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sábado, maio 20, 2006

Duelo Sem Fim/The Duelist/Hyeongsa (2005)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 111 minutos

Realizador: Lee Myung-se

Com: Ha Ji-won, Ahn Sung-kee, Kang Dong-won, Song Young-chan

"A detective Namsoon"

Estória

Na Coreia do Sul, durante a dinastia Choseon, um jovem mascarado mestre da espada fascina a população, através da demonstração das suas habilidades numa feira. Tendo em vista furtar a estatueta de um buda toda feita em ouro, arma um ardil que consiste em provocar um despiste de uma carroça puxada por cavalos, fazendo com que uma grande quantidade de moedas se espalhe pelo chão. A distracção é um sucesso e o "Duelista" consegue trazer a estátua consigo. No entanto sente dificuldades na fuga, muito devido a "Namsoon", uma jovem detective que o persegue e quase o captura. A rapariga é muito dotada no manejo de uns punhais ligados por um pano de seda, para além de possuir um verdadeiro mau humor.

"O duelista Sad Eyes"

Após descobrirem que as moedas espalhadas pelo chão são contrafeitas, a polícia dá o seu melhor para prenderem o "Duelista" e o seu grupo, mas é constantemente mal sucedida e muitos agentes são mortos. A jovem detective e o seu chefe, um homem de meia-idade chamado "Ahn", são encarregues de localizar o criminoso e capturá-lo.

Mais do que uma vez, "Nansoom" luta com o mestre da espada, mas uma coisa não estava nos seus planos: apaixonar-se pelo inimigo...

"Review"

"The Duelist" é a modos de dizer, diferente, esquisito, muito volúvel, mas sobretudo prima pela originalidade!

A cinematografia é bela, fazendo lembrar em certos aspectos "Herói", com um uso intensivo de "slow motion" e com uma predominância dos fundos com cor vermelha, embora o negro, o branco e o azul marquem bastante a sua presença. A película é extremamente experimental, e não é só no tratamento da imagem que isso se nota.

Apesar do filme ser acerca dum especialista na arte do manejo da espada, as lutas não são nada violentas mas sim muito artísticas e coreografadas mais para parecerem uma dança do que propriamente um acérrimo duelo.

O enredo afigura-se interessante, embora seja o que de menos original o filme tem. Existe um fora-da-lei misterioso, uma agente da polícia que o persegue, aombos lutam e consequentemente apaixonam-se, mas estando em lados opostos, já se vê qual será o final. Mesmo assim, tenho que reconhecer que de certa forma o epílogo surpreendeu-me, indo com certeza dar azo a discussões e diferentes interpretações. No entanto julgo ser praticamente unânime que encontra-se imbuído de uma grande beleza e espiritualidade.

"O experiente detective Ahn"

A banda-sonora, à imagem da aura que cerceia esta longa-metragem, é de extremos musicais impressionantes. Num segundo estamos a ouvir "world music", no outro ópera, a seguir tango electrónico de "Gothan Project" e por fim uns "riffs" poderosos de guitarra. A própria ligação entre as músicas é muito pouco comum, mas a genialidade é demonstrada no facto de a melodia ser sempre adequada à cena que estamos a visionar. Mais um traço de originalidade!

O que irritou-me sem dúvida, foram as partes de comédia que constam no filme. A maioria não tem piada nenhuma e revela-se totalmente despicienda. Sendo um filme por natureza trágico, "os gags" serviam apenas para descermos à terra e questionarmo-nos "Mas que raio é isto?". Aqui a experimentalidade foi longe demais. Lee devia ter-se cingido ao dramatismo, até porque os actores, em especial o brilhante Ahn Sung-kee, não têm jeito nenhum para fazer rir.

"Apesar por várias vezes lutarem, Namsoon não consegue resistir aos encantos de Sad Eyes"

"The Duelist" não agradará muito ao fã convencional de filmes de artes marciais, pois no fundo esta película não pretende ser um filme de acção. Por outro lado, acredito que os admiradores do épico de Wong Kar-Wai "Ashes of Time" fiquem satisfeitos com o visionamento desta longa-metragem.

Constitui uma boa proposta, que eleva a nossa cultura cinematográfica!

