"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

quinta-feira, agosto 31, 2006

SPL - Sha Po Lang (Donnie Yen Vs. Jacky Wu Jing)

Luta violenta entre a lenda Donnie Yen e Jacky Wu Jing (actor que participou em "Os guerreiros da montanha), num dos últimos grandes êxitos do cinema "made in Hong Kong"! Embora não seja muito apreciador dos policiais em geral, estou extremamente curioso para visionar este filme, nem que seja por ter como protagonistas principais Donnie Yen e Sammo Hung! As críticas que circulam pela "net" são em geral abonatórias para esta película.

terça-feira, agosto 29, 2006

April Story/Shigatsu Monogatari (1998)

Origem: Japão

Duração: 67 minutos

Realizador: Shunji Iwai

Com: Takako Matsu, Seiichi Tanabe, Kazuhiko Kato, Kahori Fujii, Kae Minami, Kanji Tsuda


"Uzuki Nareno"

Estória

"Uzuki Nareno" é uma jovem que deixa a rural "Hokkaido" no extremo norte do Japão, para estudar na universidade situada na capital Tóquio.

Embora à primeira vista se pudesse pensar que a motivação principal da adolescente fosse a licenciatura, posteriormente nos apercebemos que a escolha da universidade e da cidade não foi inocente, pois "Uzuki" está apaixonada por um rapaz da sua terra natal, que se encontra precisamente a estudar na faculdade escolhida.

"O desespero da jovem Uzuki"

A adaptação à grande cidade não é fácil, atendendo a que "Uzuki" é extremamente tímida, embora possuidora de uma amabilidade a toda a prova. Chega a ser alvo da chacota dos colegas e assediada por um pervertido numa sala de cinema.

Aos poucos a vida começa a melhorar, com "Uzuki" a fazer os primeiros amigos e inclusive a aderir ao clube de pesca da universidade.

E encontra o tal rapaz a trabalhar numa livraria...

"Um calmo passeio de bicicleta"

"Review"

O ponto forte de "April Story" é sem dúvida a extrema simplicade e honestidade da estória e da representação dos actores.

Não podemos deixar de nos sentir cativados pela inocente "Uzuki" e o seu esforço em adaptar-se a uma realidade completamente nova, com pessoas que pouco lhe ligam, tudo em nome de um rapaz que mal sabia da sua existência na escola secundária.

O dia-a-dia da jovem é preenchido pelas coisas banais que todos os estudantes universitários fazem, com a grande excepção que "Uzuki" não tem muitos amigos e passa o dia a rondar a livraria onde o rapaz trabalha.

A ida ao cinema em que é assediada por um maníaco qualquer e a ignorância a que é votada pela vizinha da porta da frente, igualmente não contribuem para um início feliz da vida da rapariga em Tóquio. Os seus passeios de bicicleta acabam por ser um escape para esta difícil fase inicial.

No meu caso pessoal não pude deixar de sentir uma especial empatia com a situação de "Uzuki", pois eu também por motivos académicos tive que deixar o conforto da minha terra natal, a cidade do Funchal na ilha da Madeira, e deslocar-me para um meio diferente e maior, a capital do país Lisboa. E deparei-me com as dificuldades inerentes à situação, embora rapidamente tivesse conseguido ambientar-me e achar sinceramente que foram os melhores seis anos da minha vida, mesmo com os normais "altos e baixos"!

"A descoberta da livraria"

Voltando de novo à análise do filme, a rapariga aos poucos começa a integrar-se, muito devido a uma colega que de início gozava-a e posteriormente começa a criar uma certa empatia com "Uzuki". A entrada para o clube de pesca e a crescente confiança que começa a adquirir com a vizinha, contribuem decisivamente para que "Uzuki" se sinta melhor com a sua nova vida.

Como aqui já foi veiculado, a honestidade com que a estória de"Uzuki" nos é apresentada constitui o "must" do filme, e embora isto possa soar a contraditório, a simplicidade do enredo faz com que "April Story" acave por ser uma película pouco comum. Não esteja o caro leitor à espera dos costumeiros e intrincados enredos, com bandas-sonoras de puxar lágrima ao olho. Nada disso! Iwai quis contar uma estória simples e com pessoas que todos nós podemos fazer analogias com outras que fazem parte do nosso quotidiano.

