"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

domingo, agosto 31, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Shohei Imamura

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Stolen Desire (1958)
  2. Nishi Ginza Station (1958)
  3. Endless Desire (1958)
  4. My Second Brother (1959)
  5. Hogs and Warships (1961)
  6. The Insect Woman (1963)
  7. Murderous Instincts (1964)
  8. The Pornographer (1966)
  9. A Man Vanishes (1967)
  10. Deep Desire of Gods (1968)
  11. History of Postwar Japan as Told by a Bar Hostess (1970)
  12. Karayuki-san, the Making of a Prostitute (1975)
  13. Vengeance is Mine (1979)
  14. Why Not ? (1981)
  15. Ballad of Narayama (1983)
  16. Zegen (1987)
  17. Black Rain (1989)
  18. The Eel (1997)
  19. Dr. Akagi (1998)
  20. Warm Water Under a Red Bridge (2001)
  21. 11'09'01 - September 11 - segmento Japan (2002)


quinta-feira, agosto 28, 2008

Plataforma/Platform/Zhantai - 站台 (2000)

Origem: China

Duração: 149 minutos

Realizador: Jia Zhang Ke

Com: Wang Hongwei, Zhao Tao, Liang Jing Dong, Yang Tian Yi, Wang Bo

"Elementos do grupo de variedades de Fenyang"

Sinopse

Em 1979, na cidade de Fenyang, província de Shanxi, China, um grupo de variedades estatizado vê-se na iminência de passar para uma gestão privada, fruto das reformas do presidente chinês Deng Xiaoping, que implicam uma maior abertura ao ocidente. “Cui Mingliang” (Wang Hongwei), a namorada “Ruijuan” (Zhao Tao) e os restantes membros da companhia vêm-se forçados a alterar o seu repertório habitual por força da privatização.

"Em luta por um bilhete de cinema"

De empregados pagos pelo estado, que encenam peças musicais apologistas da obra de Mao Tse Tung, a verdadeiros "entertainers" ocidentalizados vai um passo. Os jovens tornam-se numa banda denominada “All Star Rock n' Breakdance Electronic Band” que obrigatoriamente tem de ganhar dinheiro de forma a que a agremiação possa sobreviver. A mudança é extremamente radical, mas necessária, o que implica que o grupo acompanhe a mudança dos tempos e lute por agradar a audiência, o que nem sempre é fácil.

Saindo da terra-natal, os jovens viajam pela China e Mongólia, dando espectáculos e conhecendo um mundo que lhes é de certa forma estranho, mas ao mesmo tempo aliciante.

"Cui Mingliang, um jovem ansioso por mudança"

"Review"

Com a trama em grande parte centrada em Fenyang, de onde Jia Zhang Ke é natural, “Plataforma” fez algum furor em certames de cinema internacionais, tendo inclusive sido nomeado para o Leão de Ouro em Veneza. Trata-se, à semelhança supostamente de grande parte da cinematografia do realizador, de uma película com um cunho bastante intimista e revelador de aspectos significativos do “modus vivendi” chinês e das várias transformações a que o mesmo foi sujeito. A prestigiada publicação cinematográfica francesa “Cahiers du Cinéma” elegeria este filme como a sexta melhor longa-metragem do ano de 2001.

Jia Zhang Ke é indubitavelmente um artista de eleição e que tem uma incrível capacidade para expôr minuciosamente pormenores. Quem afirmar o contrário e com todo o respeito, anda com as prioridades trocadas ou tem uma noção muito estranha do que é arte. Simplesmente, julgo que o seu talento poderia ser eventualmente melhor aproveitado para a fotografia ou mesmo a realização de documentários, do que propriamente para a feitura de películas de cinema. A lentidão com que as situações nos são apresentadas, possibilita sem dúvida que interiorizemos os interessantes aspectos vivenciais das personagens que nos são apresentadas nesta longa-metragem. No entanto, a monotonia chega a ser desesperante e o interesse esvaí-se rapidamente. Jia Zhang Ke quer ir para todo o lado, mas frequentemente não chega a nenhum destino. É-nos dado a conhecer o dia-a-dia de um grupo de jovens que anseia por mudança, atendendo aos acontecimentos políticos e sociais que deflagram numa China em mutação. Este princípio constituía uma base sólida para uma longa-metragem apelativa aos nossos sentimentos e que obtivesse a minha simpatia. Não é isso que acontece. As deambulações existenciais e dezenas de devaneios sucedem-se em catadupa, repelindo em grande parte uma possível empatia veiculada pelo espectador. É certo que a filmografia do realizador é praticamente desconhecida para mim, mas sendo este “Plataforma” para muitos a sua obra mais meritória (segundo pessoas que têm provas dadas no mundo do cinema em geral e do asiático em particular) terei de pugnar por esta orientação muito pessoal e provavelmente minoritária.

