"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

segunda-feira, setembro 29, 2008

Beldades do Cinema Asiático - Li Xiao Ran

Nascida em 08/05/1978, em Pequim, capital da China, a primeira vez que tomei contacto com esta actriz (não pessoal, infelizmente) foi no “blockbuster” “Dragon Tiger Gate”, onde desempenhou o papel de “Lousha”, um membro de uma tríade que se encontrava apaixonada por Donnie Yen. Não tendo muito para analisar para além dos óbvios atributos físicos da actriz, posteriormente vi e adorei “As Filhas do Botânico”, onde me deparei com uma intérprete que proporcionou uma actuação bastante meritória e que colheu imenso o meu agrado. Com uma filmografia ainda muito parca, onde além de telefilmes e das duas longas-metragens que mencionei, participou em “The Game of Killing” e “Cool Sword”, esta actriz promete imenso. Há que estar atento ao seu desenvolvimento profissional e não só...

















domingo, setembro 28, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Mikio Naruse

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. A Record of Shamless Newlyweds (1930)
  2. Pure Love (1930)
  3. Hard Times (1930)
  4. Intimate Love (1930)
  5. Love Is Strenght (1930)
  6. Fickleness Gets On the Train (1931)
  7. Under the Neighbour´s Roof (1931)
  8. Screams From the Second Floor (1931)
  9. Now Don't Get Excited (1931)
  10. The Strenght of a Moustache (1931)
  11. Flunky, Work Hard! (1931)
  12. Ladies, Be Careful of Your Sleeves (1932)
  13. Moth-eaten Spring (1932)
  14. Kashi no aru Tokyo fûkei (1932)
  15. Be Great! (1932)
  16. Chocolate Girl (1932)
  17. Criyng to the Blue Sky (1932)
  18. The Stepchild (1932)
  19. A Man With a Married Woman's Hairdo (1933)
  20. After Our Separation (1933)
  21. Each Night I Dream (1933)
  22. Two Eyes (1933)
  23. Street Without End (1934)
  24. Five Men in the Circus (1935)
  25. The Actress and the Poet (1935)
  26. Three Sisters With Maiden Hearts (1935)
  27. Kimiko (1935)
  28. The Girl in the Rumour (1935)
  29. Tochuken Kumoemon (1936)
  30. The Road I Travel With You (1936)
  31. Morning's Tree-Lined Street (1936)
  32. A Woman's Sorrows (1937)
  33. Learn From Experience, Part I (1937)
  34. Learn From Experience, Part II (1937)
  35. Avalanche (1937)
  36. Tsuruhachi Tsurujiro (1938)
  37. A Working Family (1939)
  38. Sincerity (1939)
  39. Travelling Actors (1940)
  40. A Face From the Past (1941)
  41. Shanghai Moon (1941)
  42. Hideki the Bus Conductress (1941)
  43. Mother Never Dies (1942)
  44. The Song Lantern (1943)
  45. This Happy Life (1944)
  46. The Way of Drama (1944)
  47. Until Victory Day (1945)
  48. A Tale of Archery at the Sanjusangendo (1945)
  49. The Descendents of Taro Urashima (1946)
  50. Both You and I (1946)
  51. Four Love Stories - segmento Wakare mo tanoshi (1947)
  52. Spring Awakens (1947)
  53. The Bad Girl (1949)
  54. Conduct Report on Professor Ishinaka (1950)
  55. Angry Street (1950)
  56. White Beast (1950)
  57. Battle of Roses (1950)
  58. Ginza Cosmetics (1951)
  59. The Dancer (1951)
  60. A Married Life (1951)
  61. Okuni and Gohei (1952)
  62. Mother (1952)
  63. Lightning (1952)
  64. Older Brother, Younger Sister (1953)
  65. Husband and Wife (1953)
  66. Wife (1953)
  67. Late Chrysanthemums (1954)
  68. The Thunder of the Mountain (1954)
  69. Floating Clouds (1955)
  70. Kuchizuke daisanbu - segmento 3
  71. Sudden Rain (1956)
  72. A Wife's Heart (1956)
  73. Flowing (1956)
  74. Untamed Woman (1957)
  75. Anzukko (1958)
  76. Herringbone Clouds (1958)
  77. Whistle In My Heart (1959)
  78. When a Woman Ascends the Stairs (1960)
  79. Daughters, Wives and a Mother (1960)
  80. Evening Stream (1960)
  81. Approach of Autumn (1960)
  82. As a Wife, As a Woman (1961)
  83. A Woman's Place (1962)
  84. A Wanderer's Notebook (1962)
  85. A Woman's Life (1963)
  86. Yearning (1964)
  87. The Stranger Within a Woman (1966)
  88. Hit and Run (1966)
  89. Scattered Clouds (1967)


sábado, setembro 27, 2008

Os 500 melhores filmes de sempre para a Revista Empire - Os 19 resistentes asiáticos

