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terça-feira, janeiro 30, 2007

Os Sete Samurais/Seven Samurai/Sichinin no samurai (1954)

Origem: Japão

Duração: 202 minutos

Realizador: Akira Kurosawa

Com: Takashi Shimura, Toshiro Mifune, Yoshio Inaba, Seiji Miyaguchi, Minoru Chiaki, Daisuke Kato, Isao Kimura, Keiko Tsushima, Kamatari Fujiwara, Yoshio Kosugi, Bokuzen Hidari, Yoshio Tsuchiya, Kokuten Kodo

"Os Sete Samurais, da esquerda para a direita: Gorobei, Kikuchiyo, Sichiroji, Katsushiro (sentado), Heihachi, Kambei, Kyuzo. Juntos constituem o cerne da força defensora da aldeia."

Estória

O Japão feudal do Séc. XVI vive uma época conturbada, encontrando-se afogado numa guerra civil. Tal propicia a que a criminalidade reine e os mais fracos sejam os alvos preferenciais dos delitos e da desordem reinante.

Uma aldeia de agricultores sofre constantes ataques de um grupo organizado de bandidos, que visam levar o produto das colheitas, deixando os aldeões em situação difícil de subsistência.

Fartos de sofrer, os habitantes da aldeia enviam alguns dos seus, tendo em vista a contratação de samurais que se prontifiquem a lutar com os bandidos. A tarefa não se afigura fácil, pois o único meio de pagamento que os agricultores possuem é oferecer 3 refeições diárias de arroz àqueles que aceitarem o trabalho.

Após algumas peripécias, a delegação consegue com que "Kambei", um experimentado samurai, aceite o trabalho. Gradualmente, "Kambei" com a ajuda do seu amigo "Gorobei", consegue recrutar mais samurais para os ajudarem na demanda tais como o bem disposto "Heihachi", o forte e destemido "Sichiroji", o exímio e frio espadachim "Kyuzo" e o jovem e inexperiente "Katsushiro".

"A aldeã Shino, o amor de Katsushiro"

O grupo é completado com "Kikuchiyo", um guerreiro vagabundo e traumatizado, com perturbações de humor que roçam várias vezes a comicidade.

Os agricultores conduzem o grupo à sua aldeia. Os guerreiros não perdem tempo em preparar a batalha, fortificando a povoação e treinando, tanto fisicamente como mentalmente, os seus habitantes na arte da guerra.

O dia do ansiado e inesquecível confronto chega, e nem todos sobreviverão para no dia seguinte contarem a estória.

"Kambei (Takashi Shimura), o líder dos intrépidos samurais"

"Review"

"Os Sete Samurais" constitui muito provavelmente a obra cinematográfica asiática mais badalada e reconhecida em todo o mundo do cinema, sendo igualmente para muitos o grande triunfo da lenda Akira Kurosawa. Atendendo a profícua obra do realizador, esta afirmação é extremamente arriscada de fazer. No entanto, terá de se convir que o filme que ora se tentará dissertar, é um candidato fortíssimo.

A importância de "Os Sete Samurais" é um factor inegável e facilmente constatável. Serviu de inspiração ao "western" de John Sturges intitulado "Os Sete Magníficos", que praticamente copiou a estória, alterando apenas a localização dos eventos, com todas as decorrências naturais daí inerentes tais como substituir os samurais por "cowboys", etc.

Sendo um filme extremamente longo, com cerca de quase três horas e meia de duração, poder-se-ia pensar que a certa altura o filme se tornaria monótono e repetitivo, fazendo com que o interesse fosse progressivamente se esvanecendo. Nada disto acontece. Apesar de "Os Sete Samurais" não ser um filme que apresente muitas lutas sangrentas protagonizada pelos afamados guerreiros japoneses, mantém um encadeamento muito agradável de seguir, em que muito contribui a personagem interpretada pelo mítico Toshiro Mifune, o instável "Kikuchiyo".

As interpretações dos actores são verdadeiramente fenomenais, revelando uma actuação superior em todos os aspectos e do mais elevado quilate. Mesmo assim, não é bastante difícil afirmar que Toshiro Mifune é quem deslumbra mais. O irreverente "Kikuchiyo" (cumpre dizer que "Kikuchiyo" não é o verdadeiro nome da personagem a que Mifune dá corpo, sendo apenas uma falsa identificação que é usada. Houve quem já propusesse que seria o célebra samurai "Sanjuro", mas esta ideia não parece ter muita sustentação.) é quem verdadeiramente nos conquista, e dá aquele toque humorístico e insano, que inevitavelmente todos apreciam. Isto não quer dizer que as actuações dos restantes intervenientes sejam inferiores, pois a ser proferida tal afirmação, ela revelaria um pouco de desonestidade intelectual. Simplesmente, o que se pretende aqui expor é que Mifune, para além de nos dar a ver um belo "acting", foi extremamente bafejado com o enredo. E ainda bem, pois a personagem adequa-se perfeitamente à sua pessoa.

"A fúria de Kikuchiyo (Toshiro Mifune)"

Outro dos pontos fortes consiste no bem estruturado argumento, consubstanciado no evoluir da própria trama. A ambiguidade moral encontra-se bastante presente, reflectindo-se no facto dos "bons" não serem por vezes assim tão angélicos e acima de qualquer suspeita ética. Veja-se o exemplo dos aldeões. Anseiam por quem os defenda, mas quando os samurais chegam à povoação nem se dignam a recebe-los condignamente. Os homens tentam esconder as mulheres dos samurais, com medo que estes as seduzam. Pagam com três refeições de arroz por dia, quando possuem alguma carne e "saké" escondidos. Os bandidos, por sua vez, apesar de aparentarem ser sempre a pior escumalha que existe à face da terra, não nos podemos esquecer que porventura a sua situação é criada pela extrema e difícil condição que o reino nipónico vive, com a fome e a miséria a grassar. Escolhem o caminho mais fácil, que passa por atacar quem não se pode defender, em ordem a conseguirem suprir as suas necessidades mundanas. Será que isto hoje em dia não acontece? De quem é a culpa afinal?