"Cui Mingliang e Ruijuan reflectem acerca da natureza da sua relação"

O trabalho dos actores é expressado de uma forma bastante competente, mesmo atendendo ao grande “handicap” da película, que expressei anteriormente. Considerando a vertente “documentário” que marca fortemente “Plataforma”, a naturalidade marca as prestações dos intervenientes fazendo com que as identifiquemos com qualquer pessoa que partilhe o nosso quotidiano. Quando é assim, muito não existe a acrescentar a não ser que o desempenho é meritório e bastante positivo para o que se pretendia . Como também referi acima, a ideia que sustenta o argumento é deveras interessante e potenciava o nascimento de uma obra de grande apelo para os cinéfilos. Apesar da exasperação, é sempre de admitir que a ideia permanece e que deve ser valorizada, sobretudo pelo seu carácter deveras didáctico.

É precisamente pegando nesta última ideia que afirmarei descomplexadamente que o principal mérito de “Plataforma” residirá sem dúvida na realista demonstração do espectro sócio-político chinês na transição para os anos '80, competentemente demonstrada através dos olhos de jovens ansiosos por mudança, com uma mentalidade nova que se quer para um país em reformulação e mais aberto ao mundo. Aliás, o próprio título do filme evoca uma emblemática música chinesa do “pop” dos anos '80 na China, género que serviria igualmente para ilustrar o sentimento evolucionista que à altura se pretendia implementar. Torna-se por vezes fascinante observar os protagonistas migrar pela China rural, observando os seus comportamentos e os da restante população, que agarradas ao passado, colidem com um futuro já anunciado e que aos poucos tenta marcar o seu território. Tudo apoiado numa beleza visual sumptuosa e palpável.

A fragilidade principal de “Plataforma”, e decisiva nesta minha apreciação pessoal, é a já propalada monotonia desapaixonada que transmite ao espectador. Tal se deve muito à aura documentarista que cerceia esta longa-metragem e que abafa imenso, na minha humilde opinião, aquilo a que orgulhosamente denominámos de magia do cinema e que verdadeiramente nos faz sonhar. Obviamente que não pretendo aqui afirmar que a única função da sétima arte e fazer com que nos abstraiamos da realidade, pugnando apenas por uma simples perspectiva de entretenimento. Embora esta seja uma faceta extremamente importante e individualizadora do cinema, este tem igualmente a missão e responsabilidade de educar e formar, dando a conhecer realidades diversas que por vezes nos são longínquas tanto no espaço como no tempo. No entanto, confesso que a forma de abordagem de Jia Zhang Ke, embora meritória, pouco me seduz e consegue mesmo entediar-me, o que não é positivo da minha perspectiva. A sua extensão, contabilizada em cerca de duas horas meia, igualmente não ajuda a que o interesse do comum do espectador se mantenha avivado. Mesmo assim, aqui estamos a dissertar sobre a versão mais curta do filme, e nas palavras de Jia Zhang Ke, a sua preferida. A obra original espraiava-se por cerca de três horas e um quarto...

Embora constitua um exercício um tanto ou quanto penoso, para melhor percepção do que está em causa em “Plataforma”, aconselha-se o seu visionamento mais do que uma vez. Contudo, definitivamente, não é um filme para todos os dias nem para a generalidade dos espectadores, incluindo o subscritor deste texto!


"All Star Rock n' Breakdance Electronic Band"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

  1. Contracampo

Avaliação:

Entretenimento - 5

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 7

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,25






segunda-feira, agosto 25, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Ringo Lam

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Esprit D'Amour (1983)
  2. The Other Side of a Gentleman (1984)
  3. Cupid One (1985)
  4. Happy Ghost 3 (1986)
  5. Aces Go Places IV (1986)
  6. Prison On Fire (1987)
  7. City On Fire (1987)
  8. School On Fire (1988)
  9. Wild Search (1989)
  10. Undeclared War (1990)
  11. Touch and Go (1991)
  12. Prison On Fire II (1991)
  13. The Twin Dragons (1992)
  14. Full Contact (1992)
  15. Burning Paradise (1994)
  16. The Adventurers (1995)
  17. Maximum Risk (1996)
  18. Full Alert (1997)
  19. The Suspect (1998)
  20. The Victim (1999)
  21. Replicant (2001)
  22. Looking For Mr. Perfect (2003)
  23. In Hell (2003)
  24. Triangle (2007)


sábado, agosto 16, 2008

Gazette - Cassis

Um exemplo do "J-Rock" (abreviatura para "Japanese Rock") que gosto!!!

sexta-feira, agosto 15, 2008

Férias, viva!!!