E assim como a sempre presente simplicidade é o ponto forte desta película, acaba por outro lado por consubstanciar-se na sua principal fragilidade. O filme é curto demais, com apenas 67 minutos, foca-se única e exclusivamente em "Uzuki", não desenvolvendo em concreto nenhuma das outras personagens. Talvez seja o meu próprio gosto por filmes mais elaborados que faça com que eu não aprecie tanto "April Story" como gostaria.

De qualquer forma é um filme que se aconselha o visionamento.

"Um riso brilhante à chuva"

Trailer (Não encontrado - caso alguém tenha um link para o trailer deste filme agradecia que mo disponibilizassem), The Internet Movie Database (IMDb) link

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38







segunda-feira, agosto 28, 2006

Azumi 2: Amor ou Morte/Azumi 2: Death or Love (2005)

Origem: Japão

Duração: 112 minutos

Realizador: Shusuke Kaneko

Com: Aya Ueto, Yuma Ishigaki, Chiaki Kuriyama, Shun Oguri, Tak Sakaguchi, Kenichi Endo, Mikijiro Hira

"Azumi"

Alerta

Antes de começar a ler o texto, aviso que alguns aspectos de "Azumi, a Assassina", a primeira parte da saga de "Azumi", serão aqui revelados, pelo que só deve prosseguir caso tenha visto este filme.

"Nagara, Azumi e Kozue"

Estória

Depois de em "Azumi, a Assassina", a nossa heroína ter morto dois dos três nobres do clã Toyotomi que pretendiam opôr-se ao Xógun dos Tokugawa, em "Azumi 2..." podemos observar a missão que visa assassinar o terceiro senhor da guerra chamado "Masayuki Sanada".

A estória começa propriamente dita com "Azumi" e o seu único amigo sobrevivente "Nagara" a escaparem por pouco a uma emboscada levada a cabo pelo furioso "Kanbei", um dos inimigos fidagais dos jovens, e um grupo de ninjas.

Posteriormente os dois assassinos são convocados por "Lord Tenkai", que os tenta demover da missão de assassinar "Sanada", atendendo a que este está muito bem guardado por um grupo de ninjas com poderes fora do normal, os Koga, ancestrais inimigos dos Iga que por sua vez estão do lado de "Tenkai" e dos "Tokugawa".

Acontece que "Azumi" e "Nagara" em honra da missão que lhes foi confiada pelo falecido mestre, e relembrando os enormes sacrifícios que fizeram, recusam-se terminantemente a desistir dos seus intentos. Tendo em vista o auxílio à demanda, os Iga enviam "Kozue", uma jovem ninja que acompanha "Azumi e "Nagara".

No caminho para o monte "Kudo" (onde está localizado o alvo "Sanada"), "Azumi" encontra um grupo de bandidos com bom coração, cujo irmão do líder é exactamente igual a "Nachi", o amor de "Azumi", que esta foi obrigada a assassinar no primeiro filme.

Conseguirá "Azumi" lidar com os seus sentimentos, e ao mesmo tempo cumprir a missão que lhe foi confiada?

"Azumi prepara-se para enfrentar um inimigo"

"Review"

Antes de tudo e correndo o risco de antecipar em muito a conclusão, tenho a dizer que "Azumi 2..." é um filme interessante, inclusive passivel de ser catalogado de bom, mas está uns furos abaixo do seu antecessor.

A atmosfera é em tudo semelhante a "Azumi, a Assassina", embora desde logo falte um vilão com carisma suficiente que de brilho à rapariga. Mais concretamente sente-se a ausência de um "Bijomaru Mogami". Não quero com isto afirmar que os ninjas de Kouga não sejam bons adversários, indo a minha preferência neste particular para "Roppa", um gigante que parece ser decalcado do anime de culto "Ninja Scroll, o Mercenário". A tal facto não será alheio a presença de Yoshiaki Kawajiri como autor da estória de "Azumi 2...". Caso não saibam, Kawajiri é o realizador de "Ninja Scroll". Voltando aos vilões, falta a crueldade alucinada de "Bijomaru"! Se calhar já sou eu que estou mal habituado!

