"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

domingo, maio 31, 2009

Mensagem do Vencedor do 2º Concurso do "My Asian Movies"

A solicitação do Nuno, o grande vencedor do 2º concurso aqui do blogue, publico abaixo um texto que me foi remetido pelo próprio:
"
Amigo Jorge, caras amigas e caros amigos,
Antes de mais quero agradecer os parabéns que já me foram endereçados por ter ganho o concurso do "My Asian Movies". A verdade é que só ontem à noite tive a verdadeira noção que podia ganhar, quando adivinhei a 260ª foto e fiquei empatado com o Arleqvino, ambos com 49 pontos. Por opção, tinha dito ao Jorge que não participaria neste concurso, porque já tinha ganho o primeiro e porque sabia o tempo que é necessário dedicar a adivinhar as fotos, com pesquisas em vários sites, revendo alguns filmes na nossa filmoteca privada se queremos verdadeiramente vencer. Por brincadeira, adivinhei a 1ª foto do concurso e era minha intenção ficar por aí. Quando entrava no blogg, fazia-o para ver se o Jorge havia postado alguma nova análise a um novo filme, mas também espreitava o andamento do concurso e foi aí que comecei a familiarizar-me com nomes como Battosai, Patyka, Barbarela, Juniper Girl, Sérgio Andrade...entre outros, e vi que este concurso tinha gente que sabia muito sobre cinema asiático, pessoas que inclusivamente têm ou colaboram em bloggs sob este tipo de cinema. Um dia, em casa, lembrei-me de ir ver como andava o concurso, entrei e estava para ser identificada a 103ª foto. Ainda ninguém tinha identificado e eu, acertei… e a seguinte…e a seguinte. Veio o fim de semana, por sinal feio (em Lisboa ) em que choveu e fez frio, fiquei em casa todo o fim de semana e comecei a “espreitar” o concurso do My Asian Movies com outros olhos. Lembro-me que nesse fim de semana acertei em mais 5 fotos e comecei a pensar que podia chegar ao resultado do Sérgio… É por esta altura que surge um concorrente até então completamente desconhecido. Foi na 119ª foto e esse concorrente chamava-se Arleqvino. Este novo concorrente, rapidamente demonstrou que era fantástico, e desatou a adivinhar fotos atrás de fotos a um ritmo alucinante, e por isso, foi paulatinamente ultrapassando todos os concorrentes até chegar a um merecido 1º lugar provisório. Entretanto, também surgiu um concorrente que sabe muito de cinema asiático, e que só por falta de tempo, não foi mais longe na classificação. Refiro-me ao Diego, um nome a ter em conta num futuro concurso.
Quando ultrapassei o Sérgio Andrade, começou a adrenalina a aumentar ainda que a falta de tempo, ou de oportunidade, que é fundamental neste concurso, me fizesse chegar atrasado a muitas fotos que eu teria sabido identificar. Deste mal nos queixamos todos, penso eu. Comecei a gerir o meu tempo de modo diferente para que estivesse com o pc ligado às horas mais óbvias em que o Jorge podia colocar as fotos… e assim fui subindo na classificação, mas nunca pensei ultrapassar a Patyka nem o Battosai…e muito menos o Arleqvino, que, para mim, já me pareciam inalcançáveis. Acontece que por vários motivos, como a qualidade da net em Angola, a crise em Espanha ou a diferença horária no Brasil, fiz uma recuperação que nem eu esperava, e uma das razões é que se começa a funcionar num círculo vicioso, isto é, quanto mais se pesquisa mais imagens se vai fixando o que torna mais rápido adivinhar as fotos seguintes. Foi assim que ontem quando adivinhei a 260ª foto pensei que poderia ganhar, mas foi também uma decepção quando esperei pela 261ª foto….e nada. O Jorge, pura e simplesmente não aparecia e eu, por volta das 23h30, desliguei o pc e fui ler, sabendo que hoje, pelas 10h30 da manhã teria que ir para Abrantes e só voltaria por volta das 19h30, o que reduzia em muito as minhas probabilidades de adivinhar a foto 261.
Hoje levantei-me às 9h00 da manhã e liguei o pc para ter a certeza que o meu palpite da foto 260 estava correcto… e foi então que a sorte me acompanhou. Passados 5 minutos, isto é, às 9h05 o Jorge coloca a 261ª foto. Eu já tinha visto aquela foto em algum lado, tratava-se de uma corrida contra o tempo, principalmente contra o Arleqvino, que por sinal respondeu 1 minuto antes de mim…só que não estava correcta a resposta. Acabei por responder acertadamente às 9h25…e preparar-me para ir para Abrantes…já como vencedor do 2º Concurso do My Asian Movies.
Acho que foi um concurso fantástico, (chegar 2 concorrentes com 49 fotos identificadas, pressupõe um final emocionante) onde “conheci” pessoas muito simpáticas, divertidas, com muito espírito competitivo e muito desportivismo.
Quero dar um grande abraço de aos vencidos, principalmente ao Arleqvino que teria sido um justo vencedor (porque foi o que começou mais tarde), mas quero principalmente, enviar um Abração de parabéns ao amigo Jorge pelo sucesso deste concurso e pelo fantástico blogg que melhora a cada dia que passa.
Para finalizar, digo ao Jorge que irei à Madeira receber o prémio ( as desculpas que eu arranjo para fazer uma noitada ) de preferência com a Nádia e a Su, e que escolho como filme o “My Sassy Girl"

