"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

terça-feira, janeiro 26, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Anna Tsuchiya







Mais informações sobre esta cantora actriz e modelo, de mãe japonesa e pai norte-americano, AQUI.


quarta-feira, janeiro 20, 2010

Jab We Met - जब वी मेट (2007)

Capa

Origem: Índia

Duração aproximada: 144 minutos

Realizador: Imtiaz Ali

Com: Shahid Kapoor, Kareena Kapoor, Tarun Arora, Dara Singh, Pavan Malhotra, Kamal Tiwari, Kiran Juneja, Divya Shah, Saumya Tandon, Nihar Thakkar, Manushka Khisty

Geet 3

Geet”

Sinopse

“Aditya” (Shahid Kapoor) é um jovem empresário de sucesso, que vê o seu mundo arruinar-se quando descobre que o seu amor vai casar com outra pessoa. De coração destroçado, o rapaz anda sem rumo pelas ruas de Mumbai até embarcar num comboio, sem saber o destino deste. Lá conhece uma rapariga tagarela, chamada “Geet” (Kareena Kapoor), com uma personalidade completamente oposta à dele. Enquanto que “Aditya” se encontra depressivo, e com uma postura negativa, “Geet” pelo contrário não para de falar, e tem uma alegria de viver contagiante. No meio de uma confusão, o casal perde o comboio, e “Aditya” vê-se obrigado a acompanhar “Geet” até à casa da sua família em Bathinda.

Aditya

Aditya”

Quando ambos chegam ao seu destino, a família de “Geet” convence-se que esta e “Aditya” estão enamorados, depois de uma cena que acontece entre ambos e que arruína o noivado arranjado da rapariga. No entanto, as coisas não são bem assim, pois “Geet” está apaixonada por “Anshuman” (Tarun Arora), Depois de finalmente se reunir com “Anshuman”, “Geet” e “Aditya” despedem-se e o empresário volta a Mumbai rejuvenescido e pronto a encarreirar outra vez no caminho do sucesso profissional. Contudo, e após “Geet” desaparecer, “Aditya” parte em busca da mulher que se apercebe que ama.

Aditya e Geet 3

O casal apaixonado”

Review”

“Jab We Met” (numa tradução livre “Quando nos conhecemos”) é uma típica comédia romântica de “Bollywood”, que tinha como um dos predicados principais o facto de os principais protagonistas, Shahid Kapoor e Kareena Kapoor, à altura possuírem um badalado romance na vida real. Contudo, a suposta paixão emanada pelo filme, não contagiaria o casal, pois o mesmo viria a findar o relacionamento durante as filmagens. A película granjeou bastante sucesso no “box office” indiano, e igualmente “fora de portas”, principalmente no Reino Unido. Trata-se de uma obra marcadamente virada para a paixão sem tréguas, evidenciando uma clássica história de amor entre dois seres completamente opostos, mas que acabam por se influenciarem pelas características um do outro. O conceito não é novo, já todos nós vimos isto algumas vezes.

O argumento de “Jab We Met” padece de alguma falta de substância, agradando aqueles que se contentam com pouco, ou que em determinado momento não estejam com disposição para pensar muito. Existem situações marcadamente incredíveis, que exageram em demasia, mesmo tendo em conta que estamos no propalado mundo de sonho de “Bollywood”. Apesar da grande extensão do filme, aspecto vulgar quando se fala das obras da meca do cinema indiano, a aproximação do casal dá-se de uma forma pouco natural, com grave prejuízo para a empatia do espectador com as personagens. Embora seja um pouco céptico em relação ao que se costuma chamar de “magnetismo”, a maneira como o casal se aproxima com uma resistência pouco convincente, para o que se pedia, do destroçado “Aditya”, não convence mesmo nada. E os imbróglios em que ambos se metem, embora tenham momentos que divertem, simplesmente não colhem muito a minha simpatia. As partes cómicas resultam geralmente bem, e neste particular destaca-se o avô sikh de “Geet, outras são completamente infantis e sem piada absolutamente nenhuma. Comparado a, por exemplo, uma película como a obra-prima sul-coreana “My Sassy Girl” que se mexe um pouco no mesmo segmento e sob as mesmas premissas, “Jab We Met” é um parente paupérrimo e sem brilho nenhum, embora provenha de uma cinematografia diversa e com características distintas.

Geet 2

“Geet corre na direcção do seu amor”

A química entre o casal Shahid Kapoor e Kareena Kapoor resulta no essencial bem, a que não será alheio, como acima aflorei, o facto de ambos manterem um relacionamento à altura, embora o mesmo tenha findado durante as filmagens de “Jab We Met”. Claro que não nos estamos a reportar aos momentos que apelidei de “incredíveis” ou com pouca substância. Pessoalmente, e reportando-me à actriz, não sou um grande fã da mesma. Contudo, sou obrigado a reconhecer que Karena Kapoor tem um forte carisma, muito difícil de igualar pelas suas pares. Outro dado relevante mais relacionado com o romance em si, é algo que para os ocidentais não assume especial relevância, mas para o espectro de “Bollywood” sim. Existe uma cena em que existem beijos na boca, imagine-se! Por sua vez, as danças e coreografias são bastante aceitáveis, em especial “Nagada Nagada”, que foi acolhida igualmente na novela brasileira “O Caminho das Índias”. Não será pelo espectro melódico ou mais dançável que esta obra cairá.

