"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

sexta-feira, março 23, 2007

A Chinese Odyssey II - Cinderella - Only You

Como previsivelmente não haverá a habitual crítica de um filme este fim de semana, devido a afazeres profissionais inadiáveis, e atendendo que as últimas críticas versaram sobre a saga "A Chinese Odyssey", deixo-vos com a cena do filme em que "Longevity Monk" demonstra os seus dotes de cantor(???)a "Joker". Não aconselhado a ouvidos muito sensíveis!
Já agora fiquem com a letra traduzida para inglês:

"Only you, can take me to retrieve Buddhist sutras
Only you, can beat the demons
Only you, can protect me
Not let the demons eat me
You're the powerful one
Yes, only you

Only you, Don't blame my talkativeness
Wear the headband
Don't be afraid and panic
Don't be scare from the obstacle
I can understand
Just do it
I'll share the burden
Nam Mo Oh Li To Fu (Buddhist amen)"

segunda-feira, março 19, 2007

Dia do Pai

Obrigado Pai por todo o apoio e amor que me deste até hoje! É o mínimo que posso dizer de uma das duas pessoas que gosto mais em todo o mundo!

domingo, março 18, 2007

A Chinese Odyssey Part Two: Cinderella/Sai yau gei: Daai git guk ji - Sin leui kei yun (1995)

Origem: Hong Kong/China

Duração: 100 minutos

Realizador: Jeffrey Lau

Com: Stephen Chow, Athena Chu, Ng Man Tat, Ada Choi, Law Kar Ying, Karen Mok, Yammie Nam, Lee Kin Yam, Jeffrey Lau

Atenção - Spoilers!!!

Caso não tenha visto "A Chinese Odyssey Part One: Pandora's Box", não deverá continuar a ler o presente "post", pois parte do enredo daquele filme poderá ser eventualmente revelado!!!

"O Rei Macaco"

Estória

Em "A Chinese Odyssey Part One: Pandora's Box", "Joker" (Stephen Chow) tinha usado abundantemente a "Caixa de Pandora" para viajar no tempo, tendo em vista impedir o suicídio do seu amor, a mulher-demónio "Jing Jing" (Karen Mok). Embora tendo sido bem sucedido no seu objectivo, acaba por inadvertidamente recuar 500 anos em relação à época dos eventos do filme anterior.

O herói acaba por conhecer uma bela imortal chamada "Lin Zixia" (Athena Chu), que reclama para si a "Caixa de Pandora", acabando por apaixonar-se por "Joker", atendendo a que ele é o único que consegue desembainhar a espada de "Lin", para além de ela própria. "Joker", por seu lado começa a ter sérios problemas com "Lin", pois a deusa possui uma dupla personalidade muito "sui generis".

Ao mesmo tempo, chega ao conhecimento de "Joker" que "King Bull" raptou "Longevity Monk", o único ser capaz de o transformar de novo no "Rei Macaco".

"Lin Zixia e Joker"

"Joker" parte para o seu destino final, quando em conjunto com "Piggy" e o seu outro companheiro, decidem libertar "Longevity Monk". A confusão aumenta ainda mais, quando "Joker" apercebe-se que "Lin" igualmente foi raptada por "King Bull", tendo em vista o casamento com este demónio. Como se não bastasse, "Joker" é apanhado nas malhas do matrimónio, e vê-se forçado a juntar-se à irmã de "King Bull". A situação ainda piora mais, quando a primeira mulher de "King Bull" apaixona-se pelo protagonista!

Após reunir-se brevemente com "Jing Jing", "Joker" apercebe-se que na realidade o seu coração pertence a "Lin". Sem mais nada a perder, o herói aceita o seu destino e torna-se de novo no "Rei Macaco", decide lutar com "King Bull" e viajar até à Índia para recuperar umas escrituras sagradas do budismo, tentando cumprir desta forma a demanda "Jornada para Oeste".

"Lin Zixia luta contra King Bull"

"Review"

O prometido no anterior "post" foi cumprido muito mais rápido do que eu esperava, e eis-me aqui no dia seguinte a rever o segundo episódio da saga "A Chinese Odyssey". Como já tinha referido anteriormente, os aspectos técncos não serão tão considerados, pois mantem-se essencialmente o que foi dito neste particular em relação a "Pandora's Box".