Abraços e beijos
Nuno "

sábado, maio 30, 2009

2ª edição do concurso do "My Asian Movies" - O Fim


Após uma longa maratona de 261 imagens (262, se contarmos com o desempate que teve de ser efectuado), chegamos finalmente ao fim do 2º concurso do “My Asian Movies”. O Nuno, após uma recuperação verdadeiramente épica sagrou-se como o grande vencedor da competição, revalidando o título que tinha conseguido na 1ª edição da competição. Foi secundado pelo igualmente brilhante arleqvino, que fez uma campanha exemplar, e que também poderia muito bem ter sido o vencedor. Num epílogo dramático, e que teve de ser alvo de desempate entre a Patyka e o Battosai, este acabou por ficar em 3º lugar. Foi pena não ter quatro prémios, pois a Patyka bem merecia pela excelente participação que deteve. Merecem uma palavra de apreço especial todos os que tiveram a coragem de lutar pelo título e que participaram nesta “brincadeira”. O concurso superou imenso as minhas expectativas, tanto a nível de aderência como de entusiasmo na participação. Penso que não será alheio a este facto, a divulgação que efectuei perante vários blogues do género, que desta vez foi muito maior. Inclusive, vários dos participantes na competição têm sites que versam sobre cinema asiático, que muito ajudaram a passar a palavra e cujos conhecimentos se reflectiram nas respostas dadas aos “posts” relativos às imagens.
Tenciono tornar este concurso num evento anual e cada vez melhorado, aspecto para o qual conto com as vossas críticas e sugestões. Cumpre dizer ainda que me diverti imenso, espero que todos vós também. Não tenho palavras para expressar o meu agradecimento a todos os que apoiaram e participaram nesta iniciativa, pelo que me ficarei por um singelo obrigado.
Sendo assim, parabéns aos vencedores e honra aos restantes concorrentes, que bem o merecem.
Quanto ao Nuno, é o detentor do título durante 1 ano. Espero que o venha defender na próxima edição, e já agora que os restantes apareçam para tentar destroná-lo :) !
Para a história, fica aqui ilustrada a classificação final:
Já agora, agradecia aos vencedores que me enviassem a respectiva morada para o meu e-mail, de forma que me seja possível, tão breve quanto for oportuno, enviar os filmes.
Grande abraço a todos!

Concurso - 262ª imagem (Identificada por Battosai)


Apenas a Patyka ou o Battosai podem responder. O objectivo é desempatar o terceiro lugar.

Concurso - Desempate entre a Patyka e o Battosai

Apesar de já estarem encontrados o 1º e 2º lugar, verifica-se que existe um empate em relação ao 3º lugar entre a Patyka e o Battosai. Esta situação não está prevista nas regras do concurso, pelo que terei de preencher a lacuna. Sendo assim, decidi que o concurso irá prosseguir apenas para o Battosai e a Patyka. O que adivinhar primeiro a imagem, ficará em 3º lugar. Para evitar que exista uma pessoa mais distraída que intervenha na resolução da imagem, activarei momentaneamente a moderação de comentários de forma a que só apareçam respostas de um destes dois concorrentes.
Boa sorte aos dois!

