"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

sábado, dezembro 25, 2010

Sumo Do, Sumo Don't/Shiko funjatta - シコふんじゃった。(1992)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 105 minutos

Realizador: Masayuki Suo

Com: Masahiro Motoki, Misa Shimizu, Naoto Takenaka, Akira Emoto, Kaori Mizushima, Hiromasa Taguchi, Robert Hoffman, Kentarô Sakai, Masaaki Takarai, Ritsuko Umemoto, Masaru Matsuda, Hiroshi Miyasaka, Goro Takaoka, Naomasa Musaka, Fuyuki Murakami

A equipa do liceu

“A equipa do liceu, acompanhada de Natsuko”

Sinopse

No Japão, a juventude actual está mais interessada nos desportos ocidentais tais como o basebol, o futebol ou o basquetebol. O professor Anayama (Akira Emoto), um antigo campeão universitário de Sumo chantageia o seu aluno “Shuhei” (Masahiro Motoki), fazendo depender a sua licenciatura da condição de se juntar ao clube da modalidade, existente na universidade. O rapaz não consegue ver como se irá sair bem da história, considerando que não percebe nada de Sumo, além de ser magro.

Natsuko e o Prof. Tokichi

“Natsuko e o Prof. Tokichi”

Juntamente com outras personagens pouco convencionais, entre as quais “Smiley” (Robert Hoffman), um ocidental que só aceita lutar com calças, a equipa universitária começa a ganhar forma, embora os resultados sejam desastrosos pois nenhum dos elementos percebe alguma coisa do desporto em causa. Contudo, e gradualmente, as coisas começam a mudar de figura.

Shuhei e Natsuko

“Shuhei e Natsuko”

Review”

O Sumo é o desporto tradicional do Japão, com uma comprovada existência superior a 2000 anos e cujas raízes são associadas à religião xintoísta. Trata-se de uma modalidade que representa muito da identidade nacional do país do sol nascente, e que faz parte do dia-a-dia do seu povo. Contudo, e à semelhança do que acontece por todo o mundo, as tradições por vezes são difíceis de manter. Muito disto acontece pelo facto de os jovens não serem tão atreitos a preservar o que transitou dos seus antepassados para o presente, estando os seus interesses mais orientados para a modernidade e a inovação. Parece ser um facto praticamente consumado que a juventude japonesa parece estar mais orientada para prosseguir um estilo de vida ocidental, abandonando aos pouco o que de mais tradicional tem o seu país. “Sumo Do, Sumo Don't” é uma comédia do realizador Masayuki Suo que visa satirizar precisamente este aspecto, ou seja, a relação dos jovens do Japão com um desporto que acontece ser um poderoso símbolo da nação. À altura, esta película teve uma aceitação francamente favorável, tendo sido a grande vencedora da 16ª edição do certame dos “Japan Academy Prize”, ocorrido no ano de 1993.

Com uma linha argumentativa simples, “Sumo Do, Sumo Don't” é um exercício bem sucedido, onde não se envereda pela comédia fácil, mas sim por uma reflexão bem humorada não apenas acerca da relação dos jovens com o Sumo, mas igualmente por outros dois importantes temas.

O primeiro prende-se com a mensagem de as diferenças culturais entre o Ocidente e o Oriente serem perfeitamente (re)conciliáveis. Neste particular, a personagem de “Smiley”, interpretada por Robert Hoffman, é o catalisador da acção. O “gaijin” (expressão que designa “forasteiro” para os japoneses), não tem uma atitude favorável para com o Sumo. Isto é exemplificado pelo facto de se recusar a envergar a indumentária tradicional do Sumo, querendo combater com calças. No final, e como seria de prever, “Smiley” muda a sua atitude e acaba por agradecer aos seus colegas o facto de finalmente ter entendido o espírito japonês.

A segunda premissa adicional importante, reconduz-se ao papel da mulher no Sumo. É ponto assente, que este desporto é um domínio dos homens. “Sumo Do, Sumo Don't” é considerado o primeiro filme, onde podemos ver não apenas uma mulher entrar no ringue, mas igualmente combater (disfarçada e através de um estratagema, é certo). Isto acontece quando “Masako” (personagem a cargo da actriz Masako Mamiya) combate em substituição de “Haruo” (Masaaki Takarai), um membro da equipa que se tinha lesionado.