Um "furo abaixo" que o filme possui passa pela própria figura de "Azumi". Já na crítica que fiz ao primeiro filme, tinha afirmado que Aya Ueto possuia o condão de a nível da representação dar um ar muito ingénuo, mas ao mesmo tempo mortal à figura da assassina, o que era francamente positivo. Mas igualmente tinha chamado à atenção para o facto de ficarmos com a sensação que "Azumi" não era tão grande espadachim quanto isso e que não amiúde se tinha recorrido a várias técnicas para disfarçar o "handy-cap" da rapariga. Neste filme, ainda mais do que no primeiro, atrevo-me a dizer que "Azumi" parece uma verdadeira desastrada, sem um verdadeiro domínio da "katana", e que se um dos maus se esforçasse verdadeiramente despachava a rapariga em três tempos!

"Luta com um dos super ninjas dos Koga"

"Azumi 2..." tem bastantes cenas de luta, com a costumeira profusão de sangue e golpes rápidos e certeiros. Destaco em especial as sequências em que intervem o ninja "Roppa", com a sua fantástica lança-bomerangue. No entanto, há uma nítida preocupação em mostrar uma "Azumi" interessada nos seus aspectos mais íntimos e pessoais. Tal é ainda mais instigado pela sua relação com "Ginkaku", o rapaz bastante semelhante ao falecido "Nachi". E é com base nisto que por vezes a película envereda por devaneios inúteis e que só nos fazem perder tempo. O drama aqui mais profuso, não é tão bem conseguido como no primeiro filme, que possuia menos, mas mais bem feito.

"Azumi 2: Amor ou Morte", é uma longa-metragem bem intencionada, com pormenores deliciosos, mas como já foi várias vezes referido, não atinge o nível do seu antecessor. No entanto será um filme a ver para os fãs e não só desta figura de "manga".

Igualmente é preciso aproveitar o facto de haver uma edição nacional, e inclusive um "pack" que nos dá a oportunidade de adquirir os dois filmes de uma só vez.

Com interesse!

"Violenta golpe lançado sobre Lord Sanada"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38



sábado, agosto 26, 2006

Il Mare/Siworae (2000)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 96 minutos

Realizador: Lee Hyung-seung

Com: Jun Ji-hyun, Lee Jung-jae, Kim Mu-saeng, Jo Seung-yeon, Min Yun-jae

"O casal e a misteriosa caixa de correio"

Estória

O início do filme ocorre no fim do ano de 1999, quando a jovem "Eun-joo" (Jun Ji-hyun) abandona a casa onde vivia que detém o nome italiano "Il Mare" (o mar). "Eun" deixa um cartão de Natal na caixa de correio a solicitar ao próximo habitante da moradia que lhe envie a correspondência para a sua nova morada no centro da cidade.

Entretanto, exactamente dois anos antes, em 1997, "Sung-hyun" (Lee Jung-jae), um arquitecto e o primeiro proprietário de "Il Mare", recebe o cartão de Natal de "Eun". Pensando que se trata de uma piada de mau gosto, "Sung" escreve de volta a pedir para não brincarem com a sua caixa de correio, deixando bem claro que o ano que decorre é 1997 e não 1999.

Após mais uma troca de cartas, o casal chega à conclusão que está separado no tempo por dois anos e que a caixa de correio tem propriedades mágicas que permite a correspondência neste hiato temporal.

"A casa conhecida como Il Mare"

A troca de correspondência continua e "Eun" e "Sung" vão aos poucos criando uma certa confiança e intimidade um com o outro, desabafando sobre os seus problemas e tristezas, que se reconduzem em última instância ao seu sentimento da solidão.

"Eun" sente-se devastada pelo abandono do namorado que partiu para os Estados Unidos da América, encetando um relacionamento com outra mulher.

"Sung", por seu lado, vive em angústia pela relação inexistente com o seu pai que o abandonou quando tinha apenas sete anos.

Aos poucos ambos vão resolvendo pequenos problemas do passado e do futuro, consoante a perspectiva um do outro. "Sung" consegue recuperar um "walkman" que "Eun" tinha perdido numa estação de comboios. "Eon" envia uma biografia publicada sobre o pai de "Sung".

A relação adquire uma tal intensidade que ambos concordam em encontrar-se numa determinada data. Tal significará uma espera de uma semana para a rapariga, e de dois anos e uma semana para o rapaz.

