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sábado, setembro 26, 2009

Hana and Alice/Hana to Arisu - 花とアリス (2004)


Origem: Japão


Duração: 135 minutos


Realizador: Shunji Iwai


Com: Yu Aoi, Anne Suzuki, Tomohiro Kaku, Shoko Aida, Hiroshi Abe, Sei Hiraizumi, Tae Kimura, Takao Osawa, Ryoko Hirosue, Makoto Sakamoto, Eri Fuse, Ayumi Ito, Kazusa Matsuda, Nao Omori, Hiroyuki Nakano, Zen Kajihara

"Setsuko Arisugawa Aka Alice"

Sinopse

“Hana Arai” (Anne Suzuki) e “Setsuko Arisugawa Aka Alice” (Yu Aoi) são colegas de escola e grandes amigas. Certo dia, num devaneio de adolescente próprio dos 15 anos que ambas possuem, “Alice” leva “Hana” numa viagem de comboio, com o objectivo de espiarem um estrangeiro com boa aparência, acompanhado de um jovem japonês que presumem ser o meio-irmão mais novo, ou alguém aparentado. Meses depois, “Hana” começa o ensino secundário e no liceu encontra o jovem japonês que se chama “Masashi Miyamoto” (Tomohiro Kaku). A rapariga apaixona-se e começa a seguir o seu amor, até ao dia que o vê bater com a cabeça contra uma porta de metal e desmaiar. Quando “Miyamoto” acorda, “Hana” aproveita a situação e afirma que é sua namorada. O rapaz fica surpreendido, e “Hana” fá-lo crer que ficou com amnésia devido à pancada.


"Hana"

Apesar do seu cepticismo, “Miyamoto” embarca na jogada até descobrir umas fotos no computador de “Hana”, que foram tiradas numa altura em que supostamente não eram ainda namorados. Apanhada no seu embuste, a rapariga mente e conta ao rapaz que as fotos foram tiradas por “Alice”, supostamente um ex-relacionamento do jovem. “Miyamoto” tenta travar conhecimento com “Alice”, e através da convivência entre ambos, aquela apercebe-se que nutre sentimentos pelo rapaz. Um triângulo amoroso toma forma.

"Duas amigas inseparáveis"

"Review"

Quer se aprecie o estilo ou não, é forçoso reconhecer que Shunji Iwai é daqueles realizadores que possui uma facilidade tremenda em dotar simples histórias do quotidiano com grande profundidade. No caso específico do realizador japonês, esta premissa assume especial acuidade quando se trata da juventude nipónica, como é bem exemplificado com “All About Lily Chou-Chou”, e este filme que agora se irá tentar analisar. Começando por tomar forma em três curtas-metragens, dedicadas à publicidade do chocolate “Kit Kat” e onde era focado os dissabores amorosos de duas amigas que se apaixonavam pelo mesmo rapaz, Iwai viria a acrescentar hora e meia de película, de maneira a dar corpo a um filme com pouco mais de duas horas. Não enveredando por alguns dos caminhos outrora prosseguidos no já mencionado “All About Lily Chou Chou” (que futuramente com certeza merecerá um texto neste espaço), Iwai decide adoptar em “Hana and Alice” uma perspectiva mais inocente e leve dos jovens japoneses, deixando de parte aspectos como a reflexão cultural acerca da sociedade nipónica, ou um aspecto que sempre existiu e que actualmente parece estar na moda. Falo do propalado “bullying”.