Há que ressaltar igualmente o carácter humano da película, arte que Kurosawa é um verdadeiro e exímio executante. Os samurais, embora sejam vistos como "os salvadores da pátria", revelam igualmente as suas fragilidades emocionais e o seu lado mais humano no relacionamento com a comunidade que se propuseram a defender. Neste aspecto, terei que referir novamente "Kikuchiyo", pois no fundo ele é que funciona como o elo de ligação e até de união entre os aldeões e os samurais. É ele que "quebra o gelo" e aproxima ambos os estratos sociais. A sua insensatez, aliada ao grande discernimento de "Kambei", fazem com que o equilíbrio permaneça. No fim, o resultado é uma união e comunhão de esforços, em que os samurais acabam por estar a defender uma ideia que sentem verdadeiramente como sua. Não estamos a falar de honra, aspecto tão querido dos guerreiros. Muito menos estamos a pensar em ambição. Refiro-me a fazer o que é certo, apenas por achar que é certo!

Ao tempo em que ocorria a batalha entre os aldeões e os bandidos, quantos conflitos da mesma estirpe não ocorreriam no Japão e no mundo inteiro? Como já foi aludido, o próprio império do sol nascente encontra-se imerso numa sangrenta guerra civil, onde ocorriam encontros bélicos com milhares de intervenientes de ambos os lados. Qual então a importância de uma "guerrazita" de região, em que temos 40 bandidos de um lado, e sete samurais acompanhados de um grupo mísero de aldeões do outro? É o verdadeiro sentido da vida humana que interessa, variável de homem para homem e de mulher para mulher! A real beleza de "Os Sete Samurais" passa acima de tudo por transformar uma estória relativamente simples, num verdadeiro épico humano!

Quem não viu este filme, possui um grande vazio cinematográfico na sua vida...

"O ataque dos bandidos"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 10

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 10

Gosto pessoal do "M.A.M." - 9

Classificação final: 9







domingo, janeiro 28, 2007

Ghost in the Shell - Cidade Assombrada/Ghost in the Shell/Kôkaku kidôtai (1995)

Origem: Japão

Duração: 82 minutos

Realizador: Mamoru Oshii

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Atsuko Tanaka (Major Motoko Kusanagi), Akio Ôtsuka (Batô), Tamio Ôki (Amaraki, o chefe da secção 9), Iemasa Kayumi (Projecto 2501 a.k.a. Marionetista), Kôichi Yamadera (Togusa), Tesshô Genda (Nakamura, o chefe da secção 6)

"Major Motoko Kusanagi"

Estória

Num futuro próximo, as nações tais como as concebemos hoje, são substituídas por cidades-estado e corporações empresariais poderosíssimas, estando o planeta interligado e controlado por uma vasta rede computorizada.

No território correspondente ao actual Japão, existe uma divisão especial que combate o cibercrime, chamada "Secção 9". Desta força policial fazem parte a Major "Motoko Kusanagi", uma bela ciborgue, e o agente "Batô". Ambos investigam uma estranha personagem chamada "Marionetista", que à primeira vista parece ser um "hacker" cujo modo de actuação passa por implantar falsas memórias nas pessoas, manipulando-as e levando a que elas façam o que ele pretende.

"O agente Batô"

Com o evoluir das investigações, a força especial começa a aperceber-se que o "Marionetista" é na realidade um programa de inteligência artificial denominado "Projecto 2051", que se tornou autoconsciente e agora pretende asilo junto da "Secção 9".

Acontece que a agência governamental que deu vida ao "Projecto 2501" não está preparada para desistir facilmente da sua criação, dando origem a uma caçada por "Newport City".

Igualmente permanece um mistério as razões porque o "Marionetista - Projecto 2501" revela um interesse especial na Major "Motoko Kusanagi".

"O violento sofrimento físico de Kusanagi"

"Review"

"Ghost in the Shell" é um anime baseado na manga de Masamune Shirow, e é sem dúvida nenhuma um dos produtos de animação nipónicos mais conhecidos e bem sucedidos no mundo inteiro, enquadrando-se num sub-género que podemos eventualmente catalogar de "cyberpunk".

Oshii, à semelhança do que viria a fazer mais tarde no seu filme de personagens de "carne e osso" chamado "Avalon", criou uma atmosfera fria e metódica, que é perfeitamente entranhada nas personagens principais. Mesmo assim, cumpre dizer que tanto a ciborgue "Kusanagi", como o seu fiel companheiro "Batô", acabam por revelar e exteriorizar muito mais dos seus aspectos pessoais, que por exemplo "Ash" ou "Bispo" em "Avalon". O inevitável "Basset-Hound" acaba sempre por aparecer, eh, eh, eh! O que acima de tudo interessa deixar bem claro é que apesarmos de estar a falar de um produto de animação, com uma grande componente de ficção científica, as personagens são pensadas e caracterizadas ao detalhe, dando uma noção muitas vezes bastante próxima da realidade.

O argumento é simplesmente fenomenal, com uma profundidade emocional e filosófica bastante assinalada e digna de todos os elogios. Existe uma séria e bem conduzida reflexão acerca do que significa ser humano e dos possíveis efeitos da tecnologia na alma (para quem acredita que possuímos uma alma) de cada um dos homens e mulheres do mundo.

A acção embora não seja uma constante, quando se digna a marcar presença, dá azo a momentos extremamente emocionantes e verdadeiramente sensacionais. As acrobacias de "Kusanagi", e o manancial de armamento pesado que produzem rajadas de fogo com um poder enorme, ajudam bastante a que o propósito secundário do entretenimento puro, seja plenamente conseguido.