Porém no dia marcado "Sung" não aparece, e "Eun" começa a questionar-se acerca do porquê de tal ter sucedido...

"Sung-hyun"

"Review"

"Il Mare" constitui uma película muito introspectiva e que nos põe a pensar imenso, tudo devido ao hiato temporal que separa o casal de correspondentes. Esta premissa ainda assume mais acuidade, quando no filme nunca é explicada a razão de a caixa de correio permitir a troca de correspondência num espaço temporal de dois anos. Quanto a mim já decidi não me por a conjecturar mais sobre este aspecto, atendendo a que acaba por revelar-se num pormenor de certa forma secundário, embora importante, quando confrontado com o desenvolvimento emocional da relação entre "Eun" e "Sung" e as peripécias com que a mesma se depara, ainda por cima tendo um adversário praticamente invencível: o tempo!!!

O que faz de "Il Mare" um filme quase único é a fabulosa estória de amor suportada por um maravilhoso argumento (já disse que não quero saber da caixa de correio!). Sem exagerar no melodrama, o realizador Lee Hyung-seung transmite-nos todos os sentimentos e anseios das personagens e especialmente a extrema solidão que se encontra imbuída em quase todos os aspectos da película. Solidão essa que se pretende ver quebrada com a reunião de "Eun" e "Sung", e que faz com que o espectador enverede por uma tal ansiedade nas situações em que tal está prestes a acontecer, e depois lamentavelmente já não se sucede. Solidão essa, insisto, que "Sung" sente mais particularmente, pois por vezes depara-se com "Eon" e ela não o reconhece, devido ao nefasto tempo que medeia e cruelmente separa as suas vidas.

"Eun-joo"

Outro dos fortes da realização do filme e com uma importância quase tão grande como o casal protagonista é sem dúvida o mar. As diferentes perspectivas com que o realizador nos presenteia sobre aquele, aliada à conjugação dos elementos atmosféricos, dão azo a uma das melhores fotografias que jamais visionei. O mar é sempre o fiel companheiro dos actores e adensa ainda mais a tragédia que assola as suas vidas.

"Il Mare" é uma linda e sentida estória de amor que joga com elementos próximos da ficção científica, tornando-o ao mesmo tempo um filme com uma extensa originalidade.

O cinema norte-americano com a sua crise de ideias, fez um "remake" que presentemente se encontra em exibição nas salas de cinema portuguesas, intitulado "The Lake House" (em Portugal assumiu o nome de "A Casa da Lagoa"). Embora não tenha significado nenhum do ponto de vista prático, gostaria de deixar aqui o mais veemente protesto contra esta já irritante mania de "Hollywood" andar a realizar versões de cinema asiático, sendo o cinema coreano um alvo particularmente apetecível. Quando descobri que querem "remakerizar" "My Sassy Girl", quase que dava-me uma síncope! Recuso-me a visionar estas "cópias", pois tenho 99% de certeza que a magia, a boa representação, o inebriante jogo das paisagens e demais aspectos distintivos/belos dos dramas sul-coreanos irão simplesmente pela "sanita abaixo". Perdoem-me a dureza da expressão, mas é o que sinto! Em suma:

"STOP AMERICAN REMAKES OF ASIAN MOVIES!!!"

Passado este aparte e descargo de consciência, só me resta dizer-vos que "Il Mare" é uma película que quando visionada, dificilmente será esquecida!

"Eun-joo contempla o mar"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português/espanhol:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,38


























quinta-feira, agosto 24, 2006

O Tigre e o Dragão (Zhang Zi Yi Vs. Michelle Yeoh)
A luta entre as duas divas Zhang Ziyi e Michelle Yeoh constitui uma das cenas mais emblemáticas de uma das obras-primas do cinema asiático, intitulada "O Tigre e o Dragão".
Este misto de beleza, boa interpretação e fineza de estilo, é sem dúvida um exemplo a seguir por outros "Wuxias"!!!

segunda-feira, agosto 21, 2006

Saulabi Aka Time Travel to the Root of the Samurai (2001)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 99 minutos

Realizador: Moon Jong-geum

Com: Choi Jae-seong, Enoki Takaaki, Lee Sang-hun, Umemiya Masako

"Ko Woo-do, um dos heróis Paekje"

Estória

Por volta do ano 600 da nossa era, na Coreia do Sul, o reino "Paekje" cai, provocando vários suicídios, com os guerreiros a cometer "harakiri" à moda dos samurais japoneses e os ministros a ingerirem veneno.

