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domingo, julho 22, 2007

História de Duas Irmãs/A Tale of Two Sisters/Janghwa, Hongryeon -장화, 홍련 (2003)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 110 minutos

Realizador: Kim Ji-woon

Com: Moon Geun-yeong, Im So-jeong, Yeom Jeong-ah, Kim Kap-soo, Lee Seung-bi, Lee Dae-yeon

"As irmãs"

Estória

Duas jovens irmãs retornam a casa depois de terem estado internadas numa casa de saúde mental. A mais velha, “Su-mi” (Im So-jeong) é extremamente protectora em relação à mais nova “Su-yeon” (Moon Geun-yeong), tentando afastá-la de tudo o que a possa magoar ou afligir.

A passividade de “Su-yeon” faz com que tente não arranjar problemas nem ao pai (Kim Kap-soo), nem à madrasta “Eun-joo” (Yeom Jeong-ah). Por seu lado, “Su-mi” detém algum recentimento para com o pai, e absolutamente não suporta a terrível madrasta, entrando frequentemente em conflito com ela. Para piorar ainda mais a situação, cenas estranhas e bizarras começam a acontecer na casa onde todos residem, que passam por um espírito começar a assombrar tanto as duas irmãs, como a madrasta, ficando o pai imune a tais eventos.

"A madrasta"

Quando o pássaro de estimação da madrasta é cruelmente morto, a violência psicológica e física intensifica-se entre os intervenientes. “Eun-joo” tranca a tímida “Su-yeon” num armário como castigo. Tal atitude desperta uma fúria vingativa na irmã mais velha “Su-mi”, que fará desembocar a vida de todos num pesadelo.

"O pai"

"Review"

Quando nos embrenhamos na extensa cinematografia sul-coreana, existem filmes que são absolutamente incontornáveis, e que servem de expoente máximo e identificativo do que de melhor a indústria da sétima arte daquele país possui. “História de duas irmãs” é uma dessas películas.

Baseado no conto tradicional coreano “Janghwa Hongreyon-jon” (“A Rosa e o Lótus Vermelho”), da altura da dinastia Joseon, “História de Duas Irmãs” foi um dos filmes mais populares de sempre no seu país natal, tendo uma audiência nas salas de cinema que excedeu os 3,1 milhões de espectadores. Outro importante cartão de visita é o facto de ter sido o primeiro filme coreano de horror a estrear nas salas dos Estados Unidos. Para não variar, direitos foram comprados desta vez pela “Dreamworks” e mais um “remake” vem a caminho…

Se dez pessoas estiverem numa sala a visionar “História de Duas Irmãs”, garanto-vos que se não houverem influências mútuas, dez versões diferentes da estória acabarão por vir à tona. O argumento é quase brilhante, estando recheado de aspectos que nos fazem pensar imenso e que não serão apreensíveis “à primeira vista”. Aliás, mesmo depois de visualizar algumas vezes este filme, e tendo feito alguma pesquisa, dúvidas mantêm-se e parece não haver possibilidade de algum consenso pelo mundo dos críticos e amantes de cinema. Sem tentar desvendar muito o enredo, sempre darei alguns pequenos exemplos. Quando “Su-mi” aparece no início do filme a falar com o psiquiatra, estamos na fase anterior ou posterior aos eventos em que se centra o filme? Existem um ou dois fantasmas, ou afinal não existe nenhum? A madrasta será real? Etc…, etc…, etc… Espero que tenham ficado com uma pequena ideia do que irão enfrentar.

"Su-mi ferida mira a a agressora"

Igualmente não estamos perante o típico filme de terror asiático. Não existe uma panóplia de sustos, muitas vezes completamente desarticulada. As cenas que incidem sobre este aspecto são relativamente poucas, quando comparadas com outras obras. No entanto, posso afirmar, tendo a certeza que muitos concordarão comigo, que a atmosfera e pressão psicológica que o filme exerce sobre as nossas mentes é avassaladora ao ponto de nos deixar bastante contundidos. Como curiosidade, o realizador Kim Ji-woon pretendia que a Jun (Jeon) Ji-hyun (muito provavelmente a actriz mais conhecida daquelas paragens) desempenhasse o papel de “Su-mi”, tendo a actriz recusado o papel, invocando que o argumento do filme era extremamente assustador.

Outro factor que faz com que “História de Duas Irmãs” não seja o típico filme de terror, é o facto de não ser limitado. Embora o extremo “suspense” e algum horror dominem a película, poderemos porventura afirmar com alguma propriedade que estamos perante um triste e bem representado drama familiar. A tragédia da família é o catalisador e a explicação para tudo o que se passa.

Por falar em representação, todos os actores sem excepção oferecerem-nos um excelente trabalho. Para além das falas, sou obrigado a destacar os olhares e as expressões dos intervenientes, alguns dos quais nunca esqueci até hoje. O constante e frenético deslizar do olhar perante um som mais estranho, ou um assustador vulto, está perfeito e serve na plenitude o pendor do filme.

Não sendo um grande amante deste género de películas, sou no entanto forçado a admitir que estamos perante uma obra de um enorme vulto, obrigatória para qualquer amante de cinema que se preze como pessoa inteligente.

Muito bom!

"O espírito"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Zeta Filmes, Cine-Asia, Fanaticine, Royale With Cheese, Cinema ao Sol Nascente

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 9

Argumento - 9

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,25





2 comentários:

bárbara disse...

Amo este filme. Fartei-me de chorar e não foi de medo...

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

É um filme excepcional, e sem dúvida das melhores obras sul-coreanas que já foram realizadas!

Grande abraço!