Caros visitantes deste blogue, é uma verdade inaudita que o tempo “voa” e por vezes não damos pelo mesmo a passar. Usando uma nomenclatura tão típica dos tempos da escola primária, já não tenho “férias grandes” desde que resolvi colocar este “post”.

Por esta razão, merecidas ou não, vou tirar uns dias para restabelecer corpo e mente (o que não significa necessariamente descanso :) ), e daqui a “semanita” e meia estarei de volta aqui ao nosso convívio sempre agradável!
Enquanto não cumpro o sonho de ir aqui:

Ficarei-me por aqui:



Um grande bem haja a todos e acima de tudo, aproveitem o que de melhor as férias, e acima de tudo a vida, têm para oferecer!
Sayoonara!

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Takashi Miike

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Last Run: 100 Million Ten's Worth of Love and Betrayal (1991)
  2. Topuu! Minipato tai - Aikyacchi Jankushon (1991)
  3. Red Hunter: Prelude to Murder (1991)
  4. A Human Murder Weapon (1992)
  5. Bodyguard Kiba (1993)
  6. Oretachi wa tenshi ja nai (1993)
  7. Oretachi wa tenshi ja nai 2 (1993)
  8. Shinjuku Outlaw (1994)
  9. Bodyguard Kiba: Combat Apocalypse (1994)
  10. The Third Gangster (1995)
  11. Bodyguard Kiba: Combat Apocalypse 2 (1995)
  12. Osaka Tough Guys (1995)
  13. Shinjuku Triad Society (1995)
  14. New Third Gangster: Outbreak Kansai Yakuza Wars (1996)
  15. New Third Gangster 2
  16. Jingi naki yabô (1996)
  17. Rakkasei: Piinattsu (1996)
  18. The Way to Fight (1996)
  19. Fudoh: The New Generation (1996)
  20. Young Thugs: Innocent Blood (1997)
  21. Jingi naki yabô 2 (1997)
  22. Rainy Dog (1997)
  23. Full Metal Yakuza (1997)
  24. The Bird People in China (1998)
  25. Andromedia (1998)
  26. Blues Harp (1998)
  27. Young Thugs: Nostalgia (1998)
  28. Japan Underworld (1999)
  29. Silver - shirubaa (1999)
  30. Audition (1999)
  31. Dead or Alive (1999)
  32. Salaryman Kintaro (1999)
  33. N-Girls Vs. Vampire (1999)
  34. The City of Lost Souls (2000)
  35. The Guys From Paradise (2000)
  36. Dead or Alive 2: Birds (2000)
  37. Zuiketsu gensô - Tonkararin yume densetsu (2001)
  38. Kumamoto monogatari (2001)
  39. Agitator (2001)
  40. The Happiness of the Katakuris (2001)
  41. Dead or Alive: Final (2002)
  42. Onna Kunishuu ikki (2002)
  43. Sabu (2002)
  44. Graveyard of Honor (2002)
  45. Shangri-La (2002)
  46. Pandoora (2002)
  47. Deadly Outlaw: Rekka (2002)
  48. Part-time Detective (2002)
  49. The Man in White (2003)
  50. Gozu (2003)
  51. Yakuza Demon (2003)
  52. Negotiator (2003)
  53. One Missed Call (2003)
  54. Zebraman (2004)
  55. Part-time Detective 2 (2004)
  56. Three...Extremes - segmento Box (2004)
  57. Izo (2004)
  58. Demon Pond (2005)
  59. The Great Yokai War (2005)
  60. Big Bang Love, Juvenile A (2006)
  61. Waru (2006)
  62. Waru: kanketsu-hen (2006)
  63. Sun Scarred (2006)
  64. Like a Dragon (2007)
  65. Sukiyaki Western Django (2007)
  66. Tantei monogatari (2007)
  67. Crows: Episode 0 (2007)
  68. God's Puzzle (2008)


Natural City - 내츄럴 시티 (2003)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 112 minutos

