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quinta-feira, agosto 13, 2009

Attack the Gas Station!/Juyuso seubgyuksageun -주유소 습격 사건 (1999)
Origem: Coreia do Sul
Duração: 113 minutos
Realizador: Kim Sang-jin
Com: Lee Sung-jae, Yu Oh-seong, Kang Seong-jin, Yu Ji-tae, Park Yeong-gyu, Jun Jeong, Lee Yu-won, Lee Jeong-ho, Kim Su-ro, Lee Won-jong, Jeong So-yeong
"Da esquerda para a direita: Bulldozer, Ddan Dda-ra, No Mark e Paint"
Sinopse
“No Mark” (Lee Sung-jae), “Bulldozer” (Yu Oh-seong), “Ddan Dda-ra” (Kang Seong-jin) e “Paint” (Yu Ji-tae) são quatro amigos delinquentes, que uma noite decidem assaltar uma bomba de gasolina. Depois de provocarem danos avultados e roubarem todo o dinheiro do estabelecimento, parecem partir bastante satisfeitos. Contudo, num dia em que se sentem entediados, decidem repetir a façanha. Acontece que desta vez, já não encontram um pecúlio dito interessante. Por esse motivo, decidem sequestrar o dono da bomba de gasolina, e todos os seus empregados. Igualmente, decidem tomar conta do negócio, servindo os clientes e guardando o dinheiro para si.

"O gerente e os trabalhadores da bomba feitos reféns"

À medida que a noite vai avançando, os amigos prendem mais reféns, vão-se metendo com o rapaz de entregas do restaurante de comida chinesa e entram em confrontos com “gangs” rivais que se metem no território que consideram deles. Resistindo a todos os desafios que se lhes vão deparando, os rapazes continuam a desenvolver de uma forma pouco ortodoxa, o seu negócio. Contudo, e através dos confrontos que vão arranjando com todos, chega a uma altura que todos os caminhos vão dar à bomba de gasolina. Por esse motivo, a polícia e os rivais dos jovens chegam para um inevitável ajuste de contas.

"No Mark"

"Review"

“Attack the Gas Station!” foi uma película que, atendendo ao seu conteúdo, teria de gerar alguma polémica na sua cinematografia de origem, a Coreia do Sul. Para além de evidenciar uma juventude rebelde, que desrespeita instituições e padrões sociais instituídos, foi realizada numa altura em que a Coreia do Sul enfrentava uma grave crise económica. Um dos sintomas deste período foi o despedimento de milhares de trabalhadores da indústria automóvel sul-coreana, actualmente a quinta maior do mundo. Várias alusões a este facto são feitas durante o filme, desde a polícia corrupta e amante de “borlas” a rebaixar a forma como os veículos nacionais são produzidos, evidenciando falhas de estrutura, passando pela personagem “Paint” destruir uns cartazes que encorajavam os trabalhadores do sector a serem produtivos. A inevitável crítica ao imperialismo norte-americano haveria igualmente de aparecer, com um dos elementos do quarteto, o músico “Ddan Dda-ra”, a ser ofendido por consumir uma “Pepsi”. O próprio realizador Kim Sang-jin haveria de confessar, durante a exibição da película no festival internacional de cinema de Vancouver, que as personagens principais desta obra teriam inspirado alguns sul-coreanos a cometer crimes contra bombas de gasolina.


“Attack the Gas Station!” é um filme bastante imbuído de aspectos prementes de uma sociedade contemporânea decadente, e que falha muitas vezes em suportar os seus membros nas ditas situações de crise. Neste caso em concreto, o filme gira em torno da rebeldia da juventude sul-coreana e da forma como a mesma supostamente gera em pura delinquência. Quando nos deparamos pela primeira vez com o grupo de quatro jovens, não sentimos qualquer simpatia pelos mesmos ou pelo seu modo de agir. Eles são violentos, brutos, e despreocupados com os outros, a não ser com eles próprios. No entanto, e à medida que o filme avança, começamos a nos aperceber que as coisas não são bem assim. Acaba por ser evidenciado que o “gang” tem um código moral bastante próprio, e que acaba por revelar uma destrinça aceitável entre o que é justo e o que se revela imoral. Simplesmente, os protagonistas têm uma maneira pouco “normal” em demonstrar as suas convicções perfeitamente aceitáveis. Numa mini-sociedade criada no espaço a que corresponde a bomba de gasolina, “No Mark” e os seus seguidores conseguem revelar capacidades em punir aqueles que são desonestos ou aproveitam-se dos mais indefesos, assim como são capazes de proteger ou recompensar os reféns que são honestos ou carentes. A certa altura, e de uma forma progressiva, concluímos que os presumíveis delinquentes, começam a mudar de forma positiva a vida de todos os que os rodeiam, quão paladinos do antigamente.