Se tiverem paciência, uma breve pesquisa pela internet fará com que concluam que “Jab We Met” é um filme bastante consensual, de uma forma positiva, no que concerne à crítica especializada. Nem que seja por este motivo, poderão sentir-se impelidos a desfrutarem das aventuras e desventuras amorosas do casal “Aditya” e “Geet”. Por estes lados, sinto que estamos perante um filme mediano, chegando a ser banal em diversos momentos e diria mesmo sem sal. Tremendamente previsível, socorre-se de alguns bons momentos que não são em número suficiente para qualificarmos “Jab We Met” como um produto de primeira ordem de “Bollywood”. Será apenas mais um filme, que mergulhará e não se distinguirá na turba das centenas que a principal indústria cinematográfica indiana produz todos os anos.

Nagara nagara

Nagada Nagada”

imdb Nota: 7,9/10 (2.582 votos) em 21/01/2010

Música “Nagada Nagada”

Outras críticas em português:

  1. Grand Masala

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 6

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 8

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 6

Classificação final: 7,13

terça-feira, janeiro 19, 2010

“Testemunhos” de Diego Martins (“Cine Dewonny”)

Foto

O convidado desta semana é o Diego Martins, o administrador do blogue “Cine Dewonny” (para aceder, clicar na foto acima). O Diego também é uma das pessoas que já marca a sua presença aqui no “My Asian Movies” há algum tempo. O seu blogue é bastante ecléctico, não se resumindo apenas ao cinema asiático, mas igualmente dissertando sobre filmes das mais variadas cinematografias, como a de alguns países europeus e a norte-americana. Igualmente o Diego no seu espaço, explana outras iniciativas interessantes, como a de um concurso bastante elaborado e interessante, no qual vergonhosamente ainda não participei. Sendo uma pessoa bastante acessível, o nosso companheiro brasileiro destas lides, está sempre pronto a dar uma opinião acerca do tema que todos nós gostamos, o cinema nas suas várias vertentes.

Abaixo fica o resultado da entrevista.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Diego Martins : Depende muito, cada diretor tem uma visão diferenciada, mas o que mais diferencia as produções orientais das demais é a realidade social - bem diferente da nossa por exemplo - em especial quando retratam relacionamentos. Ocidentais falam do amor de forma aberta, já asiáticos sofrem por isso e nem sempre relatam o que sentem - em especial as mulheres, que nesses filmes são meio que submissas. Outro fator que acho importante é a grande capacidade de criatividade que os asiáticos tem na elaboração de suas histórias, já tive o prazer de assistir diversos filmes com temáticas e histórias muito surpreendentes, na qual nunca vi nada parecido a nível de Hollywood por exemplo, o que torna o cinema oriental ainda mais especial e fundamental na nossa vida, pelo menos na minha, na qual sou grande admirador!

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

D.M. : A cultura oriental, que acho particularmente muito interessante, e ver ela sendo retratada no cinema é melhor ainda, e também é claro, a beleza da mulher oriental, as asiáticas são donas de uma beleza ímpar, impressionante como são lindas!

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

D.M. : Acho que algum do Jackie Chan, não tenho certeza!

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

D.M. : Filmes chineses e japoneses são os que mais acompanho nos últimos 10 anos, mas ultimamente também ando apreciando muito o cinema coreano, tailândes e indiano!

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

D.M. : Filmes de artes marciais, sou fissurado e fanático por esse gênero, meu favorito!

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

D.M. : Muito difícil dizer apenas 5, mas lá vai sem pensar muito:

1- O Mestre Invencível 2 (Drunken Master 2). 1994. De Liu Chia-Liang.

2- Lutar ou Morrer. (Fist of Legend). 1994. De Gordon Chan.

3- O Clã das Adagas Voadoras. (House of Flying Daggers). 2004. De Yimou Zhang.

4- O Tigre e o Dragão. (Crouching Tiger, Hidden Dragon). 2000. De Ang Lee.

5- Os Sete Samurais. (Seven Samurai). 1954. De Akira Kurosawa.

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

D.M. : No momento = Zhang Yimou!

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

D.M. : Preciso dizer 2 de cada:

Jackie Chan e Jet Li!

Gong Li e Zhang Ziyi!

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

D.M. : Sobrevalorizado = "Herói" ("Hero" de Zhang Yimou), a crítica adorou, eu adorei, mas conheço pessoas que não gostaram tanto assim!

Subvalorizado = "Batalha Real" ("Battle Royale" de Kinji Fukasaku), a crítica especializada detestou, eu adorei!