Realizador: Min Byung-chun

Com: Yu Ji-tae, Lee Jae-un, Rin Seo, Jung Doo-hong, Chang Yun, Jeong Eun-pyo, Ko Ju-hye, Kim Eul-dong

"R"

Sinopse

O ano é 2080 e o mundo sobrevive em função de uma tecnologia avançada após uma guerra brutal. “R” (Yu Ji-tae) pertence a um corpo especial da polícia militar, cuja função é perseguir e eliminar ciborgues que traiam o seu propósito de existência (servir conforme foram programados) e se virem contra os humanos. O comportamento pouco ético do agente não é bem visto pelos seus colegas, em especial o seu amigo e chefe “Noma” (Chang Yun), o que faz com que ambos entrem em conflito por diversas vezes.

A razão para “R” comportar-se muitas vezes de modo reprovável e se meter em negócios ilícitos, muito se deve à paixão que este nutre por “Ria” (Rin Seo), uma ciborgue cuja função é dançar num bar. O prazo de validade de “Ria” está a expirar, e “R” recorre a todos os meios e mais alguns para descobrir uma forma de prolongar a existência do seu amor. A solução parece estar em “Cyon” (Lee Jae-un), uma rapariga que vive de tirar sortes e da prostituição, pela razão de o seu ADN ser o necessário para salvar “Ria”.

"Ria contempla uma paisagem de sonho"

“Cyon”, contudo, parece igualmente interessar a um poderoso ciborgue renegado chamado “Cyper” (Jung Doo-hong), o que provocará inevitavelmente um conflito de interesses com “R”. No meio de uma guerra aberta entre humanos e ciborgues, surgirão respostas surpreendentes para a vida dos contendores, e que fará com que o destino dos mesmos seja decidido definitivamente.

"O ciborgue Cyper"

"Review"

Vencedor do prémio para melhores efeitos especiais no “Fantasporto – edição de 2005”, “Natural City” constitui um filme de ficção científica sul-coreano, que descaradamente (não tomem desde já o termo como depreciativo) vai buscar imensa inspiração a essa fabulosa obra de Ridley Scott denominada “Blade Runner”. Trata-se de uma película que no tocante aos critérios estéticos, não deixa os seus créditos por mãos alheias, proporcionando-nos um espectáculo visualmente impressionante, em que os elementos futurísticos e mais obscuros ditam a lei. E essencialmente, esta é a razão principal para ver esta longa-metragem. O remanescente gira tudo à volta deste aspecto em particular. O uso e abuso do “CGI” (imagens geradas por computador) é extremamente competente, fazendo com que os cenários sejam, à falta de melhor expressão, completamente de sonho. O pendor pós-apocalíptico encontra-se bastante presente, corporizado no excessivo metal das estruturas e nas ruínas urbanísticas e pessoais . Por sua vez, a escuridão só encontra par no tempo constantemente chuvoso, que nos faz lembrar mais uma vez, e de sobremaneira, “Blade Runner”. Tudo por uns “míseros” 6 milhões de dólares, o que não é nada se pensarmos por exemplo que o orçamento para “The Matrix”, um filme eivado de elementos semelhantes, rondou os 63 milhões naquela moeda.

Por falar nesta última película, é claro que as cenas de acção de “Natural City” foram beber alguma inspiração na obra dos irmãos Wachowsky, com o habitual uso dos “slow motion” e da imagem acelerada ao sabor das conveniências do momento. A coreografia das lutas ficou a cargo do actor Jung Doo-hung, um reconhecido especialista de artes marciais (interpreta por exemplo um mestre de combate em “Fighter in the Wind”) e que dá vida nesta obra ao vilão cibernético “Cyper”. É mais um caso do triunfo do estilo sobre a técnica, em que como a expressão indica, o que interessa é conseguir espectacularidade visual. Ao contrário do que muitos defendem, existem aspectos bastante positivos nesta orientação, embora a veracidade fique a perder. O clímax chega com a companheira ciborgue de “Cyper”, a destilar uma quantidade de pancadaria à moda antiga nos polícias militares. Caramba, não há nada mais sexy que uma mulher bonita, armada em má e vestida de cabedal! Bem...talvez acrescentando uma katana ou qualquer espécie de sabre, sempre se possa mudar um pouco de opinião...