À partida, “Hana and Alice” parece ser um simples conto de adolescentes em transição para o liceu, onde estão presentes as suas amizades, amores, relação com os pais e demais aspectos próprios da idade. No entanto, estamos a falar de um filme de Iwai, portanto haverá sempre de esperar algo que não seja aparentemente tão redutor ou comum. Iwai demonstra, à partida, ter dedicado especial atenção a esta obra, não apenas realizando o filme, mas também escrevendo o argumento, tomado conta da sala de edição e compondo uma excelente banda-sonora. É certo que “Hana and Alice” não é dotado de grandes filosofias, ou reflexões sobre os aspectos que incide. Contudo, é uma obra delicada como uma pétala de uma rosa, que pretende expôr o quão forte são as paixões dos jovens e o quanto necessitam de acreditar em algo, mesmo que seja uma mentira ou um sonho inatingível. É por esse motivo que, a título meramente exemplificativo, as maquinações de “Hana”, no sentido de conquistar “Miyamoto” não soam a nada de malévolo, mas sim à luta de uma jovem no sentido de procurar a felicidade e o bem-estar. As vidas das raparigas são abordadas, não apenas no campo da relação que mantêm uma com a outra e de ambas com “Miyamoto”, mas igualmente com o meio envolvente nos quais se destaca claramente a família e por vezes até uma perspectiva de carreira profissional futura. Tudo decorre com uma presença realista, que faz com que o espectador se identifique e entenda muitas das situações que “Hana” e “Alice” vivenciam. Alie-se esta forma de narração e filmagem a uma constante atmosfera quase mágica onde a trama decorre, e temos uma obra que verdadeiramente se pode apreciar com um espírito de serenidade. “Hana and Alice” possui efectivamente uma cinematografia belíssima e que nos embrenha no abraço terno da história.


"Miyamoto e Alice"

As actrizes fazem um trabalho muito apreciável, conseguindo momentos de boa representação e genuína expressão sentimental. Anne Suzuki consegue enfatizar uma “Hana” insegura, que ora age racionalmente, ora se deixa libertar pelos seus desejos mais recônditos e que dirige para “Miyamoto”. No rapaz, consegue extravasar a sua real personalidade, de pessoa carente e que não tem pejo em embarcar na mentira (perdoável) só para obter a felicidade e algum reconhecimento. Por sua vez, Yu Aoi, na pele de “Alice” (um diminutivo de “Arisugawa” - “Arisu”=”Alice”), tem momentos de autêntico brilhantismo, cujo expoente muito provavelmente será a memorável actuação de cinco minutos de “ballet” no epílogo da película. No bom trabalho das actrizes, caberá talvez, de uma forma contraproducente, um dos calcanhares de aquiles de “Hana and Alice”. Aoi consegue se sublimar de certa forma perante Suzuki, pois esta obra é mais “Alice” do que “Hana”, gerando por vezes algum desequilíbrio narrativo.

“Hana and Alice" pecará eventualmente por ser um filme talvez demasiado longo, para o que se pretende transmitir. No entanto, possui predicados inolvidáveis, que quase todos apreciarão. É um filme honesto e sincero, que expõe de uma forma cativante os anseios da adolescência, fazendo com que o espectador se identifique facilmente com as situações vividas ou os sentimentos explanados. Tudo sem qualquer pretensiosismo, grandes dramas ou “truques de algibeira”. É na descoberta da pureza que muitas vezes temos a percepção e necessária compreensão das atitudes dos mais jovens, e chegamos aos seus corações. “Hana and Alice” é um filme que navega naquelas águas, e qualquer tentativa de procurar explicações transcendentais para problemas simples, será meio caminho para passar ao lado desta longa-metragem. Junte-se a este aspecto, uma fotografia de sonho e seremos obrigados a admitir que vale bem a pena dar uma oportunidade ao visionamento de mais uma obra de um realizador que já deixou uma marca profunda no espectro cinematográfico japonês. No fundo é uma película bastante madura que aborda de certa forma, precisamente, a imaturidade.

Confiram!