Concurso - 261ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

quinta-feira, maio 28, 2009

Concurso - 260ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 259ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Storm Rider: Clash of Evils - 風雲決 (2008)
Origem: Hong Kong
Duração: 100 minutos
Realizador: Dante Lam
Vozes das personagens principais (versão mandarim): Nicholas Tse (Wind), Richie Ren (Cloud)
"Cloud"

Atenção!

Caso não tenha visionado “The Storm Riders”, não deverá ler o texto abaixo, sob pena de “spoiler”!

"Wind"

Sinopse

Após os eventos ocorridos em “Storm Riders”, onde “Wind” e “Cloud” derrotaram o seu mestre, o poderoso “Lord Conqueror”, “Wind” fica possuído pela besta de fogo “Kylin”. Isto faz com que o herói por vezes se transforme num demónio acossado, com tendências altamente destrutivas, embora com os seus poderes maximizados. Após um duelo entre os dois amigos, em que “Cloud” tenta conter as tendências lunáticas daquele a quem considera como um irmão, os dois perdem-se um do outro.

Quando a possessão acalma e “Wind” recupera a sanidade, este convence-se que matou “Cloud” no combate e entra numa profunda depressão, alcoolizando-se diariamente. Contudo, “Cloud” não faleceu, mas apenas perdeu a memória e é acolhido por “Ying”, uma jovem rapariga que lidera um bando de crianças que assaltam os transeuntes mais descuidados.

Quando “Ao Jue”, um homem perturbado pelo assassinato do seu clã, resolve tomar de assalto o mundo das artes marciais, o destino une outra vez os dois guerreiros e ambos irão defrontar o vilão, de forma a salvar a humanidade. Mas conseguirá “Wind” controlar a sua dualidade e conter o seu estado maligno?

"Nameless"

"Review"

Ao contrário da esmagadora maioria dos “anime” que chegam ao ocidente e ao nosso conhecimento, “Storm Rider – Clash of Evils” (“SRCE”) não provém do Japão ,mas sim de Hong Kong. Como já induzi na sinopse, “SRCE” basicamente começa onde o espectacular filme “The Storm Riders”, de Andrew Lau, termina. Portanto, se não conseguem aguardar pela sequela a cargo dos Irmãos Pang, e que repetirá Aaron Kwok e Ekin Cheng nos papéis principais, sempre poderão matar saudades com este interessante produto de animação asiático.

“SRCE” não foge à aura fantástica do seu congénere de “carne e osso”, possuindo todas as características que fez apaixonar muitos pela saga de “Wind” e “Cloud”, com o elemento de fantasia de artes marciais sobejamente a dominar. No entanto, esta película encontra-se longe de estar isenta de falhas e obstáculos, alguns transversais a todos os espectadores, outros por falta de alguns conhecimentos do autor deste texto. Tenho lido, e pela minha própria percepção desta obra, que “SRCE” é um filme feito para os mais indefectíveis fãs da “manga” criada por Ma Wing Shing. Como eu nunca tive a oportunidade de passar os olhos pela banda-desenhada, mas apenas pelas películas de cinema, julgo ser normal que alguma confusão degenere na minha mente. Principalmente nos momentos iniciais desta longa-metragem, onde nos é apresentado várias personagens, com objectivos muito próprios e que por vezes se afiguram como incompletos ou precipitados. Um exemplo claro do que estou a falar, passa-se com a personagem “Nameless”. Desde logo nos apercebemos que ele é uma personagem importante e extremamente poderosa no domínio das artes marciais, que detém muitos minutos de filme. Simplesmente, não percebemos o porquê de tal acontecer, nem sequer quem ou o quê representa realmente. Mesmo assim informo, após alguma pesquisa, que efectivamente “Nameless” é uma figura nuclear na manga “Wind and Cloud”. É ele quem salva “Cloud”, após a morte da sua família e o seu mestre. Poderão ver mais informações AQUI.

