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quarta-feira, março 09, 2011

Exiled/Fong juk – 放‧逐 (2006)

Capa

Origem: Hong Kong

Duração aproximada: 110 minutos

Realizador: Johnny To

Com: Anthony Wong, Francis Ng, Simon Yam, Nick Cheung, Lam Suet, Roy Cheung, Josie Ho, Richie Ren, Gordon Lam, Cheung Siu Fai, Ellen Chan, Hui Siu Hung, Ronald Yam

O grupo

“Da esquerda para a direita, em cima: Fat, Tai, Blaze e Cat; em baixo, Wo, a esposa Jin e o filho de ambos”

Sinopse

Em 1999, dois anos após o mesmo ter acontecido com Hong Kong, Macau está prestes a deixar a soberania de um país europeu, neste caso Portugal, e a retornar para o território da China. Quatro elementos de uma tríade chefiada por Fay (Simon Yam), a saber, “Blaze” (Anthony Wong), “Tai” (Francis Ng), “Cat” (Roy Cheung) e “Fat” (Lam Suet), são incumbidos da missão de matar um ex-membro da organização chamado “Wo” (Nick Cheung). Acontece que deparados perante o seu antigo companheiro e amigo, os quatro não conseguem levar a cabo o golpe e unem-se para proteger “Wo”, a sua esposa “Jin” (Josie Ho) e o filho de ambos recém-nascido.

Blaze 2

“Blaze”

Acontece que “Fay” vem de Hong Kong até Macau, de forma a destronar o domínio do “gangster” “Keung” (Gordon Lam), e assegurar que “Wo” efectivamente está morto. Quando descobre o que se passou, “Fay” não se deixa ficar e organiza uma caçada ao grupo. Uma cruzada de sangue está prestes a se desencadear.

Fai depara-se com Keung

“Fay depara-se com o rival Keung”

Review”

Tendo sido exibido em certames de cinema por todo o mundo, de que constituem exemplo Veneza e Toronto, e sido filmado na antiga colónia portuguesa de Macau, “Exiled” tem o condão de fazer assomar uma ideia logo à minha mente: não consigo encontrar um filme que defina melhor o estilo de Johnnie To e que granjeou tantos fãs. A película teve críticas positivas um pouco por todo o meio especializado e conseguiu mesmo ter a honra de ter sido a submissão oficial de Hong Kong aos óscares – 2008, na categoria de melhor filme estrangeiro.

“Exiled” representa o que de melhor a cena de Hong Kong tem para oferecer, possuindo momentos perfeitos de tensão e acção, a par de cenas dramáticas de antologia, que ficam gravadas algures na nossa memória, num “freeze frame” mental. A técnica de “slow motion” usada nas cenas de acção, onde os tiroteios infernais irrompem destemidos, é simplesmente maravilhosa e de chorar por mais. Os intervenientes são meticulosamente posicionados, antes da abrupta violência emergir, e uma autêntica valsa diabólica de balas, sangue e destruição demonstrar a sua estranha, mas inquestionável beleza. Num culminar usual, todos estes aspectos irrompem no inevitável “stand off” final.

Como foi referido na sinopse, a acção de “Exiled” passa-se numa Macau em processo de transicção da governação portuguesa para a administração chinesa. Aqui, com ou sem razão, é traçado um quadro de uma terra onde a lei não consegue impor a sua vontade, onde a polícia é pouco efectiva e corrupta, e as tríades fazem quase o que lhes bem apetece. Ajustes de contas são desfilados num restaurante, numa rua, num descampado, sem que as forças da ordem consigam fazer algo para impedi-lo, sendo mesmo atacadas em nome da cobiça que rodeia um enorme carregamento de ouro.

Tiroteio 2

“Tiroteio no restaurante”

Na nossa humilde opinião, é improvável alguém se autointitular um apreciador do cinema de Hong Kong, sem prezar esta película e outras de natureza semelhante, desde que bem executadas e portadoras de um signo de qualidade. Tem um conjunto de homens afectados pela dureza do seu percurso de vida, que deixam a acção falar por si e mulheres que não conseguem entender esta maneira de agir e pugnam por um modo de vida mais calmo e pacífico. Mas acima de tudo, evidencia de sobremaneira aquele destino traduzido por um caminho que por mais que façamos, simplesmente não lhe conseguimos fugir.