Um aspecto extremamente importante é o romance entre “R” e “Ria”, que promete um pseudo- triângulo amoroso com a humana “Cyon”. Aqui reside um dos itens mais interessantes do filme, e que para além do aspecto sentimental, faz reflectir acerca do futuro da humanidade e da relação desta com a máquina. “R” é um homem que está disposto a pisar a linha e a desafiar o instituído para salvar um ser cibernético que ama mais do que qualquer humana. Essa criação tecnológica, com prazo de validade à semelhança de qualquer produto que encontramos num super-mercado, é motivo para que um ser humano desafie tudo o que possa de forma a preservar a “boneca” (termo cínico que os colegas de “R” usam para designar “Ria”). É caso para reflectirmos até que ponto chegaremos com a evolução tecnológica, em que precisamos de nos desumanizar para voltarmos a ser criaturas sentimentais outra vez.

"Cyon perante a metrópole futurística"

Quanto ao desempenho dos actores, nada nos é oferecido que seja extasiante. Numa perspectiva de pura especulação, acredito que o realizador Min Byung-chun queira ter transportado a ideia para os intérpretes que tinham de ser o mais circunspectos possível, de forma a acompanhar a aura geral da longa-metragem. O resultado foi uma aparente falta de empatia com o telespectador. No entanto e ao contrário da opinião geral, é minha franca convicção que Yu Ji-tae desempenha um “R” de forma competente e sincera, invocando bem um teor depressivo muito próprio (esta faceta seria potenciada a 200% em “Oldboy”, num genial desempenho). Estamos perante um clássico anti-herói, inconsistente e cujo fito não se reconduz propriamente ao que é correcto de se fazer. “Cyon”, corporizada pela actriz Lee Jae-un, acaba de certa forma por ser a personagem central da película e que visa nos transmitir algum tipo de compreensão e esperança. A rapariga esforça-se, mas aqui precisávamos com todo o respeito de uma âncora como Kang Hye-jeong (a minha preferida para este género de papel em particular), ou então a super Jeon Do-yeon. Para um registo mais ameno, e eventualmente gastando mais uns “won” (a moeda da Coreia do Sul), sempre teríamos a estonteante Jun Ji-hyun. O resto do elenco queda-se por uma mediania que não embaraça, ressalvando o ar sempre marcial e “fixe” de Jung Doo-hung que levanta um pouco os nossos sobrolhos no que toca à acção. Peca pela falta de minutos!

Os amantes de “Blade Runner” e afins (não demasiado exigentes), com certeza que não ficarão indiferentes a “Natural City”, atendendo a que a atmosfera futurística e do “cyberpunk” está toda lá, temperada com os elementos dramáticos sul-coreanos do costume e momentos de acção por vezes bem conseguidos. Igualmente é preciso reconhecer que um dos grandes méritos de “Natural City” é pugnar por uma convergência dos cinéfilos mais existencialistas e pensadores no que toca ao futuro da humanidade, com aqueles que gostam mais de acção. A verdade é que a película acaba por perder um pouco a identidade, sendo algo ingénua e desta forma não conseguindo obter plenamente nenhum dos seus propósitos. Contudo, sempre se dirá que é um “blockbuster” de regalar a vista (“os olhos também comem”), detendo alguns momentos extremamente interessantes e até emblemáticos! Pense-se em “Cyon” a criar o seu jardim, sob os auspícios de uma bela estátua em homenagem a uma deusa desconhecida. Julgo que acima de tudo, a grande frustração que remanesce quando chegamos ao epílogo de “Natural City” passará pelo facto de uma ideia boa e atractiva (embora longe de original) ficar a meio caminho em alguns factores que lhe são dados a explorar.

Não custa nada conferir esta tentativa de abordagem futurística sul-coreana/“bladerunneriana” da relação homem e máquina, desde que não se aquilate grandes expectativas! O resultado redunda acima de tudo num “tour de force” visual e em meia-dúzia de aspectos que não são de olvidar!

"A polícia militar passa um mau bocado"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

  1. Cine-Asia
  2. Cinema ao Sol Nascente
  3. Filmes Esquecidos e Outras Histórias...
  4. FanatiCine
  5. Mad Blog
  6. Zeta Filmes

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,63





domingo, agosto 10, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.

