"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

terça-feira, outubro 30, 2007

FICF - Festival Internacional de Cinema do Funchal

Entre os dias 2 e 10 de Novembro irá decorrer na capital madeirense, o "Festival Internacional de Cinema do Funchal", um evento que conta com o apoio de diversas entidades privadas e públicas, entre as quais a Câmara Municipal do Funchal, a Empresa Municipal "Funchal 500 anos" e a Direcção Regional dos Assuntos Culturais (D.R.A.C.). Trata-se de uma raríssima oportunidade para o público residente na Madeira, ou que se encontra aqui de passagem, visionar películas que normalmente não se encontram no circuito mais comercial da sétima arte. Quanto ao cinema asiático, as opções não são profícuas resumindo-se ao filme iraniano "A Few Kilos of Dates For a Funeral", do realizador Saman Salur. De qualquer forma, a selecção no seu global parece ser interessante, e quanto a mim tudo farei para lá dar um salto, conforme o trabalho e a disponibilidade em geral o permitirem.
Os ingressos para assistir às sessões custam 3 euros para o público em geral e 1,5 para os estudantes. A gala de encerramento ficará pelos 10 euros.
Para acederem ao programa do festival, basta clicar na imagem. Quanto ao site oficial do festival, façam o favor de ir AQUI.

domingo, outubro 28, 2007

A Maldição da Flor Dourada/Curse of the Golden Flower/Man Cheng jin dai huang jin jia - 满城尽带黄金甲 (2006)

Origem: China

Duração: 109 minutos

Realizador: Zhang Yimou

Com: Gong Li, Chow Yun Fat, Jay Chou, Liu Ye, Ni Dahong, Chen Jin, Li Man, Qin Junjie

"A imperatriz Fénix"

Estória

O imperador “Ping” (Chow Yun Fat) é um homem poderoso que construiu um império vasto, dominado pela grandiosidade e pela opulência. “Ping” descobre que a sua esposa, a imperatriz “Fénix” mantém um “affair” com o príncipe “Wan” (Liu Ye), o herdeiro do trono (Nota: o príncipe “Wan” é fruto do primeiro casamento do imperador, logo não estamos a falar de incesto, pois a imperatriz é a sua madrasta), e instrui o médico da corte (Ni Dahong) para juntar um veneno de origem persa ao remédio que é ministrado a “Fénix”, tendo em vista a cura da sua anemia. O veneno é servido em poucas doses, tendo em vista provocar uma loucura crescente na imperatriz, que a levará inevitavelmente à morte. Por outra via, o príncipe “Wan” envereda por um relacionamento proibido com “Chen” (Li Man), a filha do médico da corte e a responsável por servir o “presente envenenado” à imperatriz.

"O imperador Ping"

O imperador mantém em secretismo a relação que manteve com a sua primeira esposa e mãe do príncipe “Wan”, dando a entender que a mesma faleceu e prestando-lhe homenagem todos os anos na cerimónia mais importante do reino e denominada “Festa dos Crisântemos”. No meio de toda esta turbulência familiar, encontra-se o príncipe “Jie” (Jay Chou) que tenta de alguma forma manter a harmonia. No entanto, quando descobre os planos de assassínio da sua mãe, e que estão a ser levados a cabo pelo seu pai, associa-se à conspiração da imperatriz “Fénix” que passa por uma tomada de poder a ser efectuada na noite da “Festa dos Crisântemos”.

Acontece que o imperador não está tão desprevenido quanto isso…

"O principe Jie, 2º na linha do trono, em apuros"

"Review"

Baseado na peça intitulada “Thunderstorm”, do dramaturgo Cao Yu, chega-nos o terceiro “Wuxia” de Zhang Yimou, para o qual o realizador dispôs de um orçamento na ordem dos 45 milhões de dólares, tornando-se à altura a mais cara produção asiática de sempre, superando “The Promise” de Kaige Chen. Desde já se afirma que mantém muitos dos aspectos já anteriormente evidenciados em “Herói” e “O Segredo dos Punhais Voadores”, mas que a nível de argumento denota um certo parentesco com “The Banquet – Inimigos do Império”, de Feng Xiaogang.

“A Maldição da Flor Dourada” é uma película sustentada a nível da trama, essencialmente em intrigas palacianas, tão do agrado das obras de William Shakespeare, e por aqui fica explicada a analogia que fizemos acima com “The Banquet”, filme que tinha por mote principal uma adaptação oriental da tragédia “Hamlet” do conhecido dramaturgo inglês. Existem as costumeiras traições, os escândalos, e inclusive até o choque provocado pelos incestos (não estou a referir-me à relação entre a imperatriz e o príncipe “Wan”, pelos motivos já explicados na sinopse). Tudo gira essencialmente em torno de um drama familiar que ocorre no seio de uma família poderosa, ou seja, a do próprio imperador. E nem os mimos próprios da corte, as facilidades inerentes ao estatuto da nobreza e a faustosidade do modo de vida dos intervenientes conseguem por cobro a estas situações. Zhang Yimou quando se referiu a esta obra, resumiu a mensagem que tentava passar com a frase: “Gold and Jade on the outside, rot and decay on the inside”. Julgo que sintetizou extremamente bem as incidências familiares que constituem o cerne da longa-metragem. Outra declaração emblemática que fará jus ao drama familiar que se avizinha, será a proferida pelo imperador “Ping” ao seu filho o príncipe “Jie”: “Nunca adquiras pela força aquilo que eu não te der”.