Mesmo assim não custa nada fazer um apanhado geral.

As cenas cómicas têm os seus altos e baixos, destacando-se aqui no segundo episódio da saga a piada enorme das cenas iniciais em que "Joker" tenta entrar na caverna da "Teia de Aranha" (que tem a sua designação sucessivamente alterada para "Cascata" e depois para "Buda") e apanha sistematicamente com a porta a desabar em cima de si. A comédia igualmente tem vários bons momentos, quando finalmente o "Rei Macaco" resolve aparecer com mais continuidade, revelando-se uma personagem completamente alucinada e cheia de piada! Uma palavra simpática para "Longevity Monk", personagem interpretada por Law Kar Ying. Os seus devaneios e dotes para o canto entediam até um asceta, e conseguem-nos fazer sorrir.

O entretenimento consegue ser ainda maior do que na primeira parte, com verdadeiras cenas fabulosas de "wire fu", da responsabilidade do mestre Tony Ching Siu Tung. É normal que assim aconteça, pois estamos a chegar ao epílogo e aos grandes clímaxes da epopeia, fazendo com que tudo se desenrole de uma forma que nos tira por vezes a respiração no bom sentido.

Quanto à caracterização e aos efeitos especiais, remete-se para tudo o que já foi dito anteriormente a propósito de "Pandora's Box".

"Em desespero, Joker solicita que o flagelem"

Vou agora tão-só tentar explicar sumariamente, o porquê de "Cinderella" constituir um filme superior a "Pandora's Box", e isto resume-se essencialmente a quatro motivos: 1º o facto de ser o epílogo, e isto ajudar imenso ao desenrolar da acção, quando bem feito (senti o mesmo em relação à trilogia do Senhor dos Anéis, em que achei a parte final da saga "O Regresso do Rei" claramente o melhor filme), e quanto a isto não há nada mais a dizer; 2º Athena Chu; 3º o romance; 4º finalmente o aparecimento continuado do "Rei Macaco".

Athena Chu é sem dúvida nenhuma uma actriz encantadora e com muito mérito. Só tenho pena de não conhecer muito do seu trabalho. O papel de "Lin Zixia" que representa em "Cinderella" é magnificamente executado, e faz-nos sonhar de diversas formas. O seu encanto é inegável, e dá uma pujança a esta película que de certa forma falta à primeira parte da epopeia, em que Karen Mok e Yammie Lan tentam dar o toque feminino essencial. Por mais que estas duas actrizes se esforcem, estão a milhas de Athena Chu em todos os aspectos. Pelo menos, neste trabalho isto nota-se claramente! Uma palavra de apreço para Takeo Maruyama, o homem forte do "Asian Fury" , e fã incondicional da actriz. Digo isto pois há uns tempos trocamos uns comentários, no "post" deste blogue referente à biografia de Maggie Cheung e o caro Takeo defendeu galhardamente os atributos de Athena Chu. Pois digo-lhe uma coisa caro colega, a mulher é "uma gracinha", como dizem no Brasil e é boa actriz! Sei que isto não fica bem numa crítica, mas tinha que ser dito!

O romance ajuda imenso a cativar o espectador, sendo bastante bem conseguido, ajudando a que Stephen Chow, de uma forma inesperada, demonstre que tem dotes para o drama. Auxiliado pela belíssima Athena Chu, acho que até um cubo de gelo transformaria-se num sol incandescente!

Por fim, o aparecimento do "Rei Macaco" é um bálsamo que eleva o filme para uma dimensão superior e ajuda Stephen Chow a fazer, porventura, um dos melhores, senão o mais significativo papel da sua carreira! A representação é brilhante, e obriga Chow a dar tudo o que tem e não tem! Bravo!

Com esta comédia posso eu bem sobreviver e apreciar!

"Longevity Monk, o mestre do Rei Macaco"

Trailer - Não encontrado!, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8







sábado, março 17, 2007

A Chinese Odyssey Part One: Pandora's Box/Sai yau gei: Dai yat baak ling yat wui ji - Yut gwong bou haap (1994)

Origem: Hong Kong/China

Duração: 88 minutos

Realizador: Jeffrey Lau

Com: Stephen Chow, Ng Man Tat, Yammie Nam, Karen Mok, Kong Yeuk, Luk Su Ming, Ng Yuk Kan, Jeffrey Lau, Law Kar Ying, Athena Chu

"Grapes e Joker"

Estória

Baseado no clássico conto chinês "A Journey to the West" (Xīyou ji - 西遊記)", o enredo de "A Chinese Odissey Part One..." versa sobre o mito do "Rei Macaco" (Monkey King), personagem muito popular no folclore daquele país asiático.