A “Empire Magazine” levou a cabo a elaboração de um “top” que visa expôr os 500 melhores filmes de todos os tempos, onde pomposamente alvitra que foi a sondagem mais ambiciosa acerca de películas de cinema. Visualmente, e a nível informativo, o resultado foi muito bom. Quanto à inclusão de certas obras e a exclusão de outras, há situações verdadeiramente escandalosas, mas como diz o outro “gostos não se discutem”. O que me entristeceu foi que nos supostos 500 melhores filmes de sempre, figurem apenas 19 (!!!) filmes asiáticos. Sem palavras...Existem verdadeiras obras de inegável importância a nível mundial que foram excluídas. Sem referir-me a clássicos, pois deixo isso para outros mais entendidos que por aqui costumam a aparecer, imagine-se que filmes como “Herói”, “Adeus Minha Concubina”, “Chungking Express”, etc...foram excluídos! E no entanto, coisas como “Ghostbusters” e afins andam por lá! Podem consultar os resultados da sondagem da “Empire” AQUI. Abaixo deixo-vos os 19 valentes asiáticos que conseguiram entrar no “top” e caso exista algum texto acerca dos mesmos aqui no blogue, já sabem, estará a cor vermelha.


64º Oldboy, de Park Chan-wook (2003)

67º Tokyo Story, de Yasujiro Ozu (1953)

95º Yojimbo, de Akira Kurosawa (1961)

202º The Killer, de John Woo (1989)


230º Howl's Moving Castle, de Hayao Miyazaki (2004)

235º Battle Royale, de Kinji Fukasaku (2000)

275º My Neighbour Totoro, de Hayao Miyazaki (1988)

283º Ran, de Akira Kurosawa (1985)

290º Rashômon, de Akira Kurosawa (1950)

339º Spirited Away, de Hayao Miyazaki (2001)

340º High and Low, de Akira Kurosawa (1963)

427º Spring In a Small Town, de Mu Fei (1948)

440º Akira, de Katsuhiro Otomo (1988)

447º Ten, de Abbas Kiarostami (2002)

459º Ikiru, de Akira Kurosawa (1952)

474º Enter the Dragon, de Robert Clouse (1973) - Nota: Inclui este filme, devido ao mesmo ter bastantes protagonistas asiáticos entre os quais o mítico Bruce Lee e Bolo Yeung

488º Princess Mononoke, de Hayao Miyazaki (1997)

497º Crouching Tiger, Hidden Dragon, de Ang Lee (2000)


















quarta-feira, setembro 24, 2008

Padrinhos de Tóquio/Tokyo Godfathers/Tokyo Godofâzâzu - 東京ゴッドファーザーズ (2003)

Origem: Japão

Duração: 88 minutos

Realizador: Satoshi Kon

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Tôru Emori, Yoshiaki Umegaki, Aya Okamoto, Satomi Kôrogi, Shôzô Lizuka, Seizô Kato, Hiroya Ishimaru, Riûji Saikachi, Yûsaku Yara, Kyôko Terase, Mamiko Noto

"Da esquerda para a direita, Hana, Miyuki e Gin"

Sinopse

“Gin”, um alcoólico que perdeu a família devido ao seu vício no jogo, “Hana”, um homossexual que costumava trabalhar num bar gay e “Miyuki”, uma rapariga fugitiva filha de um polícia, são três sem-abrigo que deambulam conjuntamente pelas ruas de Tóquio. Na noite de Natal, enquanto vasculham o lixo, encontram um recém-nascido supostamente abandonado. Os amigos sabem que não estão em condições de cuidar do bebé e com base em pistas que se encontravam com a criança, decidem ir à procura dos pais de “Kiyoko”, o nome que foi atribuído à menina, significando o mesmo “criança pura”.

"A bebé Kiyoko"

Inicia-se então uma aventura cujo palco são as ruas da grande cidade, e que irá pôr a nu os anseios e frustrações de “Gin”, “Hana” e “Miyuki”. Tal fará com que mais do que uma busca para descobrir os progenitores de “Kiyoko”, esteja em causa uma demanda que fará com que cada um dos intervenientes se descubra a si próprio, procurando uma esperança para um futuro que não se afigurava risonho.

