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sábado, agosto 21, 2010

Crying Out Love, in the Centre of the World/Sekai no chûsin de, ai o sakebu – 世界の中心で、愛をさけぶ (2004)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 138 minutos

Realizador: Isao Yukisada

Com: Takao Osawa, Kou Shibasaki, Masami Nagasawa, Mirai Moriyama, Tsutomu Yamazaki, Kankuro Kudô, Kanji Tsuda, Issei Takahashi, Rio Kanno, Tetta Sugimoto, Katsutaka Furuhata

6

Sakutaro Matsumoto Aka Saku”

Sinopse

“Sakutaro Matsumoto” (Takao Osawa) encontra-se noivo de “Ritsuko Fujimura” (Kou Shibasaki), sendo os dois um casal normal que parece viver em felicidade. Contudo, tudo se altera quando “Ritsuko” encontra uma antiga cassete e ouve uma voz de uma rapariga triste, com uma mensagem trágica. Desfeita em lágrimas, “Ritsuko” abandona “Sakutaro”, sem qualquer explicação aparente. O homem descobre o sítio para onde a noiva se dirigiu, e partindo para lá, memórias dolorosas de adolescência retornam à sua mente.

3

Ritsuko”

Recuando dezassete anos, mais propriamente a 1986, um jovem “Sakutaro” (Mirai Moriyama), a quem todos tratam por “Saku”, encontra-se embevecido por “Aki Hirose” (Masami Nasagawa), a jovem mais popular do liceu, linda, radiosa e com uma personalidade brilhante. Os jovens acabam por encetar um relacionamento, mas um desentendimento faz com que os namorados comecem a expressar os seus sentimentos através da troca de cassetes. A vida de ambos sofre um golpe impiedoso, quando é diagnosticado leucemia a “Aki”. Tendo consciência que a sua vida está por meses, “Saku” faz uma promessa a “Aki”: leva-la a Uluru, um lugar sagrado na Austrália, a que a rapariga reputa de “centro do mundo”.

2

Aki Hirose”

Review”

Quando alguém morre, o amor também falece? Desde já avanço com a minha opinião, que é naturalmente no sentido negativo. Muitas vezes quando perdemos alguém, tal facto só serve para exponenciar ainda mais o sentimento que nutrimos, seja pela falta, ou pela simples razão de, infelizmente, só valorizarmos as pessoas ou as coisas quando já não as temos mais. “Crying Out Love (...)” foca-se muito nesta premissa, teorizando acerca dos efeitos condicionantes que a perda de um amor adolescente, normalmente mais puro e singelo, poderá ter na vida de um homem, mesmo que tenham decorridos muitos anos. Tendo sido um filme bem sucedido na terra-natal, “Crying Out Love (...)” é baseado no igualmente reputado romance de Kyoichi Katayama, um “bestseller” nipónico, que viria igualmente a dar origem a uma série de televisão.

Apostando na profusamente usada técnica narrativa de “flashbacks”, não é complicado entender a razão pela qual “Crying Out Love (...)” obteve tanto êxito nas bilheteiras das salas do país do sol nascente. Apesar de ser mais apelativo para os fãs do melodrama, poder-se-á afirmar com alguma propriedade que esta película dirige-se a todos os amantes de cinema, sem excepção. Trata-se de uma longa-metragem que foge ao comum dos dramas, pelo facto de assentar numa exposição honesta de sentimentos, que redundam num turbilhão imenso de sensações, que não deixará ninguém indiferente. Embora tenha de se reconhecer que a trama não prima assim tanto pela originalidade, até porque desemboca no tema tão caro aos orientais que é o da doença terminal, a história é bastante enternecedora e é um claro ganhador no campo do trágico e do fatalista. Igualmente não se poderá negar que alguns excessos dramáticos são intencionalmente, e até deslealmente cometidos, mas a pureza com que tudo é explanado , faz-nos desculpar alguma “lamechice” encomendada.

9

Tempos de felicidade”

Takao Osawa, um actor que pertence à elite dos intérpretes nipónicos, oferece-nos mais uma actuação de bom nível, sendo bem secundado pela igualmente conhecida Kou Shibasaki. Não se duvide, contudo, que a alma desta película reside na representação dos actores a quem incumbe dar corpo aos adolescentes enamorados. Mirai Moriyama sai-se bem no papel do jovem “Saku”, seja nas partes ditas mais cómicas, mas principalmente no romance, onde tem de exteriorizar a sua paixão sonhadora, que julga ser forte o suficiente para vencer todos os desafios e barreiras que se lhe deparam. A revelação Masami Nagasawa é quem brilha mais no firmamento, personificando “Aki”, o eterno amor de “Saku”. Nagasawa é adorável, bonita e usa estes predicados de uma forma bastante inteligente, destilando “glamour” e uma graça muito própria que nos conquista quase de imediato.

