"MY ASIAN MOVIES"マイアジアンムービース - UM BLOGUE MADEIRENSE DEDICADO AO CINEMA ASIÁTICO E AFINS!!!

segunda-feira, janeiro 11, 2010

“Testemunhos” de Bárbara (“Grand Masala”)

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É para mim um grande prazer apresentar a convidada desta semana. Trata-se da Bárbara, uma das administradoras do “Grand Masala” (clicar na foto para aceder), um dos blogues que a par do “Cinema Indiano”, do Ibirá Machado, mais tem feito pela difusão em língua portuguesa dos “cinemas” indianos. Apesar de, infelizmente, não a conhecer pessoalmente, a Bárbara tem-se revelado uma excelente companheira da blogosfera, trocando ideias, fazendo sugestões e apoiando bastante o “My Asian Movies”. Inclusive o blogue já foi presenteado com uma película, a qual estou a dever uma crítica dedicada justamente à Bárbara. Apesar de se dedicar ao cinema indiano, o gosto da Bárbara é bastante diversificado, abarcando as principais cinematografias asiáticas, como poderão comprovar pelas respostas ao questionário. Quanto ao “Grand Masala”, tenho a dizer que é um blogue com uma qualidade muito acima da média, onde nos embrenhamos principalmente no propalado mundo de sonho de “Bollywood”, embora como já acima aflorei, o seu conteúdo estenda-se igualmente por outras cinematografias indianas, de que constitui exemplo a tamil. Para além do mais, temos a oportunidade de ter acesso a algumas notícias, “spots” publicitários e outras curiosidades. Altamente recomendado!

Abaixo segue o resultado da entrevista com a nossa simpática colega da blogosfera.

“My Asian Movies”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?

Bárbara: Creio que é o factor exotismo a funcionar a vários níveis. Em primeiro lugar, é sempre muito apelativo vermos filmes que de uma forma ou outra retratam uma realidade à qual não pertencemos. Além disso, o cinema oriental não está tão saturado de lugares comuns e de previsibilidade como o ocidental. No geral, acho a cinematografia oriental mais subtil e mais arrojada que as demais (sobre este último ponto, basta ver a quantidade de filmes japoneses e coreanos que Hollywood copia).

“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?

B. : Sou muito dada à estética, e nisso os asiáticos são particularmente bons. Focando o cinema indiano em particular, acho maravilhosa a fusão entre representação, música e dança.

“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?

B. : Por acaso até tenho. Lembro-me por causa do título: “Quando Uma Mulher Sobe as Escadas”, de Mikio Naruse. Foi na Casa das Artes, no Porto.

“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?

B. : A resposta racional é dizer que é o Japão porque os filmes mais bonitos que já vi são japoneses. Mas eu sou absolutamente apaixonada por cinema indiano. Não há hipótese.

“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...

B. : Gosto muito de dramas, preferencialmente se forem filmes de época. Gosto também de animação japonesa e de filmes de horror.

“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?

B. :

1 – Dolls, de Takeshi Kitano

2 - Kaagaz ke Phool, de Guru Dutt

3 – Devdas, de Sanjay Leela Bhansali

4 – A Tale of Two Sisters, de Ji-Woon Kim

5 – Be With You, de Takuji Ichikawa

Mas isto é mesmo só uma tentativa!

“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?

B. : Neste momento, Guru Dutt.

“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?

B. : Não tenho actores preferidos.

“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?

B. : Na minha opinião, qualquer filme do Takashi Miike é sobrevalorizado. Só porque o fulano é esquisito isso não faz dele o génio que os fãs o pintam. E porque falamos de esquisitices, considero o filme Ju-on muito subvalorizado. Logo para começar, é um filme de terror e raramente as pessoas levam o terror a sério. Mas é sem dúvida o filme mais visceralmente assustador que já vi. Dentro do género, é absolutamente brilhante.

“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?

B. : Em Portugal há fãs que se esforçam por divulgar o cinema oriental e que fazem um bom trabalho. É o teu caso e o de vários dos teus leitores/convidados.