"Perseguição de táxi"

"Review"

Não é segredo para ninguém que, ao contrário do que se passa por exemplo frequentemente nos E.U.A., os japoneses usam a animação de uma forma bastante versátil. Não apenas são realizados filmes para um público mais infantil, como uma grande fatia dos produtos de “anime” são voltados para a faixa etária adolescente e até mesmo adulta. Sejamos sinceros. A animação possibilita ultrapassarmos certo tipo de fronteiras, que as películas com actores de “carne e osso” não conseguem, embora se reconheça que os limites estão cada vez mais esbatidos, e a uma grande velocidade! Vagamente baseado em “3 Godfathers”, um "western" sentimental de John Ford que remonta a 1948 (“Três Homens e Um Bebé”, de Leonard Nimoy também viria aqui buscar alguma inspiração), “Padrinhos de Tóquio” é mais uma dessas longas-metragens dirigidas aos espectadores mais crescidos, devido a um conjunto de temas abordados de forma directa ou indirecta na trama, tais como a homossexualidade, o alcoolismo, a degradação humana, entre muitos outros que serão mais perceptíveis e até aconselháveis a um discernimento mais amadurecido.

Quem costuma frequentar este espaço (nunca é demais agradecer a amabilidade por tal facto), sabe perfeitamente a admiração que nutro por Satoshi Kon. A sua obra “Millennium Actress” é de uma dimensão superior, merecendo estar colocada naquele panteão divino onde só meia-dúzia de películas esplendorosas têm lugar. O resto da sua cinematografia situa-se num plano bastante elevado, embora não ao nível da longa-metragem supra citada. Como já disse anteriormente no “My Asian Movies”, é minha firme convicção que Satoshi Kon com mais 3 ou 4 filmes do nível dos que realizou até agora, poderá aspirar à grandeza de um Miyazaki, embora as suas películas de animação situem-se num plano completamente distinto do mestre japonês. É necessário admitir que os “animes” de Kon não serão tão apelativos para o público em geral, e por essa razão tenham mais dificuldade em se implantar no mercado. No entanto, e depois de nos habituarmos ao estilo próprio do realizador nipónico, forçosamente iremos concluir que o génio está todo lá e que possui as condições necessárias para triunfar. “Padrinhos de Tóquio” é mais um aspecto intimista desta faceta maravilhosa que Kon possui e que passa por saber contar uma história, cheia de personagens peculiares, mas que ficam gravadas na memória.

"Gin acarinha Kiyoko"

Embora o argumento esteja centrado na nobre busca dos pais de uma recém-nascida, a amplitude argumentativa “Padrinhos de Tóquio” vai muito mais além do que isso. É abordado de uma forma séria um drama social de que nenhum país está livre, o problema dos sem-abrigo. Aqui somos confrontados com um grupo de pessoas que em tempos tiveram vidas normais (com a excepção de “Hana”) e felizes, que por algum acaso da vida foram parar no meio das ruas, sem esperança alguma de futuro, ora refugiando-se no álcool, ora lutando pela sobrevivência nos becos, vielas e caixotes do lixo de Tóquio. Mas Kon superiormente não envereda pelo drama fácil "da lágrima rápida no olho". Pelo contrário, tem o engenho de temperar a película com elementos cómicos que põem sorrisos nas nossas faces. O jogo sentimental entre a tristeza e a alegria, é uma das características mais marcantes dos produtos de Kon, e aqui o realizador demonstra-o mais uma vez, fazendo com o que o nosso estado de espírito seja muito volúvel durante o visionamento desta obra. Interessante e por vezes não tão evidente, são as analogias que podemos estabelecer com o próprio conceito de Natal, de um ponto de vista religioso. O bebé “Kiyoko” funciona um pouco como o menino Jesus. Encontrado na altura da grande festa, é o catalisador para tudo o que a seguir sucede na história. Com os “três reis magos” (prefiro esta interpretação pessoal, àquela outra que estabelece paralelos entre "Hana" e a Virgem Maria) mais improváveis do mundo, a magia de uma noite de Natal acaba por acontecer, e o epílogo é um tanto ou quanto prova disso. Não revelo mais, pois tal constituiria um “spoiler”.

O registo de animação é cuidado, do qual se destacam os cenários de Tóquio, em especial a zona de Shinjuku , conhecida pelos seus imponentes arranha-céus. Se nunca estiveram no Japão como eu (infelizmente...), basta fazerem um simples exercício que eu próprio realizei e que passou por confrontar cenários do filme com fotografias das zonas da capital nipónica que a película tenta ilustrar. É certo que “Padrinhos de Tóquio” neste particular não deslumbra como as obras de Miyazaki. Contudo, o realismo incutido em certas fases da animação, aliados aos próprios temas tratados na obra, já mereceu algumas perguntas pertinentes das quais se destaca “Porquê não fazer então um filme real? Porquê que Satoshi Kon não se aventura naquele tipo de cinema?” Bem, esta é uma resposta que só o realizador poderá dar.