"Luta real ou imaginária?"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Banda-sonora - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M" - 7

Classificação final : 7,50

















sábado, maio 13, 2006

Shadowless Sword/Muyeong geom (2005)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 104 minutos

Realizador: Kim Young-jun

Com: Lee Ki-yong, Lee Seo-jin, Shin Hyeon-jun, Yoon Son-yi

"Soha recorre a todas as suas capacidades para proteger o principe dos Balhae"

Estória

"Shadowless Sword" passa-se na antiga Coreia, no século X da nossa era, numa altura em que a dinastia "Balhae" é destronada por uns nobres rivais suportados por um exército que se auto-denomina "Killer Blade Army".

Muitos fiéis à dinastia "Balhae" congregam-se tendo em vista a recuperação do trono, mas noentanto não possuem ninguém para os liderar, atendendo a que os soberanos e todos os seus familiares foram assassinados. Ou melhor...quase todos. Descobre-se que o irmão exilado do rei deposto, o principe "Jeong-hyeon", vive no meio da escumalha da pior espécie.

"Soha corre para o desafio"

"Soha", uma bela mulher que é ao mesmo tempo a melhor guerreira dos "Balhae", é incumbida de encontrar o principe e traze-lo de volta para os seus, tendo em vista a organização de uma contra-revolta que restaure a monarquia destronada. Quando "Soha" descobre o último representante da dinastia, apanha uma grande desilusão, pois o principe revela ser um malandro que engana as pessoas nos seus negócios, para além de não denotar interesse no nobre objectivo e grande honra que é lutar pelo trono.

Entretanto, os actuais governantes da Coreia descobrem os intentos dos "Balhae" e enviam um implacável assassino chamado "Kun" que é auxiliado por "Mae", uma rapariga que tem tanto de bela como de mortífera.

Uma perseguição pelas cidades e campos da Coreia começa, cujo desfecho vai decidir o destino do reino.

"A bela e mortífera Mae"

"Review"

Em 2000, o realizador Kim Young-jun conseguiu chamar à atenção com o "wuxia" trágico intitulado "Bichunmoo, o Guerreiro", um filme com muita acção e romantismo, mas com um enredo por vezes indecifrável. Com "Shadowless Sword", atingiu o objectivo de fazer um filme com uma estória fácil de seguir, embora tenha cortado a quilos no romantismo e aumentado mais as cenas de acção. O resultado foi a alta previsibilidade das cenas, a extrema dose de "poses para a fotografia" e muito uso de guindastes ("wire-fu").

"Shadowless Sword" é um filme que agradará sobretudo aos amantes de acção, uma constante em toda a película, feita de lutas que envolvem grandes acrobacias, com a ajuda dos já aludidos guindastes, espadas que parecem ter vida própria e bastantes "shurikens" (as estrelinhas que os ninjas gostam muito de usar). Existe também outra particularidade que já me apercebi que os "wuxias" coreanos adoram usar. Vamos ver se consigo explicar o que é. Pelos vistos certos golpes mortais infligidos pelas espadas provocam um género de implosão no corpo de quem os sofre. O resultado é que o "desgraçado" que teve a infelicidade de ser atingido, veja o seu corpo rebentar totalmente (quando é uma personagem sem importância), ou então quando se trata de um membro importante da estória, o sangue jorra em catadupa. Imaginem neste último caso que enchem um saco com água até ao seu limite máximo e depois fecham-no, impedindo qualquer entrada de ar. A seguir enfiam uma agulha. Já estão a ver o resultado. É mais ou menos a mesma coisa, com as devidas adaptações.

"O líder do Killer Blade Army, o gélido Kun"

As lutas entre "Mae" e "Soha" têm um encanto especial, conseguido em muito pela extrema beleza das actrizes. É uma "catfighting" cheia de estilo.

Por seu lado os fãs do romantismo ficarão um pouco desiludidos. Enquanto "Bichunmoo" tinha para dar e vender, "Shadowless Sword" não pretende ser uma estória de amor, pelo menos de uma forma directa. Claro que nos apercebemos que o principe e "Soha" nutrem sentimentos um pelo outro, assim como "Mae" ama "Kun", mas não existem praticamente demonstrações físicas de paixão. A excepção passará por uma cena em que "Soha" beija o principe debaixo de água, com o intuito de lhe fornecer ar para respirar, mas pouco mais. As costumeiras declarações de amor também são escassas e aparecem quando se avança para o epílogo dramático do filme.

Tendo em conta que "Shadowless Sword" reuniu bastantes fundos para a sua feitura, sendo inclusive apoiado pelo gigante norte-americano "New Line Cinema", tive a esperança que daqui saisse pelo menos um filme ao nível do "Segredo dos Punhais Voadores". Depressa isto esvaiu-se.