Feng Xiaogang
Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):
  1. Gone Forever With My Love (1994)
  2. The Dream Factory (1997)
  3. Be There or Be Square (1998)
  4. Sorry Baby (1999)
  5. A Sigh (2000)
  6. Big Shot's Funeral (2001)
  7. Cell Phone (2003)
  8. A World Without Thieves (2004)
  9. Assembly (2007)

quinta-feira, agosto 07, 2008

Zatôichi/The Blind Swordsman: Zatôichi/Zatôichi - 座頭市 (2003)

Origem: Japão

Duração: 107 minutos

Realizador: Takeshi Kitano

Com: Takeshi Kitano, Tadanobu Asano, Michiyo Oosuku, Gadarukanaru Taka, Daigorô Tachibana, Yuuko Daike, Yui Natsukawa, Ittoku Kishibe, Saburo Ishikura, Akira Emoto, Ben Hiura, Kohji Miura

"Zatôichi, o espadachim cego"

Sinopse

Japão, século XIX. Deambulando pelos caminhos rurais do país do sol nascente, encontra-se um aparentemente inofensivo massagista cego, cuja única forma de se orientar é através do seu bordão de madeira. Num reencontro na estrada, fica bastante claro que o invisual está muito longe de não saber se defender, pois em clara desvantagem numérica, mata a maior parte dos seus oponentes com a sua espada disfarçada de bordão. Estamos perante o lendário espadachim cego “Zatôichi” (Takeshi Kitano).

Os passos errantes de “Zatôichi” levam-no a uma aldeia dominada por grupos rivais de yakuza, que aterrorizam os habitantes, extorquindo dinheiro às famílias pobres que vivem sobretudo da agricultura. O espadachim faz amizade com a Sra. “Oume” (Michiyo Oosuku), e fica a pernoitar na casa desta.

"Zatôichi Vs. Hattori Gennosuke"

Pouco tempo depois, chega à aldeia um “ronin” chamado “Hattori Gennosuke” (Tadanobu Asano), acompanhado da sua esposa “O-Shino” (Yui Natsukawa), que procura trabalho como guarda-costas, de forma a poder pagar os tratamentos necessários para que a sua mulher melhore da maleita que padece. “Gennosuke”, dotado de capacidades no manejo da katana verdadeiramente impressionantes, acaba por ser contratado pelo grupo de yakuza mais poderoso.

O repertório fica completo quando duas gueixas, chamadas “Osei” (Daigorô Tachibana) e “Okinu” (Yuuko Daike) chegam à povoação, com sede de vingança sobre um dos líderes dos gangues, pelo facto de o mesmo ter sido responsável pela morte dos pais há dez anos atrás. Tendo cativado a simpatia de “Zatôichi” pela sua causa, torna-se certo que este terá pela frente “Gennosuke”, estando criado o cenário para uma luta de titãs e para uma vingança sangrenta.

"Luta debaixo da chuva"

"Review"

A personagem “Zatôichi” nasceu da inspiração do romancista japonês Kan Shimozawa, tendo-se tornado num verdadeiro ícone de popularidade no Japão, essencialmente nos anos 60 e primeira metade dos anos 70. Neste período, um total de 25 filmes em que intervinham o espadachim e massagista cego foram realizados, e inclusive arranjou-se tempo para fazer uma série que reuniria um total de 112 episódios, debitados no pequeno ecrã entre 1974 e 1979. A personagem de “Zatôichi” serviria ainda de inspiração para o filme norte-americano de 1989, denominado “Fúria Cega”, protagonizado pelo conhecido actor Rutger Hauer. Chegados ao século XXI, era a vez do aclamado realizador e actor japonês Takeshi Kitano revitalizar um dos invisuais mais emblemáticos da sétima arte. A película foi aclamada internacionalmente, tendo arrecadado cerca de 21 prémios em certames de cinema um pouco por todo o mundo, do qual terá forçosamente de se destacar os quatro ganhos em Veneza, e os três vencidos em Sitges, entre os quais o de melhor filme neste último festival.

Um dos aspectos que ressalta logo à vista neste filme, são sem dúvida os bem sucedidos combates com a “katana” travados entre “Zatôichi” e os seus infelizes oponentes. Os mesmos são rápidos e extremamente sangrentos (recorrendo ao “CGI”, ou seja, imagens geradas por computador), dando-nos a oportunidade de contemplar cenas emblemáticas dignas dos melhores “chambara”. O próprio Kitano, aquando da feitura desta película, confessou que adorava as lutas de samurais dos filmes de Akira Kurosawa, e que o combate à chuva em “Zatôichi”, era a sua forma de homenagear o grande mestre e a sua obra maioritariamente considerada mais emblemática, “Os Sete Samurais”