"Newport City"

No que toca à animação propriamente dita, desde logo se afirma que estamos perante um produto de elevadíssima qualidade. A figura da Major "Motoko Kusanagi" é extremamente bem construída e um verdadeiro regalo para os olhos (estamos a falar do ponto de vista eminentemente artístico suas mentes maliciosas!!!). Basta fazer um pequeno périplo pelo mundo da "internet" para nos apercebermos da sua imensa popularidade. Tudo se encontra bem desenhado, os cenários são de sonho, a movimentação é fluída e perfeita. Que mais haverá a dizer? É o topo da arte, com extrema atenção e cuidado até ao mais ínfimo pormenor. Existem produtos bem mais recentes que não chegam aos pés de "Ghost in the Shell"!

Uma palavra final para a excelente composição musical do inevitável Kenji Kawai. Músicas belas, sentidas e que acompanham muito bem as cenas onde são introduzidas. Só gostava mesmo assim que as melodias estivessem um pouco mais presentes ao longo do filme, mas daí o silêncio também contribui imenso para a atmosfera por vezes depressiva que a película respira imenso.

Após mais de dez anos do seu surgimento, teve direito a uma sequela intitulada "Ghost in the Shell 2: a Inocência".

Imperdível para qualquer amante de "anime"!

"A ficção científica e a alta tecnologia são elementos primordiais em Ghost in the Shell"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Outras críticas em português: Cinedie Asia, AnimeHaus, Ruminescência

Avaliação:

Entretenimento - 8

Animação - 9

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,57






sábado, janeiro 27, 2007

A Tríade de Xangai/Shanghai Triad/Yao a yao yao dao waipo qiao (1995)

Origem: China

Duração: 103 minutos

Realizador: Zhang Yimou

Com: Gong Li, Li Bao Tian, Wang Xiao Xiao, Ye Sun Chun, Li Xui Jian, Fu Biao, Chen Shu, Jiang Liu, Jiang Baoying, Qianquan Yang


"Bijou Jingbao, a cantora do clube e amante do chefe da tríade Tang"

Estória

No início dos anos 30, um "gansgter" chamado "Liu" trás o seu jovem sobrinho "Shuiseng" para Xangai, em ordem a pô-lo ao serviço da amante de "Tang", o chefe da mais poderosa tríade da cidade.

A amante de "Tang", chamada "Bijou Jingbao", canta no clube pertença do mafioso e possui um feitio irascível e presunçoso, o que dificulta imenso o trabalho de "Shuiseng", um pobre rapaz do campo que não está habituado à grande cidade e à opulência dos ricos de Xangai.

"O jovem Shuisheng vê o crime através dos seus olhos de adolescente"

"Bijou" tem um caso proibitivo com o nº 2 da tríade, "Mr. Song", que caso seja descoberto levará inevitavelmente à morte de ambos.

Entretanto, devido ao confronto da tríade de "Tang" e a rival liderada por "Fat Yu", "Tang" refugia-se numa pequena ilha nos arredores de Xangai, levando "Bijou" e "Shuiseng" consigo. O rapaz começa lentamente a aproximar-se da sua patroa, acabando por conquistar a sua confiança.

Na quietude da ilha, "Tang" começa a arquitectar o plano que o levará a eliminar todos os que se lhe opõem, inclusive os que lhe são mais próximos.

"Tang, o chefe da tríade"

"Review"

O mestre Zhang Yimou, como é do conhecimento geral, já era um realizador aclamado e tremendamente respeitado, antes da realização da sua trilogia de "wuxias" (Herói, Segredo dos Punhais Voadores e Curse of the Golden Flower). Pense-se em "Raise the Red Lantern" ou "Ju Dou".

A "Tríade de Xangai" possui alguns elementos característicos dos filmes de Yimou, como a excelente fotografia, mas apesar de ser um filme razoável, está uns furos abaixo de muitas das obras do realizador. Se calhar, a excelência a que o cineasta chinês nos habituou, faça com que os padrões de exigência subam acima do normal, porventura roçando a injustiça.

Comecemos pelo início.

À medida que ia visionando esta obra de Yimou, que confesso o meu desconhecimento anterior, fiquei com a sensação que estava perante uma mistura de dois filmes americanos cujo tema era a máfia italiana e que fizeram algum sucesso. Falo de "The Cotton Club", de Francis Ford Coppola, e de "Billy Bathgate", da autoria de Robert Benton.

A analogia que fiz com "The Cotton Club", deve-se em muito ao ambiente musical que cerceia "A Tríade de Xangai", pois grande parte do filme tem como pano de fundo o clube pertença do mafioso, com a amante que é a estrela cantora e dançarina.

Por outra via, relacionei a película de Yimou, com "Billy Bathgate", pois também neste filme o crime organizado é visto sobretudo pelos olhos de um adolescente.

"A tríade"

A musa de Yimou, Gong Li, presenteia-nos com mais uma boa actuação, embora não tão elevada como outras que temos visto. O resto do "cast" acompanha-a de uma forma bastante competente e credível, destacando-se aqui o jovem Wang Xiao Xiao, no papel de "Shuisheng".

Zhang Yimou pretende aqui demonstrar, através de uma adaptação livre da obra do romancista Li Xiao, uma vertente mais pessoal do crime organizado. Não se foca tanto na violência própria do meio, mas sim nos dramas pessoais de cada um dos intervenientes, em especial da cantora "Bijou" e do jovem campónio "Shuisheng".

Sendo inevitável nas obras de Yimou, o papel das mulheres é fortemente abordado no desenrolar das situações, e na própria envolvência da trama. Tudo leva a crer que "Bijou", à semelhança de "Shuisheng", era proveniente do meio rural chinês, e que desde muito cedo envolveu-se no submundo de Xangai, embarcando numa viagem sem retorno. No fim, vemos outra pobre rapariga de nove anos a desembocar pelo mesmo caminho, não sem antes apercebermo-nos que a mãe da criança possuía a sua história muito pessoal e igualmente trágica.