"Bulldozer em acção"

Passando de uma fase em que abominávamos o comportamento dos rapazes, e começamos a admirar as suas atitudes de justiça, começamos a nos interrogar acerca das razões pelas quais os jovens agem criminosamente, envolvendo-se em rixas e ataques contra o património alheio. Tudo tem de ter uma explicação, e na altura certa o realizador Kim Sang-jin introduz, de uma forma previsível mas meritória, os conhecidos “flashbacks”. Espaçada e individualmente, cada um dos jovens quando se depara com determinada situação, aviva a memória e viaja até um acontecimento penoso que o marcou, e subsequentemente, provocou “o virar da página”. “No Mark” é um ex-jogador de basebol injustiçado; “Ddan Dda-ra” tinha uma banda de “rock”, mas um problema com dívidas afastou-o do mundo da música; “Paint” teve de enfrentar um pai que não entendia a sua veia artística para a pintura; por fim, “Bulldozer” era constantemente castigado de uma forma peculiar, nos tempos de liceu.

Sendo uma comédia, um tanto ou quanto “sui generis”, esta obra possui momentos de entretenimento bastante divertidos e de fácil apreensão para um espectador ocidental. Misture-se esta prerrogativa do filme, com cenas de acção bem conseguidas, e temos um produto bastante agradável de seguir. Os actores, principalmente os quatro protagonistas do filme, são bastante autênticos nas suas interpretações. E isto assume mais acuidade, quando estamos a falar de papéis que facilmente poderiam transparecer um bando de jovens completamente superficiais ou vazios, à semelhança de muitos “teen movies” norte-americanos.

Um dos grandes trunfos de “Attack the Gas Station!” é expôr uma crítica social, sem ter necessidade de recorrer a grandes pretensiosismos ou a discursos de aparente antologia, mas completamente ocos por dentro. A sua saudável sátira social, bastante incomum para quem está habituado aos produtos de “Hollywood”, é cativante e facilmente conquistará aqueles que visionarem esta película. Merecia uma banda-sonora mais imponente e trabalhada, atendendo a que possui uma personagem virada para o mundo musical e que faz questão de demonstrar essa faceta. Não será uma obra maior do cinema sul-coreano, mas esforça-se por ser uma lufada de ar fresco, numa cinematografia que por vezes está apegada a determinados géneros. E nós por estas bandas, à semelhança de muitos, gostamos de alguma originalidade, portanto...

Uma boa proposta!

Nota: Em 2010, vamos ter uma sequela intitulada "Attack the Gas Station! 2", também dirigida por Kim Sang-jin. Aguardemos, então!

"Pancadaria na bomba de gasolina"

The Internet Movie Database (IMDb) link

Trailer

Outras críticas em português:

Avaliação:

Entretenimento - 8

Intérprete - 8

Argumento - 8

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,75







sexta-feira, março 21, 2008

Volcano High - Escola de Combate/Volcano High/Hwasango -
화산고 (2001)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 117 minutos

Realizador: Kim Tae-gyoon

Com: Jang-hyuk, Sin Min-ha, Heo Joon-ho, Byeon Hee-bong, Kim Soo-ro, Kwon Sang-woo, Kong Hyo-jin, Jeong Sang-hoon, Kim Hyeong-jong, Yoon Moon-sik, Jo Seong-ha, Park Dong-bin, Seo Beom-sik, Jeong Won-joong, Kim Il-woo, Jo Sang-geon, Parg Geon-tae, Kim-hyuk, Eom Soo-jeong, Do Yong-goo, Kim Eung-soo

"Kim Kyung-soo"

Estória

“Volcano High” é um liceu onde todos os alunos parecem possuir poderes paranormais relacionados com as artes marciais, para além de procurarem insistentemente pela supremacia do seu clube de prática desportiva, perante os demais. Nesta escola, corre um rumor que o director possui um manuscrito que faz com que aquele que se atreva a desvendar os seus mistérios, fique com poderes ilimitados. O clube de halterofilismo, liderado pelo louco “Jang Ryang Touro Negro” (Kim Soo-ro), assim como o vil director-adjunto (Byeon Hee-bong), anseiam pela obtenção do documento. Os dois armam uma conspiração, envenenando o director, deixando-o desta forma numa estranha letargia. Igualmente tramam o mais forte aluno da escola, “Song Hak-rim” (Kwon Sang-woo), culpando-o pelo sucedido e fazendo com que o mesmo seja detido. No entanto, os seus planos saem frustrados, pois o mítico pergaminho não é encontrado.