Devido à sua grande rebeldia, o "Rei Macaco" (Stephen Chow) é banido da morada dos deuses e assume uma forma humana, esperando que o seu mestre "Longevity Monk" o faça recuperar a sua condição original e divina.

500 anos depois deste evento, o "Rei Macaco" reencarna num frustrado chefe de salteadores chamado "Joker" (também representado por Stephen Chow), que entra em sarilhos quando "Spider Woman Aka Madam 30th " (Yammie Nam) e "Jing Jing" (Karen Mok) tomam conta do seu burgo, em busca precisamente da forma humana do "Rei Macaco". As duas mulheres, que por acaso são irmãs e ao mesmo tempo dois poderosos demónios, desconhecem que "Joker" é a reencarnação do seu inimigo.

"As irmãs Jing Jing e Spider Woman"

As peripécias sucedem-se fazendo com que "Joker" descubra a sua verdadeira identidade e o modo como retornar ao seu aspecto original. Pelos vistos, o pobre diabo manterá a sua forma humana, até que complete a demanda conhecida como "Jornada para Oeste".

"Joker" terá de encontrar a "Caixa de Pandora", que lhe permitirá viajar no tempo e encontrar "Longevity Monk", a única divindade que o poderá tornar no "Rei Macaco" outra vez.

"Assistant Master e Spider Woman observam o seu rebento Longevity Monk"

"Review"

Como o próprio nome "Chinese Odyssey Part One..." não é um filme com uma estória completa, no sentido de "princípio, meio e fim" mas apenas a primeira parte de uma epopeia que tem a sua sequela em "Chinese Odyssey Part Two: Cinderella". Isto fez-me pensar que porventura seria melhor fazer uma crítica conjunta aos dois filmes. No entanto, preferi respeitar a opção que o realizador Jeffrey Lau tomou, ao dividir a estória em dois filmes, levando-me em consequência a elaborar duas "reviews" distintas, uma que se apresenta agora. Assumo desde já o compromisso, que a próxima crítica a ser colocada no "My Asian Movies" versará sobre a segunda parte, mesmo correndo o risco de ser repetitivo na apreciação, pois como é normal não haverá diferenças técnicas de relevo quanto aos dois filmes, atendendo a que foram praticamente rodados em simultâneo. No entanto, desde já se adianta que do ponto de vista da acção e do próprio encadeamento da estória, a segunda parte levará inevitavelmente alguma vantagem. Mas deixemos isso para a altura própria.

Como é do conhecimento de quem costuma visitar este blogue, eu não sou propriamente um fã de comédias, e por esse mesmo motivo não aprecio por aí além os filmes de Jackie Chan e de Stephen Chow. Também já referi anteriormente, que tal não invalida que eu não reconheça o grande mérito e capacidade destes actores, para além da sua inegável importância no panorama cinematográfico do cinema asiático em geral, e no de Hong Kong em particular. Foi com todos estes dados adquiridos, que me preparei para visionar a saga "Chinese Odyssey".

Primeiro ponto, a inevitável comédia, não fosse este um filme de Stephen Chow. Os "gags" são os típicos do principal actor do filme, uns tendo imensa piada, outros nem por isso. No entanto sou forçado a reconhecer que os bons momentos superam os maus, e aquelas cenas em que o bando de salteadores tenta apagar um fogo que deflagrou numa parte "muito sensível" de "Joker", arrancaram-me umas valentes e sinceras gargalhadas.

