"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

quarta-feira, abril 30, 2008

The Host - A Criatura/The Host/Gwoemul -
괴물 (2006)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 114 minutos

Realizador: Bong Joon-ho

Com: Song Kang-ho, Byeon Hee-bong, Park Hae-il, Bae Doo-na, Ko Ah-seong, Oh Dal-su, Lee Jae-eung, Lee Dong-ho, Yoon Je-moon, Lim Pil-seong, Kim Roi-ha

"Gang-du"

Sinopse

No rio Han, em Seul, as pessoas deparam-se com uma visão incomum. Um ser estranho encontra-se suspenso numa ponte, e todos, incluindo o retardado “Gung-du” (Song Kang-ho), pasmam-se com a situação. O momento de letargia desaparece abruptamente, quando a criatura resolve atacar a população e espalhar o caos pelas margens do curso de água. “Gung-du” agarra na filha “Hyun-seo” (Ko Ah-seong) e foge em desespero, à semelhança de todos os que se encontram no local. Contudo, e devido ao raciocínio lento de “Gung-du”, a criatura apanha “Hyun-seo” e arrasta-a para as águas do rio.

"Gang-du em fuga com a filha Hyun-seo"

Como se este problema não fosse o suficiente, “Gung-du” e a restante família, o pai “Hee-bong” (Byeon Hee-bong), o irmão Nam-il (Park Hae-il) e a irmã “Nam-joo” (Bae Doo-na) são mantidos em quarentena no hospital, por terem entrado em contacto com o monstro e desta forma se suspeitar que estão infectados com um vírus mortal. Partindo do pressuposto que o benjamim da família se encontra morto, a ideia depressa se altera quando “Gung-du” recebe uma chamada da filha. A rapariga atemorizada, e através de um telemóvel, afirma que está presa no covil da criatura, algures na rede de esgotos perto do rio Han.

A família escapa-se do hospital e une-se no objectivo comum que é resgatar “Hyun-seo”. Para tal, e sendo apenas cidadãos comuns, vão ter que partir à caça da maior ameaça que a cidade de Seul já enfrentou!

"Hyun-seo"

"Review"

Em 2006, directamente da Coreia do Sul, e à semelhança do monstro do rio Han que protagoniza a película, emergia “The Host”, um filme que chamaria a atenção de todo o cinéfilo ocidental para o cinema coreano (coisa rara a estreia de um filme asiático na Madeira, pois também aqui andou a deambular nas salas de cinema). O grande sucesso desta longa-metragem começaria dentro de fronteiras, com “The Host” a desalojar o trono que pertencia a “The King and the Clown”, e a tornar-se por direito próprio, o campeão das bilheteiras na Coreia do Sul, tendo sido visto por 13 milhões de pessoas!!!
No meio de 18 prémios conquistados, sobretudo em festivais de cinema realizados no oriente, sempre se destacará o galardão para melhor realizador conquistado no “Fantasporto”, que viria a repetir em Sitges, assim como o atribuído para melhores efeitos especiais atribuído neste último certame. A sua estreia mundial, teve a grande honra de suceder em Cannes, o que forçosamente tenho de reconhecer que não é para qualquer um. Como se este já pujante cartão de visita não bastasse, a conceituada publicação “Cahiers du Cinema” viria a considerar “The Host”, como o 3º melhor filme de 2006.

Com este digno cartão de visita, sempre se adiantará que ao contrário da esmagadora maioria das críticas que existem espalhadas pela “net”, este texto não irá trilhar os caminhos do endeusamento de “The Host”, nem nada que se pareça. A película tem qualidade, isso é inegável. Mas sinceramente, ainda não descobri, ao fim de 3 visionamentos, o que ela tem assim de tão especial para merecer as apologias hiperbólicas que foram veiculadas um pouco por todo o lado. Por vontade própria, torna-se um texto ingrato para escrever...

Antes de tudo, comecemos pelo principal (de um ponto de vista empírico), ou seja, o monstro que anda a espalhar a miséria pelos habitantes de Seul e por uma família em particular. O facto de a criatura surgir logo no início, ao invés do costumeiro suspense que se costuma fazer, é de saudar e rompe com convenções. Todos nós estamos habituados a que filmes do género, exponham as suas aberrações de uma forma progressiva. Um respirar atroz, um olhar malévolo, um vulto repentino, etc...etc... Em “The Host”, o “simpático” desvio da natureza é-nos dado a conhecer logo de início, e não perde tempo a fazer das suas, ou seja, a atacar as inocentes pessoas que gostam de andar pelas margens do rio Han. E daqui decorre a premissa principal da película e a partir de onde tudo se desenvolve, a saber, o rapto da jovem “Hyun-seo”, filha do principal herói da longa-metragem, “Gung-du”. Nada de rodeios, directo ao assunto!

"Nam-joo"

Falemos agora do aspecto do “bicho”. Sinceramente não gostei... Para os parâmetros sul-coreanos, podemos afirmar que “The Host” até teve um orçamento relativamente desafogado (cerca de 10 milhões de dólares). No entanto, tal representa uma verba modesta face às grandes produções norte-americanas (a maior parte de valor discutível, diga-se de passagem), com possibilidades de gastar exorbitâncias em efeitos especiais. Segundo consta, o realizador pretendia, em coerência com o argumento, que o monstro se assemelhasse a um animal que tivesse sofrido uma mutação anormal. Não tenho dúvidas nenhumas que o objectivo foi conseguido. Simplesmente estamos a falar de uma questão de pura estética, em que como tudo na vida, os gostos variam e muito. Não achei nada de especial (o “Alien” para mim ainda continua a ser o indisputado campeão). O que me fez preencher um pouco as vistas foram os movimentos acrobáticos da criatura, que são acima de qualquer repreensão. Realistas e naturais, acabam por ser o ponto forte do CGI usado nesta longa-metragem. Confesso que o grande alarido que se fez à altura, em relação a este filme em concreto, possa ter condicionado de alguma forma a opinião aqui expressa.

A crítica aos americanos não é nada de novo na cinematografia sul-coreana, e esta por sinal tem por base factos verídicos. Pelos vistos, em 2000, um cientista que trabalhava para o exército norte-americano baseado na Coreia do Sul, despejou uma grande quantidade de formol nos esgotos de Seul. Tal consubstanciou-se num atentado ambiental de alguma gravidade que causou revolta entre a população. Bong Joon-ho, admite, entre sorrisos esparsos, que o filme poderá conter algum anti-americanismo à mistura. Quanto a mim, é indubitável que se fez algum exercício fantasista no sentido de pensar nas consequências das atitudes irreflectidas de alguns, no sentido de criar um ser que espalhe o terror pela maior metrópole do país. A origem dessa instabilidade nasce de algo exterior à cultura coreana (os americanos), e que a condiciona fortemente. É um monstro, mas poderia ser uma infinidade de coisas mais, sempre com o aspecto nacionalista e político subjacente. O certo é que a maior ditadura do mundo, a norte-coreana (na minha singela opinião) fez uma apologia de “The Host”, o que é certamente uma novidade no que toca aos “filmes subversivos do vizinho capitalista”.