Quando nos deparámos com os cenários e o guarda-roupa de “A Maldição da Flor Dourada”, percebemos de imediato onde foi investida grande parte dos tais 45 milhões de dólares que constituíram o orçamento do filme. O palácio é de uma sumptuosidade a toda a prova, sendo considerado um dos maiores cenários jamais construídos. Na verdade, é o mesmo palácio que foi usado nas filmagens de “Herói”, e onde residia o imperador “Qin”, o tal que “queria unir tudo debaixo dos céus”. Simplesmente na aludida estrutura, foram acrescentados muitos mais ornamentos e cor, sendo o resultado final fantástico. Mais impressionante ainda, se tal é possível, é o guarda-roupa envergado pelas personagens. Não existem absolutamente palavras para o descrever, sendo melhor deixar as imagens falarem por si. Apesar de por vezes roçar o signo da extravagância, o detalhe e as cores usadas nos trajes usados tanto pela família real, como pelos restantes intervenientes, dos quais se destacam os soldados, é de “saltar os olhos da cara”! Só a título de curiosidade, os robes que são usados pelo casal imperial nos momentos finais do filme, são completamente bordados à mão, tendo demorado dois meses a concluir e exigido o trabalho de 40 pessoas!!!


"O ataque dos misteriosos assasinos"

As cenas de combate acompanham fielmente toda a aura do filme, enveredando pela espectacularidade, não tendo pejo em fazer uso do “CGI” e dos guindastes. Refira-se apenas que ao contrário do que aconteceu nos dois anteriores “Wuxia” de Zhang Yimou, aqui temos a oportunidade de ver uma batalha monumental entre dois exércitos. Digamos que o mais exuberante foi guardado para o fim, embora tenha colhido a minha preferência pessoal o assalto à residência do médico imperial, efectuada por uns assassinos muito “sui generis”, que através de cordas, deslizavam pelas montanhas até ao seu alvo principal.

Outro motivo de interesse no filme é a possibilidade de vermos actuar em conjunto dois dos maiores nomes de sempre do cinema asiático, ou seja, Gong Li e Chow Yun Fat, que representam o desavindo casal imperial. Gong Li que durante largos anos foi a musa de Yimou, tendo mesmo mantido um relacionamento amoroso longo com o realizador, já não trabalhava com aquele há 11 anos. Por sua vez, Chow Yun Fat volta à representação no cinema asiático, de onde nunca deveria ter saído, após um interlúdio de 5 anos. Como grandes actores que são, é óbvio que destacam-se dos demais. Mesmo assim, confesso que já os vi fazer melhor. É o problema das películas que apostam em excesso na espectacularidade do visual. Muitas vezes, a representação não chama tanto à atenção, e espera-se “que o resto faça o resto”. De qualquer forma, fiquei bem impressionado com o actor Liu Ye, no papel do príncipe “Wan”, o herdeiro do trono.

“A Maldição da Flor Dourada” constitui uma boa proposta, que se revela essencial para os apreciadores da cinematografia do consagrado Zhang Yimou. No entanto, será o elo mais fraco da brilhante trilogia de “Wuxia” do realizador, pelo facto de não possuir a profundidade e a genialidade de “Herói”, nem tão pouco a paixão de “O Segredo dos Punhais Voadores”. Admita-se que o facto de não inovar grande coisa, mas sim acrescentar algo ao que de bom anteriormente tinha sido feito, retirou impacto ao filme. Poderá isto ser uma evidência do cansaço de uma fórmula de sucesso? O futuro o dirá.

"A batalha final"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 10

Emotividade - 8

Mérito artísitco - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,13





Votações do "My Asian Movies"

Como já é habitual semanalmente, seguem mais 4 insignes contendores nas votações que estão a decorrer neste espaço:
Lucy Liu

Informação

Não existem filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies"

Kwon Sang-woo

Informação

Não existem filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies"

Maggie Q

Informação

Não existem filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies"

Tak Sakaguchi

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Shinobi: Heart Under Blade, Azumi, a Assassina, Azumi 2: Amor ou Morte, Versus - A Ressurreição



quarta-feira, outubro 24, 2007

Shinobi: Heart Under Blade - Aquela música...


Nos momentos mais dramáticos de "Shinobi: Heart Under Blade", tais como o confronto dos apaixonados "Kouga Gennosuke" e "Iga Oboro", ou a deslumbrante cena do sacrifício de "Oboro", ouve-se uma melodia que em conjugação com o visual, tornam-se em episódios memoráveis e que quanto a mim são inesquecíveis. Quer se goste do filme ou não. Da autoria do compositor japonês Taro Iwashiro, deixo-vos com um instrumental que vale a pena ouvir até ao fim. Apreciem AQUI.
Simplesmente lindo, embora bastante trágico admita-se...

terça-feira, outubro 23, 2007

O Caminho Para Casa/The Road Home/Wo de fu qin mu qin - 我的父亲母亲 (1999)
Origem: China
Duração: 86 minutos
Realizador: Zhang Yimou
Com: Zhang Ziyi, Sun Honglei, Zheng Hao, Zhao Yulian, Li Bin, Chang Guifa, Sing Wencheng, Liu Qi, Ji Bo, Zhang Zhongxi
"A jovem Zhao Di"

Estória

Um jovem empresário chamado “Luo Yusheng” (Sun Honglei), retorna à sua aldeia Sanhetun, pela pior das razões. O seu pai “Luo Changyu”, um professor primário amado por todos, faleceu durante uma tempestade de neve, quando viajava tendo em vista a angariação de fundos para a construção de uma nova escola. É necessário tratar do funeral, e cabe a “Yusheng”, o único filho, tratar da penosa tarefa.