Quanto a mim, o que faz "A Tríade de Xangai" não ser uma obra com a magnificência de outras do realizador, é a lentidão com que as situações acontecem, por vezes sem razão nenhuma para tal. O filme não é difícil de entender, embora faça questão de passar uma mensagem profunda e significativa. Outro aspecto que fez com que eu não gostasse tanto desta longa-metragem como desejaria, passa pela quase ausência da acção e da violência típica do meio. Obviamente que não queria ver um filme do Steven Seagal, ou de outros semelhantes... Estou a falar da acção típica de obras como a trilogia do "Padrinho", por exemplo. O defeito pode ser meu, mas não concebo filmes que versem sobre o crime organizado, sem os arquétipos próprios e que lhes ficam tão bem.

Uma proposta interessante, embora longe de ser uma obra-prima para mais tarde recordar.

"O refúgio da ilha"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M" - 7

Classificação final: 7,38







quarta-feira, janeiro 24, 2007

O Tigre e o Dragão (Música "Farewell" interpretada ao vivo)

Música do fabuloso filme "O Tigre e o Dragão", da autoria do compositor Tan Dun. É a melodia que se ouve nas cenas finais do filme, e que representa o sacrifício de Jiao Long. Interpretada pelo fabuloso violoncelista Yo Yo Ma. Simplesmente de tirar a respiração...

domingo, janeiro 21, 2007

A Dinastia da Espada/The Huadu Chronicles: Blade of the Rose Aka The Twins Effect II/Fa dou daai jin (2004)

Origem: Hong Kong

Duração: 103 minutos

Realizadores: Patrick Leung e Corey Yuen

Com: Charlene Choi, Gillian Chung, Jaycee Chan, Donnie Yen, Wilson Chen, Qu Ying, Fan Bing Bing, Tony Leung Ka Fai, Daniel Wu, Edison Chen, Jim Chin, Jackie Chan

"O grupo dos heróis"

Estória

Numa China mítica e que nunca existiu, pelo menos no nosso universo, existe uma sociedade tipicamente matriarcal, onde as mulheres dominam e os homens são escravos. O conceito de escravidão é levado literalmente, pois os homens são conhecidos por "Idiotas", usados unicamente para trabalhos forçados e procriação, pelas mulheres intituladas por "Amazonas".

Neste mundo vive a afoita "13ª Mestre" (Charlene Choi), uma traficante de escravos, e "Pássaro Azul" (Gillian Chung), uma agente governamental ao serviço da maléfica imperatriz ( Qu Ying). Ambas as raparigas um certo dia envolvem-se num combate, devido ao negócio dos escravos pertencente a "13ª Mestre".

"A imperatriz maléfica"

Quando as coisas acalmam entre as contendentes, as mesmas veêm-se envolvidas numa épica aventura que decidirá o futuro do reino. Tudo se deve a um rebelde, sugestivamente chamado de "Tigre Agachado, Dragão Escondido" (Donnie Yen - repare-se que em inglês a personagem sugestivamente chama-se "Crouching Tiger Hidden Dragon"), que luta contra a imperatriz maligna, tendo por objectivo restaurar a igualdade entre os sexos.

Devido a uma profecia que afirma que um jovem guerreiro, empunhando a fabulosa espada "Excalibur", irá derrotar a rainha, as duas mulheres fazem-se à estrada com propósitos bem distintos. Acompanham-nas "Cabeça de Carvão" (Jaycee Chan) e "Cabeça de Ferro" (Wilson Chen), dois jovens escravos que estão intimamente ligados à profecia.

A aventura pelo destino do reino inicia-se!

"Duelo de titãs: Donnie Yen Vs. Jackie Chan"

"Review"

As "Twins" (Charlene Choi e Gillian Chung) são uma banda musical que transformou-se num verdadeiro fenómeno de popularidade juvenil em Hong Kong, e um pouco por todo o extremo oriente (quem quiser saber mais clique aqui). Como muitas vezes as estrelas musicais acabam por entrar no mundo do cinema, por vezes com bons resultados (pense-se em Leslie Cheung), era inevitável que as "Twins" acabassem por enveredar pelo mesmo caminho. "A Dinastia da Espada" constitui o segundo esforço das meninas em conjunto, nas lides da sétima arte.

Resultado: elas são a prova viva que muitas vezes nós devemo-nos ficar nas artes de origem, e fugir a sete pés das coisas para as quais não possuímos jeito absolutamente nenhum! E a crítica não se resume apenas às miúdas!

Comecemos pelo início.

Desde logo quem olha para o elenco de "A Dinastia da Espada" chega facilmente à conclusão que o mesmo é uma mescla de actores verdadeiramente consagrados, com talentos em vias de consolidação, ídolos "pop" e "um menino do papá"! Tradução: Tony Leung Ka Fai, Jackie Chan e Donnie Yen fazem parte da fina-flor do cinema asiático; Daniel Wu e Edison Chen são actores que começam a marcar verdadeiramente o seu espaço, valendo esta asserção mais para Wu; as "Twins" já se sabe; Jaycee Chan é "apenas" o filho de Jackie Chan!

Com tanta "misturada", ou obteriamos um filme que poderia primar pela novidade e quem sabe, eventualmente, obter um bom resultado, ou pelo contrário, estariamos perante um "flop" dos maiores! A segunda opção foi claramente o que viria a suceder...