"Uma actuação inesquecível"

The Internet Movie Database (IMDb) link

Trailer

Outras críticas em português/espanhol:

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 9

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 8





domingo, julho 13, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático que está sujeito ao vosso escrutínio, no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Shunji Iwai

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Ghost Soup (1992)
  2. Geshi Monogatari (1992)
  3. Fireworks, Should We See It From the Side or the Bottom ? (1993)
  4. Fried Dragon Fish (1993)
  5. Undo (1994)
  6. Picnic (1996)
  7. Swallowtail (1996)
  8. All About Lily Chou-Chou (2001)
  9. Jam Films - segmento Arita (2002)
  10. Hana and Alice (2004)
  11. The Kon Ichikawa Story (2006)


sexta-feira, abril 06, 2007

Love Letter Aka When I Close My Eyes (1995)

Origem: Japão

Duração: 116 minutos

Realizador: Shunji Iwai

Com: Miho Nakayama, Etsushi Toyokawa, Bunjaku Han, Katsuyuki Shinohara, Miki Sakai, Takashi Kashiwabara, Ken Mitsuishi, Emiko Nagata

"Hiroko adormecida na neve"

Estória

"Hiroko Watanabe" (Miho Nakayama) é uma jovem rapariga que vive em Kobe, arrasada pela morte do seu noivo "Fujii Itsuki", ocorrida dois anos antes num acidente de montanhismo.

Aquando da celebração do aniversário do falecimento do seu amor, "Hiroko" descobre na casa deste o livro do liceu onde "Itsuki" concluiu o ensino secundário, situado na recôndita cidade de Otaru, na ilha de Hokkaido. Folheando o livro, "Hiroko" aponta no seu braço a antiga morada de "Itsuki".

Mesmo sabendo que a casa de "Itsuki" em Otaru já não existe, atendendo a que foi demolida para dar lugar a uma auto-estrada, "Hiroko" resolve escrever uma carta dirigida ao seu falecido noivo com os simples dizeres "Dear Fujii Itsuki. How are you? I am fine. Hiroko Watanabe". O objectivo é o simbolismo impregnado e a descarga de sentimentos. "Hiroko" sabe muito bem que não vai obter uma resposta. Pelo menos era o que pensava...

"O falecido Fujii Itsuki, noivo de Hiroko"

Surpreendentemente "Hiroko" recebe uma carta de volta, assinada sob o nome "Fujii Itsuki". A explicação passa por a missiva ter sido entregue a uma rapariga que partilha o mesmo nome que o noivo de "Hiroko".

A homónima de "Itsuki" (igualmente interpretada por Miho Nakayama), ao receber a carta de "Hiroko", tinha ficado assustada, mas ao mesmo tempo curiosa, e decidiu responder da mesma maneira ambígua, sem revelar o facto de ser uma mulher (esta ideia nem lhe ocorreu, pois compreensivelmente nesta altura, não imaginava o que realmente se estava a passar).

Novas trocas de correspondência sucedem-se, e acabamos por descobrir que a rapariga "Itsuki" foi colega da mesma turma de liceu do rapaz "Itsuki". A partir desta premissa, nasce uma forte ligação entre as duas mulheres, que a "Hiroko" servirá para descobrir aspectos que desconhecia da adolescência noivo, e por outro lado fará com que a "Itsuki" feminina redescubra o seu passado e se aperceba que, porventura, nem tudo era o que pressupunha em relação ao "Itsuki" masculino dos tempos de liceu.


"Gravando memórias no braço"

"Review"

Shunji Iwai é um realizador detentor de uma característica que aprecio imenso, e que passa pelo facto de ser capaz de expor, de uma forma simples, uma estória que muito bem poderia acontecer no nosso dia-a-dia e transformá-la num filme que transborda de sentimentalismo anti-barato, e nos toca bem lá no fundo da alma. Já o tinha notado em "April Story" , fiquei completamente rendido nesta obra antecessora daquele filme.