“Zhao Di” (Zhao Yulian), a mãe de “Yusheng”, encontra-se devastada devido à morte do seu marido e único amor da sua vida. Em respeito por uma antiga tradição, “Di” insiste que o corpo do marido seja trazido a pé desde a morgue situada numa cidade vizinha, até à aldeia. A pedido dos habitantes da povoação, “Yusheng” tenta dissuadir a mãe dos seus propósitos, pois não existem homens suficientes para o pretendido, além dos existentes serem todos idosos.

"O professor Luo Changyu"

Antes de tomar a sua decisão final, “Yusheng” reflecte sobre a história de amor dos pais, que é bem conhecida por todos os que vivem em Sanhetun, e nesta parte somos levados até ao longínquo ano de 1958. A então jovem de 18 anos “Zhao Di” (Zhang Ziyi) assiste à chegada à aldeia do novo professor primário, o citadino “Luo Changyu” (Zheng Hao). A rapariga enamora-se de imediato, e é correspondida. Acontece que “Changyu” tem problemas com o regime comunista, e é levado de volta à cidade para prestar esclarecimentos acerca dos seus ideais políticos. “Di” fica todos os dias a mirar a estrada de acesso à aldeia, enfrentando condições meteorológicas adversas, esperando que o seu amor retorne. Até que um dia o professor retorna, e finalmente sucede-se o feliz enlace.

De volta ao presente, “Yusheng” percebe a importância da estrada ou do “caminho para casa”, e opera-se um volte face nas suas ideias para as exéquias pai falecido. Igualmente questiona-se acerca do sentido da sua vida.

"O início de uma bela estória de amor"

"Review"

Baseado no romance “Remembrance”, de Shi Bao, autor que igualmente foi o responsável pelo argumento do filme que ora se analisa, “O Caminho Para Casa” constituiu a estreia na sétima arte de Zhang Ziyi. No mundo do trabalho, como em tudo na vida, é preciso ter sempre alguma dose de fortuna, e a aclamada actriz chinesa foi favorecida neste aspecto em grandes dosagens! Teve a oportunidade como debutante de ser dirigida pelo mais emblemático realizador da denominada “5ª geração”, Zhang Yimou, e de participar num filme que tem tanto de belo, que até dói! Mas lá chegaremos.

A película foi alvo de inúmeros e merecidos prémios em vários certames internacionais de cinema, destacando-se o “Urso de Prata” – prémio do grande júri, no Festival Internacional de Cinema de Berlim (foi igualmente nomeado para o “Urso de Ouro”, o galardão máximo do festival, mas não venceu), e o “Audience Award”, na categoria de “Cinema do Mundo”, distinção obtida no conhecido “Festival de Cinema de Sundance”. Foi igualmente o responsável por uma “birra” de Yimou, relacionada com o conhecidíssimo Festival de Cannes, e que passou pelo facto de na edição de 1999 do certame, ter sido decidido exibir o filme do realizador chinês “Nenhum a Menos”, sendo recusada a mostragem de “O Caminho Para Casa”. Yimou respondeu retirando ambos os filmes da competição!

“O Caminho Para Casa” é um hino ao bom cinema! Esta é a primeira ideia a reter. Ao mesmo tempo possui uma estória simples, mas extremamente bem contada e significativa, que nos atinge em cheio no coração, enternece-nos e transporta o nosso ser para uma dimensão superior a nível de sensibilidade. Durante hora e meia abstraímo-nos de tudo e de todos, e a mais leve distracção que perturbe o embevecimento perante esta obra magnífica, parece uma heresia cósmica, merecedora de um apedrejamento na praça pública. Além do mais, “O Caminho Para Casa” possui outro factor inolvidável que é fazer com que mesmo aqueles que possuem um coração empedernido, possam acreditar no amor. Foi assim que me senti quando visualizei pela primeira vez “O Caminho Para Casa”, e esta sensação repete-se sempre que revejo esta longa-metragem. Poucos filmes têm o condão de provocar um efeito semelhante na minha pessoa, e este é sem dúvida um deles.

"O professor acompanha os alunos a casa"

Yimou prova, antes da trilogia de “wuxias” que o consagrou definitivamente a nível internacional, que é um realizador de uma divisão superior e de elite na constelação dos grandes nomes da sétima arte. A maneira como gere docemente factos que implicam uma grande tensão sentimental, é de arrepiar. Aqui não existem dramatismos forçados na exposição da estória, fluindo tudo natural e suavemente. O cenário é de sonho, a fotografia é soberba, a banda-sonora de extrema qualidade e fiel aos desígnios do filme. Que poderemos ansiar mais?

Como já cima foi referido, “O Caminho Para Casa” constituiu a película que deu a conhecer essa jovem, embora já flamejante estrela do cinema asiático, Zhang Ziyi. E à altura, não seria muito difícil de perceber que estaríamos perante um caso bastante sério no panorama cinematográfico oriental, como cerca de dois anos depois se viria a confirmar com a participação da actriz em “O Tigre e o Dragão”. Zhang Ziyi é fenomenal no papel de “Zhao Di”, ao ponto de fazer com que eu desejasse ser um professor na China rural do fim dos anos 50, e deixar a “treta” da papelada que costumo estar envolvido no meu emprego, e me "azucrina" o juízo! A força da sua interpretação e a pureza com que transmite os seus sentimentos, atropela-nos de sobremaneira, enternecendo-nos ao ponto máximo. Foram bastante raras as estreias de actores que denotassem esta qualidade, asseguro-vos.