Tudo começa com a "Emperor Entertainment Group" a querer fazer um grande "blockbuster", tentando potenciar ao máximo o "efeito das Twins". Já agora, e como se trata de um grande "looby" artístico de Hong Kong, presume-se com uma panóplia de recursos financeiros, nada melhor do que recrutar alguns grandes nomes de cinema para dar um ar mais de seriedade ao filme. E porque não aproveitar para lançar um rebento de um desses grandes nomes, chegando-se ao verdadeiro escândalo de uma nomeação para "Melhor Revelação" nos "Hong Kong Film Awards"?

"Twins Wire Fu"

O filme não tem muito que se lhe diga, pois nem vale a pena fazer um esforço para compreender algo que mais parece um "videoclip" a rebentar de "clichés" por todo o lado. A atmosfera é um misto de "Dungeons and Dragons" (o filme que constitui a mancha negra da carreira cinematográfica do grande Jeremy Irons), mas sem os dragões, e "Xena, The Warrior Princess". Junte-se umas pitadas de elementos orientais, especialmente dos Wuxia Pian, e obtemos "A Dinastia da Espada"!

Essencialmente, a película vale pela beleza das principais intervenientes femininas, pois de facto não me lembro de visionar um filme oriental com tanta rapariga bonita. Será agraciada igualmente pela luta entre as lendas Donnie Yen (quanto é que terá sido o "cachet", para permitir esta loucura!) e Jackie Chan (limita-se a aparecer durante uns cinco minutos, possivelmente para dar uma "forçazinha" ao filhote!), e um ou outro efeito especial que escape à mediocridade!

As interpretações são básicas, especialmente a de Jaycee Chan que não tem simplesmente futuro no ramo...Embora não morra de amores pelo pai, ao menos admito que ele é possuidor de um carisma fora do comum, que o elevou ao mais alto patamar!

Já agora, Tony Leung Ka Fai, o que é que se passa??? O Sr. já não se dá ao respeito?

Película verdadeiramente sofrível, com uma vertente cómica disparatada e irritante. Mais valia ter gasto o imenso dinheiro em causas humanitárias!

"A Imperatriz produz um dos feitiços que fazem parte do seu extenso leque de recursos"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 6

Argumento - 5

Banda-Sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 6

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do M.A.M. - 6

Classificação final: 6,50





sábado, janeiro 20, 2007

Infiltrados/Infernal Affairs/Mou gaan dou (2002)

Origem: Hong Kong

Duração: 97 minutos

Realizadores: Andrew Lau e Alan Mak

Com: Tony Leung Chiu Wai, Andy Lau, Anthony Wong, Eric Tsang, Kelly Chen, Sammy Cheng, Edison Chen, Shawn Yue, Chapman To, Dion Lam

"Lau, a toupeira da tríade"

Estória

Um grupo de jovens adultos assiste a uma palestra de um homem mais velho. O orador não é nada mais, nada menos que "Sam" (Eric Tsang), o chefe de uma das mais poderosas tríades de Hong Kong.

Este grupo de adolescentes está prestes a entrar na escola de polícia, tendo em vista tornarem-se futuros agentes da lei. No entanto, constituem ao mesmo tempo membros da tríade. Tudo passa por tornarem-se em futuros espiões da máfia de Hong Kong, integrados no maior inimigo daquela organização, a polícia. De entre estes jovens, destaca-se "Lau" (Edison Chen).

Assim que começa o treino e formação dos jovens na academia de polícia, um instruendo chamado "Yan" é expulso por aparentemente não estar à altura das tarefas que lhe são propostas. Na realidade, "Yan" foi incumbido de uma missão pelo superintendente "Wong" (Anthony Wong), que passa pelo jovem trabalhar como infiltrado da polícia nas tríades.

"Yan, a toupeira da polícia"

Dez anos depois, "Yan" (Tony Leung Chiu Wai) vê-se cada vez mais envolvido no mundo do crime organizado, sentindo-se progressivamente mais frustado e exaurido. Ele quer deixar as suas funções de "toupeira", mas "Wong" consegue convence-lo a continuar. Por outra via, "Lau" (Andy Lau) vai progredindo na hierarquia da polícia, impressionando os seus superiores, sem que estes desconfiem minimamente que ele é um espião da tríade de "Sam". O resultado dos êxitos dos protagonistas em campos opostos, é "Yan" ser actualmente o braço direito de "Sam", e "Lau" é um renomado inspector que trabalha com o superintendente "Wong".

Quando uma operação de apreensão de droga é frustrada, "Wong" e "Yan" começam a desconfiar que têm um espião dentro da polícia. Por outro lado, "Sam" igualmente desconfia que tem uma "toupeira" da polícia inserida na sua organização.

Uma caça aos espiões começa, e as máscaras serão impiedosamente descerradas.

"Yan e a tríade"

"Review"

Numa altura em que "The Departed" assume-se como um dos principais candidatos a ser um dos grandes vencedores da edição de 2007 dos óscares da academia, assume particular aquidade a análise da película onde Scorcese foi beber a inspiração. Na realidade, a curiosidade despontada em torno de "Infernal Affairs" ("Infiltrados"), só fará mais sentido para aqueles que não costumam embarcar nas lides do cinema asiático, mais especificamente o proveniente de Hong Kong. "Infiltrados" já era sobejamente conhecido pela maior parte dos amantes do cinema oriental, mesmo por aqueles que não elegem os policiais como o seu género favorito para visionamento, de que é exemplo a minha pessoa. Trata-se sem dúvida de um ícone e dos melhores produtos oriundos daquelas paragens, como é comprovado pelos sete "Hong Kong Awards" com que o filme foi distinguido, para além de outros 16 prémios em variados festivais.

A qualidade do filme é logo demonstrada pelo impressionante elenco que Andrew Lau e Alan Mak conseguiram congregar para a interpretação dos papéis.