A maneira como Iwai trata do enredo em "Love Letter" é digna dos maiores elogios e aclamações, e salvo um ou outro defeito nunca por demais evidente, roça a quase perfeição. O primeiro ponto a focar é que, apesar de porventura a sinopse indicar o oposto (aqui provavelmente a culpa terá de ser assacada ao subscritor deste texto), a estória é-nos apresentada com uma fluidez tal, fazendo com que nunca nos percamos em devaneios inúteis ou sejamos contagiados pela superficialidade. Simplesmente o que aqui conta é sentir o anseio, a dor e as expectativas dos intervenientes. Podendo à partida, e pela supramencionada descrição no que tange à troca de correspondência numa fase inicial, haver algum efeito que se reconduza ao paranormal, à semelhança do belo melodrama sul-coreano "Il Mare" , cedo isto se desvanece. O motor da trama é desencadeado por um simples engano, reconduzindo-se este à entrega de uma carta a uma pessoa com o mesmo nome e que, por coincidência, conhece muito bem o passado do destinatário.

Pensando melhor, aqui eventualmente poderia ser apontada uma falha no enredo que passa pelo seguinte:

i) Constando na carta a morada correcta; ii) a casa a que corresponde a morada já não existe, pois foi demolida tendo em vista a construção de uma auto-estrada; iii) a cidade de Otaru é pequena no contexto japonês, mas tem mais de 140.000 habitantes (mais ou menos a mesma população da minha povoação, o Funchal)

Pergunta-se com lógica, "porquê que a carta não foi devolvida ao remetente, e pelo contrário foi entregue a uma pessoa que vive noutro ponto completamente diferente da cidade, tendo por único meio de relação, o facto de ter o mesmo nome?"

Não opinarei em demasia acerca deste ponto, até porque o filme fascinou-me bastante. A única desculpa que encontro para este aparentemente inexplicável contrasenso, será o carteiro ser um apaixonado da "Itsuki" feminina e provavelmente ter dado com a carta (quantos carteiros existirão em Otaru?). Adiante!


"Oração de saudade"

A fotografia é de uma beleza quase inexcedível. O constante cair da neve ilustra com magnificência a dor e o "inverno" dos sentimentos de "Hiroko" e posteriormente da "Itsuki" feminina, transportando igualmente as intermitências dolorosas de uma personagem para a outra.

O desempenho dos actores é bastante aceitável, cabendo as honras quase por completo a Miho Nakayama, uma actriz que não conhecia muito bem, mas que a partir de agora prometo que estarei mais atento. Ela praticamente deslumbra, interpretando duas personagens distintas com igual competência e personalidade. O melhor elogio que se poderá fazer a Nakayama é ficarmos com a sensação, ao visionar "Love Letter", que estamos perante duas actrizes diferentes e igualmente boas. Não é um caso de dupla personalidade. Constitui, isso sim, duas actuações de elevado mérito, reunidas numa película intemporal.

A banda-sonora ajuda ao desfile agonizante dos sentimentos, sendo contituída sobretudo por bonitas passagens de piano, acompanhadas de um violino que desperta por vezes algumas das nossas sensações mais escondidas.

No fim de "Love Letter" há que retirar duas conclusões contra-corrente e eventualmente pessimistas.

A primeira é que nem sempre o tempo cura tudo. Mas caso as feridas do coração não sarem, há que seguir em frente e tentar conviver com a realidade, nunca lutando ingloriamente contra o que não pode ser vencido, ou seja, as recordações.

A segunda, não sendo tão óbvia, passará pelo passado muitas vezes voltar para nos assombrar, e mudar completamente a percepção que nós tinhamos de coisas que aconteceram há anos atrás. Às vezes vamos a tempo de alterar as situações; noutras, como em "Love Letter", é tarde demais...

Aconselho vivamente!!!

"Uma carta de amor"

Trailer (Não encontrado)

The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras Críticas em Português/Espanhol:

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 9

Banda-sonora - 8

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 8

Classificação final: 8,25





terça-feira, agosto 29, 2006

April Story/Shigatsu Monogatari (1998)

Origem: Japão

Duração: 67 minutos

Realizador: Shunji Iwai

Com: Takako Matsu, Seiichi Tanabe, Kazuhiko Kato, Kahori Fujii, Kae Minami, Kanji Tsuda


"Uzuki Nareno"

Estória

"Uzuki Nareno" é uma jovem que deixa a rural "Hokkaido" no extremo norte do Japão, para estudar na universidade situada na capital Tóquio.