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

D.M. : Está horrível, rídicula e lamentável, no cinema não passa nada, são poucos os que chegam até nós, salve raras excessões para filmes de Ang Lee e Zhang Yimou, e só, no mercado de dvd raramente é lançado algum, que pouca gente irá assistir, portanto, só resta as opções de conseguir os filmes de maneira não oficial, pela internet é um caso de bastante utilidade!

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

D.M. : Que descubra o quanto antes, a cinematografia oriental é maravilhosa e fascinante, não perca mais tempo e aprofunde seus horizontes!

domingo, janeiro 17, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Tomiko Van








Mais informações acerca desta bela cantora do "J-pop", AQUI.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Entrevista – CINEROAD

Cineroad

O Roberto Simões, administrador do blogue CINEROAD (para aceder, favor clicar na imagem acima) teve a amabilidade de me convidar para a sua rubrica “10 breves perguntas”, a qual acedi humildemente a participar. Resta-me agradecer ao Roberto a sua gentileza e parabenizá-lo pelo seu blogue interessante, que faço questão de consultar assiduamente, conselho que estendo a todos os que por aqui passam.

Poderão consultar as minhas respostas às questões do Roberto, AQUI.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Aragami, the Raging God of Battle/Aragami - 荒神 (2003)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 78 minutos

Realizador: Ryhuei Kitamura

Com: Takao Osawa, Masaya Kato, Kanae Uotani, Tak Sakaguchi, Hideo Sakaki

Samurai

O samurai”

Sinopse

No Japão feudal, numa noite tempestuosa, dois samurais bastante feridos procuram refúgio num templo, e são acolhidos pelo casal residente. Um dos guerreiros (Hideo Sakaki) morre em consequência das maleitas que lhe foram infligidas. O outro (Takao Osawa) recupera miraculosamente e em breve conhece o seu salvador, um homem chamado “Aragami” (Masaya Kato), e a sua companheira (Kanae Uotani).

Aragami

Aragami”

Após uma noite de bastante ingestão de álcool, “Aragami” faz um pedido pouco convencional ao samurai: que o mate em combate. Cedo se conclui que “Aragami” não é um ser humano, mas o deus das batalhas e do combate, sendo por este motivo supostamente imortal. Acontece que o deus está cansado da vida e anseia ardentemente pela morte. Contudo, o estatuto que detém e a sua própria natureza, impedem-no de cometer suicídio, pelo que a única de maneira de findar a sua existência é ser morto em combate. O samurai fica aturdido com a exigência de “Aragami”, mas não tem outra saída senão desafiar o oponente mais formidável que já enfrentou.

Rapariga

A mulher misteriosa”

Review”

“Aragami” foi um dos dois resultados do denominado “Duel Project”, tendo o outro sido a película “2DLK” do realizador Yukihiko Tsutumi. Tudo começou após uma noite de....deixemo-nos de rodeios...bebedeira! No festival de cinema de Berlim, Kitamura e Tsutumi encontraram-se e à noite entregaram-se aos prazeres do álcool. Num discurso inicialmente cordial, feito de elogios mútuos, uma discussão gerou-se entre os dois, acerca de quem seria capaz de fazer o melhor filme que versasse sobre um duelo até à morte. O produtor Shinya Kawai lançou então o desafio aos dois realizadores, e ambos os contendentes deram a vida às suas obras. As premissas: duas ou três personagens; estas têm que lutar umas com as outras e uma tem de morrer; um cenário praticamente permanente; uma semana para rodar as respectivas obras.

Não é usual ver um filme de Kitamura em que 80% do tempo da obra assenta em diálogos. É do conhecimento geral que o realizador japonês aposta muito mais no estilo e na espectacularidade dos seus produtos, do que propriamente num argumento cuidadosamente urdido. Apesar de as conversas mantidas entre “Aragami” e o samurai dominarem a quase totalidade da película, sempre se dirá que esta não tão longa-metragem não se torna cansativa pelo excesso de conversa, e chegam a existir momentos bem interessantes que versam sobre a vida do demónio e os seus anseios. Um dos aspectos de saudar, passa pelo aumento de tensão que progressivamente vamos sentindo à medida que o filme vai seguindo o seu rumo, assim como existe o apelo a algum humor intermitente que desanuvia de certa forma o aspecto referenciado. Como já anteriormente referi, o cenário é basicamente sempre o mesmo, ou seja, o templo onde reside “Aragami”. Contudo, sendo um factor que também poderia potencialmente cansar o espectador, o mesmo não se faz sentir muito, a que não será alheio o facto de a película ser de duração relativamente curta e a trama ter uma dinâmica muito própria, mas apreciável.