Segundo - os efeitos especiais e os adereços. Ao visionar "Chinese Odyssey", apercebemo-nos claramente dos "anos-luz" a que se encontravam os filmes asiáticos dos anos 80 e primeira metade de 90, em relação aos congéneres norte-americanos. Os efeitos especiais são incrivelmente primários, com performance e cor que destoam claramente do ambiente envolvente. Fazendo uma relação com filmes ocidentais, estarão ao nível dos primeiros "Star Treks" (pensem nos raios que emanam dos "phasers"). Sinceramente nunca percebi bem porquê que isto acontecia, atendendo a que estamos a falar de países portadores do melhor que existe a nível tecnológico. Julgo que neste aspecto, os estúdios e companhias do género não souberam acompanhar o desenvolvimento de outros sectores. Em 1998, com "The Storm Riders" de Andrew Lau, deu-se a primeira "grande pedrada no charco". A caracterização, pelo contrário, está muito boa, com uma ou outra excepção . Tratando-se de uma estória baseada num mito cheio de deuses e seres sobrenaturais, é normal que muito nos seja dado a ver neste aspecto. Destaco o "Rei Macaco" e o "Bull King" (Rei Touro, se preferirem) que estão excepcionais. A nota negativa terá que ser dada à transformação da "Spider Woman" em aranha, que por vezes assume laivos cómicos dado que é mais do que evidente que não se conseguiu disfarçar minimamente o facto de estarmos perante um boneco!!!

"A inspecção aos pés..."

A acção é uma constante em toda a película, tendo o toque perfeito dos "swordplays". Estamos perante o que eu costumo classificar de um "anti-insónias", muito da responsabilidade do "guru" Tony Ching Siu Tung, responsável apenas, entre outros, pelas coreografias de "Herói", "Segredo dos Punhais Voadores" e "A Maldição da Flor Dourada", a aclamada trilogia de "Wuxias" de Zhang Yimou. Com um currículo destes, sabemos muito bem o que esperar!

Existe uma tendência natural em comparar a "Chinese Odyssey" com a trilogia "A Chinese Ghost Story". É normal que assim suceda, pois ambos os filmes, embora de épocas diferentes, bebem de fontes similares, sendo ambas as longas-metragens tributárias do misticismo e da fantasia, temperadas com os elementos próprios do "swordplay". Porém, ambos têm características muito próprias e que os fazem distinguir de diversos produtos de "2ª linha", colocando-os no universo dos consagrados. Em "Chinese Ghost Story" isto valerá mais para o primeiro filme; em "Chinese Odyssey", a 2ª película merecerá a primazia.

Para todos os fãs do bom cinema de Hong Kong, aconselho o visionamento desta película, mas com uma importante ressalva. É absolutamente necessário ver os dois filmes em conjunto, portanto se algum dia tiverem a oportunidade de passarem pelo caminho de "A Chinese Odyssey Part One: Pandora's Box", terão forçosamente que fazer um "dois em um", ou seja, chamar à colação "A Chinese Odyssey Part Two: Cinderella".

A ver!

Nota: Porquê que fiquei com a impressão que no filme existe uma música exactamente igual a outra que aparece em Ashes of Time?

"The Bull King"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38




sábado, março 10, 2007

Anna Magdalena/Ngon na ma dak lin na (1998)

Origem: Hong Kong

Duração: 98 minutos

Realizador: Chung Man Yee

Com: Takeshi Kaneshiro, Aaron Kwok, Kelly Chen, Leslie Cheung, Anita Yuen, Jacky Cheung, Chun Chung, Josie Ho, Eric Tsang, Wei Wei

"Os três principais protagonistas da esquerda para a direita: Mok Man Yee (Kelly Chen), Yau Muk Yan (Aaron Kwok) e Chan Kar Fu (Takeshi Kaneshiro)"

Estória

O tímido e introspectivo afinador de pianos "Chan Kar Fu" tem uma vida calma e extremamente solitária, até ao dia em que dois eventos acontecem de forma sequencial.

O primeiro dá-se quando "Chan" vai afinar um piano a uma casa onde vive um jovem casal. Ela chora incessantemente, pois tudo indica que o namorado a vai deixar, o que inovidavelmente acaba por suceder.

O pior é que o rapaz, chamado "Yau Muk Yan", "atrela-se" a "Chan" e acaba por ir viver para o apartamento deste, provocando um choque no monótono dia-a-dia do afinador de pianos. Tudo se deve a "Yau" ser o completo oposto de "Chan", ou seja, irresponsável, um escritor desempregado que ainda não escreveu uma linha que fosse, viciado no jogo e um mulherengo de "1ª linha".

"Chan Kar Fu é um rapaz solitário e que dificilmente se apaixona"

O segundo acontecimento passa pela mudança de uma bela rapariga de seu nome "Mok Man Yee" para o andar de cima, que tem uma fixação pelo minueto de Bach "Anna Magdalena", tocando-o incessantemente no seu piano.