Muitas vezes se afirma que as coisas simples são as mais belas da vida. “O Caminho Para Casa” é um filme simples, sem grandes pretensiosismos. Igualmente constitui uma das mais belas obras do cinema asiático que tive oportunidade (e neste caso a felicidade) de visionar. Se algum defeito de maior lhe pode ser assacado, é a sua curta duração (menos de hora e meia) e que assume maior relevância quando estamos deslumbrados com tamanha magnificência. No entanto, sempre se poderá dizer em abono da verdade, que nada fica por contar e que porventura o mérito da película será ainda maior por conseguir atingir o seu objectivo, quando outros filmes com o dobro do tempo falham redondamente as suas premissas. Muitas vezes navegando nas mesmas águas de “O Caminho Para Casa”. Isto faz lembrar quase aquela estória do "falam, falam e não dizem nada", ao invés daqueles que com poucas palavras transmitem de uma forma concisa e deveras explicativa a sua mensagem.

Um triunfo “simplesmente” imperdível!

"A última morada de um homem amado por todos"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Marcelo Ikeda, Cinedie Asia, Veja On Line, Terra Cinema, Contracampo, Cine-Ásia

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 9

Argumento - 9

Banda-sonora - 10

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 10

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 9

Classificação final: 8,88





domingo, outubro 21, 2007

Votações do "My Asian Movies"

Outros quatro nomes emblemáticos do cinema asiático que se encontram a votação no "My Asian Movies":
Charlie Yeung

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Sete Espadas, Ashes of Time

Anthony Wong

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": A Man Called Hero, Infiltrados, Isabella, The Storm Riders

Bai Ling

Informação

Não existem filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies"

Ahn Sung-kee (Ahn Sung-gi)

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": The Duelist, Arahan, Battle of Wits, Silmido




sexta-feira, outubro 19, 2007

Socorro...sou um trintão!!!

Um fim de uma década...o início de outra!

quinta-feira, outubro 18, 2007

Opinião - A sobrevalorização dos Wuxias de Zhang Yimou


Ao folhear hoje o Diário de Notícias da Madeira, deparei-me com um interessante artigo do caríssimo João Filipe Pestana, pessoa que conheço há muitos anos e por quem nutro consideração. O referido escrito versa sobre a edição nacional de Dvd, do último filme de Zhang Yimou, denominado “A Maldição da Flor Dourada”. A certa altura, podemos ler, e passo a citar:
“O épico asiático 'Ran - Os Senhores da Guerra', da autoria do génio de Akira Kurosawa, marcou a Sétima Arte com as colossais e sangrentas batalhas, aliadas a uma estética visual e a uma espessa narrativa.Procurando seguir uma mesma linha, o cineasta Zhang Yimou apresentou, em 2002 e 2004, os filmes 'Herói' e 'A Casa dos Punhais Voadores', dois dos filmes asiáticos mais sobrevalorizados dos últimos anos mas que, ainda assim, funcionaram bem junto do grande público e na bilheteira.”
Apesar de respeitar a opinião de uma pessoa a quem reconheço conhecimentos a nível da sétima arte, não poderia deixar de expressar a minha discordância quanto à expressão “dois dos filmes asiáticos mais sobrevalorizados dos últimos anos”, pois na minha humilde opinião tratam-se de películas de enorme mérito e que revitalizaram em muito um género que começava a ser esquecido. Para esclarecimentos adicionais, basta ir AQUI e AQUI. Quanto ao género, falo obviamente do “Wuxia Pien".
E quanto a mim, o principal erro em que o subscritor da notícia em referência cai, passa desde logo pela comparação com outro grande épico do cinema asiático, e pessoalmente o meu filme favorito do “mestre” Akira Kurosawa, “Ran – Os Senhores da Guerra”. Desde logo estamos a falar de longas-metragens que pertencem a sub – géneros distintos. Os do realizador Zhang Yimou ao já cima aludido, o do realizador japonês ao “Chambara”. Explicar as diferenças seria exaustivo e estar a "bater na tecla", que outros já deram a música centenas de vezes (não em Portugal, infelizmente). Deixo o exaustivo trabalho, por manifesta economia de esforço, para as hiperligações presentes neste texto.
É certo que os três filmes em discussão apostam muito na “estética visual e a uma espessa narrativa”. Mas hoje em dia é verdade que a maior parte das grandes obras do cinema asiático enveredam pelo mesmo diapasão (e ainda bem, pois tais aspectos constituem coeficientes de valorização). E não têm necessariamente que versar sobre um género mais abrangente e reconduzido aos épicos de artes marciais. Um quase sem número de exemplos poderiam ser contabilizados. Pense-se por exemplo nos elucidativos dramas existenciais do aclamado realizador sul-coreano Kim Ki-Duk.
Também gostaria de fazer outra pequena chamada de atenção. Ninguém com um mínimo de bom senso duvida que “Ran” marcou a sétima arte, do modo que João Filipe Pestana expressa, e muito bem. No entanto, Kurosawa já muitos anos antes de “Ran” tinha marcado a sétima arte da mesma forma, com películas como “Os Sete Samurais” ou “O Trono de Sangue”, entre outras. E se o problema é o preto e branco, nunca podemos esquecer que Kurosawa 5 anos antes de “Ran”, realizou “Kagemusha”, onde temos a felicidade de assistir a um verdadeiro festim de batalhas, fotografia, guarda-roupa, argumento, e tudo o mais que distingue o mestre japonês da maior parte dos realizadores por esse mundo fora.
De qualquer forma é de elogiar os novos passos que o Diário de Notícias da Madeira trilha a nível da difusão do cinema (a que com certeza não será alheio o "dedo" de João Filipe Pestana), lutando, à sua maneira e tendo em conta os inevitáveis condicionalismos e imperativos comerciais, por não focalizar única e exclusivamente a sua atenção no cinema “Hollywoodesco”.
Já agora, os meus parabéns pela mini-biografia exposta acerca de Zhang Yimou. Claro que “Herói” e “O Segredo dos Punhais Voadores” foram deixados de fora. Propositadamente ou não, isso já não sei.