A película tenta agradar ao público, mas nada traz de inovador, a não ser talvez a cena de luta debaixo de água. Fiquei mesmo com a sensação que houve uma tentativa de imitação de certas cenas do "Segredo dos Punhais Voadores", e não tenho dúvidas que quando "Soha" é atingida por uma agulha envenenada, houve um decalque do "Tigre e o Dragão" em que "Li Mu Bai" sofre o mesmo tipo de ataque.

"Shadowless Sword" seria considerado um grande filme se "O Tigre e o Dragão", "Herói" ou até mesmo "O Segredo dos Punhais Voadores" nunca tivessem existido. Como isto não acontece, será uma película razoável, cheio de acção e sobretudo a rebentar de estilo pelas costuras.

A ver, mas sem esperar "mundos e fundos"!

"Será por necessidade ou por amor?"



Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link


Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Banda-sonora - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." -7

Classificação final: 7,25




















segunda-feira, maio 08, 2006

The Bride With White Hair/Bai fa mo nu zhuan (1993)

Origem: Hong Kong

Duração: 88 minutos

Realizador: Ronny Yu

Com: Brigitte Lin, Leslie Cheung, Francis Ng, Elaine Lui, Kit Ying Lam

"A noiva Lian Nichang"

Estória

O enredo é baseado num conto de 1954, que versa sobre o romance mantido entre "Lian Nichang" (Brigitte Lin) e "Cho Yi Hang" (Leslie Cheung), dois amantes de pertencentes a facções inimigas.

O primeiro encontro entre ambos ocorre quando eram crianças, em que "Lian", criada por lobos, salva "Cho" de ser devorado por aqueles animais.

Passados uns bons anos, "Cho" torna-se no melhor estudante do clã "Wu Tang", um grupos especializado em artes marciais que lidera uma federação composta por mais sete sociedades do mesmo cariz. Esta personagem desenvolve a sua técnica até tornar-se num grande mestre no manejo da espada, mas revela-se desinteressado em combater, preferindo pautar a sua vida pelo divertimento. Tal se reflecte na recusa em chefiar o conjunto dos clãs, quando para tal é solicitado.

Entretanto "Lian" é recrutada por "Ji Wuashuang", uma figura híbrida que podemos descrever como uns esquisitos gémeos siameses, sendo um mulher, e outro um homem, que planeiam destruir o clã "Wu Tang" e os restantes por este liderados. "Lian" é possuidora de um feroz espírito de combate e de uma avançada técnica de luta, manejando um chicote como ninguém.

Num reencontro bélico entre ambos os campos, "Cho" encontra "Lian" e reconhecendo-a, confronta-a com as reminiscências do passado. O resultado degenera numa ardente paixão.

"Lian", a quem nunca tinha sido dado um nome próprio, é carinhosamente baptizada de "Nichang" por "Cho". Ambos os amantes juram confiar para sempre um no outro, e "Cho" é particularmente incisivo, afirmando que nunca trairá "Lian".

Decidem fugir em conjunto e deixar para trás as sua obrigações para com os clãs. Mas nem tudo corre como planeado...

"Cho e Lian a fazerem amor debaixo de uma cascata constitui uma das cenas mais memoráveis de amor nos Wuxias"

"Review"

"The Bride With White Hair" constitui um dos marcos mais importantes do cinema de Hong Kong e deu corpo, na minha humilde opinião, ao mais famoso par romântico de sempre daquelas paragens. É acima de tudo um clássico, para além de um filme incontornável para quem goste dos "Wuxia Pien".

Quanto a mim desde já avanço que Ronny Yu fez um excelente trabalho nesta película, que ainda é mais valorizado atendendo à escassez de meios que possuia à altura. Faz-me igualmente pena que anos mais tarde, e aquando da sua chamada ao ocidente, este mesmo realizador tenha enveredado pela realização de filmes tão maus como a "Noiva de Chucky" ou "Freddy Vs. Jason". Salvou-se o hilariante "Fórmula 51".

"The Bride With White Hair" chama desde logo a atenção pela atmosfera muito densa e negra onde subsiste a trama, bem acompanhada do oculto, do erotismo e do amor trágico. Aspectos que por vezes são tão comuns nos dias de hoje, constituiram à altura algo a que podemos chamar de inovação. Não seria sincero se não alertasse para o facto de até ter havido uma razão prática para o constante ambiente escuro presente na película. Pelos vistos, na altura em que o filme foi rodado, Hong Kong viveu uma época estival particularmente rigorosa a nível de altas temperaturas, que foi determinante para que Ronny Yu decidisse realizar uma longa-metragem completamente nocturna. Juntou-se no fundo o útil ao agradável. O filme era negro e estava muito calor, logo...obteve-se uma estética lindíssima!