Andy Lau dispensa qualquer tipo de apresentação, pois trata-se sem dúvida de um dos nomes mais sonantes de Hong Kong, com uma carreira profícua pelos mais variados géneros, desde o Wuxia, drama, policial, comédia, etc. Em "Infiltrados", no papel do homónimo inspector "Lau", consegue atingir porventura o pico das suas capacidades interpretativas, dando vida a um frio e calculista mafioso, que ao mesmo tempo é um polícia. É interessante ver como "Lau" (a personagem) acaba com o decorrer do tempo por sentir-se dividido entre a sua missão e a nova vida que decorreu dessa mesma missão. Podemos claramente discernir que "Lau" aos poucos tomou uma decisão definitiva que faz com que lute contra os mundos paralelos, inimigos e díspares que tentam assumir o controlo da sua vida. O problema é que "Lau" possui uma personalidade demasiado forte para ser controlado por algo ou por alguém.

Mas se Andy Lau é sobejamente reconhecido pelo seu quilate, o que dizer então do fantástico Tony Leung Chiu Wai. Desde já sou suspeito para opinar, pois na minha modesta opinião estamos perante o melhor actor que alguma vez foi dado a conhecer pelo cinema de Hong Kong. Em "Infiltrados", Tony Leung limita-se a confirmar o que quase todos sabiam, ou seja, estamos perante um intérprete de capacidades quase ilimitadas, em praticamente todos os aspectos. A sua melancolia consubstanciada no facto de se sentir um pária, sem identidade própria, é catapultada para os olhos do espectador com uma pujança tremenda.

O restante elenco, formado por nomes bastante conhecidos de Hong Kong, situa-se num bom plano, em especial Anthony Wong e Eric Tsang.

"Uma morte violenta"

Apesar de ser um filme passível de ser catalogado como um policial, "Infiltrados" está longe de ser um conjunto de tiroteios, lutas corpo a corpo, facadas, etc. Como estamos a falar de uma película que versa sobretudo sobre as relações e conflitos existentes entre o crime organizado e as forças policiais, é incontornável que tais situações ocorram. No entanto o que se saúda é o anti-exagero presente, dando-se uma clara primazia à fluidez da acção, tendo como mote os sentimentos e angústias das personagens. A trama vivida desta perspectiva, sem ser chato ou banal, faz com que se obtenha uma película de elevadíssima, repito, elevadíssima qualidade!

O cuidado na realização é outro aspecto a destacar. Os pormenores e a inteligência na demonstração dos mesmos, confere a "Infiltrados" um honroso lugar nos melhores produtos que alguma vez sairam dos estúdios de Hong Kong. O filme está recheado de pormenores deliciosos, que servem para solidificar ainda mais a trama e a envolvência que nos é transmitida pelas duas "toupeiras".

A banda-sonora simplesmente espectacular, e os interlúdios de silêncio entre as fabulosas melodias, acabam por ser, à semelhança do argumento do filme, um jogo em que apenas os mais capazes poderão competir e sobreviver.

Se algo de negativo pode ser apontado a "Infiltrados", será apenas e tão-só a curta duração do filme. Eu por mim acho que merecia no mínimo mais meia-hora!

Muito bom!

"As toupeiras encontram-se..."

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 8

Argumento - 10

Banda-sonora - 9

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do M.A.M. - 8

Classificação Final: 8,75





quarta-feira, janeiro 17, 2007

Windstruck (Cena romântica acompanhada da música "Stay", de Maurice Willians and the Zodiacs)

Para os incuravelmente românticos (ai, ai, ai...) uma bela cena do filme Windstruck, acompanhada da música Stay, que pessoalmente acho que está mesmo a matar!!!
A melodia evoca os grandes êxitos dos EUA dos anos 50, estão a ver o género!
Aqui vai a letra, se quiserem acompanhar!
"-Stay, ahhh
Just a little bit longer
Please, please, please, please, please
Tell me that you're going to
-Now your daddy don't mind
And your Mommy don't mind
If we have another dance, ya
Just one more time
-Oh, won't you stay
Just a little bit longer
Please let me hear you say
That you will
-Won't you place your
Sweet lips to mine
Won't you say you love me
All the time
-Oh ya, just a little bit longer
Please, please, please, please, please
Tell me your going to
Come on, come on, come on, stay
Come on, come on, come on, stay, oh la de da
Come on, come on, come on, stay, my, my, my, my
Come on, come on, come on , stay"

Desfrutem!

sábado, janeiro 13, 2007

Swordsman II/Xiao ao jiang hu zhi dong fang bu bai (1991)

Origem: Hong Kong

Duração: 104 minutos

Realizador: Ching Siu Tung e Stanley Tong

Com: Brigitte Lin, Jet Li, Rosamund Kwan, Michelle Reis, Fennie Yuen, Waise Lee, Yang Yee, Lau Shin, Chin Kar Lok


"Ling, o bem disposto espadachim que só pensa em beber vinho, amar mulheres e cantar Hero of the Heroes"

Estória

Na altura da dinastia Ming, "Ling Wu Chung" (Jet Li) e a sua companheira arrapazada "Kiddo" (Michelle Reis) decidem retirar-se do mundo das artes marciais, conjuntamente com os seus companheiros da montanha "Wah". "Ling" sente-se feliz, pois vai poder dedicar-se às coisas que mais gosta: mulheres, vinho e música. "Kiddo" por sua vez tem a esperança que "Ling" repare nos sentimentos que ela possui por ele.

Na realidade, "Ling" nutre sentimentos por "Ying" (Rosamund Kwan), a filha de "Wu", líder do clã "Sun Moon", e antes de se retirar, pretende encontrar-se com a sua amada uma última vez. No entanto, "Wu" é derrotado e emprisionado pela misteriosa "Asia, the Invincible" (Brigitte Lin), a possuidora do "Pergaminho Sagrado".

"A fascinante e misteriosa Evil Asia ou Asia, the Invincible"

"Ling" eventualmente acaba por conhecer "Asia", sem saber a sua real identidade, e apaixonar-se por ela.

