"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

sábado, setembro 30, 2006

The Windmill Palm Grove/Jongryeonamu sup (2005)
Origem: Coreia do Sul
Duração: 107 minutos
Realizador: Yoo Sang-wook
Com: Kim Yoo-mi, Kim Min-jong, Jo Eun-sook, Lee Ha-hyeon, Lee Kyeong-yeong, Sin Hyeon-tak
"Hwa-yeon, a trabalhadora do estaleiro"
Estória
"Kim Im-seo", apesar da sua juventude, já é um dos melhores advogados asiáticos no domínio do direito da propriedade industrial. Com um diploma da universidade de Yale dos E.UA., torna-se sobejamente conhecido ao ponto de ser entrevistado pela revista "Fortune".
Um dia é convidado para dar uma palestra numa universidade fora de Seul, resolvendo fazer a viagem num autocarro "expresso". Uma executiva que "Kim" tinha conhecido na noite anterior e com a qual tinha tomado uma bebida, descobre que aquele vai viajar e arranja maneira de ir no mesmo autocarro do que ele, por forma a tentar seduzi-lo.
"A contemplar o nascer na vida"

Encontrando-se no autocarro, a executiva explica frontalmente o porquê de ali estar, e como melhor forma de meter conversa com "Kim", conta-lhe que a mãe deste disse que algo de muito estranho tinha acontecido ao filho há uns anos atrás, mas que não fazia a mínima ideia do que era.

Durante a viagem, "Kim" expõe a profunda experiência que teve dois anos antes na ilha de Geoje, onde conheceu uma jovem rapariga que trabalhava num estaleiro de navios chamada "Hwa-yeon". "Kim" apaixonou-se por "Hwa", mas na altura do retorno do advogado a Seul, a rapariga resiste aos intentos de uma relação prolongada, afirmando que não pode estar para sempre à espera do seu amor.

A chave para a compreensão da atitude da rapariga passa pela compreensão da estória da avó e da mãe de "Hwa", no conjunto de palmeiras que não fazem parte da flora indígena da ilha e numa antiga promessa que nunca foi cumprida...

"Um beijo apaixonado"

"Review"

"The Windmill Palm Grove" é um drama de baixo orçamento e que não possui actores da 1ª linha do cinema coreano.

Confesso que não estava com grandes expectativas antes do visionamento desta película, que apenas adquiri por se tratar de uma promoção do site YesAsia estava e ainda continua a fazer, consistindo a mesma na oferta de um 4º filme coreano na compra de outros 3. Dos 10 filmes que me deram a escolher este parecia ser o melhor, ou sendo mais directo, "o menos mau".

Depois de assistir a "The Windmill...", conclui afinal que a escolha foi bastante acertada, pois trata-se sem dúvida de um filme com boa qualidade em vários "itens", conforme pode ser constatado pela avaliação mais abaixo exposta.

Desde logo uma coisa me cativou nesta longa-metragem. Estou a falar do facto de o enredo decorrer numa ilha com paisagens extremamente semelhantes à da minha terra, a Madeira. Não conheço pessoalmente a ilha de Geoje, mas pelo que pude assistir no filme, sabendo à partida que as cenas foram mesmo rodadas lá (a que não será alheio o facto de o realizador Yoo Sang-wook ser natural desta ilha), afirmo com toda a certeza que o enquadramento paisagístico é em tudo parecido com o da ilha da Madeira, o que desde logo conquistou-me.

O filme possui um argumento acima da média, e que não se limita a abordar o relacionamento entre "Kim" e "Hwa". Aliás, embora esta estória de amor seja o suporte do enredo, muitas vezes é secundarizada em detrimento de outros aspectos igualmente importantes da trama.

O servilismo e o sofrimento que por vezes as mulheres sofrem face a homens sem escrúpulos é um dos assuntos fortes da película. A avó de "Hwa" era uma constante vítima do avô, um pescador bêbado e particularmente violento. A própria mãe de "Hwa" é duplamente vitimizada, tanto pelo pai que a vende a um corcunda idiota para casar, assim como mais tarde pelo comandante de um navio pesqueiro, que aparentava ser gentil e bondoso.

"Kim Im-seo numa exibição desportiva vestido com um fato"

O bem gizado simbolismo das palmeiras, que como foi referido no início, não fazem parte da flora indígena da ilha de Geoje, é deveras importante para a compreensão da estória e está intimamente relacionado com o pai de "Hwa" e a promessa que nunca foi cumprida.