"Cloud Vs. Wind"

A animação em si tem os seus altos e baixos, embora a opinião final seja positiva. As imagens geradas por computador proporcionam ora momentos de beleza esplendorosa, mas também existem partes que não estão à altura do restante do filme. O mesmo valerá para o desenho das personagens. Provavelmente, e alerto para algum desconhecimento, “SRCE” neste particular poderá eventualmente estar muito bem para o “standard” de Hong Kong, mas não se poderá comparar com os melhores exemplos da indústria de animação nipónica. Nota-se, e considerando que “SRCE” é uma obra recente, que ainda existe alguns quilómetros a correr para disputar alguma coisa com o “anime” japonês. Acima da média encontram-se os movimentos das personagens, especialmente nos combates, e as paisagens que conseguem muitas vezes deslumbrar.

“SRCE” é uma produção que julgo que agradará em primeira linha os fãs da manga, que acabam por ser os verdadeiros conhecedores da saga e que identificarão tudo à primeira vista. Para aqueles que, como eu, apenas viram o filme de Andrew Lau “The Storm Riders”, constituirá um produto interessante, com muita diversão à mistura, embora algo confuso. Possui acção a rodos, e momentos de luta muito interessantes que não defraudarão o espectador, conquanto percebam que as personagens detêm poderes que vão para além do que um simples humano possa fazer. Em jeito de conclusão, é acima de tudo um produto feito para os indefectíveis de uma das histórias mais apaixonantes do mundo dos desenhos animados orientais. Contudo, não tenho dúvida nenhuma que com a mais avançada realização e tecnologia japonesa, “SRCE” poderia tornar-se num “anime” inesquecível! Acaba por ficar com a bitola do bom, e uma ou outra parte mediana a destoar.

"Ao Yue reclama a espada dos seus antepassados"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDB) link - Não encontrado!

Avaliação:

Entretenimento - 9

Animação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,57







quarta-feira, maio 27, 2009

Concurso - 258ª imagem (Identificada por Patyka)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 257ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 256ª imagem (Identificada por Nuno)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 255ª imagem (Identificada por Nuno)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 2 pontos (ponto 7 das regras do concurso). Regras AQUI e Prémios AQUI.

segunda-feira, maio 25, 2009

Concurso - 255ª imagem (Ninguém identificou. Solução: "A War Named Desire")

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 254ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 253ª imagem (Identificada por Nuno)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 252ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

domingo, maio 24, 2009

Concurso - 251ª imagem (Identificada por Takeo Maruyama)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 250ª imagem (Identificada por Patyka)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

sábado, maio 23, 2009

Concurso - 249ª imagem (Identificada por Nuno)



Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 248ª imagem (Identificada por Nuno)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Peppermint Candy/Bakha satang - 박하사탕 (1999)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 130 minutos

Realizador: Lee Chang-dong

Com: Sul Kyung-gu, Moon So-ri, Kim Yeo-jin, Koh Seo-hee, Seo Jeong, Park Ji-young, Park Se-beom, Lee Dae-yeon, Kim Kyoung-ik

"Eu quero voltar para trás!!!"

Sinopse

Em 1999, um homem de fato, aparentemente perturbado, chega a uma reunião de antigos companheiros do liceu, que ocorre ao pé de um rio e nas imediações de um caminho de ferro. As pessoas reconhecem o estranho como “Yong-ho” (Sul Kyung-gu), um companheiro de turma que não tinham conseguido contactar de forma a que o mesmo pudesse estar presente no encontro. No meio das festividades, “Yong-ho” dirige-se para o caminho-de-ferro, coloca-se à frente de um comboio em andamento e antes de ser atropelado, grita a plenos pulmões “Eu quero voltar para trás!!!”.