Embora à primeira vista se pudesse pensar que a motivação principal da adolescente fosse a licenciatura, posteriormente nos apercebemos que a escolha da universidade e da cidade não foi inocente, pois "Uzuki" está apaixonada por um rapaz da sua terra natal, que se encontra precisamente a estudar na faculdade escolhida.

"O desespero da jovem Uzuki"

A adaptação à grande cidade não é fácil, atendendo a que "Uzuki" é extremamente tímida, embora possuidora de uma amabilidade a toda a prova. Chega a ser alvo da chacota dos colegas e assediada por um pervertido numa sala de cinema.

Aos poucos a vida começa a melhorar, com "Uzuki" a fazer os primeiros amigos e inclusive a aderir ao clube de pesca da universidade.

E encontra o tal rapaz a trabalhar numa livraria...

"Um calmo passeio de bicicleta"

"Review"

O ponto forte de "April Story" é sem dúvida a extrema simplicade e honestidade da estória e da representação dos actores.

Não podemos deixar de nos sentir cativados pela inocente "Uzuki" e o seu esforço em adaptar-se a uma realidade completamente nova, com pessoas que pouco lhe ligam, tudo em nome de um rapaz que mal sabia da sua existência na escola secundária.

O dia-a-dia da jovem é preenchido pelas coisas banais que todos os estudantes universitários fazem, com a grande excepção que "Uzuki" não tem muitos amigos e passa o dia a rondar a livraria onde o rapaz trabalha.

A ida ao cinema em que é assediada por um maníaco qualquer e a ignorância a que é votada pela vizinha da porta da frente, igualmente não contribuem para um início feliz da vida da rapariga em Tóquio. Os seus passeios de bicicleta acabam por ser um escape para esta difícil fase inicial.

No meu caso pessoal não pude deixar de sentir uma especial empatia com a situação de "Uzuki", pois eu também por motivos académicos tive que deixar o conforto da minha terra natal, a cidade do Funchal na ilha da Madeira, e deslocar-me para um meio diferente e maior, a capital do país Lisboa. E deparei-me com as dificuldades inerentes à situação, embora rapidamente tivesse conseguido ambientar-me e achar sinceramente que foram os melhores seis anos da minha vida, mesmo com os normais "altos e baixos"!

"A descoberta da livraria"

Voltando de novo à análise do filme, a rapariga aos poucos começa a integrar-se, muito devido a uma colega que de início gozava-a e posteriormente começa a criar uma certa empatia com "Uzuki". A entrada para o clube de pesca e a crescente confiança que começa a adquirir com a vizinha, contribuem decisivamente para que "Uzuki" se sinta melhor com a sua nova vida.

Como aqui já foi veiculado, a honestidade com que a estória de"Uzuki" nos é apresentada constitui o "must" do filme, e embora isto possa soar a contraditório, a simplicidade do enredo faz com que "April Story" acave por ser uma película pouco comum. Não esteja o caro leitor à espera dos costumeiros e intrincados enredos, com bandas-sonoras de puxar lágrima ao olho. Nada disso! Iwai quis contar uma estória simples e com pessoas que todos nós podemos fazer analogias com outras que fazem parte do nosso quotidiano.

E assim como a sempre presente simplicidade é o ponto forte desta película, acaba por outro lado por consubstanciar-se na sua principal fragilidade. O filme é curto demais, com apenas 67 minutos, foca-se única e exclusivamente em "Uzuki", não desenvolvendo em concreto nenhuma das outras personagens. Talvez seja o meu próprio gosto por filmes mais elaborados que faça com que eu não aprecie tanto "April Story" como gostaria.

De qualquer forma é um filme que se aconselha o visionamento.

"Um riso brilhante à chuva"

Trailer (Não encontrado - caso alguém tenha um link para o trailer deste filme agradecia que mo disponibilizassem), The Internet Movie Database (IMDb) link

Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 7

Emotividade - 8

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,38