Em pose para a luta

O prelúdio de um duelo”

Finda a conversa, inicia-se o embate final e é aqui que Kitamura está no seu campo de acção, e evidencia onde se sente mais à vontade. É-nos apresentada um duelo revestido de grande espectacularidade, com “katanas” a flamejar, acrobacias sobre-humanas e muita ferocidade à mistura. Não é um clássico duelo “chambara”, pois tal se torna incompatível com o estilo de Kitamura. E “estilo” é a palavra chave, como é apanágio do autor japonês. Os fãs mais puristas de Kitamura rejubilarão com o o duelo travado entre “Aragami” e o samurai, e sentir-se-ão finalmente recompensados por uma espera que reputarão de longa. Se não são masoquistas, neste caso em concreto, mais vale carregar o botão “forward” do vosso leitor de dvd, e avançar logo para o electrizante duelo final. Os restantes, poderão apreciar a “agradável” argumentação travada entre os dois oponentes da história, e no fim, também não ficarão defraudados com as estonteantes cenas de acção.

Com interpretações aceitáveis, de Osawa, Kato e até de uma silenciosa/tenebrosa Uotani, “Aragami” está longe de ser uma película de antologia. Contudo, a sua abordagem interessante nos diálogos dos intervenientes, a atmosfera negra e sufocante, para além do “stand off” final, valerá uma espreitadela descomprometida. Se não ficarem satisfeitos, também não perderão muito tempo. Este “chambara” de Kitamura não chega a oitenta minutos, portanto...

Luta 2

Combate”

imdb Nota: 6.7/10 (1.218 votos) em 12/01/2010

  1. Cinedie Asia
  2. Royale With Cheese

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,50

segunda-feira, janeiro 11, 2010

“Testemunhos” de Bárbara (“Grand Masala”)

Imagem

É para mim um grande prazer apresentar a convidada desta semana. Trata-se da Bárbara, uma das administradoras do “Grand Masala” (clicar na foto para aceder), um dos blogues que a par do “Cinema Indiano”, do Ibirá Machado, mais tem feito pela difusão em língua portuguesa dos “cinemas” indianos. Apesar de, infelizmente, não a conhecer pessoalmente, a Bárbara tem-se revelado uma excelente companheira da blogosfera, trocando ideias, fazendo sugestões e apoiando bastante o “My Asian Movies”. Inclusive o blogue já foi presenteado com uma película, a qual estou a dever uma crítica dedicada justamente à Bárbara. Apesar de se dedicar ao cinema indiano, o gosto da Bárbara é bastante diversificado, abarcando as principais cinematografias asiáticas, como poderão comprovar pelas respostas ao questionário. Quanto ao “Grand Masala”, tenho a dizer que é um blogue com uma qualidade muito acima da média, onde nos embrenhamos principalmente no propalado mundo de sonho de “Bollywood”, embora como já acima aflorei, o seu conteúdo estenda-se igualmente por outras cinematografias indianas, de que constitui exemplo a tamil. Para além do mais, temos a oportunidade de ter acesso a algumas notícias, “spots” publicitários e outras curiosidades. Altamente recomendado!

Abaixo segue o resultado da entrevista com a nossa simpática colega da blogosfera.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Bárbara: Creio que é o factor exotismo a funcionar a vários níveis. Em primeiro lugar, é sempre muito apelativo vermos filmes que de uma forma ou outra retratam uma realidade à qual não pertencemos. Além disso, o cinema oriental não está tão saturado de lugares comuns e de previsibilidade como o ocidental. No geral, acho a cinematografia oriental mais subtil e mais arrojada que as demais (sobre este último ponto, basta ver a quantidade de filmes japoneses e coreanos que Hollywood copia).

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

B. : Sou muito dada à estética, e nisso os asiáticos são particularmente bons. Focando o cinema indiano em particular, acho maravilhosa a fusão entre representação, música e dança.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

B. : Por acaso até tenho. Lembro-me por causa do título: “Quando Uma Mulher Sobe as Escadas”, de Mikio Naruse. Foi na Casa das Artes, no Porto.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

B. : A resposta racional é dizer que é o Japão porque os filmes mais bonitos que já vi são japoneses. Mas eu sou absolutamente apaixonada por cinema indiano. Não há hipótese.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

B. : Gosto muito de dramas, preferencialmente se forem filmes de época. Gosto também de animação japonesa e de filmes de horror.

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

B. :

1 – Dolls, de Takeshi Kitano

2 - Kaagaz ke Phool, de Guru Dutt

3 – Devdas, de Sanjay Leela Bhansali

4 – A Tale of Two Sisters, de Ji-Woon Kim

5 – Be With You, de Takuji Ichikawa

Mas isto é mesmo só uma tentativa!

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

B. : Neste momento, Guru Dutt.

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

B. : Não tenho actores preferidos.

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

B. : Na minha opinião, qualquer filme do Takashi Miike é sobrevalorizado. Só porque o fulano é esquisito isso não faz dele o génio que os fãs o pintam. E porque falamos de esquisitices, considero o filme Ju-on muito subvalorizado. Logo para começar, é um filme de terror e raramente as pessoas levam o terror a sério. Mas é sem dúvida o filme mais visceralmente assustador que já vi. Dentro do género, é absolutamente brilhante.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

B. : Em Portugal há fãs que se esforçam por divulgar o cinema oriental e que fazem um bom trabalho. É o teu caso e o de vários dos teus leitores/convidados.