A prisão de “Hak-rim” lança o liceu num caos, com todos os clubes a entrarem numa guerra desenfreada, para ver quem deterá o poder. Aos poucos, “Jang Ryang” começa a ganhar a supremacia e luta pela atenção amorosa da líder do clube de Kendo, “Yo Chae-yi Jade de Gelo” (Sin Min-ha). O problema é que “Ryang” tem um rival à altura em “Kim Kyung-soo” (Jang-hyuk), um estudante recentemente transferido para “Volcano”. “Kyung-soo” não se associa a nenhum clube, e recusa lutar por razões pessoais, embora possua poderes verdadeiramente espantosos.

"Yo Chae-yi, Jade de Gelo"

O espectro do liceu é seriamente abalado, quando o director-adjunto contrata cinco professores possuidores de habilidades paranormais extraordinárias. Os alunos começam a ser verdadeiramente disciplinados através da quantidade de pancada que levam, nos combates que travam com os novos docentes. A revolta começa a crescer em “Kyung-soo”, e este resolve intervir contra a ditadura imposta.

"O clube de halterofilismo, liderado por Jang Ryang, Touro Negro"

"Review"

Quando toca a desafiar a gravidade, poucos filmes se podem comparar com “Volcano High”. Sendo assim mais vale ir directamente ao óbvio e afirmarmos que estamos perante uma película, neste particular, na linha de “The Matrix”, dos irmãos Wachovski, e de “Dark City” de Alex Proyas, embora com características algo próprias.

O filme visa sobretudo entreter. E quanto a este aspecto, quase de certeza que ninguém irá ficar defraudado! Assenta sobretudo nos efeitos especiais, o que até se compreende, pois praticamente todos os protagonistas têm super-poderes. E de facto os efeitos especiais elaborados para “Volcano High” são de uma grandiosidade imensa e que nos arregala os olhos até doer! Combates fenomenais, não no sentido das artes marciais propriamente ditas, mas sim na espectacularidade dos voos em câmara lenta, nos saltos sobre-humanos, no domínio da energia de forma a canalizá-la contra o oponente, etc, etc, etc. Já estão a “ver o filme”. Tudo o que se pretende aqui é mostrar uma longa-metragem que fez uma clara aposta no “rebentar as costuras de estilo”, em detrimento de algo com mais substância.

O sentido de enclausuramento que resulta do liceu, também ajuda imenso a que seja criadas condições para uma típica arena de luta, onde todos se digladiam quase incessantemente pelo título de lutador mais forte da escola. Ao mesmo tempo, também constitui um dos aspectos em que o filme se encontra algo incompleto. Passo a explicar. A acção passa-se toda na área do liceu, que supostamente fica numa remota zona rural da Coreia do Sul. Nunca temos a oportunidade de ver ou saber se os alunos vão para casa a seguir às aulas, o que fazem nos seus tempos livres e o demais que é normal em pessoas daquela idade. Tudo se passa, acontece, vive, esmorece, “and so on, so on, so on...” no liceu. E daqui de duas uma. Ou estamos a falar de uma estrutura do género de um colégio interno, o que até acho provável atendendo aos “flashbacks” de “Kyung-soo”, ou então, o argumentista simplesmente marimbou-se para os outros aspectos necessários para que exista alguma empatia com as personagens, no sentido de as querermos conhecer melhor.

"Kyung-soo domina o elemento água"

O factor entretenimento, embora esteja sobretudo solidificado nos combates e nos efeitos especiais, também deixa algum espaço à comédia. O estilo é muito “cartoonizado” ou “cartunizado”, passe a expressão. Muita careta estúpida e estranha, movimentos súbitos, conversas sem nexo nenhum, quedas mirabolantes, galinhas a voar sempre que aparece o director e dedos em “v”. O “nonsense” nem sempre resulta muito bem, mas por vezes consegue arrancar-nos alguns sorrisos.