Com uma banda-sonora de uma qualidade inolvidável, “Crying Out Love (...)” é um excelente exemplo do melhor que o drama japonês tem para oferecer. Celebra a beleza da juventude, e endeusa justamente um aspecto que fica sempre no coração de todos: o primeiro grande amor. Por outra via, “Crying Out Love (...)” não se resume apenas à nostalgia, mas sub-repticiamente passa a mensagem que, mesmo na maior tristeza que nos assole, é sempre possível começar de novo, mesmo que nos relembremos com um sorriso na boca, ou uma lágrima no canto do olho, daquela pessoa ou daquele momento que nos marcará para sempre.Excessivo? Talvez, mas não nos importamos mesmo nada. De vez em quando, até sabe bem fazer a figura de um suposto tolo sentimental.

Cabe apenas concluir que estamos perante um romance memorável e poderoso e, por esta razão, só me resta aconselhar vivamente o visionamento desta longa-metragem de eleição. Definitivamente a não perder!

5

Um significativo entrelaçar de mãos”

imdb 7.3 em 10 (1.195 votos) em 21 de Agosto de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 10

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

domingo, julho 18, 2010

Dolls/Dôruzu – ドールズ (2002)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 114 minutos

Realizador: Takeshi Kitano

Com: Hidetoshi Nishijima, Miho Kanno, Tatsuya Mihashi, Chieko Matsubara, Kyoko Fukada, Tsutomu Takeshige, Kayoko Kishimoto, Kanji Tsuda, Yuko Daike, Ren Osugi

Bonecos

O teatro de marionetas Bunraku”

Sinopse

“Matsumoto” (Hidetoshi Nakajima), um jovem executivo, vê-se obrigado a casar com a filha do patrão, devido à pressão dos pais. Acontece que “Matsumoto” estava noivo da sensível “Sawako” (Miho Kanno), que fica destroçada com a opção do seu amor. No dia do casamento, chega ao conhecimento de “Matsumoto” que “Sawako” tentou suicidar-se, e em virtude disto, ficou com debilidades mentais e foi internada num sanatório. “Matsumoto” abandona a noiva no altar, resgata “Sawako” do estabelecimento de saúde, e inicia uma viagem com a rapariga onde o amor sobrevive a par com o sofrimento.

Haruna mira o mar

“Haruna Yamaguchi contempla o mar”

Paralelamente, o velho líder yakuza “Hiro” (Tatsuya Mihashi), descobre que o seu amor de juventude “Ryoko” (Chieko Matsubara), ainda se mantém fiel ao seu sentimento, e aparece todos os dias com o almoço feito para lhe entregar, sentando-se num banco de jardim a aguarda-lo. Sem se identificar, “Hiro” trava novamente conhecimento com “Ryoko”, mas o implacável submundo parece não querer deixar vingar o sentimento que une os dois. Por fim, “Nukui” (Tsutomu Takeshige), o fã fanático da famosa cantora “Haruna Yamaguchi” (Kyoko Fukada), toma medidas desesperadas quando descobre que aquela fica com a cara desfigurada, devido a um acidente de automóvel. Tudo em nome de ter uma possibilidade de falar com a sua razão de viver.

Por-do-sol

“Deambulando sob o por-do-sol”

Review”

Realizado em 2002, “Dolls” quando foi exibido no festival de Cinema de Veneza provocou sentimentos contraditórios. Enquanto uns defendiam que estávamos perante uma obra-prima de Kitano, outros insurgiam-se e afirmavam que estávamos perante um filme banal, que aproveitava meia dúzia de características da cinematografia asiática para se fazer notar. O certame em Veneza deu razão a esta segunda corrente, e “Dolls” partiu do evento sem ter vencido qualquer prémio ou distinção. “Dolls” é dos filmes de Kitano que está englobado nas obras do realizador/actor, onde o mundo do crime não assume preponderância, embora tal ainda seja aflorado na subtrama relacionada com “Hiro”, o chefe yakuza. Cabe ainda referir que ao contrário de muitas longas-metragens por si realizadas, Kitano aqui não actua, ficando-se pela direcção do filme.