A própria estratificação social da Coreia do Sul, uma sociedade moderna, mas igualmente arreigada aos seus antigos costumes, é uma constatação que assume contornos importantes na película, começando desde logo pelo relacionamento entre os trabalhadores do estaleiro e os patrões, e acabando na estória de amor ocorrida entre "Kim", um advogado bem sucedido proveniente de famílias importantes, e "Hwa" de origens muito modestas e exercendo uma profissão habitualmente destinada a homens. Em certa medida, todos estes conflitos encontram-se presentes um pouco por todo o mundo, do qual Portugal não foge à regra.

O fio condutor da narrativa é feito através de vários "flashbacks", mas o realizador tem o condão de não confundir o espectador, tomando sempre o cuidado de tentar fazer perceber do que é verdadeiramente essencial na estória: os opostos, a explicação destes, as escolhas que fazemos e o papel importante do destino.

Contudo, achei o epílogo do filme bastante forçado, praticamente "caído do céu", o que estragou um pouco o bom trabalho que o realizador vinha desenvolvendo até então. No entanto não é por causa deste aspecto que "The Windmill Palm Grove" deixa de ser uma película com mérito e com uma apreciação globalmente positiva.

Uma boa proposta para os amantes do "K-drama"!

"A contemplar o mar e a pensar no futuro..."

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:
Entretenimento - 7
Interpretação - 8
Argumento - 8
Banda-sonora - 7
Guarda-roupa e adereços - 7
Emotividade - 8
Mérito artístico - 8
Gosto pessoal do "M.A.M." - 7
Classificação final: 7,50











quinta-feira, setembro 21, 2006

Heaven's Soldiers (Discurso de vitória do almirante Soon-shin Yi)
Heaven's Soldiers constitui um épico coreano que retrata a viagem no tempo de um grupo de soldados sul-coreanos até à época de uma tentativa de invasão da península coreana por parte dos japoneses no Séc. XVI.
O filme em si centra-se numa das personalidades mais importante da história coreana, o almirante Yi Soon-shin, responsável pela construção dos "barcos-tartaruga", que se revelaram fundamentais para a frustação dos intentos japoneses.
A cena aqui posta à disposição representa o discurso efectuado pelo almirante coreano, antes da batalha de Myungryang, travada contra uma armada japonesa com um número de efectivos e navios bastante superior, liderada pelo Xógun Toyotomi Hideyoshi.
Com bastante interesse histórico, apesar de porventura tendencioso. Não farei aqui juízos de valor, até porque os conhecimentos que possuo não são suficientes para tal.

domingo, setembro 17, 2006

A Man Called Hero/Zhong Hua ying xiong (1999)

Origem: Hong Kong

Duração: 109 minutos

Realizador: Andrew Lau

Com: Ekin Cheng, Kristy Yeung, Shu Qi, Yuen Biao, Deon Lam, Jerry Lamb, Nicholas Tse, Francis Ng, Anthony Wong, Ken Lo, Elvis Tsui, Mark Cheng, Sam Lee, Grace Yip, Jude Poyer, Cheng Pei Pei, Thomas Hudak

"Hero Hua"

Estória

No início do século XX, na China, "Hero Hua" é um jovem aprendiz do mestre de artes marciais "Pride", a quem é confiado uma técnica invencível conhecida como "o segredo da China".

Um dia "Hua" ao chegar a casa depara-se com os pais assassinados. A sua mãe antes de expirar afirma que a família foi atacada devido a uma crítica que o pai de "Hua" fez num jornal, cujo conteúdo versava sobre os males sociais provocados pelo tráfico de ópio que os estrangeiros fazem no país. "Hua" vinga-se dos homicidas e em virtude disso é obrigado a fugir para os E.U.A., deixando para trás a sua esposa grávida "Jade" e o seu melhor amigo "Sheng".

"Hero Hua ladeado da esposa Jade e do melhor amigo Sheng"

Meses depois "Jade" e "Sheng" desembarcam nos E.U.A e vão à procura de "Hua", descobrindo que este tem a cabeça a prémio por ter morto um capataz numa mina. Posteriormente acabam por localizar "Hua", e as coisas começam a correr bem até ao dia em que "Jade" dá à luz um casal de gémeos na "Casa da China", um entreposto de apoio aos imigrantes chineses, e deflagra um incêndio. O fogo é provocado por "Jin", que viajou até aos E.U.A para tentar capturar "Hua", a mando de "Invincible", o eterno rival de "Pride". "Jin" age movido pelos ciúmes, pois não entende que uma das ninjas sob o seu comando, a bela "Mu", tenha-se apaixonado por "Hua".