Passados 450 anos, os descendentes dos "Paekje" vivem exilados no Japão e tentam a todo o custo forjar a "Espada do Céu" que supostamente será um símbolo que unirá o povo e restaurará o reino à muito perdido. Dezassete "Saulabis" (palavra que supostamente significa guerreiro em coreano, embora já tenha ouvido dizer que "Musa" também significa a mesma coisa - desafia-se alguém que conheça o idioma a elucidar-nos acerca deste aspecto) partem com o intuito de levar a cabo o referido desiderato, mas enfrentam um contingente de samurais numericamente superior, sendo os coreanos todos mortos, com a excepção de dois combatentes chamados "Ko Woo-do" e "Kim Jin-woo".

"Ko Woo-do" é posteriormente enviado ao encontro de um pescador alcoólico chamado "Kanemura" que possui uma arte de forjar espadas de um nível superior. Mas após um encontro na estrada com "Ando", o senhor feudal da região, "Ko" apaixona-se por uma cortesã japonesa chamada "Osame" e é aí que os problemas verdadeiramente começam.

O pai de "Osame" prometeu-a em casamento a "Ando", no entanto tal não obsta a que a rapariga retribua o amor de "Ko". O "affair" é descoberto, a vila onde estão sedeados os "Paekje" é atacada, "Ko" é ferido num duelo por "Ando", e os sobreviventes coreanos retiram-se por um período de 15 anos.

Decorrido este tempo, a "Espada do Céu" é completamente forjada e "Ko" desafia "Ando" com o objectivo de recuperar a sua honra.

"Ko Woo-do ensina a cortesã japonesa Osame a tocar o Guomungo"

"Review"

Da Coreia do Sul chega-nos este "Saulabi" que constitui um misto de drama e épico, com um ambiente em tudo igual aos "chambara" japoneses.

À partida e como garantia de qualidade, temos como cartão de visita deste filme o coreógrafo de cenas de luta Takakura Eizi, colaborador de longa data de Akira Kurosawa. E de facto as cenas de "swordplay" são do melhor que "Saulabi" tem para nos oferecer. Curtas, duras e da costumeira violência com que os filmes de samurais nos costumam brindar. Mas daqui não há nada a retirar de novo.

O que chama verdadeiramente à atenção é o forte pendor nacionalista presente na película. Os japoneses são praticamente sempre vistos como os "maus da fita", possuidores de um feitio execrável, exarando risos maníacos e atacando as pessoas sem motivo nenhum. A única excepção será porventura "Ando", que mesmo na intolerância revela alguma sensatez e sentido de honra.

A tensão Japão/Coreia até é reflectida nos instrumentos musicais, com uma tentativa de sublimação do Guomungo coreano face ao Kotto japonês.

Provavelmente isto traduz o reflexo e a tensão social resultantes da propalada intolerância dos japoneses para com os coreanos que residem no Japão e da contínua estória de conflitos militares existentes entre os dois países. Pense-se a título meramente exemplificativo na ocupação da península coreana por parte dos japoneses na II Guerra Mundial.

O romance existente entre "Ko" e "Osame" é bem explorado no início, mas posteriormente é completamente posto de lado na segunda metade do filme, o que no mínimo é estranho, pois é um dos grandes motivos da tensão reinante.

A banda-sonora está uns furos abaixo do normal para este género de filmes, sendo à semelhança da exploração de sentimentos que se tenta fazer vingar e redondamente falha.

A ideia que está por detrás de "Saulabi" até é boa, mas está longe de ser correctamente executada. Existem variadíssimas situações que careciam de uma abordagem mais profissional. Não está nem de longe nem de perto ao nível de filmes como "Musa, the Warrior" e a quilómetros de distância da mais fraca obra de Akira Kurosawa ou de "A Sombra do Samurai" de Yoji Yamada.

Promete muito, mas no fim não passa de mais um filme qualquer...