Mas a distribuição é fraca e há muito poucos filmes com edição portuguesa, tendo em conta os que são produzidos. E já nem falo de estreias no cinema. Tirando os filmes dos estúdios Ghibli, que felizmente têm um público bastante alargado, é muito raro vermos filmes orientais no cinema.

Faz falta haver investimento por parte das distribuidoras.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

B. : O melhor conselho seria começar pelo teu blog! E a seguir dar um saltinho ao site da CD WOW e espreitar a “bargain basement”. Peço desculpa pela publicidade mas são os conselhos mais práticos que posso dar.

 

domingo, janeiro 10, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Kaera Uehara











Mais informações sobra mais uma beldade do país do sol nascente, AQUI.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Comrades, Almost a Love Story/Tian mi mi - 甜蜜蜜 (1996)

Capa

Origem: Hong Kong

Duração aproximada: 118 minutos

Realizador: Peter Chan

Com: Maggie Cheung, Leon Lai, Eric Tsang, Kristy Yeung, Irene Tsu, Christopher Doyle, Michelle Gabriel, Joe Cheung Tung Cho, Ding Yue

Li Xiao Jun 2

Li Xiao Jun”

Sinopse

“Li Xiao Jun” (Leon Lai) é um recém imigrante em Hong Kong, proveniente de Wuxi, uma cidade chinesa da província de Jiangsu. A sua principal aspiração é ganhar algum dinheiro para enviar à família e conseguir trazer a sua noiva “Li Xiao Ting” (Kristy Yeung) para Hong Kong, a fim de se casarem. Chegado à actual região administrativa chinesa, “Xiao Jun” torna-se amigo de “Qiao Li” (Maggie Cheung), uma mulher que só pensa em tornar-se rica e ascender socialmente. A amizade transforma-se progressivamente noutro tipo de sentimento, e ambos tornam-se amantes ocasionais.

Qiao Li

Qiao Li”

Conscientes que a sua relação não pode dar certo, devido à noiva que “Xiao Jun” possui em Wuxi, o casal decide manter-se apenas como amigos. As coisas parecem correr bem, pois os dois estão a progredir bem financeiramente, dando forma aos seus sonhos. Inesperadamente, uma crise financeira assola Hong Kong, e a situação económica de “Qiao Li” complica-se drasticamente. Por esta via, vê-se obrigada a arranjar um emprego como massagista e acaba por encetar um relacionamento com um membro de uma tríade chamado “Pao” (Eric Tsang). Por sua vez, “Xiao Jun” consegue finalmente trazer a noiva para Hong Kong e o enlace sucede-se. Contudo, apesar dos seus maiores esforços, os caminhos de “Xiao Jun” e “Qiao Li” cruzam-se outra vez, e ambos começam a questionar-se acerca das suas opções do passado.

Li Xiao Jun e Quiao Li

“Li Xiao Jun e Qiao Li”

“Review”

“Comrades, Almost a Love Story” faz parte daquele grupo de filmes de Hong Kong, cada vez mais raros hoje em dia, que mereceram amplos elogios da crítica um pouco por toda a parte. Premiadíssimo em variados certames de cinema, sobretudo asiáticos, a película que ora se analisa foi, com propriedade, considerada o 11º melhor filme chinês de sempre pela “Chinese Movie Database”, e o 28º nos Hong Kong Film Awards. O seu título original evoca uma música da popularíssima cantora de Taiwan Teresa Teng, e o seu sentido real é um verdadeiro hino ao amor. Esta longa-metragem em si, consubstancia-se mesmo numa bonita homenagem à intérprete musical e os motivos alusivos a Teng, consubstanciam-se num verdadeiro enredo secundário.

A aclamação de “Comrades, Almost a Love Story” é merecida. Não tenhamos dúvidas quanto a este aspecto. Apesar do seu pendor algo comercial, estamos perante um romance cheio de detalhes significativos e dotado de uma sensibilidade maravilhosa e pulsante. O destilar dos sentimentos é extremamente efectivo, com cenas de antologia, olhares e muitos gestos significativos. A trama tem algo de épico, pois acompanha a relação de “Xiao Jun” e Qiao Li” durante um período de 10 anos, mais propriamente entre 1986 e 1996. O argumento é extremamente interessante, quanto a mim bem expresso na “tagline” do Dvd da Mei Ah, que reza mais ou menos o seguinte: “Esta não é uma história acerca de duas pessoas que se apaixonam, mas antes acerca de dois corações que fazem tudo para não se apaixonarem”.

Os aspectos muito ligados ao sonho que tanto dominam as histórias românticas, aqui são algo deixados à parte e a simplicidade na exposição das situações marca presença. Mesmo sendo uma longa-metragem com laivos de paixão retumbantes, trata-se de uma película com pessoas “reais”, onde não subsiste nada que se possa reputar de exagerado ou incredível. A tensão é progressiva e enleia o espectador nas teias do relacionamento dos intervenientes. Dois amigos vêm aumentar de forma sustentada a sua amizade, e tornam-se cada vez mais próximos, embora não de uma forma demasiado evidente. O realizador Peter Chan começa então a criar as condições para que a paixão se desenvolva e atira-nos à cara o seu manancial de cenas memoráveis, como o dar de mãos no novo ano lunar chinês. A partir daqui embarcamos numa viagem através do âmago da paixão humana, sem qualquer tipo de pretensiosismo exacerbado.