O que é de acentuar mais, na minha humilde opinião, é a união expressa (uma “máfia” no bom sentido, expressão com a qual concordo plenamente quando bem interpretada) de uma família com grandes frustrações no seu seio. Temos como elementos componentes o patriarca “Park Hie-bong”, que tenta ser o elo mais forte, mas que nos podemos aperceber dos erros da juventude e das repercussões subsequentes; o filho mais velho, “Gung-du”, um retardado inconsequente, que foi abandonado com uma filha nos braços; “Nam-il”, que concluiu a sua licenciatura, mas cujo desemprego vota-o ao alcoolismo; “Nam-joo”, uma praticante de tiro com arco, dotada de elevado potencial, mas que falha sempre na hora da verdade. Todos sem excepção unem-se, apesar da sua pouca conveniência social, e prosseguem ligados na prossecução de um objectivo comum: recuperar a sua redenção, corporizada tanto no objectivo como na pessoa mais “normal” da família, a jovem “Hyun-seo”. A partir daí temos o motivo para a exposição de boas interpretações do elenco, sem excepção. O drama, até prova em contrário, continua a ser o que os coreanos executam com mais mestria. Já dizia a personagem “Gyeon-woo” de “My Sassy Girl”, interpretada pelo actor Cha Tae-hyun, “all koreans love melodrama”, e como quem corre por gosto não cansa...

A comédia “nonsense”, para não variar afigura-se um tanto ou quanto dispensável, pois não resulta por aí além e quebra um pouco o espírito do filme. O epílogo é extremamente previsível e não consegue escapar a uma vertente moralista que, embora educativa (o que é sempre de elogiar), dispensava-se um pouco atendendo ao contexto em geral.

Em jeito de conclusão, resta apenas afirmar o quase óbvio para quem leu com atenção este texto. A Coreia do Sul tem obras cinematográficas de um nível bastante superior a “The Host”, e que são praticamente desconhecidas do público ocidental, cujo rol seria exaustivo enumerar. No alto da minha ingenuidade, é para mim um mistério, como as mesmas não conseguem ter a projecção que o filme que ora se disserta alcançou. Sempre se poderá dizer que a explicação terá algo de futebolístico: às vezes não é quem é melhor jogador, mas sim quem tem o melhor empresário ou quem possui um manancial de fintas que não o fazem propriamente um executante de primeira fila. Provavelmente o mais plausível será que a opinião aqui veiculada, pelo facto de ser minoritária, não há de colher vencimento. Mas fazendo uso de um “cliché” acertadíssimo, nem sempre as maiorias têm razão.

Depois de visionar “The Host”, e embora sejam pertencentes a géneros completamente distintos, só me resta concluir que o melhor filme de Bong Joon-ho continua a ser “Memories of Murder”. Contudo, será inegável que valerá a pena dar uma espreitadela, nem que seja para chegar a uma conclusão idêntica à minha, ou, pelo contrário, atirá-la completa ou parcialmente para o balde do lixo...


"Nam-joo enfrenta o monstro"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Outras críticas em português/espanhol:

  1. Cinedie Asia,
  2. Cinema2000,
  3. Zona de Culto,
  4. Royale With Cheese,
  5. Duelo ao Sol,
  6. Cine-Asia
  7. Devaneios
  8. Batto presenta...

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Eotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,50





sexta-feira, abril 25, 2008

"My Asian Movies" - 2 anos


Numa data tão assinalada para o país, e de elevada importância para a autonomia dos madeirenses, nasceu um pequeno projecto na blogosfera regional, que pomposamente se intitulava “My Asian Movies”. Como diria um grande amigo meu há um ano atrás, acerca da existência de “um blogue madeirense dedicado ao cinema asiático”, “nesse cavalo eu não apostava”.
O “My Asian Movies” assumiu sempre como ponto forte da sua actividade, dar a conhecer aspectos da cinematografia asiática, do ponto de vista de um amante da sétima arte. Não me considero um crítico de cinema, pois da minha perspectiva pessoal, julgo que não possuo os conhecimentos suficientes para tal. Mas quando estamos a falar de amor por uma cinematografia distante no espaço, mas perto do coração, aqui já têm um homem para a luta :) !
Mais uma vez queria agradecer a todos aqueles que me apoiaram por palavras e actos, e garantir que esta casa está aqui para as curvas! Estou com a força toda, qual “Kikuchiyo” de “Os Sete Samurais”, e disposto, com a vossa colaboração e amizade, a fazer o “My Asian Movies” evoluir e crescer cada vez mais!
Daqui a um ano, e se tiver saúde para isso, estarei aqui a comemorar o 3º ano aniversário do “My Asian Movies”. Por agora comemoro o 2º aniversário do blogue e o 34º aniversário da Revolução, com um copo do meu vinho tinto favorito: “Cortes de Cima”!
Bem hajam todos os visitantes deste espaço!

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.


Hong Sang-soo

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):

  1. The Day a Pig Fell Into the Well (1996)
  2. The Power of Kangwon Province (1998)
  3. Virgin Stripped Bare by Her Bachelors (2000)
  4. Turning Gate (2002)
  5. Woman Is the Future of Man (2004)
  6. Tale of Cinema (2005)
  7. Woman on the Beach (2006)
  8. Night and Day (2008)


quarta-feira, abril 23, 2008

Final Fantasy VII - Advent Children/Fainaru Fantaji Sebun Adobento Chirudoren - ファイナルファンタジーVII アドベントチルドレン (2005)

Origem: Japão

Duração: 101 minutos

Realizador: Tetsuya Nomura e Takeshi Nozue

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Takahiro Sakurai (Cloud), Ayumi Ito (Tifa), Shotaro Morikubo (Kadaj), Toshiyuki Morikawa (Sephirot), Tôru Okawa (Shinra), Miyuu Tsuzuhara (Marlene), Maaya Sakamoto (Aerith), Keiji Fujiwara (Reno), Taiten Kusunoki (Rude), Yûji Kishi (Yazoo), Kenji Nomura (Loz), Shougo Suzuki (Vincent), Masahiro Kobayashi (Barret), Kazuyuki Yama (Cid)

"Cloud"

Sinopse

Dois anos após os eventos de “Final Fantasy VII” (o jogo), os sobreviventes de “Midgar” começaram a construir uma nova cidade chamada “Edge”. No entanto, a vida da comunidade encontra-se permanentemente ameaçada por uma doença a quem dão o nome de “geoestigma”. “Cloud”, um ex-soldado da empresa “Shinra”, após uma árdua e épica batalha com “Sephirot”, dedica-se a um negócio de entrega de bens.