“Padrinhos de Tóquio” tem vários méritos que merecem ser destacados e que o elevam recorrendo a outros artifícios, que não passam propriamente apenas pela animação. Elege como heróis pessoas que normalmente são olhadas de soslaio como párias da sociedade, evidenciando sem complexos o factor humano como seu atributo principal. Na decorrência disto, torna-se numa película poderosa, que demonstra a força do amor mesmo nas situações mais estranhas e pouco convencionais. Mas acima de tudo, transmite uma mensagem de esperança e de redenção nos momentos mais dramáticos e que à partida não parecem ter solução. Deste conto de Natal pouco convencional, sempre se extrairá que a magia e muito do que de bom existe no mundo, reside quase sempre nas mãos de uma criança. E já agora, em cada um de nós, mesmo que do exterior não transpareça e seja necessário procurar lá bem no fundo. Ah, e nunca esquecer a seguinte premissa: o lar é onde o nosso coração está...

Parabéns Satoshi Kon, por um conto de Natal nada comum, mas bastante significativo!

"O Inverno em Tóquio"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Animação - 8

Argumento - 9

Banda-sonora - 7

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,14





segunda-feira, setembro 22, 2008

Beldades do Cinema Asiático - Yukie Nakama

A natural de Okinawa Yukie Nakama actualmente é uma das actrizes mais populares e respeitadas no Japão, e não sei porquê, desconfio que a sua aparência terá algo a ver com este factor...Tendo protagonizado um dos “Ringus” japoneses, mais propriamente “Ring 0: Birthday”, a esta actriz foi confiado o papel da triste e trágica “Oboro”, em “Shinobi:Heart Under Blade”, a adaptação para o grande ecrã do anime que foi bastante do meu agrado intitulado “Basilisk”. Para além da sua carreira cinematográfica, que ainda tem bastante margem de progressão, é igualmente uma cantora bem sucedida. Para as mentes mais perversas, agradecia que não fizessem trocadilhos com o nome desta bela actriz nipónica :) !













Mais informação AQUI.

domingo, setembro 21, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Wong Kar Wai

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. As Tears Go By (1988)
  2. Days of Being Wild (1990)
  3. Chungking Express (1994)
  4. Fallen Angels (1995)
  5. Happy Together (1997)
  6. Hua yang de nian hua (2000)
  7. In the Mood for Love (2000)
  8. The Follow (2001)
  9. Six Days (2002)
  10. Eros - segmento The Hand (2004)
  11. My Blueberry Nights (2007)
  12. Chacun Son Cinéma - segmento I Travelled 9000 Km to Give It to You (2007)
  13. There's Only One Sun (2007)
  14. Ashes of Time Redux (2008)

sexta-feira, setembro 19, 2008

A 36ª Câmara de Shaolin/The 36th Chamber of Shaolin/Shao Lin san shi liu fang - 少林三十六房 (1978)

Origem: Hong Kong

Duração: 115 minutos

Realizador: Lau Kar Leung

Com: Gordon Liu, Lo Lieh, Lau Kar Wing, Wilson Tong, Wong Yue, Lee Hoi Sang, Wai Wang, Henry Yu Yang, Hon Gwok Choi, Simon Yuen, Austin Wai

"San Te"

Consideração prévia

Estava eu descansadinho na passada quarta-feira, dia 17 de Setembro, a navegar ao fim da tarde indolentemente na “internet”, quando decidi consultar a programação dos diversos canais de séries e filmes que temos a oportunidade de usufruir pela televisão por cabo. Ao passar os olhos por o que estava previsto no canal “Mov”, algo chamou-me desde logo a atenção. “A 36ª Câmara de Shaolin” iria ser exibido às 22h. 45 mn. Tenho por hábito quase religioso escrever aqui no blogue acerca de filmes que possuo na minha colecção de dvd's, assim como a revê-los sempre antes de me atrever a tomar qualquer posição. Normalmente este ritual guardo-o para o fim-de-semana, pois é quando tenho mais tempo disponível devido às por vezes extenuantes semanas no emprego. Aqui abri uma excepção, pois nem tenho esta longa-metragem no meu acervo privado de filmes, assim como não resisti ao apelo de uma obra que já ando para visionar há anos, sendo considerada um dos melhores filmes de artes marciais jamais feito. É mesmo assim? Valeu a pena quebrar o meu quotidiano todo “organizadinho” e disciplinado? Isso é o que veremos já a seguir!