Os temas tratados pelo argumento são recorrentes e familiares para quem aprecia os “chambara”. Aspectos como a honra, a justiça e a vingança encontram-se presentes ao longo de toda esta longa-metragem, e que a torna bastante apetecível aos fãs do género, nos quais me incluo. A apresentação da trama é simples, mas bastante eficaz, fazendo com que o nosso interesse aumente progressivamente à medida que a película vai trilhando os seus caminhos. Em primeiro lugar, temos “Zatôichi” que no curso do sua viagem, vê-se envolvido numa situação que passa por fazer justiça numa aldeia dominada por grupos de bandidos que aterrorizam os habitantes. Mesmo assim, é necessário dizer que o herói não se atira de cabeça para o confronto. Como qualquer justiceiro que se preze é absolutamente necessário que exista alguma forma de provocação. É assim na casa de jogo, nas suas viagens pedestres, ou como culminar, na defesa das duas gueixas vingativas. O certo é que quando o rastilho é accionado já não há muita volta a dar, e em consequência temos luta até ao fim. Qualquer herói, por pouco convencional que aparente, tem de ter um opositor minimamente à altura. Nesta obra ele é corporizado em “Hattori Gennosuke”. Desde logo, achei bastante curioso a escolha do nome, pois o mesmo é uma junção de duas personagens presentes no anime “Basilisk”, no qual o filme “Shinobi: Heart Under Blade” viria a se basear. Falo de “Hattori Hanzo”, o líder máximo dos ninjas (figura histórica, que realmente existiu) e de “Gennosuke”, o líder do clã ninja “Kouga”. Certo é que tanto o anime, como o filme são posteriores a “Zatôichi”. Voltando ao contendor principal do massagista cego, há que referir que não estamos perante um vilão. “Gennosuke” é um ser honrado, que apenas aceita trabalhar para a yakuza, porque necessita do dinheiro para tratar a sua mulher doente. Não existirão bastantes objectivos mais relevantes do que estes. Estamos pois perante dois espadachins com fitos nobres, que infelizmente terão de se defrontar devido às circunstâncias da vida e porque o destino assim o quis. Tal é exteriorizado num confronto curto (o que me deixou um pouco frustrado), mas épico e a transbordar de emoção.

"A gueixa Okinu defende-se"

Takeshi Kitano dá corpo a uma personagem com um carisma considerável e bastante apelativo para o espectador. A sua representação tensa transmite-nos a ansiedade de nos fazer sempre pensar no que o "lobo em pele de cordeiro" fará a seguir, e à semelhança do filme, invoca uma competente interacção entre a vertente mais dramática e a cómica. É justo dizer que aqui Kitano assumiu um ónus bastante pesado, porquanto a personagem de “Zatôichi” foi sempre representada pelo malogrado actor japonês Shintaro Katsu, interiorizando dentro do público japonês uma certa habituação. Tadanobu Asano, outro expoente máximo do cinema nipónico cumpre bem o papel do “ronin” honrado, mas obrigado a servir bandidos em nome de algo maior, a sua esposa. Mesmo assim, já vi ambos fazerem melhor, mas é sempre um evento assinalável e compensador termos a oportunidade de observar estes dois “monstros” da sétima arte japonesa exibirem as suas inquestionáveis capacidades no mesmo filme.

Outro factor que é de elevar em “Zatôichi”, passa pela parte cómica. A película tem momentos verdadeiramente felizes neste particular e que se enquadram competentemente com as cenas mais dramáticas e violentas. Destacaria uma personagem e uma situação, que arrancaram francos sorrisos da minha pessoa. Quanto ao factor humano, o rapaz doido, que é filho do vizinho da Sra. “Oume”, e que pretende ser um guerreiro. Este seu desejo pessoal é demonstrado pelo homem a correr semi-nu e aos berros à volta da casa da amiga de “Zatôichi”. Mesmo assim, o grande momento cómico da película é quando “Shinkishi”, o sobrinho de “Oume” viciado no jogo, decide ensinar três jovens a lutar com a “katana” no quintal da casa da tia. No aspecto da comédia em concreto, cumpre mencionar mais uma tirada de Kitano que explicou pretender “ dar um certo equilíbrio ao filme, introduzindo algumas cenas cómicas de forma a torná-lo menos pesado para o espectador”. Conseguiu-o na quase plenitude.