Depois de ser atacado por três estranhos, “Cloud” é contactado pelo seu antigo patrão “Shinra”, que tenta recrutá-lo para pôr cobro ao caos que “Kadaj” pretende lançar no mundo. Vem-se a revelar que “Kadaj” é um dos três atacantes, sendo os restantes os seus irmãos “Yazoo” e “Loz”. O trio pretende encontrar o ser a quem chamam “mãe”, que acaba por ser “Jenova”, um ente extra-terrestre, que se julga ser responsável pelo “geoestigma”.

"Sephirot"

Quando os irmãos finalmente conseguem encontrar o remanescente de “Jenova”, “Cloud” e os seus aliados, onde se inclui o seu amor “Tifa”, descobrem que o reavivar de “Sephirot” está perto, o que pode significar o fim do planeta.

“Cloud” parte para o combate final e prepara-se para enfrentar a batalha de uma vida!


"Tifa"

"Review"

“Final Fantasy VII – Advent Children” (doravante apenas F.F. VII) inicialmente foi pensado para ser um videojogo, mais propriamente uma sequela ao aclamado “Final Fantasy VII” de 1997, que pelo o que eu percebi, tem uma considerável legião de fãs. Conheço bem a sensação, pois das raras vezes que tenho algum tempo para me dedicar a videojogos, os “rpg's” normalmente colhem a minha preferência. Kazushige Nojima, o autor do argumento, invocou diversos factores que impediram a passagem para videojogo, e a ideia do filme venceu. Em boa hora assim sucedeu!

A aura de videojogo permaneceu na película. Julgo que tal facto é inegável. No entanto, ao contrário do que muitos poderiam esperar, o resultado foi francamente maravilhoso. “F.F. VII” é um claro candidato a ser uma das peças de animação, visualmente mais apelativas e maravilhosas de sempre! Design das personagens extremamente “cool” e bonito; paisagens com um certo pendor apocalíptico, mas dignas de constar num repertório de arte; armas de uma imaginação profícua e criatividade imensa (o que eu não dava para possuir uma colecção de sabres como “Cloud”) ; o uso das cores e tons é de suspirar e chorar por mais! Existem cenas extremamente realistas, que nos fazem questionar se um dia, de facto, não será possível realizar um filme inteiramente sem personagens de carne e osso, mas fazendo parecer com que as mesmas estejam lá. A dificuldade seria com certeza transmitir a alma que só uma pessoa pode dar, e que julgo, salvo melhor opinião, as imagens geradas por computador ainda não estão aptas a substituir. Seria com certeza um resultado nefasto para o cinema, criando um desemprego evidente no meio artístico da representação. Mas como dizia o outro, “estes romanos são loucos”, ou melhor, “estes japoneses são loucos”. Como todos sabemos, o ser humano é um animal que está em permanente evolução e dinâmica. A época vai chegar, mais cedo ou mais tarde. Isso é certo. Mesmo assim, em “F.F. VII”, a dinâmica das personagens é brilhante, e até pormenores como o movimento dos cabelos (nota: com cortes incomuns, mas fenomenais. É pena um gajo não poder fazer aquilo, senão era despedido!), ou as expressões faciais estão simplesmente deslumbrantes!

Tifa Vs. Loz"

E que dizer da acção? Um portento, nada mais, nada menos! As cenas de luta são um “must” inesquecível, que fazem com que não consigamos despegar os olhos do ecrã um segundo que seja! Sumariamente: golpes fenomenais, perseguições de outro mundo e duelos de espada frenéticos. A maneira, ou melhor, a forma como estes aspectos são apresentados só é possível mesmo com recurso ao CGI. O manancial de combates é sempre efectuado a um altíssimo nível, pelo que torna-se complicado fazer escolhas quanto ao melhor momento do filme neste particular. Pessoalmente elejo a luta entre “Tifa” e “Loz” no lar de “Cloud”, uma igreja em escombros, como o suprasumo. Mas as escolhas possíveis são tantas, que não chocará minimamente que outros prefiram os supersónicos duelos de estrada, ou a titânica batalha final entre “Cloud” e um “Sephirot” renascido. Assim como acima foi referido que “F.F. VII” era um claro candidato a um dos mais belos produtos de animação, a mesma ideia poderá ser veiculada no que concerne ao aspecto mais lúdico e movimentado que ora se retrata.

Se algum defeito de maior poderá ser apontado, é o facto de aqueles que não estão familiarizados com o jogo de computador, sentirem dificuldades em perceber o enredo. Na sequência disto, muitas vezes o argumento poderá parecer de certa forma ilógico, ou até mesmo incompreensível. Afinal, “F.F. VII” foi uma película realizada sobretudo para os fãs da conhecida saga de videojogos, constituindo esta a sua potencial e principal fragilidade. Aqueles com certeza terão uma grande vantagem em reconhecer e compreender aspectos desta animação, que mais nenhum de nós perceberá se não fizer algum tipo de pesquisa. Na sequência desta ideia, é importante frisar que eu praticamente nunca joguei o “Final Fantasy” na minha vida. Contudo, e tentando dar uma visão o mais desapaixonada possível, asseguro-vos que tal facto não me impediu de ficar maravilhado com esta pérola da animação!

Uma excelente proposta, que tem momentos de parar o trânsito!

"Vincent Valentine prepara-se para combater"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Omolete, Cine Players (Tony Pugliese), Cine Players (Flávio Augusto), Rodrigo Flausino, Portal Cinema, Saindo da Matrix, Cine-Asia, Axasteoquê

Avaliação:

Entretenimento - 9

Animação - 10

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Emotividade - 9

Mérito artístico - 10

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,57






sexta-feira, abril 18, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Kim Ki-duk

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):

  1. Crocodile (1996)
  2. Wild Animals (1997)
  3. Birdcage Inn (1998)
  4. The Isle (2000)
  5. Real Fiction (2000)
  6. Address Unknown (2000)
  7. Bad Guy (2002)
  8. The Coast Guard (2002)
  9. Spring, Summer, Fall, Winter and...Spring (2003)
  10. The Bow (2005)
  11. Time (2006)
  12. Breath (2007)

quinta-feira, abril 17, 2008

Jiang Hu - Irmãos de Sangue/Jiang Hu - Blood Brothers/Gong Wu -
江湖 (2004)

Origem: Hong Kong

Duração: 82 minutos

Realizador: Wong Ching Po

Com: Andy Lau, Jacky Cheung, Shawn Yue, Edison Chen, Chapman To, Jacqueline Wu, Eric Tsang, Norman Tsui, Miu Kiu Wai, Gordon Lam, Gia Lin, Lam Suet, Kara Hui, Xiao Hai, Ha Ping, Tony Ho, Iris Wong, Donna Chu

"Hung e Esquerdino"

Sinopse

Na noite em que a sua mulher (Jacqueline Wu) dá luz a um filho, “Hung” (Andy Lau), um chefe de uma poderosa tríade de Hong Kong, apercebe-se que a sua vida mudou. O seu melhor amigo e homem de confiança “Esquerdino” (Jacky Cheung), tenta convencer “Hung” a se exilar nas Filipinas com a família, e a entregar-lhe a liderança da organização.