"Um dos rebeldes é vítima da crueldade dos manchus"

Sinopse

“Liu Yingde” (Gordon Liu) é um adolescente, cujo pai é um vendedor de peixe e marisco. “Liu” frequenta uma escola e tem por professor “Ho” (Wai Wang), que revela ser um rebelde que conspira contra o imperador. Depois de se aperceber da carnificina provocada pelas tropas Manchu, “Liu” fica revoltado e decide-se juntar aos rebeldes. O seu trabalho consiste em traficar documentos secretos que ajudam a actividade das forças opositoras ao império. O negócio da família serve de fachada às actividades de “Liu”, mas o embuste acaba por ser descoberto e toda a família do rapaz morre às mãos dos senhores da guerra manchus que dominam a região. “Liu” consegue fugir, e vê como a única forma de se vingar, dirigir-se para o afamado templo de Shaolin, na esperança que os monges aceitem-no como aprendiz de artes marciais.

Após um ano a fazer trabalhos domésticos no mosteiro, “Liu” agora conhecido como “San Te”, é finalmente admitido nos treinos de artes marciais que tanto ambiciona, tendo de passar pelos desafios das 35 câmaras de Shaolin. Treinando dia e noite, “San Te” acaba por dominar todas as técnicas em tempo recorde, e como prémio é-lhe dada a escolher a possibilidade de ser mestre de uma das câmaras à sua escolha. Inesperadamente, o herói profere uma resposta estranha: a 36ª câmara e explica que a mesma consiste em dar a possibilidade a todos e não só aos monges, de aprender as técnicas de kung fu do mosteiro. Agarrados a regras bastante estritas, os sacerdotes rejeitam veementemente a ideia e condenam “San Te” a sair do refúgio e recolher donativos. É essa a desculpa que o rapaz necessita para voltar à sua terra e vingar-se daqueles que assassinaram a sua família.

"San Te defronta um dos monges mais credenciados como parte do seu treino"

"Review"

Se algum dia perguntarem a um entendido do “kung fu old school” (grupo do qual eu não faço parte) para elaborar uma lista dos melhores filmes deste género, quase que garanto que ele incluirá “A 36ª Câmara de Shaolin” no rol. Estamos a falar de uma obra marcante, estando entre as películas mais consideradas quando se alude ao famoso mosteiro chinês. Por sua vez, como curiosidade refira-se que a personagem principal, o monge “San Te” interpretada por Gordon Liu, é baseada num mítico sacerdote budista que viveu em Shaolin no século XVIII, tendo posteriormente residido no mosteiro de Xichan até ao fim dos seus dias.

Da alguma experiência que possuo no visionamento de filmes de artes marciais da “velha guarda”, existe sempre uma regra de ouro a seguir. O duelo final entre o herói e o vilão normalmente é onde se investe o máximo da película. Capricha-se nos combates, moldados com as técnicas e acrobacias mais fantásticas, destilando ao máximo a vingança, a justiça, a apoteose, e tudo e mais alguma coisa! É curioso que num dos filmes mais emblemáticos do género, este que agora se analisa, isso não acontece de todo. O derradeiro combate dura pouco tempo, cerca de três minutos, e é um desfile de porrada que “San Te” larga no general manchu. Aliás, mesmo antes de o embate se iniciar, ficamos com a sensação que o monge de Shaolin poderia vencer a luta com uma perna e uma mão atrás das costas. E é precisamente desta premissa, que decorre um dos principais pontos fortes de “A 36ª Câmara de Shaolin”. E porquê? Devido aos treinos intensos e fenomenais que “San Te” leva a cabo no mosteiro. As provações e os testes que o herói é obrigado a se confrontar são pormenorizados e criativos, demonstrando o esmero, cuidado e dedicação que o realizador e coreógrafo de artes marciais Lau Kar Leung (ele próprio um estudioso de Shaolin e dos seus segredos) pôs no filme. É simplesmente delicioso tomarmos contacto com o quotidiano de Shaolin, tanto no campo filosófico como no dito mais físico. Fazendo a ponte agora com o que referi acerca do embate no epílogo, percebe-se claramente que depois de todas as provas que “San Te” teve de superar, assim como dos irmãos monges que teve de defrontar, o seu oponente final nunca teria nenhuma hipótese de lhe fazer frente. Conclui-se desta forma que “A 36ª Câmara de Shaolin”, no que toca à luta, vale muito mais pela viagem do que propriamente pelo destino.