"Jade" falece e um dos gémeos (a rapariga) é raptado. "Hua" consulta um adivinho e este informa que o protagonista nasceu sob o signo da "estrela da morte", que faz com que todas as pessoas importantes para ele tenham um mau fim. Em virtude disto, "Hua" decide desaparecer para o mundo.

Dezasseis anos depois, "Sword Hua", o filho de "Hero Hua", desembarca nos E.U.A. decidido a descobrir o paradeiro do pai.

"Invincible" igualmente viaja para Nova Iorque, decidido a confrontar-se com "Hero Hua".

"Invincible furioso"

"Review"

Após o sucesso de "The Storm Riders", Andrew Lau lançou-se novamente nas adaptações de "manga", auxiliado por um uso intensivo de imagens geradas por computador e daqui nasceu "A Man Called Hero". Lau ainda viria a realizar um terceiro filme recorrendo ao mesmo tipo de execução chamado "The Duel".

"A Man Called Hero" foi um filme ambicioso desde o início e pretende ser acima de tudo um épico na verdadeira acepção da palavra, aproveitando a embalagem catalisada pelo seu antecessor. Existe inclusive uma repetição de "casting", com Ekin Cheng e Kristy Yeung a protagonizarem a película. O mesmo viria a suceder com o já mencionado "The Duel".

O resultado final é um misto de bom e de mau.

Já na crítica a "The Duel", constante aqui no "M.A.M.", tinha afirmado que este filme, conjuntamente com "The Storm Riders" e "A Man Called Hero", constituia uma trilogia não oficial de Andrew Lau, não amiúde sendo estas películas comercializadas conjuntamente num "pack". Eu por exemplo adquiri os filmes nesse formato.

Igualmente tinha sido dito à altura que à medida que os filmes eram realizados, a qualidade decrescia, ou seja, "The Storm Riders" (1998) era melhor que "A Man Called Hero" (1999) e por sua vez "The Duel" revelava ser claramente o pior dos três.

Quanto a "A Man Called Hero" que é o que nos ocupa agora, podemos dizer desde logo que o argumento é de elevada qualidade e muito bem imaginado. Só não leva uma nota melhor devido a uma grande falha que consiste em nunca sabermos o que se passou afinal com a filha de "Hua", raptada aquando do incêndio na "Casa da China". E isto ainda assume mais importância quando "Hua" e o filho na última meia-hora do filme, unem-se em torno de alguns objectivos cujo principal é encontrar a rapariga desaparecida. Eu já tentei perceber se isto é uma "pecha" do enredo ou se pelo contrário Andrew Lau pretendeu que nós puxássemos pela massa cerebral e entrássemos em conjecturas. A minha passará pela filha de "Shadow" ser na realidade a filha de "Hua", e apenas "Shadow" saber desse facto. Sugestões aceitam-se!

A interpretação dos actores é perfeitamente normal, sem rasgos de genialidade, com Ekin Cheng no seu costumeiro ar sério, a passear com as mãos atrás das costas durante metade do filme.

"Hero Hua medita num local fora do normal"

Fiquei com a nítida impressão que esta película tem um forte pendor nacionalista e até estigmas anti-caucasianos. O tema da imigração é fortemente abordado, com o pobre trabalhador chinês a ser escravizado pelo mau do homem branco, e de vez a vez, quando se lhe depara uma oportunidade, lá se vinga com muito "kung-fu" à mistura. A semi-destruição da estátua da liberdade, por altura do confronto final entre "Hua" e "Invincible", é muito sintomática deste aspecto e quanto a mim passível de várias interpretações.

As lutas em regra geral apresentam uma qualidade bastante aceitável, destacando-se aqui os magníficos efeitos especiais evidenciados no confronto entre "Pride" (o mestre de "Hua") e "Invincible", onde as lâminas não se tocam, e ambos canalizam a água proveniente da chuva um contra o outro. A referenciada luta na estátua da liberdade tem os seus altos e baixos, denotando-se por vezes efeitos de certa forma primários.

Uma palavra final para os cenários urbanos de Nova Iorque. Fiquei bastante impressionado pela positiva, notando-se um especial cuidado até ao ínfimo pormenor, desde as viaturas da época, passando pelo guarda-roupa e os edifícios. Isto ainda assume mais relevo quando estamos a falar de um filme que não é ocidental.