Swordsman/Xiao ao jiang hu - 笑傲江湖 (1990)

Origem: Hong Kong

Duração: 115 minutos

Realizadores: King Hu, Ching Siu Tung, Ann Hui, Andrew Kam, Tsui Hark, Raymond Lee

Com: Sam Hui, Cecilia Yip, Jacky Cheung, Fennie Yuen, Sharla Cheung, Yuen Wah, Lam Ching Ying, Lau Siu Ming, Lau Shun, Wu Ma

"Ling Wu Chung"

Estória

No tempo da dinastia Ming, vive o espadachim “Ling Wu Chung” (Sam Hui), um homem um tanto ou quanto irresponsável, que só pensa em mulheres, diversão e música. “Ling “ é encarregue pelo seu mestre “Ngok” (Lau Siu Ming), numa missão que consiste em entregar uma mensagem a outro mestre de artes marciais aliado. Na demanda é acompanhado por “Kiddo” (Cecília Yip), uma rapariga que se veste como um homem e que tem fantasias com “Ling”.

Uma missão que tinha tudo para ser fácil, transforma-se numa verdadeira aventura, quando o duo se vê envolvido num fogo cruzado pela posse de um pergaminho, que quando apreendido o seu conteúdo, dará ao seu detentor poderes sobrenaturais, que o permitirão dominar o mundo das artes marciais.

"Kiddo e Ling, o duo inseparável"

No entanto, “Ling” e “Kiddo” não estão sozinhos face às adversidades encontradas, porquanto são ajudados pela organização “Sun Moon Sector”, chefiada por “Ying” (Sharla Cheung) e que tem em “Blue Phoenix” (Fennie Yuen) um dos seus melhores combatentes.

Numa série de volte faces, “Ling” aprende uma nova técnica do manejo da espada, e prepara-se para o confronto final com uma pessoa que ele pensava poder confiar, o seu próprio mestre!

"Ying e Blue Phoenix, as principais figuras do Sun Moon Sector"

"Review"

Quem escolhe o “wuxia” como um dos seus géneros de eleição, sabe perfeitamente que “Swordsman” é um filme muito importante para o segmento, nem que seja pelo facto de servir de prequela para “Swordsman II”, e integrar a famosa trilogia que definitivamente havia de marcar, quer se goste quer não, uma época. O epílogo haveria de ser com “The East Is Red”, uma película que nasceu essencialmente devido à grande popularidade que a personagem “Asia, the Invincible”, interpretada por Brigitte Lin, granjeou. Tanto “Swordsman II”, como “The East Is Red” já foram aqui abordados, pelos que escuso-me a tecer mais considerações. A opinião já foi dada, e até hoje mantém-se. Sendo assim, adiante que o caminho é para a frente, embora estando a falar de um “wuxia”, será inevitavelmente para todos os lados e mais alguns, com o auxílio de guindastes e trampolins!

Um dos aspectos que chamará desde logo ao leitor mais atento é o número de realizadores que consta na ficha do filme acima descrita. Nada menos do que seis! Outras opiniões são divergentes quanto ao número de realizadores. Contudo, é praticamente unânime que pelo menos quatro tiveram intervenção directa no filme. A celeuma essencialmente gira à volta da relevância do trabalho de Ann Hui e Andrew Kam. A razão para a prolífica quantidade de intervenientes na realização da película que ora se analisa deu azo a algumas especulações que se centraram essencialmente no tema tão querido dos críticos em geral e que se chama “divergências artísticas”. A explicação oficial traduziu-se no facto do lendário realizador da Shaw Brothers, King Hu, ter adoecido, e por essa mesma razão, ter sido necessário proceder à sua substituição. O certo é que o produtor Tsui Hark, o verdadeiro timoneiro do filme, “dividiu o mal pelas aldeias”, e para além da sua própria pessoa, ter chamado à batalha outros realizadores emblemáticos do género.

O mérito principal de “Swordsman” passará sobretudo por nos elucidar acerca de certos aspectos presentes em “Swordsman II” e que passam essencialmente pelo seguinte: i) o estilo peculiar e eficiente do manejo da espada praticado por “Ling”; ii) como este se tornou aliado do “Sun Moon Sector”; iii) a razão pela qual “Ling” e os seus companheiros decidem retirar-se do mundo das artes marciais; iv) as incidências relacionadas com o pergaminho sagrado, que mais tarde viria a ser a fonte de poder de “Ásia, the Invincible”.
E por último, e quanto a mim o mais importante, a origem do inesquecível hino da saga “Swordsman”, a melodia intitulada “Hero of the Heroes”.
O que no fundo quero dizer é que “Swordsman” constitui uma película que merecerá o visionamento pelos seus aspectos informativos e explicativos. Claro que é essencial ver os outros dois episódios da saga, em especial o segundo.