"Dia e noite, San Te pratica as artes marciais"

Gordon Liu faz aqui um papel de uma carreira, e que iria marcar o seu destino como actor para sempre. O seu grande mérito, para além das boas exibições na destreza das artes marciais, é ser uma figura credível perante o espectador. Conseguimos nos rever na sua rebeldia e nacionalismo contra um opressor que não respeita o povo autóctone de uma região. Sentimos um pouco a sua angústia e desespero pela morte da família e o anseio em encontrar um “El Dorado” onde o seu grande sonho se realizará. Mas acima de tudo, crescemos com ele, na sua transição para uma fase madura, sofrendo com os seus fracassos e regojizando com os seus sucessos. Só é pena que o restante “cast”, embora com uma prestação aceitável face ao solicitado, não consiga acompanhar o desempenho bastante apelativo deste mítico intérprete asiático. Com uma excepção apenas, que se reconduz ao irmão do realizador Lau Kar Leung. Falamos do actor Lau Kar Win que tem uma aparição bastante interessante nesta longa-metragem, mas não dura muito pois morre praticamente nos primeiros minutos do filme. Não é a toa que os “Cahiers du Cinema”, uma publicação muito mais virada para o intelectual, considerou Gordon Liu o maior actor de sempre de filmes de artes marciais, em especial de kung fu. Para merecer esta tão reputada distinção, há que haver forçosamente algo mais do que a parte física. Normalmente é uma "pequena" coisa que denominamos de carisma. Como curiosidade final no que toca a Gordon Liu, fiquem a saber que o mesmo rapou de propósito o cabelo para o seu papel neste filme. O “look” agradou-lhe tanto, que passaria a usá-lo daí em diante, tendo constituído uma das imagens de marca deste actor.

Ao contrário de vários filmes de kung fu, “A 36ª Câmara de Shaolin” possui uma mensagem muito significativa e que está intimamente ligada ao próprio título da película. A mesma traduz-se por não devermos açambarcar o conhecimento, mas sim partilhá-lo. É assim que se cria a grandeza e a magnificência, plantam-se raízes e prepara-se um futuro melhor . Fundamental para os fãs do “kung fu old school”. Para os que se querem iniciar no cinema do “Shaolin kung fu” é um excelente sítio para começar! Para os restantes, vale bem a pena dar uma espreitadela, nem que seja para descontrair e apreciar os talentos “marciais” de Gordon Liu! Para mim, que sou um pouco de tudo e ao mesmo tempo de nada, valeu a pena abrir a excepção à disciplina que expus nas considerações introdutórias. E com esta, respondo à questão que coloquei a mim próprio no início do texto.

Disse!

"San Te luta contra os manchus"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 7

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,88







terça-feira, setembro 16, 2008

A Touch of Zen Aka Xia Nu, the Gallant Lady/Xia Nu - 俠女 (1971)

Origem: Taiwan

Duração: 180 minutos

Realizador: King Hu

Com: Shih Chun, Feng Hsu, Bai Ying, Roy Chiao, Han Hsue, Han Ying Chieh, Sammo Hung, Jackie Chan, Billy Chan, Chang Ping Yu, Lam Ching Ying, Miao Tien, Tien Peng, Tsao Chien

"Ku Shen"

Sinopse

“Ku Shen” (Shih Chun) é um pobre e simples pintor, que ama a cultura e está constantemente a recitar as máximas de Confúcio, a figura que mais admira. A pacata vida da aldeia de “Ku Shen” chega ao fim quando começam a chegar homens do primeiro-ministro, o eunuco “Wei”. O objectivo dos mesmos passa por capturar e executar a filha de um oficial honesto que sucumbiu pelo facto de querer denunciar as maquinações de “Wei” ao imperador.

"Ku Shen e Yang"

Entretanto, “Ku Shen” recebe novos vizinhos, que vão residir para a mansão abandonada de um antigo general, que muitos dizem estar assombrada. É aqui que "Ku Shen" conhece “Yang Hui Ching” (Feng Hsu), e desenvolve sentimentos pela rapariga. Cedo se descobre que “Yang” é na realidade a filha do oficial falecido, que os homens do eunuco “Wei” tão ansiosamente procuram.

“Yang” com a ajuda de “Ku Shen”, e os generais foragidos “Shih” (Bai Ying) e “Lu Meng” (Han Hsue) tudo vai fazer para evitar a sua captura. Contudo, o auxílio principal residirá no monge “Hui Yan”, um ser verdadeiramente iluminado que propaga a mensagem de Buda pela terra.