"A Man Called Hero" é uma película a ser vista e adquirida, conquanto o preço não seja elevado. Com interesse.

"Confronto entre Hero Hua e Invincible tendo como pano de fundo a estátua da liberdade"


Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:
Entretenimento – 8
Interpretação – 7
Argumento – 8
Banda-sonora – 7
Guarda-roupa e adereços – 7
Emotividade – 7
Mérito artístico – 7
Gosto pessoal do “M.A.M.” – 6

Classificação final: 7,13

quinta-feira, setembro 14, 2006

My Sassy Girl (a cena do piano e da oferta da flor).
Contemplem meus caros uma das cenas mais emblemáticas de "My Sassy Girl". O sacrificado "Gyeon-woo" oferece uma flor à "rapariga" no dia dos seus anos. Romantismo ao seu melhor nível. Quem não viu este filme ainda que trate de o arranjar bem depressa!
Ai aquela carinha laroca da Jun Ji-hyun...(suspiro)...

domingo, setembro 10, 2006

Failan/Pailan (2001)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 116 minutos

Realizador: Song Hae-seong

Com: Cecilia Cheung, Choi Min-sik, Son Byeong-ho, Kong Yeong-jin, Kim Ji-yeong, Ji Dae-han, Kim Hae-gon, Jeong Dae-hoon, Kim Su-hyeon

"Failan"

Introdução

" - O senhor chama-se Lee Kang-jae? - pergunta um polícia.

- Sim - responde Kang.

- É marido de Kang Failan?

Kang fica a modos que desconfiado e embaraçado, assentindo com a cabeça.

- Lamentamos informá-lo que a sua esposa faleceu ontem..."

"Lee Kang-jae"

Estória

Quando "Failan" (Cecilia Cheung), uma chinesa nativa, perde os progenitores, decide que nada mais liga-a à sua terra-natal e resolve ir ter com a sua tia à Coreia do Sul em busca de uma vida melhor. Chegada a um país que desconhece em absoluto, descobre que a sua parente emigrou para o Canadá.

Sem dinheiro nenhum, resolve tentar arranjar um trabalho, mas cedo descobre que não o pode fazer em segurança, pois não possui um visto para laborar na Coreia do Sul. A agência de emprego é propriedade de um "gangster" local chamado "Jong-sik", sendo proposto a "Failan" que contraia matrimónio com um coreano por forma a ultrapassar as dificuldades burocráticas na obtenção do necessário visto.

O marido arranjado não é nada mais, nada menos que "Lee Kang-jae" (Choi Min-sik), um criminoso frustrado que pertence ao "gang" de "Jong-sik".

O casamento é efectuado sem que "Failan" conheça pessoalmente "Kang", possuindo apenas uma fotografia e um lenço vermelho pertencente a este. No entanto "Failan" fica imensamente agradecida a "Kang", que tem por boa pessoa e apaixona-se por ele.

Entretanto as vidas de ambos seguem cada uma o seu rumo, totalmente oposto e diferenciado.

"Failan" tendo sido recusada num bordel devido à sua doença, acaba por ir trabalhar para uma lavandaria, onde dá o seu melhor no dia-a-dia. Apaixonada pelo suposto altruísmo do seu marido, escreve-lhe e tenta inclusive conhece-lo. Um dia não aguenta mais o fardo da sua doença e morre em solidão...

"Kang", por sua vez, numa noite em que está numa discoteca com "Jong-sik", vê-se envolvido numa altercação, e assiste ao assassinato de um membro de um "gang" rival, perpetrado pelo seu chefe.

"Jong" solicita ao seu apaniguado que assuma as culpas pelo crime e em troca propõe-se a satisfazer o maior sonho da vida de "Kang", que passa por oferecer-lhe um barco de pesca, de modo a que este possa dedicar-se à fauna marítima.

"Kang" aceita o negócio, mas entretanto recebe através da polícia a notícia do falecimento de "Failan", sendo-lhe pedido que trate do funeral.

"Kang" parte para a terra onde "Failan" trabalhava e vivia, numa viagem que irá mudar por completo a sua vida...

"O deslumbramento de uma emigrante chinesa causado pela chegada a um novo país, a Coreia do Sul"

"Review"

Há uns tempos atrás tinha referido aqui no "blog" que não conhecia muitos filmes correlacionados com o drama coreano, embora felizmente esta situação aos poucos esteja a alterar-se. Igualmente e pensando com "os meus botões", sentia que o facto de nunca ter visionado "Failan" constituia uma das minhas grandes "pechas" acerca deste assunto. Depois de ter assistido a este MAGNÍFICO filme, tenho a certeza que a minha vida de consumidor de cinema estava deveras incompleta! Graças a Deus e em boa hora esta falha imperdoável foi sanada!