Aoki

“Aoki”

O elenco, liderado por Masahiro Motoki que tivemos oportunidade de ver na obra-prima do cinema japonês “Okuribito – Departures”, comporta-se à altura. Não existem momentos de antologia a nível de interpretação, mas sim uma fluidez saudável que se aplaude. No que concerne aos momentos mais cómicos, e existem bastantes, estaremos perante um filme inteligente e despretensioso, que nos sensibilizará em alguns momentos. Pense-se apenas na constituição física de alguns dos membros da equipa, autênticos “trinca-espinhas”, que nunca na vida deteriam corpo para praticar um desporto como o Sumo, que exige, entre outras coisas, peso e robustez.

“Sumo Do, Sumo Don't”, é um filme com uma grande dose de entretenimento, que aborda de forma interessante a juventude japonesa, as relações entre diferentes culturas e o papel importante da mulher na evolução da sociedade japonesa. Diverte sem ofender, e transmite uma série de mensagens significativas que perduram na nossa memória. Face ao exposto, e parabenizando Masayuki Suo pela competente realização, resta-me apenas aconselhar esta obra que já detém 18 anos de existência, mas com uma actualidade vibrante.

Luta

“Shuhei em combate”

imdb7.1 em 10 (290 votos) em 25 de Dezembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,88

sexta-feira, dezembro 24, 2010


Nos últimos tempos o "My Asian Movies" não tem sido actualizado com a frequência normal e regular, como era habitual e que eu certamente gostaria. Tal se deve a motivos de ordem pessoal, que me têm roubado algum tempo, algum dele usado para trabalhar neste blogue. Por outra via, a inspiração para o visionamento dos filmes, assim como para elaborar os correspondentes textos ultimamente não tem sido muita, confesso. De qualquer forma, asseguro-vos que o "My Asian Movies" continua bem vivo, e aguarda-se que tenha um novo e pujante fulgor para o novo ano que se avizinha. No entanto, o motivo principal para este "post" é outro. A época que se vive e o frequente e entusiástico apoio que este espaço tem recebido, fazem com que seja um imperativo que o administrador deste blogue deixe aqui expressosos seus agradecimentos aos que fiel e desinteressadamente aqui me visitam. Do fundo do coração, desejo um FELIZ E SANTO NATAL E VOTOS DE UM PRÓSPERO ANO NOVO DE 2011 para todos, sem excepção.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Go For It, India!/ Chak De! India - चक दे इंडिया (2007)

Capa

Origem: Índia

Duração aproximada: 153 minutos

Realizador: Shimit Amin

Com: Shahrukh Khan, Vidya Malvade, Sagarika Ghatge, Shilpa Shukla, Chitrashi Rawat, Tanya Abrol, Anaitha Nair, Arya Menon, Shubhi Mehta, Kimi Laldawla, Masochon Zimik, Sandia Furtado, Nichola Sequeira, Kimberly Miranda, Seema Azmi, Raynia Mascerhanas, Nisha Nair

Kabir Khan 2

“Kabir Khan”

Sinopse

Após falhar um penalty crucial contra o Paquistão, na final do campeonato do mundo de hóquei em campo, “Kabir Khan” (Shahrukh Khan) é banido pela federação do seu país e visto como um traidor pelos seus conterrâneos. Apenas resta a “Kabir” sair do seu meio, e conjuntamente com a mãe, parte para um destino desconhecido, de forma a evitar a constante pressão negativa de que é alvo.

Kabir dâ uma desanca em Preeti

“Kabir desanca Preeti”

Sete anos depois, “Kabir” tem uma segunda hipótese de se redimir, quando é convidado para treinar a selecção nacional de feminina que irá participar no campeonato mundial de hóquei em campo na Austrália. No entanto, a tarefa não se afigura nada fácil, pois as raparigas, provenientes de diferentes estados indianos, com fortes clivagens culturais, possuem personalidades muito diferentes, o que gera conflitos entre elas e delas com o treinador. “Kabir” tem pela frente a tarefa mais difícil que encontrou, mas não desanima.

Corrida 3

“Treino tendo como pano de fundo a India Gate”

Review”

“Chak De! India” recebeu grande aclamação no país natal, sendo considerado com propriedade um exemplo de um filme que contempla a nova vaga de “Bollywood”, onde os elementos mais tradicionais mesclam-se com um tipo de cinema mais contemporâneo, sendo por este motivo mais atractivo e atreito a uma internacionalização. O “frisson” despertado, especialmente entre os meios desportivos, constitui um trunfo para esta película, e imagine-se, despertou a consciência da nação para a necessidade de reavivar a federação indiana de hóquei em campo, desporto com tradição naquele país, que havia sido suspensa em 2008. Um famoso jogador de hóquei em campo indiano viria mesmo a afirmar que a Índia tinha de fazer uma equipa à imagem da exibida em “Chak De! India”, onde se recrutavam jogadores (as) de várias partes do país, unificando-os numa força poderosa e determinada. O que é sempre de salutar, passa pelo facto desta película embrenhar-se em temas recorrentes, mas actuais, tais como as diferenças religiosas, a discriminação regional e étnica e o sexismo ainda bastante presente na Índia actual.