"Ling em sarilhos com saias"

Comparando o elenco deste filme, com o seu sucessor, a primeira ideia a reter é que apenas Fennie Yuen e Lau Shun transitaram para “Swordsman II”. O “cast” do segundo filme é, do meu singelo ponto de vista, incomparavelmente mais forte, ou não estivéssemos a falar da introdução das verdadeiras lendas Brigitte Lin e Jet Li. Esta diferença de executantes reflecte-se visivelmente na interpretação e na aura que rodeia ambos os filmes, ou seja, “Swordsman II” é uma película superior.
Em “Swordsman”, o protagonista é Sam Hui, uma estrela do “Cantopop”, cujos únicos aspectos verdadeiramente positivos que traz ao filme é uma exemplar interpretação da música “Hero of Heroes” e a simpatia inegável que consegue transmitir ao espectador. O resto, com todo o respeito, fica algo a desejar. Aliás, a escolha de Sam Hui para o papel de um herói num filme de “Wuxia”, foi bastante criticada à altura, porquanto o actor-cantor não possui conhecimentos no domínio das artes marciais. Embora até concorde com a crítica, será também justo dizer o seguinte: até parece que hoje em dia isso ainda não acontece ?

No resto, é o habitual. Muitos voos, a rapariga vestida de rapaz, os romances encapotados, o objecto que supostamente fará com que alguém se torne invencível, a comédia muitas vezes dispicienda e descartável, o costumeiro vilão que por acaso é um eunuco para não variar, blá, blá,blá, etc, etc, etc…

“Swordsman” é um filme com uma relevante importância histórica e alguns momentos bem conseguidos, constituindo um exemplo o hábil manejo de répteis venenosos em situações de luta. O resto é trivial, já foi visto bastantes vezes e muito mais não há a acrescentar.

"O combate final"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 6

Argumento - 7

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 6

Classificação final: 7







domingo, outubro 14, 2007

Votações do "My Asian Movies"

Continua a apresentação dos candidatos a actor e actriz asiáticos preferidos dos leitores deste blogue. Aqui vão mais quatro que estão a votação:
Sammi Cheng

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Infiltrados

Stephen Chow

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": A Chinese Odyssey Part One: Pandora's Box, A Chinese Odyssey Part Two: Cinderella, Kung-Fu-Zão

Vicki Zhao

Informação

Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Guerreiros do Céu e da Terra, The Duel, Chinese Odyssey 2002

Chisu Ryu

Informação

Não existem filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies"



sábado, outubro 13, 2007

Ichi, o Assassino/Ichi, the Killer/Koroshiya Ichi - 殺し屋 1 (2001)

Origem: Japão

Duração: 123 minutos

Realizador: Takashi Miike

Com: Tadanobu Asano, Nao Omori, Shinya Tsukamoto, Pauline Suen, Sabu, Susumu Terajima, Shun Sugata, Toru Tezuka, Mai Goto, Yoshiki Arizono, Kiyohiko Shibukawa, Satoshi Niizuma, Suzuki Matsuo, Jun Kunimura, Hiroyuki Tanaka

"O yakuza Kakihara"

Estória

Quando “Anjo”, um chefe yakuza, desaparece, e roubados 300 milhões de ienes, “Kakihara” (Tadanobu Asano), um delinquente desfigurado, passa a chefiar o clã de criminosos e desta forma dá largas ao seu espírito verdadeiramente sado-masoquista. “Kakihara” pretende encontrar o seu líder, não apenas pela importância que este detém para com a organização, mas igualmente por sentir a falta das torturas físicas infligidas por aquele.

"Ichi e Kakihara"

“Kakihara” inicia uma busca sangrenta por Shinjuku, que o leva a guerrear outros clãs yakuzas, até que descobre que o responsável pelo desaparecimento de “Anjo” é um jovem rapaz chamado “Ichi” (Nao Omori). Uma infância e adolescência infeliz e de certa forma misteriosa, fazem com que “Ichi” seja uma pessoa com perturbações mentais, mas ao mesmo tempo um formidável e sangrento assassino.

“Kakihara” reconhece em “Ichi” um oponente à altura, e inicia uma caça ao homem, que desemboca numa orgia de violência e atrocidades sem limites.

"Kakihara é um cultor da tortura"

"Review"

“Ichi, o Assassino” constitui um verdadeiro produto de culto, oriundo do país do sol nascente, e realizado por um dos seus mais famosos, mas ao mesmo tempo polémicos realizadores, Takashi Miike. Para muitos o melhor filme do realizador, não revela ser de fácil visionamento, pelo que aqueles mais sensíveis, não deverão, em caso algum, aventurar-se por esta longa-metragem. O aviso está feito, e devidamente ilustrado por algumas das fotos que acompanham este texto.

Na senda do anteriormente afirmado, tenho a dizer que “Ichi…” é brutal e chocante em todos os sentidos possíveis e imaginários. A violência é extrema e parece não conhecer limites. Aqui tenta-se explorar todas as formas e mais algumas de tortura humana, com uma pujança desmesurada. Violência gratuita? Sim, julgo que por vezes esta película poderá ser acusada deste factor. No entanto, a imaginação sórdida de Miike faz com que mesmo no meio de tanto sangue e exposição demasiado realista dos sofrimentos infligidos às personagens do filme, exista um certo refinamento. A propalada violência física é bem secundada e acompanhada pelos aspectos psicológicos aterradores e relacionados com o passado de “Ichi”, que em muito explicam que a violência exerça igualmente um certo fascínio por esta personagem, chegando a ir ao ponto da excitação sexual. O rapaz é um sádico, ponto final!