Mas a distribuição é fraca e há muito poucos filmes com edição portuguesa, tendo em conta os que são produzidos. E já nem falo de estreias no cinema. Tirando os filmes dos estúdios Ghibli, que felizmente têm um público bastante alargado, é muito raro vermos filmes orientais no cinema.

Faz falta haver investimento por parte das distribuidoras.

“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?

B. : O melhor conselho seria começar pelo teu blog! E a seguir dar um saltinho ao site da CD WOW e espreitar a “bargain basement”. Peço desculpa pela publicidade mas são os conselhos mais práticos que posso dar.

 

11 comentários:

bárbara disse...

Ora, ora! Acho que corei ao ler a tua apresentação :)

Quero agradecer-te novamente pelo convite!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

;)))) !

Bjs.!

Ibirá Machado disse...

Altamente recomendado![2] :D

Tem algo no Grand Masala que eu não sei explicar direito, mas que encanta :)

bárbara disse...

Ai, devo ser eu! Não?

Ibirá Machado disse...

Opa, deve ser mesmo! Bem que minha intuição dizia-me algo nesse sentido...

Battosai disse...

Me encanta. Dolls la primera ^^

Nuno disse...

Barbie-o no seu melhor. Parabéns pela entrevista.
Confesso que me considero um quase ignorante do cinema indiano, mas que tenho tentado aumentar os meus conhecimentos sobre a matéria, quer pelos depoimentos de bloguistas, como tu, aqui no "My Asian Movies", quer pelas análises do Jorge sobre filmes de Bollywood. De qualquer forma, esperava mais filmes indianos no teu top 5...rsrsrsr

Tu, como eu, cometeste o "pecado" de sobrevalorizar/subvalorizar a obra de um realizador e não de um filme, no teu caso Takashi Miike... e isso parece que é "crime de lesa cine asiático"... ou talvez não, dependendo do entrevistado.

"Grand Masala" é uma das minhas referências para tentar escolher os filmes indianos que devo comprar, se bem que em Portugal é muito complicado encontrar filmes que não sejam de Mira Nair ou de SatYajit Ray. Qualquer dia tens que indicar-me um bom site onde possa comprar filmes indianos.

Bjs

bárbara disse...

Jorge, é impressão minha ou ainda não fizeste uma crítica ao Dolls? Como vês seria do agrado de alguns dos convivas :)

Nuno, para comprar filmes indianos, o melhor é ires às lojas em Lisboa.
O único importador/distribuidor do país encontra-se na capital. Uma alternativa igualmente (ou até mais) satisfatória é a Amazon.

Quanto ao Takashi Miike, deixa-me que até na minha própria casa sofro injúrias verbais (gravíssimas, por cinal) por achá-lo sobrevalorizado.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá, Bárbara!

Infelizmente ainda não fiz um texto acerca do "Dolls", mas são tantos filmes que yenho em lista de espera, mais as novidades que vão aparecendo que é incomportável escrever acerca de tudo o que eu gostaria...

No entanto, asseguro-te que "Dolls" acabará por ter o seu espaço por aqui ;) !

Bjs.!

tf10 disse...

Antes de tudo, gostei da entrevista e do facto de não ter sido em modo "nicho de mercado" como se poderia esperar.

Em relação ao Miike, apesar de não partilhar dessa opinião compreendo perfeitamente que ele seja visto dessa forma, já que muito do seu cinema e sobretudo a sua fama de autor mais extremo fazem com que as reacções sejam extremadas. Mesmo tendo ele variadíssimas obras mais maduras e ponderadas como "4.6 Billion Year Love", "Blues Harp", DOA2, "Box", "The Bird People in China", entre outras.
Mas de facto depois desse grande filme, "4.6 Billion Year Love", ele parece querer dar razão a quem pensa dessa forma já que tem sido desastre atrás de desastre (batendo no fundo com "Sukiyaki Western Django") e os tempos mais próximos não prometem nada de bom.

Por último, ainda bem que essa extrema devoção ao cinema Indiano não a levou a misturar uma "pimbalhice hollywoodesca" com nome de concurso de tv no seu top de filmes asiáticos. Pela entrevista, outra coisa não seria de esperar.

bárbara disse...

O Sukiyaki Western Django foi o último filme dele que vi e jurei para nunca mais. Bateu mesmo no fundo...