"Failan" é sem dúvida uma das grandes obras do cinema asiático e constitui um dos melhores dramas que tive o privilégio de assistir até hoje. É virtualmente impossível não ser contagiado pela trágica personagem que a bela Cecilia Cheung tão brilhantemente interpreta.

A aura que abraça a jovem "Failan" é muito semelhante à da figura de "Forrest Gump" no filme com o mesmo nome e interpretado por Tom Hanks, ou à que gira em volta de "John Coffey" em "The Green Mile" ("À Espera de Um Milagre"). Uma pessoa muito boa, tremendamente ingénua, apreciadora das coisas simples da vida, tímida mas no entanto com grande força interior e fadada a um destino semi ou completamente trágico. Cecilia Cheung brilha, brilha e brilha neste filme! É impossível não se apaixonar pela pobre "Failan"!

"A expectativa de um possível encontro com o marido"

"Kang", interpretado pelo grande actor coreano Choi Min-sik, é o completo oposto de "Failan". Um vigarista, que até no crime é uma nódoa sem utilidade nenhuma, desrespeitado até pelos membros mais novos do "gang". Um bêbado inveterado e um escroque que até no fundo acaba por revelar possuir um bom coração e uma certa sensibilidade.

O argumento de "Failan" é um marco para qualquer escritor. Dotado de originalidade, sem "baboseiradas" ou "élans" desnecessários, centrando-se na platónica estória de amor, mas igualmente abordando temas e problemas profundos da actualidade, tais como a exploração da emigração e o crime. Tudo feito com o maior dos realismos, sem descurar os aspectos mais cinematográficos.

O jogo das paisagens e da banda-sonora com o enredo e os sentimentos denotados pelas personagens é extremamente bem conseguido, revelando a grande competência e alma que o realizador Song Hae-seong pôs na rodagem da película.

Os últimos quinze minutos matam qualquer resistência que o espectador tenha porventura mantido face ao filme. A cena da carta de "Failan" que "Kang" lê no porto de pesca, devasta qualquer coração mais empedernido, e faz-nos flutuar para outra dimensão!

Uma imperdível obra da sétima arte que fará cair nem que seja uma única lágrima bastante sentida!

"O desespero ilustrado na face de Lee Kang-jae"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cine-Ásia, Bitlogger

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 9

Argumento - 10

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 10

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 9

Classificação final: 8,88













quinta-feira, setembro 07, 2006

Curse of the Golden Flower (Trailer)
Conforme o prometido no último "post" o vídeo da semana consiste no 1º trailer oficial de "The Curse of the Golden Flower", o novo "Wuxia" de Zhang Yimou. Aqui temos oportunidade para visionar mais algumas fantásticas cenas da película onde, como é apanágio deste realizador, a fotografia e o fantástico uso das cores predominam de uma forma belíssima.
O filme promete imenso, e acredito que muitos dos que visitam este "blog" estejam tão ou mais ansiosos do que eu, para por os olhos nesta obra!
Ansiamos todos que as expectativas sejam correspondidas, e que não nos presenteiem com uma desilusão!
Tenho a certeza que não!!! Pelo menos quero acreditar bastante nisso!!!
O que é que pode correr mal com Zhang Yimou em associação com Chow Yun Fat e Gong Li?!

domingo, setembro 03, 2006

Curse of the Golden Flower (Teaser Trailer)

O vídeo acima exposto pertence ao filme mais aguardado do ano (pelo menos para mim!!!), autoria do mestre Zhang Yimou, o tal realizador autor das pérolas "Herói" e "Segredo dos Punhais Voadores". Esta terceira aventura de Yimou no mundo dos "Wuxia" tem por título "The curse of the golden flower" e pelo "action teaser" que vos mostro aqui promete manter a bela tradição da magnificiência dos seus antecessores!!! O casal que protagoniza o filme não são nada mais, nada menos que Chow Yun Fat e Gong Li!
A película tem estreia mundial marcada para o dia 22 de Dezembro do corrente ano. Próxima 5ª feira, na rúbrica "Video da Semana" colocarei o trailer oficial.
Já estou a salivar para ver o raio do filme!!!

sexta-feira, setembro 01, 2006

New Dragon Gate Inn Aka Dragon Inn/Xin long men ke zhan (1992)