"Yong-ho e a pseudo Sum-im"

A partir daqui somos transportados para várias fases do passado de “Yong-ho”. Três dias antes da desesperada acção do protagonista, entendemos que este perdeu tudo o que tinha na vida, desde a mulher, a filha, o emprego e o seu dinheiro. Nesta fase, “Yong-ho” tem igualmente a oportunidade de ver pela última vez o seu verdadeiro amor “Sum-im” (Moon So-ri), que se encontra internada no hospital em coma. Em contínuas analepses, é-nos apresentado o casamento infeliz de “Yong-ho” com “Hong-ja” (Kim Yeo-jin), as suas tácticas brutais quando era agente da polícia e o incidente trágico que ocorreu quando prestou serviço militar no exército. Finalmente chegamos ao ano de 1979, em que vemos um jovem “Yong-ho” sonhador, bastante diferente do que viria a tornar-se vinte anos depois.

"À espera de alguém que nunca chega"

"Review"

Quantas vezes ao longo da nossa vida, encontramos pessoas que nos fazem questionar acerca dos motivos que as levam a tomar atitudes desesperadas ? Inclusive a muitos de nós já nos aconteceram situações que moldaram o nosso carácter, de uma forma que não gostamos e que influencia negativamente as nossas vidas. O que poderá levar alguém ao desespero total ? Como é que se chegou a este ponto? São estas premissas que são profusamente tratadas em “Peppermint Candy” e que redundam numa história muito palpável e real. Os eventos postos perante os nossos olhos, poderiam suceder a qualquer um e por esta razão, em determinado momento específico existe uma identificação do espectador com as agruras de “Yong-ho”. Pelo exposto, o primeiro ponto a reter é que “Peppermint Candy” possui um impacto psicológico extremamente forte e denso.

A vida pode ser uma verdadeira locomotiva em andamento, e quando por vezes paramos para reflectir, apercebemo-nos que o tempo passou de uma forma veloz, escapando à nossa percepção imediata. Dizem que este efeito tende a acentuar-se à medida que as pessoas vão envelhecendo, e eu tendo a concordar com esta premissa. O comboio do tempo marca várias vezes a sua presença em “Peppermint Candy”, aparecendo num tom premonitório e de viagem pela vida de “Yong-ho”, marcando a transacção entre as diversas subhistórias da personagem principal, com os seres e as paisagens a se moverem num efeito “rewind”. Esse comboio do tempo é personificado materialmente por um...comboio, que serve igualmente de instrumento para que “Yong-ho” dê corpo à suprema loucura e suicide-se. Isto não é um “spoiler”, pois a cena acontece nos primeiros cinco minutos desta película, para além do facto de estar reflectida na maior parte dos “posters” e capas que deram publicidade a “Peppermint Candy”. Através das várias vivências de “Yong-ho”, e à semelhança de outras obras sul-coreanas, podemos observar alguns dos momentos que marcaram a história daquele país. Um grande exemplo passa pelo grande movimento estudantil dos anos '70, em que vários jovens amotinaram-se de forma a provocar uma profunda transformação sócio-cultural na Coreia do Sul.

"O desespero de alguém que perdeu o sentido da vida"

A narrativa não deve muito à acção e ao movimento, pugnando por expressar-se de uma forma contida e metódica. Isto não significa que “Peppermint Candy” seja chato ou entediante. O realizador Lee Chang-Dong aposta muito no simbolismo das situações e numa panóplia variada de eventos, tendo em vista apresentar uma miríade de emoções e pontos de vista. Não se pense que tal aspecto degenerará em confusão, enevoando a percepção do espectador relativamente aos acontecimentos. Pelo contrário. Clamando pela nossa sensibilidade e particular atenção, entendemos os motivos que norteiam as acções de “Yong-ho”, embora exista claramente um apelo à predestinação e à ideia basilar que nós não podemos escapar ao que o fado reservou para nós. Em certas situações, é transmitido que “Yong-ho” é apenas um peão ou uma peça de uma máquina em movimento que se reconduz a um mundo e a uma sociedade em transformação. Aqueles que, como eu próprio, muitas vezes procuram o cinema como uma forma de escape à realidade, não deverão se aventurar por “Peppermint Candy” pela simples razão de ele nos atirar contra uma trama muito sombria e crua mas, insisto, tremendamente verdadeira. O que sucede é palpável, mesmo que para alguns de nós, bafejados pela sorte, não o seja.

