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terça-feira, setembro 15, 2009

Ong Bak 2: The Beginning/Ong Bak 2 - องค์บาก 2

Origem: Tailândia

Duração: 94 minutos

Realizadores: Tony Jaa e Panna Rittikrai

Com: Tony Jaa, Sorapong Chatree, Sarunyu Wongkrachang, Nirut Sirichanaya, Santisuk Promsiri, Primorata Dejudom, Natdanai Kongthong, Patthama Panthong, Petchtai Wongkamlao, Dan Chupong, Supakorn Kitsuwon


"Tien"

Sinopse

O ano é 1471 (1974 no calendário budista). “Tien” (Nadtanai Konthong) é o jovem filho de “Lord Sihadecho” (Santisuk Promsiri), um dos quatro líderes militares mais importantes do reino de Ayutthaya, na antiga Tailândia. Devido a confrontos políticos, “Sihadecho” e a esposa são assassinados por “Lord Rajasena” (Sarunyu Wongkrachang), e “Tien” é obrigado a fugir. Tendo caído nas mãos de bandidos, o jovem “Tien” impressiona “Chernang” (Sorapong Chatree), o líder dos piratas “Pha Beek Krut”, que o salva, acolhendo-o como um filho e seu sucessor no bando.

"O jovem Tien enfrenta a fúria de um crocodilo"

Apercebendo-se do potencial intrínseco de “Tien” para o combate, “Chernang” e os seus homens treinam-o em vários estilos de artes marciais, conseguindo com que o rapaz se torne numa máquina de matar perfeita, que consegue combinar diversas formas de luta. Quando chega a adulto, “Tien” (Tony Jaa) continua a guardar as memórias do assassinato dos seus pais. Em virtude deste facto, parte numa cruzada de vingança contra os foras-da-lei que o aprisionaram, mas acima de tudo contra “Lord Rajasena”, que actualmente é o monarca de Ayutthaya.

"A manada de elefantes ajoelha-se perante Tien"

"Review"

Depois do grande sucesso de “Ong Bak”, onde nos foi revelado a mais fabulosa máquina de pancadaria jamais vista, e a continuação do massacre em “Warrior King/The Protector”, Tony Jaa está de volta em mais uma odisseia onde nos é demonstrado o inexcedível potencial do actor em tomar satisfações dos seus oponentes. À semelhança de outras obras cinematográficas, a feitura de “Ong Bak 2” não foi isenta de precalços, essencialmente do ponto de vista financeiro e até do ponto de vista pessoal, no que concerne ao próprio Tony Jaa. A película começou a ser rodada em 2006, mas algures por volta de Julho de 2008, o actor, e aqui também realizador, desapareceu do local de filmagem, deixando toda a gente pendurada. Vários rumores circularam à altura, que chegaram ao ponto de afirmações que colocavam Tony Jaa num estado desolado e em isolamento total, algures numa caverna a praticar magia negra. A fronteira entre a realidade e a ficção é bastante ténue, e nestas coisas nunca sabemos o que é verdade ou mentira. O que é certo foi que o atraso fez com que a produção do filme começasse a causar prejuízos financeiros, havendo uma troca de acusações entre a companhia “Weinstein”, a “Sahamongkol Film” e o próprio Tony Jaa. Após o ultrapassar do dilema, as filmagens continuaram, com uma importante adição. O mentor de Tony Jaa e coreógrafo de artes marciais Panna Rittikrai foi chamado ao projecto, pois entendeu-se que seria uma pessoa com capacidades para completar esta longa-metragem. Daí que se pode afirmar que “Ong Bak 2” possuiu dois realizadores, um na fase inicial e outro na parte final.