"Ko Woo-do e Osame fogem da perseguição dos japoneses"

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 7

Argumento - 8

Banda-sonora - 6

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 6,88



















sábado, agosto 19, 2006

My Sassy Girl Aka Yupgi Girl/Yeopgijeogin geunyeo (2001)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 123 minutos

Realizador: Kwak Jae-young

Com: Jun Ji-hyun, Cha Tae-hyun, Song Wok-suk, Seo Dong-won, Kim Im-mun

"Gyeon a ser observado pela rapariga amuada"

Estória

"Gyeon-woo" é um jovem estudante universitário coreano que tem um medo terrível da mãe e não faz a mínima ideia do que quer para o seu futuro.

Um belo dia, ou melhor, uma bela noite, após ter estado a tomar uns copos com os amigos, resolve ir de metropolitano para casa. Na estação encontra uma rapariga lindíssima, mas completamente alcoolizada e salva-a de ser atropelada por uma das carruagens do comboio. Já dentro do aludido transporte, a jovem faz uma figura triste e antes de desmaiar chama "querido" a "Gyeon". As pessoas pensam que o pobre rapaz é o namorado da "escandalosa" e reclamam com ele.

"Será que é desta que Gyeon fica por cima???"

"Gyeon" não tem outra escolha senão ajudar a rapariga e leva-a para um motel pois não sabe onde ela vive. Esta situação não corre nada bem e o "bom samaritano" acaba por ir bater à esquadra da polícia.

No dia seguinte, "Gyeon" recebe uma chamada pouco simpática da rapariga que pretende saber tudo o que se passou na noite anterior. Ela literalmente ordena-lhe que ele vá ter com ela à saída de uma estação de metropolitano, e o jovem decide aceder ao convite.

Desde esse dia "Gyeon" e a rapariga dão início a uma amizade que tudo tem menos de normal. O rapaz começa a descobrir da pior forma o quanto de louca a miúda é, com comportamentos estranhos e flutuações de amor completamente incompreensíveis. Ela obriga-o a fazer coisas inusitadas perante terceiros, desde submeter-se a levar pancadaria da rapariga, até andar de sapatos saltos na via pública à frente de toda a gente.

Mas apesar de sofrer bastante, "Gyeon" apercebe-se que a rapariga possui uma enorme angústia interior e toma como objectivo pessoal fazer com que a vida dela se torne melhor. O problema é que não consegue evitar apaixonar-se...

"Um verdadeiro romance"

"Review"

"My Sassy Girl" é baseado numa série de estórias publicadas na "internet" pelo coreano Kim Ho-sik, em que este relatava as aventuras e desventuras ocorridas com uma rapariga que tinha mantido uma relação. Foi o segundo filme mais visto na Coreia do Sul em 2001, perdendo apenas para "Friends". E porque será que catalisou um grande sucesso?

A resposta é bastante simples. Porque é uma das melhores comédias românticas/dramáticas da estória do cinema. Que ninguém duvide disso!

Antes de tudo constitui uma estória de amor deveras original e com momentos verdadeiramente imprevisíveis. Mesmo os "clichés", que não deixam de existir, são feitos com classe e com uma ternura que não deixam indiferente ninguém possuidor de um coração.

De um lado temos "Gyeon", o típico rapaz "bonzinho" do género escuteiro, que não possui um rumo na vida e de repente encontra uma rapariga que lhe dá um objectivo a prosseguir, não passando o mesmo em primeira instância pelo namoro. Submete-se a tudo e mais alguma coisa, só apenas para agradar o terrível (mesmo terrível!) temperamento da jovem. Desde praticar desportos para os quais não possui jeito absolutamente nenhum ("Porquê que a bola bate sempre na minha cabeça?"), até ser obrigado a ler de "fio a pavio" as estórias pouco convencionais e ortodoxas que a rapariga escreve nos seus tempos livres (aquela das artes marciais com a música "à la Ashes of Time" está de morte!). A frase "All Koreans love melodrama" que "Gyeon" diz a certo momento do filme, é sintomática do carácter desta personagem e até representa uma importante parte do pensamento da indústria cinematográfica daquele país.

"Queremos beber e temos idade para isso!!!"