Qiao Li e Pau Au Yeung

Qiao Li e Pao Au Yeung”

Embora o cerne da trama seja as dificuldades de “Xiao Jun” e “Qiao Li” em se amarem, “Comrades, Almost a Love Story” possui outros predicados a nível do argumento dos quais emana muito interesse. Um já foi referido, e trata-se do alusivo à cantora Teresa Teng. Outro, será indubitavelmente a relação estabelecida entre os naturais de Hong Kong, e aqueles que provêm da China propriamente dita. Apercebemo-nos que existem diferenças de grande relevância, que começam a se acentuar logo pela dicotomia da língua, ou seja, o cantonês “versus” o mandarim que é o idioma da maior parte dos imigrantes naturais da China. Aqueles que tentam a sua sorte em Hong Kong são olhados com algum desdém pelos habitantes da actual região administrativa e isso reflecte-se no pulsar do dia-a-dia dos participantes da história e anima-os a lutar por melhores condições de vida.

A diva Maggie Cheung faz uma das grandes interpretações da sua carreira, reconhecida em variados prémios que venceu, de que constitui exemplo o galardão para melhor actriz conseguido em praticamente todos os certames a que o filme concorreu. A sua presença é luminosa, e conseguida em todos os momentos, quer naqueles mais virados para o drama, assim como nos mais descontraídos. Em “Comrades, Almost a Love Story”, Maggie Cheung prova porque que é considerada justamente uma das melhores actrizes de sempre, no panorama do cinema oriental. É bastante gratificante observar como a actriz personifica uma mulher confiante, ambiciosa e apegada ao dinheiro, que acaba por se sacrificar por algo que sente que é maior do que ela. Por sua vez, o conhecido Leon Lai, o par romântico da história, exibe-se igualmente num bom plano, e aqui provavelmente obtém um dos melhores papéis da sua profícua carreira. O “pequeno grande” Eric Tsang, para não variar, tem uma presença marcante e cabe ainda salientar o facto de o grande mestre da fotografia e da imagem Christopher Doyle, aqui fazer uma “perna” na representação.

“Comrades. Almost a Love Story” é uma poderosa história de amor, e sem margem para dúvidas, um dos grandes filmes de Hong Kong da década de '90,  para além dos melhores dramas asiáticos de sempre. O destino sempre foi um tema grato para o cinema asiático e o de Hong Kong em particular, com temas que reflectem o facto de as personagens não conseguirem controlar o fado a que estão submetidas. A mensagem de “Comrades, Almost a Love Story” é um colosso de emoções, transmitindo a possibilidade de as histórias de amor poderem não acabar sempre bem, assim como que para o conquistar temos sempre de dar algo muito profundo de nós. No fundo, sempre se concluirá que o sentimento sobre o qual já tantos escreveram ou dissertaram, é o mais pujante motor da vida e nasce, muitas vezes, em locais ou momentos inesperados.

Obrigatório, principalmente para aqueles que apreciam um romance inteligente, mas nem por menos, carregado de uma miríade colorida de bonitos sentimentos!

imdb Nota 8.0/10 (1.482 votos) em 07/01/2010

Avaliação:

Entretenimento – 7

Interpretação – 9

Argumento – 8

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 9

Mérito artístico – 9

Gosto pessoal do “M.A.M.”: 8

Classificação final: 8,13

domingo, janeiro 03, 2010

“Testemunhos” de Luis Peres (“Cinema ao Sol Nascente”)

Foto

O convidado desta semana é o Luis Peres, administrador do blogue “Cinema ao Sol Nascente” (para aceder, cliquem na foto). O Luis é um desenhador gráfico, com 39 anos, que resolveu apostar, e bem, nas lides da sétima arte oriental, expressando contributos através do seu interessante espaço. Foi com imenso agrado que vi aparecer mais um espaço português dedicado ao cinema asiático surgir, ainda por cima numa altura em que o “Cine Asia” infelizmente findou e o Luis Canau teima em nos privar dos seus elucidativos textos. O Luis Peres brinda-nos com imensa descontracção na abordagem que faz dos filmes que coloca no seu blogue, além de facultar imensa imensa informação acerca das películas, facultando sugestões de visionamento, compra dos dvds, entre muitas outras coisas. Sem dúvida, o “Cinema ao Sol Nascente” deve ser conferido por todos aqueles que nutrem interesse pela cinematografia oriental.