Toda a gente conhece, em maior ou menor medida, o grande impacto do primeiro “Ong Bak”, que na altura foi um enorme soco no estômago no que aos filmes de artes marciais diz respeito. Um desconhecido chamado Panom Yeerum, que adoptou o nome artístico de Tony Jaa, explodiu nas telas, demonstrando todo o potencial e força que o Muay Thai pode revelar nas telas. E verdade se diga, o manancial de golpes, acrobacias e atrever-me-ia a dizer brutalidade, foi algo até então nunca visto! Falo por mim, é claro! Em nome do claro desprezo pelo argumento, o que interessava verdadeiramente era observar os entusiasmantes pontapés e socos, mas ainda mais as joelhadas e cotoveladas que um aparentemente inocente/inofensivo Jaa desferia nos seus infelizes opositores. Posteriormente, Jaa viria a protagonizar “Warrior King/The Protector”, uma película que no global era inferior a “Ong Bak”, superiorizando-se eventualmente na parte mais sentimental, devido à relação entre Jaa e o elefante “Por Yai”, para além da cria “Korn”. Chegamos então a este “Ong Bak 2”, e desde já se adianta que é um filme superior aos anteriormente mencionados, embora convenhamos que esteja bastante longe de ser isento de falhas.

"Tien é auxiliado por um elefante em combate"

O facto de “Ong Bak 2” constituir a longa-metragem de maior craveira protagonizada por Jaa, passa essencialmente por demonstrar ser um filme mais elaborado no seu todo. Existe, por exemplo, um cuidado ligeiramente acrescido na trama, embora a mesma continue muito básica. E a maior crítica que advém neste particular, já profusamente repetida por muitos, é que não se consegue discernir uma relação directa entre este “Ong Bak” e o anterior. Ou seja, não existem elementos de ligação entre os dois filmes, no sentido de nos apercebermos qual é a verdadeira relação entre ambos. Através de repetidos reparos neste particular, Jaa responderia meio irritado que a relação seria estabelecida em “Ong Bak 3”. Ficam pois a saber desde já que a saga “Ong Bak” não ficará por aqui, o que já seria bastante previsível face ao epílogo de “Ong Bak 2”. Quanto a mim, julgo que será mais ou menos óbvio atendendo ao título do filme, que a personagem principal de “Ong Bak 2”, será um antepassado de “Ting”, o jovem inocente de “Ong Bak”. Mas como já referi, e sou obrigado a reiterar este aspecto, os “Ong Bak's” não primam muito pelo argumento, pelo que nos resta aguardar de alguma forma o que irão “inventar” para estabelecer um paralelo que até parece óbvio.

Outro aspecto que eleva “Ong Bak 2” a um patamar superior, quando comparado com o seu predecessor, passa por uma produção em muito maior escala, a que não será alheio, como é óbvio, a existência de fundos monetários mais desafogados. Isto reflecte-se essencialmente nos aspectos visuais, por vezes fenomenais, que o filme denota. “Ong Bak 2” vive diversas vezes sob o signo da sumptuosidade, que em muito contribuirá o facto de a película ocorrer na Tailândia do século XV. A beleza das paisagens, mormente das montanhas, dos rios e dos templos entusiasmam e conferem um pano de fundo aprazível a esta longa-metragem e que em nada defraudará aqueles que se consideram cultores de uma boa fotografia e de cenários paradisíacos. Trata-se de um dos pontos fortes de inúmeras películas asiáticas, e aqui “Ong Bak 2” faz jus à sua orientalidade, ficando a dever a poucas longas-metragens.