Continuando na análise dos aspectos mais polémicos, incontornável quando está em causa Takashi Miike, cumpre expor uma estória que supostamente sucedeu durante as filmagens de “Ichi, o Assassino”, e que não ponho as “mãos no fogo”, pois a fonte costuma ter as suas falhas, algumas bem gritantes. Pelos vistos, o esperma usado na sequência inicial do filme é real e foi fornecido pelo realizador e actor japonês Shinya Tsukamoto, que interpreta a personagem de “Jijii”, o polícia reformado que controla “Ichi”. Miike, no entanto achou que o esperma fornecido por Tsukamoto era em quantidade insuficiente, e ordenou a outros três membros da equipa de filmagens que fizessem o que pudessem para encher o recipiente com mais esperma. Sem comentários…Outra estória que se conta acerca das filmagens de “Ichi”, passa pelo facto de a cena em que a personagem “Sailor”, interpretada pela actriz Mai Goto, é espancada, supostamente só deveriam de existir três socos desferidos. Como pelos vistos, Miike detestava Mai Goto, alterou a cena e elevou o número de socos para quinze! Qual a fronteira entre o que é mito e realidade? Vá-se lá saber!

"Um banho de terror e sangue"

O estilo de realização de Miike, com os costumeiros truques de câmara, faz com que “Ichi, o Assassino” transpire energia, mesmo nos momentos mais contemplativos, que não são muitos e apenas preparam mais uma matança sem regras ou puridos. Os actores oferecem-nos boas interpretações, destacando-se aqui o excelente actor japonês Tadanobu Asano, no papel do infame “Kakihara”.

“Ichi, o Assassino” é um filme obrigatório para qualquer fã de cinema asiático, embora nunca seja mais de alertar, como já foi acima efectuado, que os mais impressionáveis deverão “fugir a sete pés”. Será sem dúvida um “violence exploitation”, mas muito haverá com certeza mais alguma coisa para lá deste aspecto.


Sendo uma película dotada de um mérito inquestionável, no entanto só leva um 7 no item classificativo “Gosto pessoal do M.A.M.”, porque sinceramente não é muito do meu agrado filmes que expressem uma violência exagerada, e nadem em mares de sangue. Salvo uma ou outra excepção, da qual “Ichi…” não faz parte, para minha vergonha pessoal. Isto faz-me lembrar uma conversa que mantive com um amigo meu há dias num café, acerca de uma rapariga muito bonita que estava numa mesa perto de nós. Depois de elogiar bastante os atributos da moça, conclui que ela tinha qualquer coisa que não me agradava, mas eu não sabia explicar bem o quê…

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

A presente crítica encontra-se igualmente publicada "on line" em ClubOtaku.

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 8

"Ichi faz mais uma vítima"

Nota: Quando revi este filme, em ordem a escrever o presente texto, senti nauseas. Depois apercebi-me que estávamos no fim da manhã, eu praticamente não tinha comido nada de jeito, e a noite anterior tinha sido alcoolicamente movimentada. Pelo exposto, nenhumas culpas podem ser assacadas a "Ichi, o Assassino"...





terça-feira, outubro 09, 2007

O Rei dos Jogadores - O Regresso/God of Gamblers Returns/Du shen xu ji (1994)

Origem: Hong Kong

Duração: 125 minutos

Realizador: Wong Jing

Com: Chow Yun Fat, Jacqueline Wu, Tony Leung Ka Fai, Chingmy Yau, Xie Miao, Wu Xing Gao, Law Kar Ying, Sharla Cheung, Tsui Kam Kong, Charles Heung, Blacky Ko, Ken Lo, Elvis Tsui, Baau Hon Lam, Law Hang Kang, Wong Kam Kong, Tse Miu, Chi Fai Chan

"Ko Chun e os seus aliados pouco ortodoxos"

Estória

Após os eventos ocorridos em “O Rei dos Jogadores”, “Ko Chun (Chow Yun Fat) estabeleceu-se em França, conjuntamente com a sua nova esposa (Sharla Cheung), que aguarda um filho de “Ko”. O cenário idílico não dura muito tempo, pois “Chao Sin Chi” (Wu Xing Gao), um renomado jogador taiwanês e líder de uma tríade daquele país, pretende desafiar “Ko” e retirar-lhe o título de melhor jogador de casino do mundo. Tendo em vista forçar “Ko” a aceitar o seu desafio, assassina a sua mulher grávida. Antes de expirar, a mulher de “Ko” obriga-o a prometer que durante um ano ele não jogará, nem tão pouco usará o título de “Rei dos Jogadores”.

Passados onze meses e qualquer coisa, “Ko” encontra-se na China e faz amizade com um líder de uma tríade de Taiwan chamado “Hoi On” (Blacky Ko). “Hoi On” é assassinado pelos capangas de “Chao”, como resultado de uma luta pelo poder, e à semelhança do que tinha acontecido com a sua falecida esposa, “Ko” é obrigado a fazer outra promessa, que neste caso consiste em levar “Hoi Siu” (Xie Miao) de volta a Taiwan, onde deverá ser entregue aos cuidados da irmã mais velha “Hoi Tong” (Chingmy Yau). Na sua fuga para a ilha, “Ko” é ajudado por “Siu Yu” (Jacqueline Wu) e “Siu Fang” (Tony Leung Ka Fai), conhecidos respectivamente por “Violinha” e “Trombetinha”, dois irmãos que se dedicam a pequenas vigarices. Pelo caminho, ainda levam amordaçado “Kok Chin Chung” (Elvis Tsui) o capitão da polícia chinesa que os persegue.

"Hoi Tong"

Chegado a Taiwan, “Ko”, conjuntamente com o seu séquito, prepara-se para a vingança sobre “Chao”, num duelo de jogadores que envolverá não apenas dinheiro, mas igualmente a vingança e a vida dos elementos das facções oponentes.