Aqueles que se deram ao trabalho de reparar no grupo de actores que exibem as suas potencialidades nesta película, forçosamente terão de concluir que estamos perante um elenco de eleição, onde pontificam alguns dos mais talentosos intérpretes de Hong Kong e habitués das longas-metragens de Johnny To. O grande Anthony Wong exibe mais uma actuação de grande nível, num estilo inimitável e que só a ele lhe pertence, sendo bem acompanhado por Francis Ng. Simon Yam é um dos meus actores preferidos daquelas paragens, e para mim é algo complicado colocar-lhe defeitos. Igualmente é alguém que impõe um cunho e ritmo muito próprio nas suas performances, sendo que aqui o que lhe faltará serão, eventualmente e por força do argumento, mais alguns minutos. Nick Cheung, Roy Cheung e Lam Suet não destoam e enquadram-se bem nos seus papéis.

“Exiled” é um filme que honra muito bem o estilo do seu criador. É um orgulhoso e excelente exemplo do género “tríade” e atrever-me-ia a afirmar, quase um sonho para qualquer amante do género. Ao mesmo tempo, configura-se como uma história de amizade e honra impressionante, onde em nome dos ideiais e do código de conduta, mais depressa se verga do que se torce. A redenção acaba por ser tratada de uma forma crua, mas credível. No fundo, “Exiled” demonstra ser uma obra simples, nada esotérica e, à falta de melhor expressão...um filmão!!!

Fat Blaze Tai Cat

“Fat, Blaze, Tai e Cat”

imdb7.3 em 10 (3.904 votos) em 9 de Março de 2011

Outras críticas em português:

  1. Cine Players (Emílio Franco Jr.)
  2. Cinedie Asia
  3. Cine-Asia

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 8

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,25

8 comentários:

Raphael Dias (Pin-Head) disse...

Esse é um dos primeiros filmes que vêm a minha mente quando alguem não conhece o cinema asiático ou tem algum tipo de preconceito com o mesmo e eu tento converter a pessoa a ser um fã do cinema asiático, uma das obras mais legais e completas que eu já vi, a fotografia é linda, a trilha sonora memóravel, o roteiro intrincado e o desempenho dos atores é genial.
Ótimo post Jorge =)

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Obrigado Raphael! Abraço!

Dewonny disse...

Olá Jorge!
Sorry o sumiço, ando bem sem tempo de navegar na net e visitar o blog sos amigos!
Esse filme aí é muito bom msm, as cenas de tiroteio são muito bem feitas, o q é de praxe no cinema de ação asiático! Destaque tbm para o ótimo elenco!
Abraço! Diego!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Diego!

Eu também não tenho actualizado o blog tanto como queria, pois tenho ultimamente alguma falta de tempo. Este é bem capaz de ser o meu filme preferido de To.

Abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá António, obrigado pelo elogio ao meu espaço. O blog tem estado parado, essencialmente por falta de tempo para actualizá-lo,mas contamos em breve colcoar qualquer coisa por aqui.

Abraço!

O Narrador Subjectivo disse...

Um grande thriller realmente, com potencial para agradar a qualquer um. Conheço pouco de To, mas gostei muito de Exiled. Bom blog ;) Cumprimentos

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Marcel Ibaldo disse...

Bah! Encontrei o blog acidentalmente e já estou seguindo! Excelente e repleto de exemplares fundamentais do cinema asiático!
Também tenho um blog cinematográfico, e é legal conhecer o trabalho de outros cineblogueiros!
Aguardemos tuas novas postagens.

http://ibaldomarcel.blogspot.com/

Suzane Weck disse...

Quase não conheço o cinema asiático,por isso tenho um enorme prazer de encontrá-lo e começar a seguir este diferenciado blog.Grande abraço.