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domingo, setembro 14, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Masaki Kobayashi (ao centro, com o chapéu branco)

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. My Son's Youth (1952)
  2. The Thick-Walled Room (1953)
  3. Sincerity (1953)
  4. Three Loves (1954)
  5. Somewhere Under the Broad Sky (1954)
  6. Beautiful Days (1955)
  7. The Spring (1956)
  8. I'll Buy You (1956)
  9. Black River (1957)
  10. The Human Condition I (1959)
  11. The Human Condition II (1959)
  12. The Human Condition III (1961)
  13. The Inheritance (1962)
  14. Seppuku (1962)
  15. Kwaidan (1964)
  16. Samurai Rebellion (1967)
  17. Hymn to a Tired Man (1968)
  18. At the Risk of My Life (1971)
  19. Kaseki (1975)
  20. Glowing Autumn (1979)
  21. Tokyo Trial (1983)
  22. Family Without a Dinner Table (1985)


4 comentários:

Miguel P. disse...

No cinema japonês do pós-guerra até aos finais de 50, é sabido, deparamo-nos com um problema usual: os motivos do entretenimento absorvem o radicalismo e a longevidade política das obras. Não só porque o Japão, a pouco e pouco, se habituava a um regime democrático (sem a presença activa do Imperador) como a imposição da "pax americana" sujeitava os heróis revolucionários dos antigos jidai-geki (veja-se um Orochi ou as produções obscuras de Tai Kato)a conterem-se.
Porém, Masaki Kobayashi é um realizador que, sendo clássico, é também estranhamente um revolucionário, contradizendo a fórmula dos seus contemporâneos, Akira Kurosawa , Hiroshi Inagaki entre outros. As suas obras adquirem um sabor muito particular, onde os "idealistas" ganham relevo. Nos seus "chambaras", por isso, persiste sempre o tema da rebelião (em Harakiri - obra cuja grandiosidade nem admite classificações - ou Rebellion mas também em Inn of the Devil). Os mais fracos sacrificando-se por essa vingança, uma espécie de "mise-en-scéne" caótica contra os homens no poder, cegos de ambições.
Se a experiência da guerra marcou todos os realizadores desta geração , no caso de Kobayashi (ao contrário de Kurosawa que centra o diálogo apenas na ambiguidade dos valores morais) esse horror transforma-se num activismo de heróis que são mártires, por morrerem por uma causa nobre, que os transcendem. A sua trilogia épica "A Condição Humana" é um feito cinemático inegável onde a bondade do protagonista (um Tatsuya Nakadai - formidável como sempre) contra os terrores da guerra o torna num mártir numa época descontroladamente desumanizada.
Mesmo em Kwaidan há certas marcas de um autor sempre pronto a reiventar-se, e em Black River (outra obra mais antiga) o "noir" é quase cinema-social como as primeiras aventuras de Shohei Imamura.
De salientar a participação já mencionada de Tatsuya Nakadai - "alter-ego" de Kobayashi - herói, revolucionário e louco. E também as hipnotizantes bandas-sonoras de Toru Takemitsu (participação que foi sendo cada vez mais regular nas suas obras).

Abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá Miguel Patrício!

Como sempre, mais um texto que nos ajuda perceber a importância da obra de um realizador, neste caso de Kobayashi. Pessoalmente, vi "Kwaidan" e "Rebellion" e fiquei agradado com a sua obra!

Um abraço!

Anónimo disse...

Quando se fala de Masaki Kobayashi a primeira coisa que me recordo é do "peso" e imponência do seu cinema!
São normalmente obras longas com narrativas pertinentes e sempre de uma densidade extraordinária. Além disso, é, dentro dos mais "clássicos" talvez aquele com maior agilidade em termos estéticos, demonstrada nesses intensos episódios do Japão feudal como o sombrio "Inn of Evil", a obra-prima "Harakiri" (Nakadai, meu deus!) e o furioso "Samurai Rebellion" onde além da provocação ao sistema (e ao espectador) se consegue vislumbrar algumas marcas quase ao estilo new wave!
Mesmo assim, o seu auge estilistico foi "Kaidan", justamente porque todo o filme se baseou na sua beleza hipnotizante
com aqueles cenários fulgurantes, sendo sem dúvida esse o seu trunfo mais forte uma vez que em termos narrativos não é tão cativante.
Teve ainda tempo para nos oferecer "Black River", esse bem interessante - apesar de esquecido na sua obra - diário do pós guerra, em tempos de caos social! E para terminar foi responsável por uma das mais longas experiências cinematograficas que tive oportunidade de experimentar, nas épicas mais de 9 horas de filme divididas em 3 partes (ou 6 se quiserem) nessa herculeana jornada The Human Condition!
É mesmo caso para dizer que se trata de um peso-pesado do cinema Japonês!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá tf10!

Antes de tudo, mais um excelente comentário que complementa muito bem o veiculado pelo Miguel!
Como já disse no comentário anterior, vi o "Kwaidan" e o "Samurai Rebellion" e fiquei agradavelmente impressionado com os filmes. Seguindo o vosso conselho, vou experimentar "A Condição Humana" e logo digo da minha justiça :) !

Abraço!