Os dois companheiros de apartamento, após um início atribulado com a nova vizinha devido a problemas de ruído, acabam ambos por se apaixonarem pela rapariga, sendo "Yau" o previsível vencedor, e em consequência começar a namorar com "Mok".

Entretanto "Chan" fecha-se no seu casulo, e apesar de não ser escritor, acaba por elaborar um romance pouco convencional, mas com uma mensagem muito significativa.

"A sedutora Mok Man Yee"

"Review"

Em 1998, o realizador Chung Man Yee resolveu juntar três estrelas emergentes de Hong Kong (Takeshi Kaneshiro, Aaron Kwok e a cantora Kelly Chen), com extrema popularidade junto das camadas mais imberbes da actual região administrativa chinesa e dar corpo a um drama urbano, protagonizado por jovens adultos supostamente todos na casa dos vinte e tal anos. Temperou o elenco com actores consagrados tais como o mítico e já falecido Leslie Cheung, Anita Yuen, Eric Tsang e Jacky Cheung, obtendo desta forma um "cast" extremamente forte. O resultado a nível da representação foi bastante bom, embora não extraordinário como sucedeu com outros registos relativos a cada um dos actores individualmente considerados.

O argumento é bastante atractivo para o segmento geracional dos 20-30 anos, no qual me incluo. No fundo o que aqui está em causa, são dois tipos de rapazes, completamente o oposto um do outro e que em função das suas características muito próprias, são bem sucedidos em certos aspectos da sua vida, e noutros uns completos fracassados. O amor constitui o principal aspecto abordado, embora outros sirvam de muleta para expor melhor o cerne da questão, ou seja, a vida em si.

Como já foi referido na sinopse, "Chan" é um rapaz independente, que possui o seu apartamento e um emprego estável. No entanto, a sua vida amorosa é um vazio completo, atendendo à sua grande timidez. Tentam por vezes impingir-lhe raparigas, mas ele invariavelmente despreza-as e fecha-se na sua concha. Um dia, finalmente, quando encontra uma mulher que lhe agrada de sobremaneira, vê-se novamente toldado pela sua timidez e permite ser ultrapassado pelo amigo "Yau".

Falemos agora desta personagem.

"Yau" é o típico irresponsável, "fura-vidas", oportunista e "bon vivant". Não trabalha, mas também não faz nada para mudar esta situação; tem uma fixação por apostas em corridas de cavalos; julga ser um escritor, mas nem uma linha escreveu ainda. Não tem dinheiro nem bens em seu nome, e anda constantemente a mudar de residência, tendo orgulho em carregar os seus poucos pertences numa miserável caixa de cartão.

À primeira vista, "Chan" parece ter uma vida bem melhor do que a do seu companheiro de apartamento, mas isso não é bem assim, pois "Yau" tem um charme e uma alegria de viver irresistível, fazendo com que a sua vida amorosa seja bastante preenchida, sendo irresistível para as mulheres. precisamente o grande vazio da vida de "Chan". Podemos, com alguma certeza afirmar que o que um tem, o outro não possui e vice-versa. A amizade entre ambos acaba por resultar, e cada um tenta suprir as lacunas do outro como pode e observados certos limites.

"Mok", a rapariga, acaba por ser um catalisador que desperta as latentes fragilidades de "Chan" e "Yau".

"Chan Kar Fu está constantemente a livrar Yau Muk Yan de problemas"

A maneira como a estória nos é narrada é interessante. O filme é dividido em quatro partes, que o realizador faz questão em fazer perceber ao espectador a sua concreta divisão. Os três primeiros capítulos incidem sobre o relacionamento entre os dois rapazes e entre estes e a rapariga. A quarta apanha-nos de surpresa, à semelhança de um murro bem apontado ao nariz que nos atordoa completamente. Ela refere-se ao conto surrealista escrito por "Chan", que pretende acima de tudo explanar o amor que este sente por "Mok" e que em tempo algum foi capaz de declarar. Neste segmento do filme, entramos num mundo completamente à parte. É como se estivéssemos a visionar uma película completamente diferente.