O actor Sul Kyung-gu é fantástico no papel de “Yong-ho”. Consegue adaptar-se de uma forma extremamente competente e versátil em cada fase da vida da personagem, revelando múltiplas facetas e personalidades em função do estado de espírito de “Yong-ho” e da época em que ocorre a trama. Como é normal em função do argumento, Kyung-gu é a âncora do filme e tudo gravita em torno dele e da sua representação de uma alma inicialmente singela e inocente e por fim torturada. Ou será o contrário?!

“Peppermint Candy” é uma viagem pela essência de um ser humano que se torna gradualmente mais escura, embora a película faça um percurso inverso na exposição da história, optando pelas já citadas analepses. Atravessa a inocência de jovens comportamentos, passa pelo cruel despertar para aspectos menos positivos da vida e desemboca no mais penoso desespero pessoal. Trata-se de uma obra intelectualmente estimulante, sem se desligar de momentos que verdadeiramente nos partem o coração. Acima de tudo, tem o condão de nos fazer pensar acerca de variadíssimos aspectos do nosso quotidiano e nas consequências que os mesmos poderão ter um dia mais tarde. Trata-se, sem margem para qualquer dúvida, de mais uma boa proposta do profícuo cinema sul-coreano que destila beleza através da dor e sofrimento. Ah, é verdade! Todos conhecem muito bem esta frase, mas não custa repeti-la: “O tempo não volta para trás...”.

Vale bem a pena conferir!

"Vinte anos depois, Yong-ho vai a uma reunião dos seus antigos colegas"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 9

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8





Concurso - 247ª imagem (Identificada por Patyka)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 246ª imagem (Identificada por Nuno)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 245ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 2 pontos (ponto 7 das regras do concurso) ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

quinta-feira, maio 21, 2009

Concurso - 244ª imagem (Ninguém identificou. Solução: "My Name Is Fame")


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 243ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 242ª imagem (Identificada por arleqvino)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 241ª imagem (Identificada por Nuno)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 2 pontos (ponto 7 dasregras do concurso). Regras AQUI e Prémios AQUI.

terça-feira, maio 19, 2009

Concurso - 240ª imagem (Ninguém identificou. Solução: "My Boyfriend Is Type-B")


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 239ª imagem (Identificada por Patyka)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 238ª imagem (Identificada por Patyka)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

segunda-feira, maio 18, 2009

Concurso - 237ª imagem (Identificada por Patyka)

Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 236ª imagem (Identificada por Diego)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 235ª imagem (Identificada por Patyka e arleqvino)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 234ª imagem (Identificada por Diego)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 233ª imagem (Identificada por Diego)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 1 ponto. Regras AQUI e Prémios AQUI.

Concurso - 232ª imagem (Identificada por Diego)


Qual o filme a que corresponde esta imagem? Vale 2 pontos (ponto 7 das regras do concurso). Regras AQUI e Prémios AQUI.

Sukiyaki Western Django/Sukiyaki Uesutan Jango - スキヤキ・ウエスタンジャンゴ (2007)

Origem: Japão

Duração: 98 minutos

Realizador: Takashi Miike

Com: Hideaki Ito, Masanobu Ando, Koichi Sato, Kaori Momoi, Yusuke Iseya, Quentin Tarantino, Renji Ishibashi, Yoshino Kimura, Takaaki Ishibashi, Teruyuki Kagawa, Toshiyuki Nishida, Shun Oguri, Masato Sakai, Hideaki Sato, Yoji Tanaka, Christian Storms

"O pistoleiro sem nome"

Sinopse

Numa vila algures perdida no Japão, denominada “Nevada”, dois grupos digladiam-se pelo controlo da região, tendo em vista encontrar uma fabulosa quantia em ouro. Os bandos são os “Heike”, que usam uma indumentária de cor vermelho-sangue, chefiados pelo maníaco “Kiyomori” (Koichi Sato) e os “Genji”, que envergam uma roupa branco-neve, e são dominados pelo perigoso e calculista “Yoshitsune” (Yusuke Iseya). A maior parte dos habitantes, atemorizados pelos delinquentes, abandonaram a povoação e os poucos que restaram vivem um dia-a-dia dominado pelo medo.