Outro aspecto que chama a atenção será o "avant-garde" expresso, quando comparamos com outros ícones do "swordplay" da altura. Existe claramente um anti-puritanismo salutar, quando visionamos as cenas de actrizes com os seios à mostra e outras com um conteúdo um pouco "gore" de que é exemplo a figura maligna dos gémeos siameses a contorcerem-se no leito onde dormem.

Cabe aqui voltar brevemente ao esplêndido casal que protagoniza a estória. Dois belíssimos actores, com uma química que muitas poucas vezes tive o privilégio de constatar num filme. Veja-se a cena da cascata de água! Que maravilhosa ternura e partilha física de sentimentos!

"O carinho de Cho por Lian"

Li uma estória acerca da rodagem da mencionada cena que merece ser contada. Pelos vistos Brigitte Lin, apesar de ser uma das principais figuras cinematográficas de Hong Kong nos anos 90, era uma mulher recatada e tímida. Por esta mesma razão, sempre se sentiu relutante no que toca a cenas mais escaldantes. Conseguiu-se filmar decentemente a cena da cascata, pois Lin nutria uma amizade e uma confiança muito grande em Leslie Cheung. Além do mais foi exigido pela actriz que apenas o realizador, o "cameraman" e o técnico das luzes fossem autorizados a permanecer no "set". O resto da equipa de filmagens teve de abandonar o estúdio, tendo a cena sido filmada num único "take". Graças a Deus que todos estes pressupostos puderam ser satisfeitos. O cinema agradece e este fã também!

As cenas de luta não têm a qualidade de filmes mais recentes, mas tal não era exigível à altura. Mesmo assim afiguram-se aceitáveis, embora haja a costumeira confusão como é timbre do cinema de Hong Kong da época.

O grande senão desta película passará pela duração da mesma, sendo apenas 88 minutos. Penso que a explicação passará pelo facto de a sequela já estar pensada, aquando da rodagem do filme. Afinal ambos os filmes são do mesmo ano, e é minha convicção que Ronny Yu preferiu rodar dois filmes, em vez de um que porventura imaginou que seria desgastante e mesmo maçador. Ou então foi tudo a pensar nos proveitos comerciais. Teorias...

A realidade é que tudo se estragou. A continuação constitui uma película muito pobre em comparação com esta, redundando numa verdadeira desilusão. Lembro-me que quando encomendei "The Bride With White Hair", e posteriormente visionei-o, não descansei enquanto não obtive a sequela, ansiando por saber o destino de tão mal fadada paixão. Da continuação, só se aproveita verdadeiramente os últimos dez minutos. Numa crítica autónoma desenvolveremos o raciocínio.

A noiva tem desde o início o cabelo branco? Descubram, pois valerá a pena!

Um clássico para os verdadeiros apreciadores!

"A desilusão da noiva..."

Outras críticas em português: Cinedie Asia


Avaliação:
Entretenimento - 7
Interpretação - 8
Argumento - 8
Guarda-roupa e adereços - 8
Banda-sonora - 7
Emotividade -8
Mérito artístico - 8
Gosto pessoal do "M.A.M." - 8
Classificação final: 7,75







quarta-feira, maio 03, 2006

Os Guerreiros da Montanha/Zu Warriors/ Shu shan zheng zhuan (2001)

Origem: Hong Kong/China

Duração: 77 minutos

Realizador: Tsui Hark

Com: Ekin Cheng, Cecilia Cheung, Louis Koo, Patrick Tam, Kelly Lin, Sammo Hung, Zhang Ziyi, Jacky Wu, Lau Shun

"Dawn medita num belo pano de fundo"

Estória

As montanhas de "Zu" constituem a morada dos deuses cuja principal função consiste em velar pelo equilíbrio do mundo e da civilização, um pouco à semelhança do Olimpo da mitologia grega. Acontece que uma destas divindades, o poderoso e diabólico "Insomnia" rebela-se contra os seus pares e tenta conquistar o poder pela força. Os exércitos do reino mítico de "Omei" congregam-se para dar luta a "Insomnia". Deste fantástico exército destaca-se "King Sky" (noutras versões "Blue Wolf"), que possui como arma principal, o fabuloso "Disco Lunar", que herdou da sua falecida mestre e apaixonada, "Dawn".