A fotografia do filme é espectacular, principalmente as partes mais rurais, que beneficiaram largamente do facto de bastantas cenas terem sido rodadas no Vietname, usufruindo das maravilhosas paisagens naturais deste país. A intervenção de Peter Pau (The Bride With White Hair, Tigre e o Dragão e The Promise) não é nada alheia a este facto em especial.

Verdadeiramente negativo é o fraco desenvolvimento do epílogo do filme, em que os aspectos marginais à estória de ficção elaborada por "Chan", são levados praticamente a "correr". Por outras palavras, entramos no tal mundo à parte da estória escrita pelo tímido personagem, e quando finalmente voltamos à realidade do enredo principal, o mesmo é despachado às "três pancadas". Tal aspecto mereccia sem dúvida um melhor tratamento.

No mínimo curiosa, mas ao mesmo tempo significativa, foi a alusão final desta longa-metragem e que se reporta directamente à mundialmente conhecida obra do escritor Charles Dickens "A Tale of Two Cities" (Um conto de duas cidades). Não parafraseando, sempre se poderá dizer que no fundo tenta-se expressar uma perspectiva realista e porventura pessimista dos relacionamentos amorosos, no sentido de uns encontrarem por sorte ou por mérito aquela pessoa amada; os restantes invariavelmente deambulam por uma estrada sem retorno.

Filme interessante, mas que não obterá consensos.

"A certa altura o surrealismo marca a sua presença"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38





quinta-feira, março 08, 2007

Dia da Mulher

Gosto de pensar no dia da mulher, não como um evento hipócrita em que se tenta elevar o sexo feminino, fazendo-o passar como o "elo mais fraco" e que necessita de protecção adicional, etc., etc...
Sinto isso sim, que este dia deve servir acima de tudo para homenagear todas aquelas mulheres que lutaram muitas vezes, contra marés e tempestades, por desígnios que são imperativos naturais, tais como a igualdade de direitos no acesso ao trabalho, o direito ao voto, o direito à não discriminação em função das suas características físicas únicas e que lhes permitem realizar "a final" o maior milagre do mundo, o nascimento de uma vida!
Como este é um espaço cinéfilo, que se dedica ao cinema asiático, prestarei a minha homenagem "postando" algumas fotos de personagens femininas (animes incluídos!) que se destacaram nas películas criticadas aqui no "My Asian Movies", pela sua força, coragem, tragédia pessoal e toda uma panóplia de emoções que fizeram despertar no meu interior humano!
Dedicado a todas as mulheres do mundo, mas em especial às amigas e colegas, à verdadeira e única rapariga que amei desmesuradamente até hoje (espero que estejas bem onde te encontras e que finalmente tenhas conseguido seguir o rumo dos teus sonhos!), mas acima de tudo à mulher da minha vida e a quem Deus me deu o privilégio de chamar Mãe!
Jun Ji Hyun (Windstruck)



Kim Hee-sun (O Mito)
Maggie Cheung (Herói)
Major Kusanagi (Ghost in the Shell)
Cecilia Cheung (Failan)

Chiaki Kuriyama (Battle Royale)


Charlie Yeung (Ashes of Time)
Yoon Son-yi (Arahan)

sábado, março 03, 2007

InuYasha o Filme 2: O Castelo de Sonhos no Interior do Espelho/InuYasha the Movie 2: The Castle Beyond the Looking Glass/InuYasha - Kagami no naka no mugenjou (2002)
Origem: Japão
Duração: 100 minutos
Realizador: Toshiya Shinohara
Vozes das personagens (versão japonesa): Kappei Yamaguchi (InuYasha), Satsuki Yukino (Higurashi Kagome), Mieko Harada (Jinji), Kôji Tsujitani (Miroku), Houko Kuwashima (Sango), Noriko Hidaka (Kaguya), Hisako Kyôda (Kaede), Yûki Masuda (Eri), Toshiyuki Morikawa (Naraku), Toshihiko Nakajima (Hatchi), Kenichi Ogata (Myouga), Nami Okamoto (Ayumi), Kaori Shimizu (Yuma), Yûji Ueda (Hojo), Kumiko Watanabe (Shippou), Akiko Yajima (Kohaku)

"InuYasha e o seu enorme sabre de combate"