"O monge Hui Yuan numa pose celestial"

"Review"

No início dos anos '30, o governo nacionalista chinês, que tinha em Chiang Kai Shek o seu homem forte, baniu o wuxia alegando para o efeito que este género era entretenimento barato e uma influência nociva para a população. Essa foi a principal razão para que algumas companhias tivessem se deslocado para Hong Kong, entre as quais a maior de todas, os “Shaw Brothers”, de modo a continuarem a realização dos filmes. Com o aparecimento do realizador King Hu e dos seus clássicos, uma página determinante do wuxia foi virada e a partir daí o género viria a ser definitivamente respeitado, mau grado um ou outro período menos positivo pelo qual viria a atravessar. A importância de King Hu afere-se essencialmente pelo facto de os seus filmes serem dotados de uma representação mais cuidada, com a introdução de elementos artísticos inovadores no cinema de artes marciais de então, mas acima de tudo pela forte impregnação de aspectos históricos e culturais do povo chinês. Não querendo pactuar com a produção em massa, e muitas vezes desprovida de qualidade que os “Shaw Brothers” queriam impôr, King Hu viajou até Taiwan e seria esta nação (pelo menos para alguns) que viria a ter o privilégio de acolher algumas das suas obras mais importantes.

Tentar escrever algo acerca de “A Touch of Zen”, ou “Xia Nu, the Gallant Lady” é dissertar acerca de um dos filmes mais fundamentais de sempre da história do cinema oriental, sendo para muitos considerada a melhor obra do realizador. Com 3 anos de rodagem e composta por duas partes, de hora e meia cada uma sensivelmente, a importância da película é inegável e de uma evidência gritante, existindo igualmente muito boa gente que aqui vê o melhor wuxia jamais realizado. Quanto a esta questão, com certeza que será difícil reunir consensos. Agora o certo é que a influência desta longa-metragem no que vinha a fazer-se a seguir é inegável, sendo mais do que claro a inspiração que serviu a filmes como “O Tigre e o Dragão” ou “O Segredo dos Punhais Voadores”, só para mencionar exemplos mais recentes. Vejam-se apenas as emblemáticas cenas da floresta de bambu que constam nestas duas películas. Cumpre ainda dizer que “A Touch of Zen” constituiu o primeiro filme do triângulo China – Hong Kong – Taiwan a receber um prémio em Cannes. Igualmente foi considerado pela revista “Time” um dos 100 melhores filmes de todos os tempos, assim como o 9º melhor filme chinês da história nos “HK Film Awards” (devida à velha querela entre a China e Taiwan, assim como a uma dúzia de outros factores, “A Touch of Zen” é considerado por muitos um filme do “Império do Meio”). Julgo que pelo breve relato, já se poderá aferir da incontornabilidade da película que agora se vai analisar um pouco.

Quando há uns anos deparei-me pela primeira vez perante “A Touch of Zen”, e reparei na duração do filme (3 horas!) quase que estive para abandonar a ideia de visionar esta obra, pois filmes de longo curso normalmente significam uma de duas coisas: ou são fantásticos e nem damos pelo tempo passar, ou perdem-se em considerações fúteis e demasiado contemplativas que acabam por se tornar numa maçada ostracizante! Mas a questão é que eu gostava e gosto do género, e esta ideia aliada às opiniões na esmagadora maioria abonatórias, fizeram com que eu reconsiderasse a decisão e desse uma oportunidade à obra de King Hu. Em boa hora o fiz! Estamos perante uma longa (bastante longa) – metragem com um pendor poético e espiritual, que se entranha pelo nosso ser e deixa definitivamente uma marca duradoura. É certo que por vezes o ritmo da película quebra um pouco, mas isso não quer dizer forçosamente que o interesse diminua. A espantosa fotografia com que somos presenteados e a trama simples mas segura, mantém avivada a nossa atenção, demonstrando que King Hu era um realizador de uma dimensão superior no segmento onde se inseria e que verdadeiras lendas cinematográficas anteriores como “Come Drink With Me” ou “Dragon Inn” não tinham sido obra do acaso.