Acontece que "Asia" na realidade é um homem, prestes a se metamorfosear numa mulher. Tudo se deve ao "Pergaminho Sagrado", pois quem quiser dominar os seus segredos, é obrigado a castrar-se, de modo a obter poderes para além da imaginação.

"Ling" embarca numa relação com "Asia", e esta sem a sua paixão saber, mata todos os guerreiros da montanha "Wah". Desolado pela perda dos seus companheiros, "Ling" lidera um pequeno grupo de excelentes combatentes composto por ele próprio, "Kiddo", "Ying", "Wu" e o fiel discípulo deste chamado "Zen", e ataca o reduto de "Asia".

Quando "Ling" se depara com o inimigo, descobre que este e o seu amor são a mesma pessoa!

"Duelo ao luar"

"Review"

"Swordsman II" constitui um ícone dos "Wuxia Pian" dos anos 80 e 90, e é sem margem para dúvidas uma obra obrigatória a ver por todos os amantes do género, emparelhando com "New Dragon Gate Inn", a epopeia "Era Uma Vez na China", "The Bride With White Hair", entre outros. Sob a chancela da produção do mítico Tsui Hark, a película em si é a segunda parte de uma trilogia, cujo primeiro filme chama-se igualmente "Swordsman", e o terceiro "The East Is Red".

Sendo uma sequela, poder-se-ia desde logo pensar que tinha menos qualidade que a primeira parte. Nada mais falso! "Swordsman II" é bastante superior a "Swordsman", o que em parte muito contribuiu a entrada de Jet Li e Brigitte Lin para o "casting". Quanto à comparação com "East Is Red", não me pronunciarei, pois ainda não visionei esta última longa-metragem.

Desde logo, há que elogiar o argumento de "Swordsman II", elaborado a partir de uma adaptação livre de uma obra do romancista Louis Cha. O idealismo e o jogo pouco comum com a sexualidade e o romance das personagens principais, torna a estória do filme bastante interessante de seguir. Muitas mensagens são passadas pela película, tentando incutir uma certa moral e ética em quem o visiona. Existe um completo sucesso na transmissão dos ideais das personagens, pois conseguimos sem dúvida sentirmo-nos solidários com o estilo de vida simples de "Ling", e inclusive nutrir simpatia por "Asia", a vilã apaixonada (vilão) do filme.

Jet Li interpreta aceitavelmente "Ling", embora reconheça que estranhe os momentos cómicos, os quais julgo não se adaptarem bem ao perfil mais sério do actor. No entanto, quando chegámos às lutas, e inclusive a alguns momentos mais dramáticos, Li volta a estar no seu campo natural. Gostei particularmente da cena em que "Ling" encontra-se numa falésia com "Asia", e contemplativo afirma "As pessoas estão sempre em busca de poder, eu no entanto continuarei a preferir beber".

"Os corajosos guerreiros preparam-se para enfrentar Asia, the Invincible"

Brigitte Lin dá vida a mais uma personagem inesquecível, que para muitos é a mais emblemática da sua longa carreira. Quanto a este ponto, acho muito perigoso opinar, pois Lin é daquelas actrizes que simplesmente não sabe actuar mal e que teve a sorte de na maioria das vezes terem-lhe sido atribuídos papéis que são potenciais maravilhas e símbolos do melhor cinema que se faz na Ásia e não só. A sua interpretação ofusca a de todos os outros actores, incluindo a de Jet Li, fazendo com que ela seja na realidade o grande protagonista do filme. A densidade da criação e caracterização de "Asia, the Invincible" (há quem afirme que Tsui Hark pretendeu personificar o regime autoritário chinês, insistindo inclusive que as roupas usadas por Asia fossem quase sempre de um vermelho forte), ou se preferirem "Evil Asia", só poderia estar ao alcance da porventura melhor actriz de sempre do cinema asiático. A influência de "Asia" em "Swordsman II" é tão grande, que se o título do filme fosse alvo de uma tradução literal obteria-se uma frase deste género "O guerreiro sorridente e orgulhoso: Àsia, a Invencível".

"Luta na floresta"

Uma palavra final para as cenas de luta e a banda-sonora. Os combates são extremamente emocionantes, com os predicados comuns dos "Wuxia" da altura, ou seja, "wire fu" ao extremo, corpos a rebentar, sangue e malabarismos impossíveis. A banda-sonora é muito boa, destacando-se a canção que "Ling" e os guerreiros da montanha "Wah" insistem em cantar intitulada "Hero of Heroes". É sem dúvida, uma das imagens de marca do filme, ficando a melodia na nossa cabeça. Posso dizer que apercebi-me neste momento que estava a cantarolá-la.

"Swordsman II" é uma proposta interessante, imbuída de várias mensagens, sendo mais um filme que propõe um conceito de herói tanto belicista, como sentimental e até acriançado.

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,50





domingo, janeiro 07, 2007

[Shinobi] - Hamasaki Ayumi: Heaven

sábado, janeiro 06, 2007

Street Fighter II - Animação/Street Fighter II - The Animated Movie (1994)

Origem: Japão

Duração: 101 minutos

Realizador: Gisaburo Sugii

Vozes das personagens (versão japonesa/americana): Kôjiro Shimizu/Skip Steelrecht (Ryu), Kenji Haga/Eddie Frierson (Ken Masters), Miki Fujitani/Mary Briscoe (Chun Li), Masane Tsukayama/Kirk Thornton (Guile), Daisuke Gôri/Richard Epcar (Edmond Honda), Shigezô Sasaoka/Peter Spellos (Sagat), Jôji Nakata/Phil Mathews (Lord M. Bison)

"Ken Masters"

Estória

A organização "Shadowlaw" é um mega grupo criminoso, que se dedica ao tráfico de armas e de droga, cuja influência se propaga a nível mundial, chegando a provocar a queda e ascensão de governos. O seu líder é o poderoso e infame "Lord Bison", sendo auxiliado pelos lugares-tenentes "Sagat", "Vega" e "Balrog".