Origem: Hong Kong

Duração: 106 minutos

Realizador: Raymond Lee

Com: Brigitte Lin, Maggie Cheung, Tony Leung Ka Fai, Donnie Yen, Xiong Xin Xin, Ngai Chung, Yen Shi, Lawrence Ng, Yuen Cheung, Elvis Tsui

"Cho Wai On (Tony Leung Ka Fai) e Yau Mo Yan (Brigitte Lin)

Estória

Dinastia Ming. Um terrível eunuco chamado "Tsao Siu Yan" detém mais poder que o próprio imperador e controla o governo da China. O ministro da defesa "Yang" tenta denunciar as vilanias de "Tsao" ao soberano, mas é apanhado nos seus propósitos e barbaramente executado.

"Tsao" desconfia e com razão que o general "Chow Wai On", um adepto e amigo incondicional de "Yang", poderá revoltar-se e querer vingança. É montada uma armadilha a "Chow", que este consegue iludir graças ao auxílio da sua companheira "Yau Mo Yan", conseguindo-se pelo meio, salvar-se os filhos de "Yang".

"O maléfico eunuco Tsao Siu Yan (Donnie Yen) rodeado do seu séquito"

"Chow" e "Mo Yan" procuram refúgio no célebre "Dragon Inn", uma taberna situada a meio do deserto, cuja proprietária é "Rainha de Jade", uma pelintra da pior espécie, que engana os clientes, servindo-lhes refeições à base de carne humana, sem que aqueles desconfiem.

"Tsao" descobre o paradeiro dos seus inimigos e acompanhado do seu exército pessoal dirige-se para o "Dragon Inn"!

"A Rainha de Jade (Maggie Cheung) tenta acalmar os ânimos de um seguidor do eunuco Tsao e do general Chow"

"Review"

Constituindo um "remake" do filme com um nome semelhante realizado nos anos 60, da autoria de King Hu, "New Dragon Gate Inn" ou simplesmente "Dragon Inn" é um ícone do género "Wuxia" que teve uma grande popularidade na primeira metade dos anos 90, ressurgindo actualmente em força e com contornos já mais internacionais.

Com um elenco de "sonho", "Dragon Inn" tem todos os elementos característicos e distintivos que conformam os tradicionais "swordplays" de Hong Kong.

Os "bons" do filme apresentam um pendor e faceita verdadeiramente heróica, destacando-se neste particular as personagens interpretadas por Tony Leung Ka Fai e Brigitte Lin, verdadeiros opositores de um regime tirano e malévolo, que oprime recorrendo ao terror e à matança injustificada, liderado pelo eunuco representado por Donnie Yen.

Igualmente apresenta uma estória de amor platónico cujos intervenientes são Leung e Lin, com uma tentativa de imiscuição por parte da "Rainha de Jade", interpretada por Maggie Cheung.

Os costumeiros vilões dos risos maníacos estão todos lá, embora a personagem de Donnie Yen se diferencie pelo seu ar circunspecto e frio, não detendo uma participação muito grande a nível de minutos, aparecendo com uma certa continuidade no início do filme e na luta final.

"O eunuco Tsao em dificuldades"

As cenas de luta estão muito bem feitas e emocionantes atendendo à época, usando-se abusando-se dos guindastes, tendo sido conseguido por vezes efeitos verdadeiramente espectaculares. Reporto-me especialmente a uma cena em que Brigitte Lin atira-se de um planalto e derruba cinco ou seis cavaleiros que tentavam capturar os filhos de "Yang". O confronto final apresenta-se bastante aceitável, no entanto absolutamente dispensava-se a cena em que Donnie Yen fica sem carne absolutamente nenhuma numa das pernas e num dos braços, vislumbrando-se apenas os ossos. É um pouco ridículo e até cómico!!!

E por falar em comicidade, a existente em "Dragon Inn" constitui sem duvida um dos pontos fortes do filme. As honras neste particular vão quase todas para a personagem da "Rainha de Jade", interpretada pela diva Maggie Cheung. A comédia é inocente e muito engraçada, conseguindo arrancar alguns risos e sorrisos ao espectador.

"Dragon Inn" é uma obra obrigatória para todos os apreciadores de "Wuxia". Não atinge no entanto o nível evidenciado em "The Bride With White Hair" e "Era Uma Vez na China, partes I e II". Situar-se-à mais ou menos no mesmo patamar que "Swordsman II".

"O exército de Tsao dirige-se com más intenções para o Dragon Inn"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38