"Sing Fu"

"Review"

O primeiro episódio da saga “God of Gamblers” teve um sucesso bastante grande, fazendo com que Chow Yun Fat tivesse a possibilidade de representar um dos papéis mais emblemáticos da sua carreira, o “Rei dos Jogadores” “Ko Chun”. Como muitas vezes acontece, e quando estamos perante uma fórmula ganhadora, a tendência é tirar o partido ao máximo e toca a enveredar por intermináveis sequelas e inclusive até prequelas. Os ditames comerciais assim o ordenam e o cinema asiático é particularmente pródigo neste género de situações, admita-se.

Como prova do acima veiculado, após a película “O Rei dos Jogadores”, datada de 1989, foram realizadas outras duas longas-metragens, intituladas respectivamente de “God of Gamblers 2” e “God of Gamblers 3: Back to Shanghai”, ambas repetindo o realizador Wong Jing, sem Chow Yun Fat, mas com o rei da comédia de Hong Kong, Stephen Chow. Em 1994, Wong Jing viria a ter a oportunidade de seduzir novamente Chow Yun Fat e acompanhado de um elenco com algum respeito, no qual se destaca Tony Leung Ka Fai e Chingmy Yau, realizou este “O Rei dos Jogadores – O Regresso”. Esqueçam agora “God of Gamblers 2” e “God of Gamblers 3: Back to Shanghai”, com Stephen Chow. O filme que ora se analisa é que deverá, em potência, ser considerado a verdadeira sequela de “O Rei dos Jogadores”, película já analisada anteriormente neste espaço.

E a conclusão a que se chega rapidamente é que este filme é eivado de incongruências narrativas determinantes. A mais evidente quanto a mim, passa pelo facto de a personagem de “Ko Chun” abominar, entre outras coisas, que lhe tirem fotografias. É uma imagem de marca que já tinha transparecido e muito em “O Rei dos Jogadores”. Ora, “Ko Chun” quando chega ao casino, onde se irá disputar o duelo final com o infame Chao, é recebido em apoteose. A cena assemelha-se muito a uma cerimónia dos Óscares, com passadeira vermelha e onde dezenas de “flashes” de câmaras fotográficas são disparadas a torto e a direito. O que ainda salva a narrativa, fazendo com que a mesma ainda mereça uma nota positiva, passa pela grande imaginação que alguns filmes de acção de Hong Kong detêm e que fazem com que passemos um bom bocado. “O Rei dos Jogadores – O Regresso” é um desses filmes.

"O vilão Chao Sin Chi"

É impossível passar despercebida a tentativa de sublimação dos regimes democráticos capitalistas orientais, face ao poder político chinês. Tal é expressado essencialmente pela transformação operada na personagem interpretada por Elvis Tsui, o capitão da polícia chinesa “Kok Chin Chung”. “Kok” começa por abominar o facto de praticamente ter sido raptado e levado para Taiwan (que como se sabe não mantém uma relação muito amistosa com a China), e à certa altura começa a apreciar as virtuosidades do capitalismo. A situação evolui e “Kok” é praticamente convertido a um modo de vida antagónico àquele a que estava acostumado. Mais uma crítica à democracia dita “musculada” do potentado chinês, que eventualmente faria mais sentido na altura em que este filme foi realizado, embora se reconheça que ainda hoje ainda há muito a fazer. É apenas uma opinião. Vale o que vale.

Os actores fazem o que podem neste filme, embora sem laivos que sequer se assemelhem a qualquer brilhantismo. No entanto, sempre há a destacar o eterno Chow Yun Fat, que com enorme naturalidade se destaca de todos os restantes actores sempre que entra numa cena, sendo ocasionalmente ofuscado por outro grande vulto do cinema asiático, Tony Leung Ka Fai, nas cenas mais cómicas. Mesmo assim, e mais uma vez podem acusar-me de um certo circunspectivismo, Tony Leung Ka Fai é outro actor a quem não assenta nada bem a comicidade (excepção feita porventura à cena da imitação de um relógio, que embora degenere numa enorme “palhaçada”, sempre arranca alguns sorrisos). Ah! Já me ia esquecendo! Chow Yun Fat é verdadeiramente ofuscado por Chingmy Yau, mas por outras razões que passam sobretudo por um vestido vermelho que lhe assenta bem como tudo. Quanto à camisa da noite meia para o transparente, pode-se dizer que o administrador deste blogue e subscritor do presente texto, ficou simplesmente sem palavras…(já cá faltava a costumeira piada sexista!).

“O Rei dos Jogadores – O Regresso” vale sobretudo pelo entretenimento, as boas intenções (algumas conseguidas, outras nem por isso) e pouco mais!

"Wu, o eterno guarda-costas de Ko Chun, mostra o que vale"

Trailer (Não encontrado), The Internet Movie Database (IMDb) link

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,13







domingo, outubro 07, 2007

Votações do "My Asian Movies"

Mais quatro grandes intérpretes asiáticos, sujeitos ao crivo dos visitantes deste blogue. Toca a votar!
Michelle Yeoh

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Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": O Tigre e o Dragão, Memórias de Uma Gueixa, Butterfly & Sword, Fearless - A Coragem do Guerreiro

Yuen Biao

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Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": A Man Called Hero , Os Guerreiros da Montanha - versão 1983, Era Uma Vez na China

Kim Hee-seon (Kim Hee-sun)

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Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Bichunmoo, o Guerreiro, O Mito

Ken Watanabe

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Filmes em que participou, criticados no "My Asian Movies": Memórias de Uma Gueixa