“Esquerdino”, confiante que “Hung” acederá aos seus desejos, manda assassinar outros 3 líderes das tríades, de forma a que o seu reino seja total e indisputado. “Hung” descobre os objectivos de “Esquerdino”, e por sua vez tenta boicotar os planos de assalto ao poder daquele. Ao mesmo tempo, é dado a conhecer a “Hung” que nas próximas doze horas alguém tentará matá-lo. Como o homicídio foi encomendado a uma pessoa completamente desconhecida, “Hung” não tem outro remédio senão aguardar pelo assassino, em ordem a eliminá-lo.

"Yik e Yoyo"

Paralelamente e numa esfera muito mais modesta de criminalidade, dois jovens delinquentes chamados“Yik” (Shawn Yue) e “Turbo” (Edison Chen), tentam singrar no submundo de Hong Kong, sendo-lhes encomendado um assassinato de um poderoso chefe mafioso. A tarefa parece ser praticamente impossível, mas “Yik” está determinado a provar o seu valor e levar o trabalho até ao fim.

As ruas de Hong Kong estão em tumulto, e prontas a reclamar vítimas...

"Turbo em dificuldades"

"Review"

O merecido sucesso do fenomenal “Infiltrados” e das suas duas sequelas, deram um inspirante fôlego aos filmes de tríades “made in Hong Kong”. “Jiang Hu – Irmãos de Sangue”, é um dos filhos da prole de “Infiltrados”, dando-se inclusive ao verdadeiro luxo de repetir alguns dos actores que pontificaram naquela obra-prima do bom cinema. Falamos de Andy Lau, Eric Tsang, Shawn Yue, Edison Chen e Chapman To, grandes figuras da cena cinéfila daquelas paragens, em especial os dois primeiros. Junte-se o consagrado Jacky Cheung, que não contracenava com Andy Lau desde “As Tears Go By”, de Wong Kar Wai, e teremos um grupo extremamente forte, seguro e coeso, que prometia um filme de qualidade acima da média.

Mais vale ir directo ao assunto, e afirmar desde logo que algo não correu bem. Também convém ser sincero e assumir, sem qualquer tipo de rodeio, que a opinião aqui veiculada sobre “Irmãos de Sangue” é claramente minoritária. A grande maioria daqueles que na net se dedicam ao cinema asiático, pugnam pela elevação da obra.

A fórmula do jovem que quer ascender no mundo do crime organizado, ao mesmo tempo que um chefe consolidado enfrenta a sua decadência está gasta. Foi um uso e abuso de uma ideia de sucesso, que acabaria por redundar na sua inevitável saturação. Existem até filmes que gozam com este tipo de argumento, tais como “Jiang Hu – The Triad Zone”, com Tony Leung Ka Fai. “Irmãos de Sangue” acaba por bater na mesma tecla, embora de uma forma mais intimista. Eu não digo que a intenção não fosse boa, e até existem momentos do filme que prometem algo de distinto no sentido positivo. Prometem...nunca concretizam.

"Esquerdino enfrenta o perigo à chuva"

A duração da película, diga-se em abono da verdade, não ajuda muito. Uns míseros 82 minutos (regra geral, com várias excepções, gosto dos mais ou menos dos filmes com 120 minutos), não dão para grande coisa. Mas é preciso reconhecer que o tempo limitado, poderá muitas vezes ajudar a distinguir um bom realizador (e a sua equipa é claro), doutro mediano ou medíocre. A capacidade de separar o essencial do acessório, é uma virtude da vida em geral, e do cinema em particular. Tal não constitui segredo para ninguém, nem eu descobri a pólvora de certeza. No entanto, quando temos uma “longa-metragem” (será ?), em que muitos desses tais 82 minutos são feitos de “slow motion” e aposta na estética em geral, é quase certo que não restará bastante para contar. Claro que temos os diálogos mantidos entre “Hung” e “Esquerdino” durante um jantar a dois, que têm o condão de serem algo insípidos, retirando uma ou outra parte que nos desperta o interesse. Não existindo uma boa gestão do escasso tempo disponível, a necessária empatia que temos de criar com as personagens sai deveras prejudicada. A certa altura, estava a focar as minhas esperanças, qual bóia de salvação, no relacionamento entre “Yik” e a prostituta “Yoyo” (interpretada pela actriz Gia Lin). Existem cenas bem conseguidas entre ambos, e que apelam para o nosso sentimento (significativo aquele abraço numa rua deserta à noite). Contudo, tal prazer é fugaz, e entrámos outra vez no marasmo e no desinteressante.

É certo que existe alguma acção que é de relevar. Com certeza que a interpretação de Shawn Yue, no papel do assassino votado à tragédia, merece algum reconhecimento. À fotografia deverá, igualmente, ser votado algum destaque, sendo-nos apresentado uns planos nocturnos muito intensos e que marcam de alguma forma a nossa impressão do filme, embora seja uma agradável superficialidade. A luta de rua final prometia imenso, mas quando vejo duas pessoas a defenderem-se de um bando enorme de rufias, uma com um guarda-chuva, outra com um lenço daqueles de pôr à volta do pescoço, e mesmo assim arrumarem uma dúzia...para mim já é demais! Não estamos a falar de um “wuxia”, povoado de guerreiros com poderes sobre-humanos a desafiar as leis da gravidade. E não me venham com as tretas do simbolismo, pois verdadeiramente o que se pretendeu foi acentuar o dramatismo em série e irreal, já agora recorrendo a mais uns “slow motion”.

Salva-se acima de tudo e a título de consolação, o epílogo do filme. Confesso que fui apanhado de surpresa, ou porque andava distraído, ou então pelo facto de certos aspectos da película terem sido muito bem ocultados. Vou dar uma o benefício da dúvida a mim mesmo, e optar pela segunda hipótese. Neste aspecto, tenho de dar o braço a torcer, e admitir que somos encaminhados para uma determinada direcção, e no fim desembocamos num destino completamente diverso. Não estou a falar daqueles epílogos pseudo-intelectuais, que têm mais de idiotice do que propriamente material de qualidade para discutir. Estamos no campo do “Ah, isto até faz sentido!”.

“Jiang Hu” poderá ser livremente traduzido como submundo. Como este filme é apreciado por tantos e bons críticos de cinema asiático, faz com que um enigma existencialista nasça dentro do meu ser...e deixa-me na penumbra...