"Dawn explica ao seu discípulo e amante King Sky, os poderes do maravilhoso Disco Lunar"

Apesar de "Dawn" ter sido assassinada por "Insomnia" há 200 anos atrás, "King Sky" depara-se com a sua reincarnação amnésica "Enigma", que é uma das deusas que lidera as tropas de "Omei". "Enigma" em conjunto com a reicarnação do seu irmão "Hollow", voam para a batalha chefiados pelo deus mais poderoso de "Omei" chamado "White Eyebrows", conseguindo afugentar "Insomnia" para a "Caverna do sangue".

"Red Hawk", uma divindade possuidora de umas fantásticas asas de metal que tanto servem para voar, como para lutar, fica encarregue da vigilância da "Caverna do sangue" e das movimentações do inimigo. No entanto, é enganado pelos ardis de "Insomnia" e passa para o lado das forças do mal. O deus do mal sentindo-se suficientemente poderoso, decide lançar um ataque decisivo contra "Omei", criando desta forma as condições para a batalha final que irá decidir quem terá o controlo das montanhas de "Zu" e consequentemente do mundo.

"King Sky tenta dominar o Disco Lunar"

"Review"

Tenho dificuldades em opinar acerca desta película, atendendo à grande confusão argumental que o filme padece, deixando o espectador completamente "à nora" em determinados momentos. Mesmo assim, e como não poderia deixar de ser, darei o meu melhor.

A primeira ideia a reter é que este filme foi criado com o intuito quase exclusivo de deslumbrar o espectador com os seus efeitos especiais. O que dizer quanto a estes?

Numa primeira aproximação, convém desde já dizer que não estamos perante um clássico filme de artes marciais. As personagens literalmente voam, atiram raios e coriscos uns aos outros, brandem espadas místicas com 10 ou 15 metros de comprimento, etc. Falamos pois de um filme de super-heróis, que por acaso até são deuses. Em todo o filme, existe apenas o registo de uma luta convencional, travada entre "Ying" (a reincarnação de "Hollow") e "Joy", uma mortal cujo sonho de uma vida é conhecer os deuses.

As armas sagradas dos deuses são em regra muito interessantes de se ver. Destaco desde já o "Disco Lunar" de "King Sky", que constitui um verdadeiro regalo para os olhos! Adoro ver a graciosidade de movimentos e o poder que este artefacto transmite! Outra arma que merece bastante atenção é a possuída por "White Eyebrows", designada por "Escudo do Céu", uma eficaz protecção que repele quase todo o tipo de ataques.

"King Sky e Red Hawk conferenciam numa noite de lua cheia"

As interpretações são à semelhança do enredo uma total confusão. Parece que os actores decoraram tudo à pressa e debitaram as falas "às três pancadas", degenerando na incongruência total. A desilusão ainda é maior, quando estamos perante um elenco de luxo claramente subaproveitado. Veja-se o exemplo da personagem interpretada por Zhang Ziyi, totalmente desfasada do filme, "sem ponta por onde se lhe pegue".

No entanto cumpre dar uma pequena palavra de apreço para Ekin Cheng, o actor que corporiza "King Sky". Apesar do seu "acting" ser igualmente pouco mais do que medíocre, salva-se da tragédia geral devido ao seu ar circunspecto e sonhador, o que lhe dá uma aura muito "cool". O romance protagonizado primeiro com "Dawn" e posteriormente com "Enigma" (ambas interpretadas pela belíssima Cecilia Cheung), tem momentos verdadeiramente ternos e bonitos, sendo bem acompanhados por uma música de cariz sentimental. Claro que depois vem mais uma sem nexo nenhum e lá se vai o romantismo e tudo o resto ao ar!

Tenho que confessar que não sou grande fã de Tsui Hark. Isto dito assim parece uma heresia e uma verdadeira afronta a todos aqueles que adoram o cinema proveniente de Hong Kong. Vi o seu último trabalho "Sete Espadas", e apesar do filme ter os seus bons momentos, a minha opinião não mudou muito. À primeira vista, deste realizador gostei da saga "Era Uma Vez na China" e pouco mais. Perdoem-me, mas é a minha opinião.

"Os Guerreiros da Montanha" é um filme que possui algumas cenas que ficarão na memória, mas sinceramente o resto é para esquecer. Deste género, prefiro 1000 vezes "The Storm Riders".

Medíocre, quase no mediano!

"King Sky ladeado das forças do bem de Omei"


Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 5

Argumento - 6

Guarda-roupa e adereços - 9

Banda-sonora - 6

Emotividade - 7

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 5

Classificação final: 6,75