Para completar o duo, temos a rapariga. Nunca chegamos a saber o nome dela (Embora porventura exista uma pista na sequência da estória de artes marciais escrita pela rapariga, em que o nome da heroína é Jung-jo). Algo que significasse "beleza" em coreano, constituiria um epíteto seriamente a considerar para denominá-la. Temos aqui uma pessoa completamente desvairada, que escreve estórias loucas e que age ainda pior. Pelo menos uma dezena de vezes no filme, ela sai-se com expressões tais como "Wanna die?" ou "I'll Kill You", quando se apercebe que existe uma mínima chance da vontade dela não ser satisfeita. No entanto esta personagem é bastante mais complexa do que isto, e dotada de uma grande sensibilidade. Existem sempre explicações para os comportamentos mais estranhos, e a rapariga possui uma tragédia pessoal que nos vamos apercebendo à medida que o filme caminha para o seu epílogo.

As cenas de comédia são perfeitamente hilariantes. Ri quase até às lágrimas com várias situações que desenrolam-se no filme. Não estamos a falar de palhaçada à Jackie Chan ou à Stephen Chow. Nada disso! A comédia aqui é grandiosa e flui naturalmente com a componente dramática do filme, em perfeita comunhão de esforços.

A interpretação dos actores é não menos do que óptima. Jun Ji-hyun tem uma aparência acima de qualquer reparo e dá vida a uma personagem extremamente complexa, principalmente nas frequentes flutuações de humor, demonstrando uma competência interpretativa acima da média. Por seu lado, Cha Tae-hyun cativa-nos com a sua inocência e capacidade de sofrimento. As caretas que faz, principalmente depois de ser sovado pela rapariga, conferem uma credibilidade e ligeireza ao seu papel, que complementa muito bem com a interpretação porventura mais séria de Jun Ji-hyun.

Como é que nós homens podemos ficar indiferentes a "My Sassy Girl"? Qual de nós que já amou, nunca fez as coisas mais parvas em dado momento só para agradar àquela rapariga especial?

Belíssima obra, cheia de calor humano e eivada de um arco-iris de sensações!

"Gyeon Woo i´m sorry. I'm sorry...I can't help it. I thought i was different, but i´m just a helpless girl..."

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 9

Argumento - 9

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 10

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 9

Classificação final: 8,75














quinta-feira, agosto 17, 2006

Failan (Tema da banda sonora original cantado por Lee Soo Young)
Tenho que confessar que não sou um amplo conhecedor do drama romântico coreano, embora dos poucos filmes que vi, como por exemplo os sobejamente conhecidos "My Sassy Girl" ou "Il Mare", tenha francamente gostado bastante! Daqui a uns tempos com certeza começarei a fazer alguns "projectos de review" acerca deste género em particular. Sinto que a minha grande pecha no assunto é este "Failan". Nunca visionei a película, mas dos trailers que vi, e das críticas que tive oportunidade de ler, parece-me ser francamente bom. Só pelo facto de ter como actores principais Choi Min-sik e Cecilia Cheung, já será quase de certeza um excelente investimento! Deixo-vos com uma música da banda sonora original, com cenas do filme.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Ashes Of Time (Trailer da Criterion)
Este é, segundo um "user" do Youtube.com, o trailer de "Ashes of Time", que se encontra na edição em dvd do filme "In the mood for love" (Disponível para amar) da Criterion. A imagem é excelente, tendo em conta as outras edições em dvd que existem e depauperam vergonhosamente esta magnífica obra! Faço questão de quando a Criterion lançar "Ashes of Time", comprar o dvd imediatamente, e vender a edição que possuo, nem que seja por 50 cêntimos!!!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Dragon Chronicles: The Maidens of Heavenly Mountain Aka Semi Gods, Semi Devils/Xin tian long ba bu zhi tian shan tong lao (1994)

Origem: Hong Kong

Duração: 96 minutos

Realizador: Andy Chin

Com: Brigitte Lin, Gong Li, Sharla Cheung, Frankie Lam, Norman Tsui, Liu Kai Chi, James Pak

"As semi-deusas Mo Han Wen e Chong Hoi"

Estória

Baseado numa novela de Jin Yong, "Dragon Chronicles..." versa sobre a estória de três semi-deusas.

Brigitte Lin, à semelhança do que já tinha acontecido em "Ashes of Time", tem um duplo papel como "Li Chou Shui", um membro do clã mítico "San", ao mesmo tempo que interpreta a irmã desta "Chong Hoi". "Li" tem como feroz inimiga "Mo Han Wen", personificada pela aclamada actriz Gong Li. "Mo" está perdidamente apaixonada por "Chong", a irmã da sua rival, enveredando as duas por um romance lésbico.