"Os Genji, liderados por Yoshitsune"

Certo dia, chega a “Nevada” um misterioso pistoleiro (Hideaki Ito) que oferece os seus serviços ao grupo que pagar mais. Entrando em desacordo com ambas as facções, o homem sem nome aproxima-se de “Ruriko” (Kaori Momoi), a dona do “saloon” da zona. Aqui, aprende a trágica história de “Akira”, o filho de “Ruriko”, um ex-membro dos “Heike” que se apaixonou por “Shizuka” (Yoshino Kimura), uma mulher do clã rival. O casal esperava que a sua união acabasse com um conflito sem sentido, mas “Akira” acaba por ser assassinado por “Kiyomori”. Em virtude desta situação, “Shizuka” retorna aos “Genji”, onde se torna a sua meretriz.

Após várias incidências, e depois de descobrir que “Ruriko” na realidade é uma lendária pistoleira supostamente desaparecida, ambos unem esforços para de uma vez por todas acabar com a tirania dos “Genji” e dos “Heike”.

"Kiyomori, o lunático líder dos Heike"

"Review"

Como é do conhecimento geral, o “western” é um género cinematográfico norte-americano, que teve como inspiração as aventuras e vicissitudes dos pioneiros na descoberta do oeste daquele país. Pelo menos foi assim numa fase inicial, e posteriormente conheceu algumas derivações, colhendo a minha preferência pessoal o denominado “spaghetti western”, um subgénero que deu a conhecer grandes realizadores como Sergio Leone ou Sergio Corbucci. Por este motivo, é natural que um “western” provindo do oriente cause sempre alguma estranheza, à semelhança do que tinha acontecido, por exemplo, sete anos antes com “Tears of the Black Tiger”. No entanto, há que ter em conta que quando Takashi Miike toma conta de um projecto, o mesmo normalmente desconhece limites ou fronteiras em função da personalidade e orientações do realizador japonês. O título da película revela muito do conteúdo desta obra. “sukiyaki” é um prato tradicional do país do sol nascente, que poderemos fazer analogia com a expressão “spaghetti” no sentido de designar a estirpe italiana. Quanto a “western”, estamos conversados. “Django” evoca o filme de culto com o mesmo nome, do já mencionado realizador Sergio Corbucci, onde Franco Nero desempenharia um papel de uma carreira e que viria a reinventar em registos subsequentes.

A primeira conclusão a retirar quando findamos o visionamento de “Sukiyaki Western Django”, doravante “SWD”, é que estamos perante um tributo memorável ao “western” no seu todo, mas em especial à sua faceta mais crua consubstanciada nas longa-metragens dos realizadores acima referidos, sem prejuízo de vir à mente também o nome de Sam Peckinpah. Junte-se uns aperitivos orientais, principalmente no que toca ao sentimento e aspecto visual, e estamos perante uma obra de grande mérito que, antecipadamente afirmo, irá apaixonar muitos dos que por aqui passam. O argumento é tributário de “O Bom, o Mau e o Vilão” e “Por Um Punhado de Dólares”, no que toca à personagem principal da trama, num paralelo traçado entre Clint Eastwood e Hideaki Ito. Igualmente existem claras afinidades com o papel de Toshiro Mifune em “Yojimbo”, e que inclusive dá azo a uma feliz passagem de “SWD”, em que um dos elementos dos “Genji” vira-se para o pistoleiro e diz-lhe frontalmente “Não te armes em Yojimbo!!!”. O resultado é uma clara história de vingança, que não prima muito pela originalidade, mas sim pela grande exibição visual e sentimental.

"Ruriko"

“SWD” não perde tempo em exibir os seus atributos de espectacularidade e arranca a todo o gás, com uma memorável sequência onde estão envolvidos “Ringo” (interpretado por Tarantino), uma cobra, um falcão e um bando de malfeitores. A premissa do causar deslumbramento é uma constante em todo a película, fazendo com que “SWD” seja uma soma de inúmeras cenas inesquecíveis que perpetuar-se-ão na nossa memória. E quanto a tomar partido quanto à mais conseguida, tal se revelará um desiderato titânico no que toca à escolha. Esta obra é extremamente marcada pelo surrealismo das situações, sejam as mesmas impregnadas de violência, “gore”, sensualidade, comédia ou heroísmo. Miike tem isto tudo para oferecer em “SWD” e nós claramente estamos dispostos a aceitar e a agradecer! É um clássico caso em que o estilo supera a substância, corporizado num filme com uma dinâmica e energia contagiante e que não deixará quem o visiona ter uma pausa para respirar! Preparem-se para pouco mais de hora e meia de divertimento, a não ser que tenham a sorte de visionar a versão “uncut” de duas horas, ganhando desta forma mais meia-hora de entretenimento puro e duro!