“Chak De! India”, é o típico filme cujo tema versa acerca de uma modalidade desportiva em particular, onde as probabilidades de determinada equipa vencer algo são ínfimas, mas que à custa de muito labor, querer e até alguma dose de sorte, o caminho para a glória é efectivado. A única diferença, mas de bastante relevo neste caso em concreto, é que aqui a velha fórmula resulta muito bem.

Shahrukh Khan é o líder de um grupo de actores, ou melhor, actrizes, que não pertencem ao panteão maior dos intérpretes de “Bollywood”. No entanto não se pense, ao contrário do que aconteceu em muitos outros filmes, que Khan tem um protagonismo desmesurado. É certo que uma das estrelas maiores do cinema de Mumbai, assume as despesas principais desta longa-metragem, contudo um dos méritos do realizador Shimit Amin passa por conferir destaque às jogadoras da selecção indiana, dando desta forma um fulgor muito apreciável a “Chak De! India”. É através destas mulheres que incide muita da parte do argumento que se centra nas diferenças culturais existentes na Índia, e que, através de Khan, aqui assumindo-se como baluarte da nação e do orgulho indiano, é desfilada uma mensagem claramente anti-divisionista e que apela à união de todos aqueles que nasceram no imenso pais. Khan, contudo, tem uma actuação merecedora de elogios, e que foge imenso ao estereótipo criado por outras longas-metragens que protagonizou. A diversidade, regra geral, é uma coisa positiva e possui grandes potencialidades de agradar no que à sétima arte diz respeito. A equipa indiana neste aspecto é muito bem estruturada e cativa imenso a atenção do espectador. “Somoi” (Nisha Nair) do estado de Jharkand, a temível “Nethra” (Sandy Furtado) de Andhra, a leoa do Punjab “Balbir” (Tanya Abrol), a minúscula “Komal” (Chitrashi Rawat), a veterana e conflituosa “Bindia” (Shilpa Shukla), a bondosa e capitã de equipa “Vidya (Vidya Malvade) e a bela “Preeti” (Sagarika Ghatge) são personagens que com a sua história de vida, dotam a película de um interesse inegável.

A equipa 2

“A selecção feminina da Índia”

O argumento, como já acima foi aflorado, não assenta em qualquer tipo de ideia inovadora. Contudo, e no meio da sua simplicidade, resulta. Existe uma aura de honestidade, frescura e até moralidade que nos conquista quase de imediato, e que nos acompanhará até ao epílogo de “Chak De! India”. As miúdas lutam por algo que só elas acreditam e mais ninguém, desfilando um sentido de honra que todas as dificuldades vence, e que se mantém impenetrável perante todos os obstáculos que se lhes deparam, graças ao trabalho arriscado mas louvável do treinador “Kabir Khan”. Um aspecto que importa sobretudo focar é a mensagem anti-sexista transmitida por “Chak De! India”, fazendo com que esta longa-metragem seja um verdadeiro ícone feminista que luta contra a visão da mulher servil, infelizmente ainda bastante comum na Índia actual. E a lição que “Preeti” dá ao seu namorado, um jogador de “cricket” convencido, que despreza o papel activo das mulheres na sociedade e a importância do hóquei em campo, é memorável.

“Chak De! India” acaba por ser um filme algo atípico no contexto de “Bollywood”, vindo na esteira da nova vaga de películas que de há uns anos para cá tem emergido na cena da sétima arte de Mumbai. Não existem as habituais coreografias de dança, mas sim uma banda-sonora de elevadíssima qualidade. Existe um ténue afloramento do romance, assim como uma omissão total dos maus da fita, nem tão-pouco um glamour exagerado. Estamos perante, isso sim e na minha modesta opinião, um dos mais fortes produtos provindos da maior indústria de cinema do mundo.

A não perder!!!

Golo contra a Coreia do Sul

“Golo!!!”

imdb8 em 10 (5.462 votos) em 09 de Dezembro de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 9

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Beldades da Cultura Asiática - Sagarika Ghatge










Uma belíssima actriz da cena de Bollywood. Mais informações AQUI.