Chegamos agora à verdadeira razão de existência de “Ong Bak 2”, ou seja, a acção. Como já aflorei, aqui temos um Tony Jaa diferente dos seus anteriores registos, pelo facto de o Muay Thai não ser a lei. O actor demonstra que o seu registo de golpes não se limita à arte marcial rainha da sua terra natal e navega por outras formas de combate que irão desde o wushu até ao kendo, passando por muitas outras. O manancial de golpes desferido é de tirar a respiração, acontecendo momentos que por vezes podemos catalogar “de outro mundo”. E a vantagem é que as cenas são filmadas de uma forma que nos apercebemos de praticamente todos o impacto e a técnica envolvida. E esta premissa aplica-se, imagine-se, aos casos em que estão envolvidos animais. A cena do jovem “Tien” no poço do crocodilo é bastante feliz, e quase acreditamos que efectivamente encontra-se um jovem a lutar pela sua vida, contra o réptil perigosíssimo. Mas o que verdadeiramente nos conquista, e tal deriva da própria paixão de Jaa por estes animais, são as cenas em que intervêm os elefantes. Deparamo-nos com “Tien”, durante uma debandada destes animais, a saltar progressivamente de elefante em elefante, até chegar ao líder e dominá-lo. Posteriormente, todos os elefantes vergam-se à coragem do guerreiro, e reconhecem-no como seu superior. Embora seja evidente a inverosimilidade da situação, não poderá ser negado que o efeito é espectacular, inspirador e com algo de majestoso. Obviamente que não poderia deixar de aludir aos combates físicos que se passam no dorso de um dos elefantes. É simplesmente de ficar embevecido, tanto pela agilidade dos intervenientes (existem partes que se nota que o uso do guindaste foi afastado!), como pela calma e até intervenção do animal quando confrontado com todos os actores à sua volta num grande rebuliço.

Sendo um filme manifestamente incompleto, e claramente a solicitar uma sequela, “Ong Bak 2” acaba por se revelar como uma agradável surpresa. É uma clássica história de vingança, sem nada que se possa apontar como inovador neste segmento. No entanto, é imperioso que continue a haver espaço para aquele tipo de películas que vivam quase exclusivamente da acção, do empirismo e do entretenimento à moda antiga. “Ong Bak 2” marca definitivamente a sua presença nesta classe, e dentro do seu género, é uma obra que marca uma presença indelével. Aguardemos, pois, pelo que Tony Jaa e Panna Rittikrai nos reservaram para “Ong Bak 3”, de forma a que percebamos o que efectivamente significa a expressão “Ong Bak”, no meio desta fúria imensa de sangue, misticismo e artes marciais do melhor que pode ser oferecido hoje em dia!

Vale a pena conferir!


"Tien vinga-se sobre um dos seus captores"

Trailer

The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 9

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,75




6 comentários:

Nuno disse...

Amigo Jorge,

Aqui está um filme que verei quando, e se, sair em Portugal. É um daqueles filmes de entertenimento puro e eu, às vezes, preciso desse entretenimento.
Aguardava há tempo esta tua análise, mais uma fantástica.

Abraço

Takeshi Age of Asia disse...

Do ponto de vista artístico este Ong Bak 2 pode superar o original de 2003, mas ainda prefiro o primeiro.

"The Rebel" (Vietnã, 2006), estrelado por Johnny Nguyen, Veronica Ngo (que em breve gostaria de vê-la em beldades do cinema asiático)me conquistou mais que Ong Bak 2 por incrível que pareça.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Nuno!

Entretenimento, bons cenários e pancadaria de meia-noite não faltam em "Ong Bak 2". Distrai bastante :) !

No restante, só tenho a agradecer o apoio!

Grande abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Takeshi!

Ainda não vi o "The Rebel", mas pelo que já li, o filme parece ser bom.
Quanto a Veronica Ngo, o pedido fica registado :) !

Abraço!

Dewonny disse...

Adorei, filmaço, adoro história de vingança por mais q se repitam, a pancadaria na meia-hora final já vale pelo filme inteiro!
Tony Jaa já é um grande nome do cinema de artes mariciais! O cara luta demais!
Comentei esse filme no meu blog em abril desse ano. nota 8.5!
Ah, "O Rebelde" é muito bom. nota 8.0. Também recomendo!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Embora tenha os costumeiros lapsos de argumento, achei este filme mais bem produzido que os anteriores. E a nível de exibição de artes marciais, acho que não oferece muita discussão que o0 Tony Jaa é, actualmente, o melhor executante do género.

Vamos aguardar por "Ong Bak 3"!

Abraço!

PS: Tenho de ver "The Rebel"!