Ao contrário do que se poderia pensar, e tendo em vista acentuar ainda mais a “misturada” envolvente, as personagens japonesas de “SWD” expressam-se maior parte das vezes em inglês. Para que nada corresse mal neste particular, especialmente no que toca à necessidade de fazer algum tipo de dobragem (aspecto que repudio bastante) Miike recrutou actores nipónicos que tiveram um especial contacto com o ocidente, tendo aí vivido ou trabalhado. Cabe a Hideaki Ito representar o emblemático pistoleiro sem nome, não se saindo mal no desiderato. Atendendo ao perfil misterioso e distante do papel, a Ito não são atribuídos muitos diálogos. A sua performance é essencialmente mais física e feita de poses marcantes. É certo que Ito está bastante longe de ter um carisma como Clint Eastwood, mas dá para o requerido. Sato Koichi brilha como “Kiyomori”, o lunático líder dos “Heike”, e destila malvadez por todos os poros. Particularmente interessante é a analogia que o mesmo faz, comparando a situação de conflito existente entre os “Heike” e os “Genji”, com a “Guerra das Rosas” de Shakespeare. “Kiyomori” julga que será um novo Henrique VI e a partir daí exige que todos o chamem “Henry”, lançando o epíteto de “Kiyomori” para trás das costas. Verdadeiramente de apreciar é a actuação de Yusuke Iseya, na pele do viperino “Yoshitsune”, chefe dos “Genji”. Trata-se de um rapaz imbuído de muito poder, e que encarna o espírito de um novo samurai, atendendo a que o mesmo julga que os antigos guerreiros já não representam o verdadeiro espírito da guerra e do combate. Iseya é intenso na sua actuação e facilmente poderá ser apontado como o elo mais forte de “SWD”. As senhoras Yoshino Kimura e Kaori Momoi destilam sensualidade, beleza e paixão por toda a película, sendo ambas um importante complemento para os supra citados actores. Ainda temos a oportunidade de observar o mítico Quentin Tarantino, desta vez na pele de actor, a pedido especial do seu amigo Miike. A sua interpretação roça essencialmente o exagero das situações, resultando em momentos dotados de um cariz algo cómico.

Com um guarda-roupa, à falta de melhor expressão, fabuloso, uma banda-sonora claramente tributária dos “spaghetti western” e uma fotografia do melhor que já se viu a nível do cinema, “SWD” é um entretenimento imperdível que nos fará dar suspiros de pura nostalgia e revivalismo. Não se nega que existe um certo exagero, certamente requisitado, nas situações presentes. Mas tal acentua apenas mais a aura fantástica e seguidora da cultura do estilo e da diversão, que muito tem lugar no mundo da sétima arte. Miike oferece-nos acima de tudo uma proposta reciclada de um género que cativou milhares de fiéis seguidores por todo o mundo, e adicionou-lhe características próprias do seu país natal. “SWD” estava marcado à partida pelo signo da estranheza e do insólito, mas o resultado foi uma obra marcante, susceptível de atrair e unir desde cultores de diversos estilos cinematográficos, até ao mais simples apreciador de filmes. Cabe agora questionar se estamos perante o nascimento de um novo subgénero, o “Sukiyaki Western”, ou apenas um devaneio quase genial de um realizador que não nos cessa de surpreender!

Imperdível!

"O pistoleiro sem nome Vs. Yoshitsune, o standoff final"

The Internet Movie Database (IMDb) link

Trailer

Outras críticas em português:

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em Clubotaku.

Avaliação:

Entretenimento - 10

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 10

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,38