As batalhas mágicas travadas por "Li" e "Mo" captam a atenção de "Ting Chun Chou", o poderoso lider do clã "Sing Suk", que tudo faz para que as semi-deusas se destruam mutuamente, em ordem a que possa dominar sozinho o mundo.

"Ting" aos poucos vai provocando cada vez mais atritos entre as adversárias, assim como lateralmente vai eliminando outros rivais. No entanto os seus planos começam a ser atrapalhados por uma discípula sua chamada "Purple" (Sharla Cheung), que rouba um poderoso pergaminho denominado "Yi-Ken Sutra", capaz de conferir ao seu portador poderes para além da imaginação.

"Purple" alia-se a um monge budista, tendo em vista que este traduza o pergaminho, por forma a usá-lo para os seus propósitos pessoais.

No meio de toda esta trama, quem vencerá no final?

"Li Chou Shui"

"Review"

"Dragon Chronicles..." é um filme na onda de "The Storm Riders" e "Guerreiros da Montanha", embora seja mais antigo. Existe pouca luta convencional, um extremo uso de guindastes, para além de raios e coriscos! Já estão a ver o género? Penso que sim.

Esta longa-metragem teve acesso a fundos monetários razoáveis, embora não obtivesse o necessário retorno nas bilheteiras, redundando mesmo num fracasso. E de nada valeu ter no elenco as super-estrelas Brigitte Lin, oriunda de Taiwan, Gong Li da China ou Sharla Cheung de Hong Kong, para que algo de positivo adviesse do "box office".

Quando visionamos o filme, percebemos com facilidade a razão para tal.

A introdução é rápida demais e ficamos sem perceber nada do que se está a passar nos primeiros dez minutos. Só à medida que se vai avançando na estória é que já começamos a interiorizar o enredo, até efectivamente fazer-se alguma luz.

Os efeitos especiais são bastante aceitáveis para um filme asiático da época. Destaco especialmente uma luta ocorrida entre Brigitte Lin e Gong Li, em que a técnica de voo resultou bastante aceitável, com as actrizes a planarem com a maior das naturalidades.

As interpretações são fracas, embora não culpe em demasia as intervenientes, de capacidades e qualidades insuspeitas, mas sim a direcção artística que conseguiu transformar uma estória simples e com algumas potencialidades, num devaneio de terceira categoria!

A personagem de Gong Li, por exemplo, merecia um tratamento mais aprofundado e que nos desse a possibilidade de apreciar e admirar as potencialidades desta lenda do cinema asiático. Imagino que esta actriz, mais habituada às obras de arte de Zhang Yimou e Kaige Chen, queira apagar este mau momento da sua carreira traduzindo-se o mesmo em ter integrado o elenco de "Dragon Chronicles...".

A própria Brigitte Lin, mais habituada a participar em filmes com ligações às artes marciais tais como "Ashes of Time", "New Dragon Gate Inn", "Swordsman II" e "Bride With White Hair", deve-se envergonhar com certeza do dia em que resolveu aceitar o papel neste filme.

"Dragon Chronicles..." é um filme que faz jus ao preço que é vendido nos sites da especialidade: baratinho ou em liquidação total!!!

"A ternura de Chong Hoi perante Mo Wen"

Trailer (Não encontrado - caso alguém tenha um link para o trailer deste filme agradecia sinceramente que mo disponibilizassem), The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 6

Argumento - 6

Banda-sonora - 5

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 6

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 5

Classificação final: 6,13










quinta-feira, agosto 03, 2006

Herói (Jet Li Vs. Donnie Yen)

Depois da célebre luta em "Era Uma Vez na China, parte II", as duas lendas das artes marciais voltam-se a defrontar no magnifico épico "Herói". Apesar de ser uma luta muito auxiliada por guindastes, não deixa de ser um espectáculo belo, com uma fascinante envolvência, que só ajuda estes dois grandes nomes do cinema asiático a brilhar ainda mais. Espero que seja um aperitivo para quem incrivelmente ainda não viu esta obra-prima da sétima arte!!!