"A morte grassa nos passeios"

The Internet Movie Database (IMDb) link, Trailer

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7





terça-feira, abril 15, 2008

Noite de entrega de prémios do concurso do "My Asian Movies"

Na pretérita sexta-feira, dia 11 de Abril, foi realizado o tão ansiado jantar de entrega de prémios do concurso que levei a cabo neste humilde espaço. Antes de tudo, é preciso dizer que o Nuno Pereira, foi o grande dinamizador do evento. Sendo um madeirense de gema, já se encontra a viver em Portugal Continental há mais de 30 anos, tendo-se deslocado à terra-mãe para, entre outras coisas, dar-nos o privilégio da sua maravilhosa companhia. O jantar ficaria incompleto, sem a presença das suas duas preciosíssimas aliadas (e como pessoas, ainda mais fantásticas), a Nádia e a Susana. Juntos formaram a inesquecível “Santa Aliança”, que arduamente porfiaram em conjunto, até à vitória final. Foi um convívio espectacular, do qual vos deixo abaixo algumas fotografias. Quanto ao relato da noite, não conheço ninguém melhor do que o Nuno para contar uma boa história, e que felizmente em bom tempo já o fez. Para ler o elucidativo escrito do nosso amigo, façam o favor de ir AQUI. Se a narrativa peca em algo, é apenas nos elogios feitos ao administrador deste blogue :). Quanto à Nádia e à Susana, corresponde tudo à mais pura verdade ;) ! Assino completamente por baixo!


"A entregar o prémio ao vencedor Nuno Pereira"



"Nuno faz as honras e entrega o merecido prémio à colega de equipa, a irreverente, inteligente e devoradora de Compal Nádia"


"Nuno faz as honras (parte II) e entrega o prémio à colega de equipa, a divertidíssima e mestre em telepatia Susana"


"O prazer de tirar uma foto com o encanto feminino da Santa Aliança"




"Após um lauto jantar"



"Da esquerda para a direita, no Café Teatro: Jorge Aka Shinobi, Nádia, Susana e Nuno. O vosso humilde administrador deste espaço, acompanhado das 3 pessoas maravilhosas que compuseram a equipa da Santa Aliança, brilhante vencedora do concurso!"








sábado, abril 12, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
John Woo

Informação

Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):

  • Dead Knot (1968)
  • Accidentaly (1968)
  • Fist to Fist (1973)
  • Ninja Kids (1974)
  • Princess Chang Ping (1975)
  • Belles of Taekwondo (1975)
  • Countdown in Kung Fu (1976)
  • Money Crazy (1977)
  • The Brave Lion (1977)
  • Hello, Late Homecomers (1978)
  • Follow the Star (1978)
  • Last Hurrah For Chivalry (1979)
  • From Riches to Rags (1980)
  • To Hell With the Devil (1981)
  • Laughing Times (1981)
  • Plain Jane to the Rescue (1982)
  • The Time You Need a Friend (1984)
  • Run Tiger Run (1985)
  • The Sunset Warrior (1986)
  • A Better Tomorrow (1986)
  • A Better Tomorrow II (1987)
  • The Killer (1989)
  • Tragic Heroes (1989)
  • Bullet in the Head (1990)
  • Once a Thief (1991)
  • Hard Boiled (1992)
  • Hard Target (1993)
  • Broken Arrow (1996)
  • Face Off (1997)
  • Mission Impossible 2 (2000)
  • Windtalkers (2002)
  • Hostage (2002)
  • Paycheck (2003)


quinta-feira, abril 10, 2008

Paint It Yellow/Rang De Basanti - रंग दे बसंती (2006)

Origem: Índia

Duração: 171 minutos

Realizador: Rakeysh Omprakash Mehra

Com: Aamir Khan, Alice Patten, Soha Ali Khan, Kunal Kapoor, Siddhart, Sharman Joshi, Atul Kulkarni, Sharman Joshi, Steven Mackintosh, Madhavan, Waheeda Rheman, Anupan Kher, Kiron Kher, Om Puri, Lekh Tandon, Cyrus Sahukar, Mohan Agashe, Pravishi Das
"O grupo de jovens amigos (da esquerda para a direita): Karan, DJ, Ajay, Sonia, Aslam e Sukhi"

Estória

A jovem, mas persistente realizadora de cinema “Sue McKinley” (Alice Patten), resolve viajar até à Índia, tendo em vista dar vida a um filme baseado no diário do seu avô “McKinley” (Steven MacKintosh), que foi um oficial do império britânico nos anos tumultuosos dos movimentos independentistas do país. A sua amiga “Sonia” (Soha Ali Khan) ajuda-a a encontrar os actores de que necessita para levar a cabo a curta-metragem, a saber, os estudantes da Universidade de Deli “DJ” (Aamir Khan), “Karan” (Siddhart), “Aslam” (Kunal Kapoor) e “Sukhi” (Sharman Joshi). Em breve junta-se ao grupo o nacionalista hindu “Laxman” (Atul Kulkarni), que no início não é muito bem vindo devido à sua ideologia política e à animosidade que sente para com “Aslam”, um muçulmano com uma veia poética.

Ao fim de algum tempo de rodagem, em que os jovens boémios começam a despertar a sua consciência de cidadania, um trágico evento ocorre. “Ajay” (Madhavan), o noivo de “Sonia” e piloto da força aérea indiana, falece num trágico acidente, quando despenha-se a bordo do caça modelo “Mig-21”. O governo atribui as culpas do sinistro a “Ajay”, e encerra a investigação, tentando ocultar os sinistros negócios que envolvem corrupção na compra de aviões defeituosos aos russos.

"Sue e DJ"

Descontentes com a situação, o grupo de amigos organiza um protesto contra o corrupto governo indiano, que é reprimido de forma extremamente violenta. Revoltados, os jovens decidem reavivar o espírito dos antigos combatentes pela liberdade do país e enveredam pela violência, ao assassinar o ministro da defesa indiano (Mohan Agashe). Para grande frustração de “DJ” e dos amigos, a imprensa manipulada considera o ministro um mártir e apelida-os de terroristas. Numa última tentativa de passarem a mensagem ao país, os estudantes tomam a estação de rádio “All India”. No entanto, o poder instalado tudo fará no sentido de a culpa morrer solteira...

"Ajay e Sonia"

"Review"

“Rang De Basanti” significa “pinta de amarelo”. Para nós, isto pode parecer à primeira vista uma frase sem significado nenhum, ou um devaneio de algum desequilibrado. No entanto, tudo se resume a uma primeira impressão e a uma questão cultural. Na Índia, quando alguém profere a frase em hindu “Main rang de basanti”, significa “pinta-me de amarelo (ou cor de açafrão)”. A expressão idiomática significa que a pessoa está disposta a sacrificar-se por uma grande causa, que considera maior do que o seu próprio ser.