O amor deverá muito provavelmente ser uma das temáticas mais abordadas na sétima arte, infelizmente muitas vezes com afloramentos muito simplistas, cuja única visão é a comercial e nada mais. Mas o amor, como o sentimento mais nobre que existe, serve de inspiração para algumas das maiores obras de cinema alguma vez criadas. Ninguém de bom senso, poderá contrariar esta afirmação. Como sentimento rico, profícuo e diversificado, é susceptível de diversas aproximações. Umas mais optimistas, outras verdadeiramente cor-de-rosa, algumas por vezes trágicas e a destilar sofrimento. “Dolls” é um filme que versa sobre o amor, mas não o expõe de uma forma convencional ou dita mais politicamente correcta. Aqui, o eterno sentimento é subsumido a uma perspectiva de sacrifício e arrependimento, mas sempre com uma devoção sem fronteiras.

Assentando a sua narrativa no teatro de marionetas “bunraku”, a trama assume por vezes uma faceta surreal mas bem estruturada, onde flutuamos num sonho. Esta forma de exposição, assenta muito bem na natureza contemplativa e até filosófica da película, revelando inteligência e uma saudável frescura. “Dolls” é um exercício trágico, em que o sentimento de tristeza por vezes assume proporções quase apocalípticas, onde as fraquezas sentimentais das personagens vão emergindo, momento atrás de momento, esbofeteando as nossas convicções. Efectivamente, esta longa-metragem não oferece respostas fáceis às questões que vão surgindo à medida que desfrutamos do visionamento. Contudo, não se poderá encarar esta premissa como uma fraqueza do filme, mas sim como um dos seus pontos fortes. Desprezando o mais convencional ou óbvio, ou qualquer moralismo mais barato, “Dolls” dá uma margem estimulante ao espectador, para que este possa fazer as suas próprias reflexões e uma salutar liberdade de interpretação.

Sawako

“Sawako”

“Dolls” possui igualmente uma fotografia fabulosa, que nos irá maravilhar a visão e estimular o nosso gosto pela beleza. O trabalho neste particular, a cargo de Katsumi Yanagishima, um “habitué” da equipa de Kitano, é comparável aos feitos do mago Christopher Doyle, o que será o melhor elogio que aqui se poderá fazer. Tudo maravilha os olhos, em especial as paisagens mais rurais e campestres japonesas, onde as cores são meticulosamente trabalhadas, tanto para impressionar como para enternecer. Este desfile brutal de imagens e tons, acentua ainda mais o pendor trágico da película, culminado numa conjugação eficiente de elementos que nos tocam bem lá no fundo. Há quem lhe chame “poesia visual”. A designação afigura-se perfeita.

Com interpretações soberbas dos intervenientes, destacando-se o casal Hidetoshi Nishijima e Miho Kanno, uma beleza de imagem a toda a prova, uma banda-sonora que cumpre e momentos por vezes crus, mas sempre muito significativos, “Dolls” é uma película que revela o que de melhor o cinema nipónico é capaz na exploração do amor e do sofrimento associado a este. Com uma aura extremamente desafiante, retirei para mim que talvez sejamos marionetas dos nossos sentimentos, no sentido de serem eles a nos dominar e não o contrário. E mesmo que esta ideia seja algo óbvia, principalmente para os que ouvem mais o coração do que a razão, todos nós sabemos muito bem que nem sempre é assim. Expondo a minha estranheza e discordância acerca de muitas das críticas negativas que foram efectuadas a “Dolls”, cabe-me concluir no sentido de estarmos perante um filme de uma grandeza maior, que se aconselha definitivamente o visionamento. Os leitores que por aqui passam, saberão certamente fazer a sua escolha.

Sawako e Matsumoto 3

“Sawako e Matsumoto”

imdb 7.7 em 10 (7.210 votos) em 18 de Julho de 2010

Outras críticas em português/espanhol:

  1. Batto presenta…
  2. Cinedie Asia
  3. Flickr Maria Eugénia
  4. Arquitetura do Nada
  5. Quarto 2046
  6. Sete Ventos
  7. Cine-Asia
  8. Cinema 2000

Avaliação:

Entretenimento – 7

Interpretação – 9

Argumento – 9

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 10

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,50

terça-feira, agosto 29, 2006

April Story/Shigatsu Monogatari (1998)

Origem: Japão

Duração: 67 minutos

Realizador: Shunji Iwai

Com: Takako Matsu, Seiichi Tanabe, Kazuhiko Kato, Kahori Fujii, Kae Minami, Kanji Tsuda


"Uzuki Nareno"

Estória

"Uzuki Nareno" é uma jovem que deixa a rural "Hokkaido" no extremo norte do Japão, para estudar na universidade situada na capital Tóquio.

