaki, Hiroshi Tamaki e Meisa Kuroki, fazem um trabalho de qualidade apreciável. Miyazaki, em particular, é adorável e derrete qualquer ser humano mais empedernido. A sua explanação de diversos estados emocionais enternece, e faz-nos imprecar contra a injustiça existente na vida, quando nos apercebemos que não podemos ter o que mais desejamos.

“Heavenly Forest” é um filme muito bonito visualmente, principalmente os momentos passados na floresta, com paisagens literalmente de arrepiar. O verde das árvores e da relva, alia-se muito bem ao azul cristalino das águas e os momentos de romance só ficam a ganhar com isso. A banda-sonora acompanha bem a aura que rodeia a película, e a título de curiosidade sempre se dirá que a música principal do filme, a balada “Renai Shashin”, da autoria da cantora e actriz Otsuka Ai, deu o título a esta película, tendo sido um grande sucesso no Japão.

Eivado de uma aura onde o amor, a amizade e a beleza se misturam de uma forma indelével e bem conseguida, “Heavenly Forest” é uma película inebriante de emoções, onde se elevam sentimentos a um nível de grandiosidade deveras apreciável. Aconselho vivamente!

Na exposição

“Na exposição, face a Shizuru”

imdb 7.4 em 10 (786 votos) em 26 de Outubro de 2010

Outras críticas em português:

  1. Filmes para analisar
  2. A Link to the Past
  3. Besteiras e afins

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 10

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

domingo, outubro 24, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Meisa Kuroki








Esta pessoalmente é uma das nossas preferidas aqui no "My Asian Movies". Para mais informações sobre esta beldade do país do sol nascente, ir AQUI.