Baseado num poema escrito por Dushyant Kumar, “Rang De Basanti” constituiu a proposta da Índia tanto para os “Globos de Ouro”, assim como para os “Óscares” de 2007, não vindo infelizmente a ser um dos cinco filmes seleccionados para o “round” final. Digo “infelizmente”, pois esta película possui uma grande qualidade, sendo para muitos um dos mais brilhantes filmes indianos jamais realizados. Sou obrigado a concordar, apesar de não conhecer tantas longas-metragens da cinematografia daquele país quanto isso. As razões, passo-as já a explicar.

Quando um país elege uma película do seu espólio cinematográfico, para representá-lo numa cerimónia da magnitude mundial como os “Óscares”, temos de partir do pressuposto que o filme em questão terá forçosamente de possuir alguma qualidade intrínseca. Mesmo admitindo que a cerimónia já não é o que era (principalmente por estar sujeita aos lóbis publicamente conhecidos), e que a nação em questão não costuma emanar obras que sejam muito do meu agrado. O positivo cartão de visita começa a ser mais sustentado, quando reparei que “Rang De Basanti” ostentava uma orgulhosa pontuação de 8.3 no IMDb, tendo por base um universo de 6.776 votos, o que já é um número aceitável para chegarmos a conclusões (embora tenhamos de ter em conta que muitos desses votos deverão ser indianos, assim como este povo é cioso e louvavelmente defensor da sua indústria cinematográfica). Quando reparei que o autor da banda-sonora é A.R. Rahman, e temos o conhecimento que o ilustre compositor indiano esteve 3 anos a configurar os normalmente maravilhosos sons com que nos brinda nas obras que intervém, a água começa a crescer na boca e decidi arriscar na aquisição do filme. Em boa hora o fiz, não só pelo facto da análise global que faço à película ser assaz positiva, mas também pelo facto de ter tido a sorte de adquirir uma edição com muito boa qualidade.

Para um leigo dito interessado como eu, que lamentavelmente nunca esteve na Índia, mas que recorre bastante à sua faceta de autodidacta, “Rang De Basanti” é, por diversos motivos, um interessantíssimo objecto de estudo. É um filme que lida com um manancial de aspectos, todos normalmente bem conjugados, e que se reconduzem essencialmente a factores sociológicos, culturais, históricos e políticos.

Na 1ª fase do filme, é-nos dada a conhecer a vivência de um grupo de jovens, que nos surpreendem pelo seu amor à cultura ocidental e pelo gosto descomplexado pela vida. A chave e diapasão consiste em viver o dia-a-dia como se fosse o último, não revelando esperança numa nação em que um futuro radioso parece ser uma quimera. Isto percebe-se quando “lhes foge a boca para a verdade”, a maior parte das vezes quando estão alcoolizados. É especialmente sintomático um debate de ideias significativo, que ocorre num bar, entre “Ajay” e o restante grupo. Os jovens pugnam pelo “No Better Tomorrow” (passe o trocadilho com a fenomenal saga de John Woo “A Better Tomorrow”), enfatizando verdades quase inquestionáveis tais como a Índia ser um país dominado pela pobreza e pela corrupção, em que apesar de um dia possuírem uma licenciatura, o mais certo é não terem uma oportunidade de singrarem. “Ajay”, estoicamente (como convém a um militar) e reconhecendo que de facto nem tudo está bem, afronta a crítica fácil e desafia cada um dos seus amigos a tentar pôr a sua marca no mundo. “Entrem para a administração...”, “Alistem-se no exército...”, “se não puderem fazer a mudança de dentro – nota: entenda-se a administração ou o exército - tentem fazê-la na rua, por amor ao vosso país...” . As discordâncias continuam, mas existem valores porventura mais altos tais como a saudável amizade que une os intervenientes, e que parece ser o suficiente para ultrapassar todos os obstáculos. É uma fase de alegria, de amizade e amor, com um canto fácil e contagiante!

"DJ vence uma corrida tradicional de cavalos"

Quando as coisas começam a complicar-se com a morte de “Ajay”, a vertente mais descontraída e bem disposta do filme sofre um eclipse completo. Finda um cenário que até poderíamos considerar idílico atendendo às circunstâncias, e passamos a “coisas mais sérias”, passe a expressão. Como “quem não sente, não é filho de boa gente”, os jovens dão o grito de revolta e empregam uma luta social contra a política corrupta e injusta. A bandeira é “Ajay”, o mártir da causa, e o motor a rebeldia própria da juventude, agora canalizada para outras batalhas. O problema é que mesmo tendo a razão do seu lado, os inseparáveis amigos excedem-se nas suas acções. Já se está mesmo a ver que o final não vai ser feliz, fazendo “Rang De Basanti” jus ao estigma dos seus parentes de “Bollywood”.

A fotografia do filme é, para não variar, belíssima. Os cenários, também para não destoar, são uma coisa perfeitamente de outro mundo. O património arquitectónico e cultural da Índia e do oriente em geral, é extremamente difícil de bater, e “Rang De Basanti” faz questão de mostrar isso mesmo. Os constantes interlúdios com o passado, onde pontifica o avô de “Sue McKinley” estão expostos em tons “sépia”, característica que adoro. Porquê? Simplesmente porque o espectador interioriza muito melhor as analepses, embrenhando-se com mais densidade na estória que se pretende transmitir. A conjugação do passado e presente funcionam na perfeição, possibilitando ao mesmo tempo que o espectador faça as distinções necessárias de uma forma mais ágil e eficaz. No entanto, a interpenetração e a univocidade não deixam de estar presentes, mantendo a narrativa como um todo coeso. “Rang De Basanti” interpreta estes aspectos de uma forma bastante competente.

Os actores dão alma às suas interpretações, sendo de destacar o ídolo de “Bollywood” Aamir Khan, que representa uma personagem 15 anos mais nova (“DJ” tem 25 anos, e Aamir Khan 40). No entanto, a sua jovialidade natural, aliada a uns truques de cosmética, faz-nos concluir que dificilmente a escolha teria sido melhor. Confesso que fiquei um tanto ou quanto intrigado, pela razão que AR Rahman demorou 3 anos a elaborar a banda-sonora. Embora agradável, não possui a complexidade musical e de coreografias que outras obras apresentam, como por exemplo “Dil Se”, criticado há pouco tempo neste espaço. Aqui “Rang De Basanti” já não é o típico filme de “Bollywood”. As músicas existem, mas de uma forma convencional, como num filme dito mais corrente. E quando existe algo parecido com uma coreografia, as coisas acontecem de forma bastante natural. É como se nós estivéssemos todos num grupo de amigos, e decidíssemos relembrar músicas antigas e começar a cantar. Nada demais.