Abaixo segue a entrevista.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Luis Peres : A maneira como normalmente as personagens são trabalhadas e desenvolvidas. Ao ponto de conseguir uma coisa que eu julgava impossível, produzir cinema para adolescentes com muita alma e por vezes um sentido poético completamente inesperado. Um filme teen oriental não é de forma nenhuma a banalidade que normalmente é produzida em Hollywood e isso surpreendeu-me. Obras como o “The Classic” ou até mais recentemente “Midnight Sun” são bom exemplo disto.
Outra coisa de que não estava à espera era de encontrar uma qualidade de efeitos especiais absolutamente extraordinária que rivaliza com qualquer filme americano hoje em dia. Quem ainda pensa que os filmes orientais são apenas Kung-Fu com fios, se calhar vê um
“Natural City”, ou um “Assembly” e fica um bocado surpreendido pois ao contrário do que é habitual nos filmes de efeitos especiais americanos, no caso oriental estes estão lá mais para servir a história do que para meter pinta e isso faz com que toda qualidade de uma obra se destaque.


“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

L.P. : A humanidade dos personagens que normalmente transcende até a história mais ridícula ou exagerada que nos possa aparecer pela frente. A criatividade de alguns argumentos que não hesitam em correr riscos com temas que jamais seriam tratados no cinema americano. A forma como alguns filmes conseguem passar da comédia, ao drama e até mesmo ao terror sem nunca perderem a sua identidade ou parecerem forçados. Essencialmente a naturalidade como os orientais conseguem trabalhar uma data de referências diferentes sem que ás vezes se perceba que tipo de filme estamos a ver.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

L.P. : Há uns anos atrás, tinha pura e simplesmente deixado de ir a clubes de vídeo pois já não podia mais com cinema americano. Tudo me parecia igual, tudo pré-fabricado e estava mesmo desesperado por recuperar aquela magia de ver cinema que me entusiasmasse e surpreendesse.
Por causa da fama do filme na altura comprei o dvd do
RINGU mas fiquei muito decepcionado pois o filme não me assustou minimamente e muito menos me impressionou enquanto cinema. Estive mais uns meses sem ver grande coisa, pois cada dia que passava o cinema americano parecia mais transformado num produto para teenagers ou então pior, pseudo cinema de autor com pretensões a cinema europeu.
Um dia, um amigo meu que trabalhava num clube de vídeo, sugeriu que espreitasse o “In the Mood For Love” do Wong Kar Wai e passei-me com a atmosfera, estilo visual, maneira de contar a simplicidade de toda a história, etc.
A partir daí, comecei à procura de tudo o que pudesse existir de semelhante e a partir de um site chamado KFC Cinema fui explorando um a um todos os filmes que me pareciam interessantes.
Até que cheguei a
IL MARE e pronto, já não consegui mais parar.


“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

L.P. : A resposta é simples mas ao mesmo tempo complexa porque acho que acaba por ser sempre injusta, mas essencialmente, para mim ninguém bate a China a fazer épicos históricos estilo Wuxia, a Coreia do Sul é absolutamente notável a produzir histórias de amor muito humanas a partir das histórias adolescentes mais básicas e o Japão é muito bom a criar filmes de terror doentios e originais muitas vezes com bastante estilo kitch.
Da Tailândia não tenho grande opinião pois acho o cinema deles algo ambíguo e ligeiramente ocidentalizado...ainda estou a explorar.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

L.P. : A partir de “In The Mood For Love”, “Il Mare”, “My Sassy Girl”, “Be with you” e “The Classic”, posso dizer que definitivamente o meu estilo favorito é mesmo o cinema romântico oriental.
O que não deixa de ser estranho pois até encontrar o cinema asiático, a coisa que mais detestava ver eram filmes de amor … ao estilo Hollywood (exceptuando o Casablanca) claro pois já não podia mais com a banalidade das pseudo-love-stories americanas feitas a metro. Especialmente as tretas feitas para adolescentes.
No entanto, quando vi os primeiros filme românticos asiáticos fiquei absolutamente cativado pela forma como conseguem criar emoção e transportar o espectador para o interior de muitas histórias por vezes aparentemente banais apenas pela forma como sabem humanizar os personagens.
O oriente consegue até produzir uma coisa que julgava impossível, cinema romântico adolescente, para adolescentes e com adolescentes mas com muita identidade emocional verdadeiramente genuína e por vezes adulta.
Há qualquer coisa no cinema romântico oriental que os americanos jamais conseguirão reproduzir como se viu bem pelos inacreditavelmente maus remakes gringos de “Il Mare” transformado no hilariante “The Lake House” ou com o totalmente desprovido de poesia “My Sassy Girl” versão Nova York onde se provou que não bastava ter uma gaja doida na história para conseguir reproduzir a mesma alma do fabuloso original Sul Coreano.


“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

L.P. : Ok, mas sem ordem de preferência, pois para mim estão todos no topo:
1- Be With You (Japão)
2- Natural City (Coreia do Sul)
3- My Sassy Girl (Coreia do Sul)
4- In the Mood for Love (China)
5- Il Mare (Coreia do Sul)
E se quiseres mais dois , “A Tale of Two Sisters” e “Cyborg She”

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

L.P. : Wong Kar Wai nesta sua fase moderna e mais comercial (In the Mood for Love, 2046, My Blueberry Nights), e Jae-young Kwak (My Sassy Girl, Cyborg She, The Classic).