O FBI e a Interpol, nas pessoas da agente chinesa "Chun Li" e do capitão do exército norte-americano "Guile", tudo fazem para exterminar esta organização criminosa, e descobrem a última conspiração levada a cabo por "Bison".

"Ryu"

Pelos vistos, o líder da "Shadowlaw" anda à procura do mais poderoso guerreiro existente nos últimos anos, de seu nome "Ryu". O problema é que "Ryu" deambula pelo mundo inteiro, procurando estar sempre em contacto com novas culturas e povos, dificultando imenso o objectivo de "Bison" em encontrá-lo e recrutá-lo.

Eventualmente, "Bison" encontra um substituto à altura em "Ken Masters", um campeão de artes marciais norte-americano, que estudou em jovem com "Ryu", sob a orientação do mesmo mestre.

"Bison" captura "Ken", e faz-lhe uma lavagem cerebral, lançando-o contra os seus inimigos, incluíndo "Ryu". Quem vencerá a batalha?

"O vaidoso Vega furioso por ver a sua beleza afectada"

Review

Antes de pronunciar-me propriamente acerca do filme, permitam-me que partilhe convosco algumas singelas recordações da minha adolescência, e que estão intimamente ligadas a "Street Fighter II", mais propriamente ao jogo.

A primeira consola de jeito que eu tive foi uma "Sega Megadrive" que os meus pais ofereceram-me por altura do Natal, já nem sei dizer há quantos anos. Muitos mesmo! Nesse glorioso dia, em que descerrava o embrulho, reparei que além da consola e do jogo que vinha de oferta ("Sonic, the Hedgehog"), vinha um pequeno embrulho acoplado. Era nada mais, nada menos que o jogo "Street Fighter II", e uma relação de grande amizade iniciou-se.

Posteriormente, já na média adolescência, aí pelos 14-15 anos, comecei a frequentar um salão de jogos que ficava no Centro Comercial Bom Jesus, aqui no Funchal, e o "Street Fighter II" era o jogo obrigatório para todos os que se divertiam por aqueles lados, chegando a realizarem-se torneios bem empolgantes, eh, eh, eh!

Perdoem-me este pequeno devaneio pessoal, mas quis apenas ilustrar que "Street Fighter II" foi um jogo de computador muito marcante para mim, e porventura para muitos dos que estarão a ler este "post" Passemos então ao filme.

Não concordo muito com aqueles que insistem em afirmar que quando estamos perante um "anime" de artes marciais, o enredo e o desenvolvimento das personagens assumem um carácter secundário, interessando apenas a acção e nada mais. São opiniões válidas, e que respeito imenso, mas sou claramente obrigado a discordar. Para mim um enredo muito bem desenvolvido, com personagens muito bem caracterizadas, são condição essencial para que se obtenha uma película com um mérito de se apreciar. Atendendo a esta consideração, "Ninja Scroll" por exemplo é um bom filme, infelizmente já não posso dizer o mesmo de "Street Fighter II", para mal dos meus pecados...

"A agente da Interpol Chun Li"

As falhas argumentativas abundam. Com a excepção de "Ken" e "Ryu", as restantes personagens são bastante mal-tratadas a nível do seu desenvolvimento pessoal. Resumindo: Praticamente a única preocupação que se teve foi a tentativa em expor as impressionantes capacidades de combate dos intervenientes.

As lutas que deveriam ter supostamente servido de pilar para que este "anime" pudesse ser algo acima da média, acabam por ser eivadas de uma certa banalidade. Para ser sincero, os únicos dois combates que mexeram um pouco comigo foram os travados entre "Ryu" e "Sagat" no início do filme, e principalmente o de "Chun Li" com "Vega" no quarto de hotel. Este último tenho que reconhecer que foi deveras impressionante. Fossem todos assim!

A animação é competente, embora não seja nada do outro mundo, comparado com o que já nos habituamos a ver dos produtos nipónicos. E ela só não é mais elogiada por esta mesma razão, pois estamos a falar de um produto oriundo do país do sol nascente. Provavelmente se o filme fosse originário de uma outra qualquer nação, estaria a tecer grandes considerações acerca da beleza, dos ãngulos de câmara, etc.

Uma última palavra para a banda-sonora, que é muito fraca na versão japonesa. Pelo contrário, na versão ocidental é quase fabulosa! A nota abaixo foi dada, tendo em conta que vi a versão original, com uma música de qualidade muito inferior.

"Street Fighter II" é uma película banal, que não faz jus ao jogo em que é baseada. Acaba no entanto por fugir da completa mediocridade do filme protagonizado por Jean Claude Van Damme, esse sim um atentado a uma das maiores lendas dos "arcades".

Mais ou menos, sendo mais para menos!

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: AnimeHaus

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 8

Animação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 6

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 6,86

"Lord Bison desfere um violento ataque em Ken Masters"





sexta-feira, janeiro 05, 2007


Votações do My Asian Movies


Embora a aderência esteja a ser muito pouca, cumpre de qualquer forma fazer um balanço dos resultados das votações lançadas pelo "My Asian Movies". Tal esforço será efectuado periodicamente, em princípio de 3 em 3 meses, com excepção da votação para o filme asiático que irá ser nomeado para o óscar de 2007, na categoria "Best Foreign Movie" (por razões óbvias!!!).
Sendo assim neste momento:
1. Zhang Ziyi 2. Cecilia Cheung 3. Dez actrizes
1. Bruce Lee 2. Jet Li e Choi Min-sik 3. Cinco actores
1. Curse of the Golden Flower 2. The Banquet e King and the Clown
Que dizem? Qual a vossa opinião?