Embora à primeira vista se pudesse pensar que a motivação principal da adolescente fosse a licenciatura, posteriormente nos apercebemos que a escolha da universidade e da cidade não foi inocente, pois "Uzuki" está apaixonada por um rapaz da sua terra natal, que se encontra precisamente a estudar na faculdade escolhida.

"O desespero da jovem Uzuki"

A adaptação à grande cidade não é fácil, atendendo a que "Uzuki" é extremamente tímida, embora possuidora de uma amabilidade a toda a prova. Chega a ser alvo da chacota dos colegas e assediada por um pervertido numa sala de cinema.

Aos poucos a vida começa a melhorar, com "Uzuki" a fazer os primeiros amigos e inclusive a aderir ao clube de pesca da universidade.

E encontra o tal rapaz a trabalhar numa livraria...

"Um calmo passeio de bicicleta"

"Review"

O ponto forte de "April Story" é sem dúvida a extrema simplicade e honestidade da estória e da representação dos actores.

Não podemos deixar de nos sentir cativados pela inocente "Uzuki" e o seu esforço em adaptar-se a uma realidade completamente nova, com pessoas que pouco lhe ligam, tudo em nome de um rapaz que mal sabia da sua existência na escola secundária.

O dia-a-dia da jovem é preenchido pelas coisas banais que todos os estudantes universitários fazem, com a grande excepção que "Uzuki" não tem muitos amigos e passa o dia a rondar a livraria onde o rapaz trabalha.

A ida ao cinema em que é assediada por um maníaco qualquer e a ignorância a que é votada pela vizinha da porta da frente, igualmente não contribuem para um início feliz da vida da rapariga em Tóquio. Os seus passeios de bicicleta acabam por ser um escape para esta difícil fase inicial.

No meu caso pessoal não pude deixar de sentir uma especial empatia com a situação de "Uzuki", pois eu também por motivos académicos tive que deixar o conforto da minha terra natal, a cidade do Funchal na ilha da Madeira, e deslocar-me para um meio diferente e maior, a capital do país Lisboa. E deparei-me com as dificuldades inerentes à situação, embora rapidamente tivesse conseguido ambientar-me e achar sinceramente que foram os melhores seis anos da minha vida, mesmo com os normais "altos e baixos"!

"A descoberta da livraria"

Voltando de novo à análise do filme, a rapariga aos poucos começa a integrar-se, muito devido a uma colega que de início gozava-a e posteriormente começa a criar uma certa empatia com "Uzuki". A entrada para o clube de pesca e a crescente confiança que começa a adquirir com a vizinha, contribuem decisivamente para que "Uzuki" se sinta melhor com a sua nova vida.

Como aqui já foi veiculado, a honestidade com que a estória de"Uzuki" nos é apresentada constitui o "must" do filme, e embora isto possa soar a contraditório, a simplicidade do enredo faz com que "April Story" acave por ser uma película pouco comum. Não esteja o caro leitor à espera dos costumeiros e intrincados enredos, com bandas-sonoras de puxar lágrima ao olho. Nada disso! Iwai quis contar uma estória simples e com pessoas que todos nós podemos fazer analogias com outras que fazem parte do nosso quotidiano.

E assim como a sempre presente simplicidade é o ponto forte desta película, acaba por outro lado por consubstanciar-se na sua principal fragilidade. O filme é curto demais, com apenas 67 minutos, foca-se única e exclusivamente em "Uzuki", não desenvolvendo em concreto nenhuma das outras personagens. Talvez seja o meu próprio gosto por filmes mais elaborados que faça com que eu não aprecie tanto "April Story" como gostaria.

De qualquer forma é um filme que se aconselha o visionamento.

"Um riso brilhante à chuva"

Trailer (Não encontrado - caso alguém tenha um link para o trailer deste filme agradecia que mo disponibilizassem), The Internet Movie Database (IMDb) link

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38