“Rang De Basanti” constitui uma proposta extremamente recomendável, mesmo para aqueles que desconfiam bastante das produções de “Bollywood” (muitas vezes com razão). Apesar de, como já foi anteriormente aludido, o filme não conseguir fugir a um inevitável fatalismo (um pouco forçado, admita-se), uma mensagem positiva é extraída. Não basta apenas criticar e baixar os braços. É absolutamente necessário lutar pelos nossos ideais, e a partir daqui digladiar pela mudança da sociedade para algo melhor. Nunca ninguém disse que iria ser fácil, mas igualmente não podemos deixar o pessimismo nos levar a pensar que tal é impossível... Acima de tudo, julgo, salvo melhor opinião, que “Rang De Basanti” é um apelo atractivo e sedutor à consciência dos jovens indianos, no sentido de fazerem algo pelo futuro do seu país. Não elogia as virtudes da Índia, até pelo contrário. Mas provocantemente, incute-lhes um orgulho nacionalista nada bacoco, suficiente para um verdadeiro “grito do Ipiranga”. Este espírito é ilustrado pela frase forte do filme: "Só existe duas maneiras de viver a vida: Aceitar as coisas tais como elas são, ou ter a coragem de as mudar."

Constitui até ao presente momento, a minha verdadeira “Passagem para a Índia”, embora não guiada por David Lean ;) !


"Grita liberdade!"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,25







quinta-feira, abril 03, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.

Kenji Mizoguchi
Filmografia (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto, basta clicar):
  1. Resurrection of Love (1923)
  2. Hometown (1923)
  3. Dreams of Youth (1923)
  4. Harbour of Desire (1923)
  5. Song of Failure (1923)
  6. The Adventures of Arsène Lupin (1923)
  7. Blood and Soul (1923)
  8. Foggy Harbour (1923)
  9. The Night (1923)
  10. In the Ruins (1923)
  11. Song of the Mountain Pass (1924)
  12. The Sad Idiot (1924)
  13. Queen of Modern Times (1924)
  14. Strong is the Female (1924)
  15. This Dusty World (1924)
  16. Turkeys in a Row/The Trace of a Turkey (1924)
  17. Chronicle of the Rainy Season (1924)
  18. Woman of Pleasure (1924)
  19. Death at Dawn (1924)
  20. Queen of the Circus (1924)
  21. No Money, No Fight (1925)
  22. Out of College (1925)
  23. The White Lily Laments (1925)
  24. Under the Crimson Sunset (1925)
  25. The Earth Smiles (1925)
  26. Song of Home (1925)
  27. The Human Being (1925)
  28. A Sketch on the Road/Street Scenes (1925)
  29. General Nogi and Kuma-San (1925)
  30. The Copper Coin King (1926)
  31. A Paper Doll's Whisper of Spring (1926)
  32. It's My Fault - New Version (1926)
  33. Passion of a Woman Teacher (1926)
  34. The Boy From the Sea (1926)
  35. Money/Gold (1926)
  36. The Imperial Grace (1927)
  37. The Cuckoo - New Version (1927)
  38. A Man's Life (1928)
  39. My Loving Daughter (1928)
  40. Bridge of Japan (1929)
  41. Tokyo March (1929)
  42. The Morning Sun Shines (1929)
  43. Metropolitan Symphony (1929)
  44. Okichi, Mistress of a Foreigner (1930)
  45. Hometown (1930)
  46. And Yet They Go On (1931)
  47. Dawn in Manchuria/The Dawn of the Founding of Manchuko and Mongolia(1932)
  48. The Man of the Moment/Timely Mediator (1932)
  49. Cascading White Threads/White Threads of the Waterfall (1933)
  50. Gion Festival (1933)
  51. The Shimpu Group (1933)
  52. The Mountain Pass of Love and Hate (1934)
  53. The Downfall of Osen/Osen of the Paper Cranes (1934)
  54. Oyuki the Virgin (1935)
  55. The Poppy (1935)
  56. Osaka Elegy (1936)
  57. Sisters of Gion (1936)
  58. The Straits of Love and Hate (1937)
  59. Ah, my Hometown (1938)
  60. Song of the Camp (1938)
  61. Story of the Late Chrysanthemums (1939)
  62. A Woman of Osaka (1940)
  63. The Life of an Actor (1941)
  64. The Loyal 47 Ronin of the Genroku Era (1941-2, duas partes)
  65. Three Generations of Danjuro (1944)
  66. The Swordsman (1944)
  67. The Famous Sword (1945)
  68. Victory Song (1945)
  69. Victory of Women (1946)
  70. Five Women Around Utamaro (1946)
  71. The Loves of Actress Sumako (1947)
  72. Women of the Night (1948)
  73. My Love Has Been Burning (1949)
  74. Portrait of Madame Yuki (1950)
  75. Miss Oyu (1951)
  76. The Lady From Musashino (1952)
  77. The Life of Oharu/The Life of a Woman, by Saikaku (1952)
  78. Tales of the Pale and Silvery Moon After the Rain (1953)
  79. Gion Festival Music (1953)
  80. Sansho the Bailiff (1954)
  81. A Woman of Rumour/The Crucified Woman (1954)
  82. Crucified Lovers/A Story From Chikamatsu (1955)
  83. The Empress Yang Kwei Fei (1955)
  84. Tales of the Taira Clan (1955)
  85. Street of Shame (1956)

quarta-feira, abril 02, 2008

Sky High (2003)

Origem: Japão

Duração: 123 minutos

Realizador: Ryhuei Kitamura

Com: Yumiko Shaku, Takao Osawa, Shosuke Tanihara, Yumi Kikuchi, Eihi Shiina, Hiromasa Taguchi, Naho Toda, Kanae Uotani

"Mina"

Estória

“Mina Saeki” (Yumiko Shaku) é uma jovem que se encontra radiante por ir casar com o amor da sua vida, o detective “Kanzaki Kohei” (Shosuke Tanihara). Este anda na peugada de um assassino em série, que tem por hábito arrancar o coração das suas vítimas, sendo as mesmas raparigas bonitas na flor da idade.

No dia do enlace, a tragédia acontece, pois “Mina” torna-se na quarta vítima do misterioso homicida, e acaba por falecer em plena cerimónia, nos braços de um desamparado “Kanzaki”. “Mina” enceta uma viagem pós-morte, onde acaba por se deparar perante o “portal da fúria” e encontra a actual guardiã “Izuko” (Eihi Shiina), que lhe propõe três escolhas: a 1ª passa por aceitar a sua morte e entrar no paraíso; a 2ª reconduz-se a vaguear pelo mundo como um fantasma; finalmente a 3ª consiste em assombrar o assassino, com a particularidade de posteriormente ir bater ao inferno.

"Rei, a guarda-costas de Kudo, empunha a sua katana"

Apesar de lhe ser facultado doze dias para decidir, a escolha parece ser óbvia. Contudo, “Mina” descobre através de “Izuko” que aqueles que matam, mesmo que justificadamente, têm o inferno como destino, sem qualquer capacidade de escolha por outra opção. A preocupação aumenta, quando “Mina”, como fantasma, descobre que o noivo “Kanzaki”, está decidido a encontrar o assassino e fazer justiça pelas próprias mãos.

