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domingo, outubro 26, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Yoshishige (Kiju) Yoshida

Informação

Filmografia enquanto realizadores (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Good for Nothing (1960)
  2. Blood Is Dry (1960)
  3. Bitter End of a Sweet Night (1961)
  4. Akitsu Springs (1962)
  5. 18 Roughs (1963)
  6. Escape From Japan (1964)
  7. A Story Written with Water (1965)
  8. Woman of the Lake (1966)
  9. The Affair (1967)
  10. Impasse (1967)
  11. Affair in the Snow (1968)
  12. Farewell to the Summer Light (1968)
  13. Eros plus massacre (1969)
  14. Heroic Purgatory (1970)
  15. Confessions Among Actresses (1971)
  16. Coup D'Etat (1973)
  17. A Promise (1986)
  18. Wuthering Heights (1988)
  19. Lumiére and Company (1995)
  20. Women in the Mirror (2002)
  21. Welcome to São Paulo (2004)


4 comentários:

Miguel P. disse...

Kijû Yoshida inicia-se cinematicamente como um novo talento da "Nouvelle Vague" Shochiku (formando com Nagisa Oshima e Masahiro Shinoda um autêntico trio autoral dentro desse já velho estúdio). Começa com Good-for-nothing, uma espécie de equivalência japonesa a um "À Bout de Soufle". Nele, espelham-se as preocupações sociais dos seus próximos filmes: "Blood is Dry" e "Bitter End of a Sweet Night"; complexos quadros de uma juventude desencantada à beira da decadência dos valores e de um niilismo passivo atormentador.
Depois com Akitsu Springs - reviravolta melodramática face ao negativismo dos outros três filmes - Yoshida conhece Mariko Okada. Sua musa e futura mulher, Okada simboliza o feminino e as várias faces dele. Se "18 Roughs" e "Escape from Japan" são reflexões acima de tudo teóricas sobre o género cinematográfico (sendo por isso também as suas duas obras mais insípidas), o período seguinte é extremamente rico e anuncia já a sua estrondosa trilogia "Sex and Politics".
Como certa vez disse: "São as mulheres dos seus feminisutos Story Written with water(1965), Lake of woman (1966), The Affair (1967), Flamme and Woman (1967) e Affair in the Snow (1968) que trazem os problemas intímos à flor da pele. São essas heroínas que através do seu testemunho subvertem toda a noção do feminino filmado. Como disse Kijû Yoshida a dada altura, não é tanto a questão de neste "quinteto de filmes" se destruirem noções teóricas sobre o Melodrama (tese essa defendida pela maior parte da crítica), mas sim de se representar a mulher per se e não para um outro. O ponto de partida e chegada seria o mesmo (a mulher filmada pela mulher filmada), alcançando-se assim o desprezo total pela audiência, destruição de um certo erotismo forçado, constantemente impingido à mulher captada pelo "olho da câmara", que mais não é do que "olho masculino", mesmo que incoscientemente. Após a tentativa de filmar intimidades (mais uma vez o corpo ressoa como pedra-basilar), Yoshida catapultava o seu cinema para uma nova etapa."
Assim, a sua trilogia composta por "Eros Plus Massacre", "Heroic Purgatory" e "Coup D'État" afigura-se como o elemento de cinema perfeito. Cruzamento filosófico e estético num só, é toda a imponência de um cinema terrífico que se vai construindo na megalomania dos planos-sequência ou das cenas artisticamente satisfatórias. Nunca se fez nada assim, nem nunca se vai fazer.
Destacar também o seu último filme Women in the Mirror de 2002, narrativa ora comovente, ora rígida sobre o pós-guerra japonês e o perigo atómico e a memória colectiva e individual da perda.

Sei que o nosso amigo TF10 vai ficar também ele bastante contente por ter finalmente a oportunidade de falar sobre o grande Mestre Yoshida. ;)

Um abraço.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Miguel Patrício!

Não me canso de elogiar os excelentes textos que tu e o tf10 aqui debitam, quando se tratam de grandes nomes do cinema japonês, em especial os clássicos e os da "nouvelle vague". Esperemos agora pelo que o nosso amigo tem a dizer!

Um abraço!

Anónimo disse...

Nota-se assim tanto que eu venero sua EMINÊNCIA Yoshida? :)
De facto, eu já não tenho palavras para o descrever.......Desde a primeira vez que tive a oportunidade de ver algumas imagens de um dos seus filmes (na altura sem legendas claro) fiquei imediatamente fascinado e tornou-se desde logo o realizador que eu mais desesperava para ver a sua obra finalmente disponivel. Longos e agoniantes anos mais tarde lá se deu o milagre e o seu primeiro filme viu a luz, e logo que filme: "Eros Plus Massacre", o mais impressionante e desafiante paradigma de todo um movimento impar do cinema Japonês!
"Eros Plus Massacre", o primeiro dessa tenebrosa trilogia - seguramente a mais marcante trilogia de sempre para mim - composta ainda por "Coup D'Etat" outro complexo e inquietante trabalho e depois claro........(longa pausa)....."HEROIC PURGATORY" onde o hermetismo narrativo e o seu mais incrivel trabalho visual de sempre dão origem aquele que eu considero "O" pesadelo dos pesadelos cinematograficos! [Pode parecer insignificante mas atente-se bem nos nomes destes filmes! Bélico!] :)
Esta épica trilogia é um pouco a sintese das suas capacidades que vinham sendo postas em práctica desde o inicio de carreira, filme após filme, com um ou outro desvio (o ultra "conservador" Akitsu Springs por exmplo) acabando por se transformar no pináculo de toda uma obra tematicamente estimulante, narrativamente engenhosa e visualmente arrebatadora! E saliento este último aspecto - que me é muito caro - de facto, nenhum outro realizador aliou de forma tão admirável narrativas tão densas a imagens tão assombrosas! A sua estética é algo de inigualável! Ninguém consegue planos tão desconcertantes quanto ele!
De uma forma resumida eu diria que Yoshida foi a mente mais brilhante no mais brilhante periodo do cinema Japonês! Um génio - ignorado - que foi sem dúvida aquele que, entre dezenas de mestres, mais me abalou!
E com isto acho que já dá para perceber em quem voto :)

Abraço!

http://asian-virus.net

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá tf10!

Pelos vistos, o Miguel Patrício tinha razão, eh, eh, eh! Não é que eu alguma vez tivesse duvidado!

Está encontrado quem te preenche as medidas :) !

Abraço!