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

L.P. : É-me completamente indiferente.

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

L.P. : Sobrevalorizado é fácil, toda a filmografia do Tsui Hark. Jamais irei compreender como raio é que este tipo é tão conceituado, pois ainda não vi um único filme dele que não sofresse de uma enorme falha na estrutura narrativa, montagem, personagens sem interesse, ritmos incoerentes, acção sem qualquer emotividade, etc. Para mim é um dos piores realizadores orientais de sempre pois os filmes dele dão-me sono.
Subvalorizado... talvez os excelentes “The Princess and the Warriors” e
“The Promise”, quanto a mim dois perfeitos exemplos do bom cinema ultra comercial com tiques de história romântica pirosa, mas que nem por isso deixam de ter os seus bons momentos de acção e serem bastante poéticos no desenlace da história de amor. Previsíveis, mas não menos divertidos e atmosféricos, sendo o exemplo perfeito do estilo de fantasia oriental plenamente baseado no seu género de contos populares.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

L.P. : A difusão está óptima. Cada vez vejo mais dvds nos cestos de promoções dos hipermercados. Há muito por onde escolher, desde Jackie Chans e Jet Lis dos anos 80 editados em 4:3, com som em mono, até épicos históricos como o novo “The Warriors” cortado dos lados, o “A Tale of Two Sisters” editado em Pt num dvd com imagem de VHS e som em stereo. Não esquecendo ainda a genial edição do “Natural City” numa cópia dvd em Portugal com uma imagem (MUITO) pior do que o dvd rip da edição oriental original sacada da net.
Temos ainda depois os Anime dobrados em português nos cinemas, sem opção para vermos as versões originais nas salas (afinal toda a gente sabe que os desenhos animados são filmes para putos) e as ocasionais mostras de cinema oriental carregadas apenas de Tsui Harks e filmes de kung-fu que contribuem imenso para a imagem de que não há mais nada na Ásia para se ver.
Tirando isto a divulgação do cinema em Pt não podia estar melhor...especialmente quando aqui em Portimão há três salas a passar o “This is it” do Miguel Jackson, mas nem sequer há planos para passar a versão remontada, para americano ver, do
“Red Cliff”.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

L.P. : Viva a pirataria !
Eu não entendo como ainda vêem com a conversa de que a pirataria prejudica a indústria das vendas de filmes. As pessoas que eu conheço que simplesmente não compram nem nunca compraram filmes, não vão começar a comprar por deixar de haver pirataria, MAS as pessoas que como eu gostam MESMO de cinema, não vão deixar de comprar um dvd só porque primeiro sacaram ou viram o filme na internet.
Aliás, pelo menos comigo os estúdios orientais já ganharam mais dinheiro à custa da pirataria do que se eu nunca tivesse sacado um filme, pois em tudo aquilo que eu saco só para ver se me poderá agradar, pelo menos em 99% dos casos compro de seguida o dvd.
Inclusivamente, por exemplo, saquei meses atrás o filme “Assembly” mas logo nos primeiros vinte minutos achei que aquilo era tão bom que seria um crime continuar a vê-lo numa cópia pirata, por isso parei e encomendei o dvd, tendo depois visto a obra num DTS fantástico.
Nem sempre saco um filme antes de o ver. Também sou daqueles que compra dvds orientais à parva, especialmente quando tenho a sensação de que vou gostar muito da obra e raramente me tenho enganado, mas para isso é preciso ter alguma experiência dentro do género.
Portanto, quanto a mim o melhor conselho que tenho para dar ás pessoas que agora chegam a isto, é que explorem bem o que existe, pois a oferta de cinema oriental realmente de qualidade e que muitas vezes limpa o chão com os filmes americanos do momento é absolutamente notável.
Procurem opiniões em blogs e se tiverem coragem comprem um dvd ou dois. Se não forem corajosos, saquem os filmes da net e vejam se gostam pois se lhes acontecer o mesmo que a mim e ficarem completamente apaixonados por esta cinematografia, podem ter a certeza que irão querer ter os filmes em DVD na vossa cinemateca pessoal pois nada se compara a uma cópia original de um filme que gostamos.
Só deixo aqui um grande aviso de cautela....NÃO COMPREM EDIÇÕES PORTUGUESAS de filmes orientais. Muito cuidado, pois estas são geralmente tão más e editadas em condições tão medíocres que lhes irão estragar o prazer e a surpresa de poderem encontrar pela primeira vez um bom filme. Saquem antes uma cópia da net , ou comprem logo o dvd original no oriente, pois as lojas online são totalmente seguras e rápidas na entrega.
Evitem as edições PT de “The Warriors”, “The Promise”, “Natural City”(com o titulo ridículo à portuga “amor cibernético), ou
“A Tale of Two Sisters”...entre outros...cuidado com as edições pt.

 

sábado, janeiro 02, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Son Ye-jin










Mais informações sobre esta bela actriz sul-coreana AQUI.