“Mina” acaba por descobrir que os seus assassinos foram “Tatsuya Kudo” (Takao Osawa), um “playboy” milionário, e a sua secretária, a temível espadachim “Rei Miwa” (Kanae Uotani). A razão porque “Kudo” assassina jovens raparigas, deve-se à realização de um ritual satânico, que visa convocar demónios, de forma a que estes reavivem a sua esposa que está entre a vida e a morte. A particularidade é que as mulheres mortas por “Kudo” são reencarnações de antigas guardiãs do “portal da fúria”. Caberá a “Mina” impedir que “Kudo” leve a cabo os seus propósitos, e ao mesmo tempo impedir que o noivo “Kanzaki” condene-se ao tormento eterno.

"Kudo em luta com Rei"

"Review"

Quando se fala do realizador Ryuhei Kitamura, temos rapidamente que chegar a algumas conclusões. O homem é um eterno adolescente!!! Calma, não estou a depreciar o pobre do Kitamura, pois não o conheço de lado nenhum (embora não me importasse de trocar duas ideias com ele acerca de cinema), a não ser dos filmes claro! O facto de eu atribuir um carácter marcadamente juvenil ao realizador japonês funcionará aqui mais como um elogio sincero. Passo a explicar.

Pessoalmente e à primeira vista, não me lembro de um realizador tão “cool” como Kitamura. As películas dele detêm aquele cunho, muitas vezes superficial, mas que nos regala a vista e eleva a emoção, fazendo-nos passar um bocado bem interessante.

Em 1º lugar, o gosto pelas elaboradas “katanas”. Kitamura adora espadachins emblemáticos, portadores das distintivas lâminas, nos seus filmes. Não interessa que a época da película em questão seja a do Japão feudal, à semelhança de “Azumi”, ou num futuro indeterminado, com laivos de horror, como “Versus”. No primeiro caso que mencionei tínhamos a ingénua, mas mortal “Azumi”, interpretada pelo ídolo japonês Aya Ueto. No segundo, o prisioneiro “KSC2-303”, a quem o quase irrepreensível Tak Sakaguchi deu corpo. Um filme de Kitamura, sem uma “katana” de beleza deslumbrante, gravada com caracteres bem gravados, e um(a) portador à altura, simplesmente não faz o género do realizador. Ele gosta é de impressionar!

Em 2º lugar, a pose e a caracterização das personagens. Quem vê os filmes de Kitamura, tem que estar preparado para encontrar figuras inesquecíveis, caracterizadas de uma forma normalmente espectacular. Tudo mais uma vez para o regalo da vista. Não se esteja à espera de representações de antologia. A aposta parece ser feita em função do que vai parecer, em detrimento do que vai ser interiorizado.

"Mina falece nos braços de Kanzaki"

Kitamura é um miúdo (mais uma vez, repito a ideia), apesar de contar com 39 anos (faz 40 em Maio). Os seus filmes fazem os espectadores retornarem à adolescência em que os ídolos “pop”, as saídas à noite, os primeiros amores e os copos desnecessários parecem marcar a nossa vida (Socorro, querem ver que eu ainda não cresci!!!). No fundo, tudo se parece reconduzir ao viver exclusiva e unicamente pelas emoções fortes e pela odisseia da primeira impressão. Não há aqui espaço para grandes teoremas filosóficos, ou devaneios intermináveis. A “katana” e a aparência “fixe” podem representar aquela roupa nova que nos faz sentir as pessoas mais sexys do mundo inteiro. A pose ou frase mais emblemática, torna-se naquele cigarro ou cerveja que nem nos apetece consumir, mas que o fazemos para termos a figura do durão e do esclarecido da vida. O portento visual é o que interessa!

“Sky High” é um filme de Kitamura, possuindo desta forma todos os predicados acima referidos, e talvez mais alguns. Um desfile de “katanas” lindíssimo e personagens simplistas, mas com um “appeal” acima de qualquer censura. Já agora, há uma coisa de extrema importância que carece, acima de tudo, de ser mencionada. “Sky High” reúne no seu elenco um conjunto de mulheres de pasmar a vista!!! É impressionante! Kitamura deve ter efectuado um “casting” de modelos, em vez de actrizes. Estamos ainda a apreciar a beleza de um belo exemplar de rapariga japonesa, e já estamos a levar com outra em cima (e revoltados com o mundo, pela não literalidade física da expressão)! Isto não é justo para o subscritor deste escrito, e serve para distrair dos aspectos mais cinematográficos...e é por isso que peço desde já desculpa pela falta de objectividade deste singelo texto...

“Sky High” visa constituir a prequela de uma bem sucedida série da TV Asahi com o mesmo nome, e que igualmente viria a dar origem a uma “manga”. Trata-se acima de tudo de uma longa-metragem que visa expôr uma estória de amor trágica, mas que acaba por ser uma mescla de elementos que fazem lembrar filmes (vamos nos ficar pelos ocidentais) que vão desde “O Sexto Sentido”, passando pelo “O Corvo” e “Sempre”, dando um salto até “O Silêncio dos Inocentes” e “Duelo Imortal”, e um tempero com pitadas de “Kill Bill” e umas batidas techno. Confusos?! Não se preocupem, pois a película não é nada de transcendental, embora lide com temas que se reconduzem àquele aspecto, tais como os espíritos. Há ainda que contar com as cenas de luta, algumas extremamente bem conseguidas. Kitamura parece conseguir com que a cena mais idílica e calma se transforme de um momento para o outro numa orgia de violência, acção e espectacularidade. É como estar a ver um concerto de música clássica e de repente os assistentes todos, sem explicação aparente, começarem no “mosh” e no “stage diving”.

Os efeitos visuais revelam em geral uma boa qualidade, a que o desafogado orçamento não será alheio. Também temos as cenas marcantes, das quais pessoalmente, elejo como a supra sumo a entrada da noiva “Mina” na igreja, a esvair-se em sangue, tendo por pano de fundo o branco do seu imaculado vestido e a santidade do ambiente em redor. A aura é bastante negra, e por vezes podemos encontrar alguns elementos de “thrillers” na película, que são em pouco tempo ofuscados pelos aspectos mais fantasiosos.

“Sky High” é uma proposta interessante, que merecerá uma espreitadela descomprometida. É um “Kitamura”, e quem conhece as obras do realizador, saberá muito bem com o que contar. O conteúdo é fugaz, mas as costuras não aguentam e explodem de tanto estilo! Um campeão da superficialidade, mas mesmo assim, um orgulhoso representante do género onde se insere!


"Rei enfrenta uma oponente à altura, Shuo Kamiina"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Este artigo encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 9

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,75