"O general Shih em acção"

Os combates demoram a aparecer, e temos que aguardar quase 60 minutos para que os mesmos comecem a dar um ar da sua graça. Contudo, e atendendo ao diapasão da altura, os mesmos satisfazem e por vezes chegam mesmo a entusiasmar. É certo que temos porventura exemplos maiores de acção e que preenchem mais as medidas dos fãs da “old school”, mas uma das características que fazem de “A Touch of Zen” um filme tão distinto dos congéneres é não viver exclusivamente do manejo da nobre arte da esgrima e das artes marciais. Elas estão lá, senão não estaríamos perante um wuxia orgulhoso e de pleno direito. No entanto, a majestosidade, o dilema moral e espiritual, o “frenesim” sentimental e histórico, a abordagem de um espectro político interessante, é que fazem com que “A Touch of Zen” viesse a marcar um estilo que quase 40 anos depois ainda faz escola, embora com alguns alunos que reprovariam no exame final.

Outra característica verdadeiramente marcante de “A Touch of Zen” são as suas personagens bastante atractivas para o espectador. Atente-se por exemplo a “Ku Shen”, interpretado pelo actor Shih Chun, que é o “bonzinho” da história. Esta figura colhe sempre a simpatia de todos nós, sobretudo por denotarmos capacidades intrínsecas na pessoa em causa, mas que simplesmente não despontam devido a uma excessiva humildade ou falta de ambição. Chega o dia em que finalmente o rapaz tem a oportunidade de brilhar e mostrar que lhe está reservado um papel muito especial no mundo. “Yang”, protagonizada por Feng Hsu, é o protótipo típico da mulher forte e misteriosa que, embora honrada, toma como único objectivo um propósito legítimo: vingar a morte do pai e posteriormente enclausurar-se da sociedade. Possui uma presença bastante forte no ecrã e que eleva bastante a personalidade do filme. Embora não seja uma figura tão notada a nível de minutos como as personagens mencionadas anteriormente, verdadeiramente quem domina o filme é o monge “Hui Yuan”, interpretado pelo mítico Roy Chiao. Uma imagem da mais completa serenidade mas também da firmeza, que empurra esta obra para outra dimensão. “Hui Yuan” é sem dúvida absolutamente alguma, um dos monges mais sensacionais que já vi personificado numa película. Aqui nota-se bastante um carinho muito especial e destreza demonstrada pelo realizador King Hu em relação a “Hui Yuan”, ao fabricar fabulosos planos em que o sacerdote surge com o sol nas suas costas, criando um efeito que se assemelha a uma aura divina. Da cena final, nem vale a pena falar...Só mesmo visto! Cumpre ainda dizer que sempre temos a oportunidade de ver o conhecidíssimo Sammo Hung, com apenas 19 anos à altura, fazendo um pequeno papel nos últimos 15 minutos, como combatente ao serviço do vilão da história.

À semelhança do extraordinário e acima aludido belo epílogo centrado no monge “Hui Yan”, “A Touch of Zen” é uma gratificante jornada para a iluminação! Apesar de eu ser avesso por natureza a “remakes”, ainda para mais de obras desta dimensão e importância, sinto uma certa ponta de curiosidade em saber como Zhang Yimou trabalharia com esta película, usando os vastos meios que actualmente existem. Se resultasse, que festim de arte seria!

Essencial e altamente recomendável para qualquer fã de Wuxia!

"A mansão supostamente assombrada"

Segmento do filme - a floresta de bambu,

The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 10

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,13






Naina, retirado do filme "Omkara"

Puxando a veia mais dramática, gosto bastante tanto do vídeo como da música. Apreciem e se puderem vejam o filme.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Beldades do Cinema Asiático - Isabella Leong

Isabella Leong é um dos principais símbolos da nova geração de actores e actrizes de Hong Kong, sendo uma das mais belas intérpretes asiáticas na minha modesta opinião, com um futuro na representação que muito promete. Igualmente é uma modelo bastante requisitada (porque será?!) e cantora. Descobri esta "pérola" no polémico e bem sucedido filme “Isabella”, e fiquei bastante agradado com a sua interpretação. Esta película foi a sua rampa de lançamento para o estrelato, e neste momento parece que a sua carreira está a progredir a olhos vistos (a nível de fama), tendo inclusive já representado numa grande produção internacional. Falamos do “blockbuster” “The Mummy: Tomb of the Dragon Imperor”, onde dá corpo ao papel de “Lin”, ao lado de grandes estrelas asiáticas tais como Jet Li e Michelle Yeoh, somando-se aos “hollywoodescos” Brendan Fraser, Luke Ford e Maria Bello. Apesar de muitos não saberem, esta actriz tem uma afinidade muito grande com o nosso país, ou não fosse o seu falecido pai...português! Por alguma razão, noto alguns traços ocidentais na actriz. Muita atenção a esta jovem de apenas 20 anos!













Neste site poderão encontrar muita informação acerca da actriz.