Estória

Num épico combate, "InuYasha", "Kagome" e o resto dos seus amigos derrotam o seu inimigo mortal "Naraku". Havendo uma dúvida inicial acerca da morte do demónio, cedo a mesma se desvanece, pois a "Kazana" (ferida que aspira pela força do vento tudo o que se encontre nas redondezas, ou simplesmente túnel de vento) existente na mão de "Miroku" (um monge budista, amigo de "InuYasha") desapareceu, para além do facto de o coração ter retornado ao corpo de "Kagura", uma das reincarnações de "Naraku".
O bando de "InuYasha" separa-se, seguindo a maior parte dos membros o seu próprio caminho.
"InuYasha", "Kagome" e "Shippou" prosseguem a sua demanda no sentido de recuperar os bocados remanescentes da "Shikon no Tama" (a jóia das quatro almas), "Miroku" retorna ao seu mosteiro em busca da herança do seu pai, e "Sango" procura o seu irmão mais novo "Kohaku", na sua aldeia natal.
"Higurashi Kagome"

Entretanto, "Kagura" e "Kan'na", as duas reincarnações sobreviventes de "Naraku", encontram um espelho que aprisiona a princesa demoníaca "Kaguya". A entidade promete a liberdade espiritual a "Kagura" e "Kan'na", caso estas a libertem da sua prisão. São reunidos 5 itens mágicos, entre os quais parte do robe de "InuYasha", e a princesa é libertada.

Posteriormente "Kaguya", que tem uma especial aversão a "meios-demónios" como "InuYasha", rapta o amor deste "Kagome", e prepara-se para congelar o tempo numa noite eterna. "InuYasha" reúne-se novamente com os seus amigos, e juntos atacam a fortaleza do espelho, tendo em vista o salvamento de "Kagome" e do mundo!

"A princesa demónio Kaguya"

"Review"

"InuYasha" (犬夜叉) é uma popular manga e anime japonesa, da autoria de Rumiko Takahashi, que conta resumidamente as aventuras de "Kagome", uma adolescente que consegue viajar no tempo, e de "InuYasha", um ser guerreiro metade humano e metade demónio, que almejam conjuntamente com um grupo de guerreiros, matar o poderoso demónio "Naraku" e reconstituir a "jóia das quatro almas". A série por sua vez, iria dar origem a quatro filmes chamados respectivamente "Affections Touching Across Time", "The Castle Beyond the Looking Glass", "Swords of an Honorable Ruler" e "Fire on the Mystic Island". É o segundo que está agora em causa.

E de facto, a opinião é positiva.

Os traços de comédia existentes na película, são bem conseguidos e conseguem descomprimir o espectador dos momentos mais sérios. O tom é o habitual, com grandes e cómicas caretas, piadas maliciosas, especialmente entre o monge tarado "Miroku" e a bela caçadora de demónios "Sango".

A acção é quase uma constante com épicos combates de espada, recheados de feitiços e objectos mágicos. Cada uma das personagens possui os seus poderes especiais, que podem ir desde o hábil manejo de uma arma, até ao domínio da feitiçaria e transfiguração/transformação.

"InuYasha e Kaguya num acérrimo combate"

A animação, embora não acompanhe alguns dos produtos mais brilhantes que nos foi dado a visionar, é de boa qualidade. No entanto, reconheço que não gostei bastante do jogo de cores por vezes usado em certas cenas do filme, principalmente numa cena em que os 5 objectos usados para libertar "Kaguya" emitem uns feixes de energia dirigidos ao céu. Achei que a intensidade das cores foi exagerada e não se enquadrou bastante bem no cenário envolvente. Igualmente as chamas que envolvem o "demónio-raposa Shippou" parecem-me ser algo um pouco primário.

Não há muito mais a dizer de "InuYasha - O Castelo dos Sonhos no Interior do Espelho", pois acima de tudo é um anime que visa entreter. O seu forte é a extrema simplicidade com que as coisas nos são apresentadas. Um herói com os seus defeitos próprios, a rapariga que também combate e é ao mesmo tempo a paixão da personagem principal, uma bela vilã, um conjunto de guerreiros que servem para completar a parelha, comédia, acção e efeitos suficientes para "produzir o truque".

O resultado é entretenimento ao máximo, sem margem para grandes pensamentos, teorias ou divagações!

Aconselhável!

"O amor de InuYasha e Kagome"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Anime Blade, AnimeHaus

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 9

Animação - 8

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,57