Contudo, e não se tratasse de um filme realizado por Kitano, existem aspectos em que não se seguem as premissas usuais do género. As danças dos lavradores enxertadas no decorrer da obra e em especial a demonstração de sapateado no epílogo é verdadeiramente surrealista. “Zatôichi” vai limando os últimos aspectos da sua justiça cega, enquanto os aldeões numa espécie de festival popular vão dando uma dimensão ao filme um tanto contraproducente, tendo por base, eventualmente, uma demonstração de regozijo modernista que visa celebrar o fim das suas provações. Confesso que, como cultor mais tradicionalista deste segmento do cinema, não aprecio muito estas “nuances” rítmicas e um tanto ou quanto “nonsense” (embora originais) que foram introduzidas por Kitano.

A “justiça é cega” e encontra-se corporizada na deusa romana “Iustitia”, aquela figura vendada, de espada na mão direita e uma balança na mão esquerda, que normalmente encontramos nos edifícios que servem os tribunais deste país. “Zatôichi” é a justiça invisual que julga e pune num Japão em transição para o futuro que se aproxima da era Meiji. É uma justiça que não está adstrita a critérios formais de morosidade e por isso se torna mais efectiva, mas igualmente com possibilidade de maiores erros de avaliação. No fundo, ele representa aquela ideia tão cara a todos nós que é a do justiceiro solitário, aparentemente frágil e desprotegido, mas que na hora da verdade encontra-se pronto para agir em nome dos fracos e oprimidos. O resultado final na adaptação de uma das personagens mais queridas e emblemáticas do espectro cinematográfico do “chambara” é bastante satisfatório.

Aconselhável!

"A casa da Sra. Oume em chamas"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora -7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 8





domingo, agosto 03, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Kinji Fukasaku

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Green in Broad Daylight (1961)
  2. Furaibô tantei: Misaki o wataru kuroi kaze (1961)
  3. The Drifting Detective (1961)
  4. Vigilante in the Funky Hat: 200.000 Yen Arm (1961)
  5. Vigilante in the Funky Hat (1961)
  6. The Proud Chalenge (1962)
  7. Gang Vs. G-Men (1962)
  8. Gyangu 7 (1963)
  9. Jakoman and Tetsu (1964)
  10. Wolves, Pigs & Men (1966)
  11. Showa saidai no kaoyaku (1966)
  12. Hokkai no Abare-Ryu (1966)
  13. Odoshi (1966)
  14. Kamikaze yarô (1966)
  15. Kaisan shiki (1967)
  16. Blackmail Is My Business (1968)
  17. Black Lizard (1968)
  18. Bakuto Kaishan Shiki (1968)
  19. The Green Slime (1968)
  20. Japan Organized Crime Boss (1969)
  21. Black Rose (1969)
  22. If You Were Young: Rage (1970)
  23. Chi-zome no daimon (1970)
  24. Tora! Tora! Tora! - sequências japonesas (1970)
  25. Sympathy for the Underdog (1971)
  26. Under the Flag of the Rising Sun (1972)
  27. Street Mobster (1972)
  28. Hito-kiri Yota: Kyoken San-kyodai (1972)
  29. Battles Without Honour and Humanity (1973)
  30. Deadly Fight in Hiroshima (1973)
  31. The Yakuza Pappers: Proxy War (1973)
  32. Police Tactics (1974)
  33. The Yakuza Pappers: Final Episode (1974)
  34. New Battles Without Honour and Humanity (1974)
  35. Shin jingi naki tatakai: Kumicho no kubi (1975)
  36. Shikingen gôdatsu (1975)
  37. Graveyard of Honour (1975)
  38. Cops Vs. Thugs (1975)
  39. Yakuza Burial: Jasmine Flower (1976)
  40. Bôsô panikku: Daigekitotsu (1976)
  41. Shin jingi naki tatakai: Kumicho saigo no hi (1976)
  42. Hokuriku: Proxy War (1977)
  43. Detective Doberman (1977)
  44. Intrigue of the Yagyu Clan (1978)
  45. Message from Space (1978)
  46. Swords of Vengeance (1978)
  47. Day of Ressurrection (1980)
  48. The Gate of Youth (1981)
  49. Samurai Reincarnation (1981)
  50. Lovers Lost (1982)
  51. Fall Guy (1982)
  52. Theatre of Life (1983)
  53. Legend of Eight Samurai (1983)
  54. Shanghai Rhapsody (1984)
  55. House on Fire (1986)
  56. Sure Death Revenge (1987)
  57. The Rage of Love (1988)
  58. Double Cross (1992)
  59. Crest of Betrayal (1994)
  60. Abe Ichizoku (1995)
  61. The Eaters (1997)
  62. The Geisha House (1999)
  63. Battle Royale II (2003)