Os actores têm um desempenho à luz do filme. Preocupam-se muito mais em transmitir grandes poses do que representar. No entanto, sempre se dirá que quando lhes é facultada a oportunidade de respirar e não andar à pancada uns com os outros, acabam por conseguir um desempenho competente. A honra não irá tanto para o actor principal Jang-hyuk, mas sim para Kim Soo-ro, o inflamado “Jang Ryang”, que com os seus lampejos de superioridade e de "língua comprida", consegue uma interpretação meritória. É pena a personagem “Hak-rim”, interpretada pelo popular actor Kwon Sang-woo, não ter sido alvo de um maior desenvolvimento durante o filme, desaparecendo de cena relativamente cedo. Prometia bastante!

Como curiosidade final, refira-se que “Volcano High” foi alvo de uma adaptação americana para a MTV, onde pontificavam como actores nomes do rap de que constitui exemplo Snoop Doggy Dog, tendo ainda o veterano Pat Morita a dar uma perninha. A “brincadeira” não durou muito e ainda bem, pois com intervenientes destes, aliados às costumeiras atrocidades que se costumam fazer neste tipo de “remakes”, teríamos com certeza um produto de 1ª linha, a nível de palhaçada e mau gosto! Não vi, nem estou minimamente interessado em pôr os olhos naquele produto de duvidosa qualidade...

O principal mérito de “Volcano High” será o facto de ter sido o pioneiro na Coreia do Sul, no que concerne aos filmes que usam e abusam de efeitos especiais! Uma boa proposta para uma tarde domingueira, que não nos obrigará a pensar muito, mas sobretudo que elevará os índices de entretenimento para outros patamares! E este aspecto também merece um lugar de destaque no que toca à sétima arte, pois o cinema também visa, entre uma panóplia de objectivos, divertir!

"Kyung-soo luta com um professor"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Quando a barata voa, A Vida

Avaliação:

Entretenimento - 9

Interpretação - 7

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 8

Mérito artístico - 9

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,75







sábado, outubro 21, 2006


Windstruck/Nae yeojachingureul sogae habnida (2004)

Origem: Coreia do Sul


Duração: 123 minutos


Realizador: Kwak Jae-young


Com: Jun Ji-hyun, Jang-hyuk, Kim Su-ro, Lee Ki-woo, Im Ye-jin, Kim Chang-wan


"Há dias em que não se deve sair de casa..."


Estória

"Gyeong-jin" é uma mulher polícia com uma atitude muito dura para com o crime, e que não amiúde cai em exageros, roçando a tão propalada brutalidade policial. Um dia, quando estava de folga, começa a perseguir um assaltante que tinha acabado de furtar a carteira a uma transeunte e acaba por deter a pessoa errada, um professor do ensino secundário chamado "Myung-woo".

Após algumas peripécias, a confusão acaba por ser sanada, mas "Myung" não se livra de "Gyeong", pois acaba por andar a patrulhar as ruas com a polícia, no âmbito de um programa de voluntariado.

Após passar uma noite algemado (literalmente!!!) à "Gyeong", enquanto esta perseguia criminosos, "Myung" não consegue resistir ao charme e beleza da rapariga.

"Myung" e "Gyeong" começam então a namorar, e os bons tempos sucedem-se, com o casal a fazer todas aquelas coisas que os jovens enamorados adoram tais como viajar pelo campo de modo a fugir do bulício da cidade, dançar à chuva, jantar à luz das velas e por aí fora.

O problema é que o perigoso trabalho da rapariga colide com a atitude demasiado cavalheiresca do jovem e a tragédia acontece...


"Balbúrdia na sala de aulas!"


"Review"

Em 2004, "Windstruck" foi um dos filmes que gerou mais expectativa no oriente, pelo facto de juntar novamente o realizador e a actriz principal de "My Sassy Girl", a belíssima comédia dramática coreana, por quem tantos se apaixonaram. Tentando aproveitar ao máximo o culto criado à volta desta película, e atingir dois grandes mercados cinematográficos simultaneamente, "Windstruck" foi o primeiro filme coreano a estrear simulatneamente no país de origem e em Hong Kong. Não foi com grande surpresa que o retorno financeiro proveniente das bilheteiras foi bastante aceitável, mas mesmo assim esteve a milhas do seu predecessor.

Que dizer então de "Windstruck"?


Desde logo pelas razões já apontadas, as comparações com "My Sassy Girl" são inevitáveis. Mesmo assim tentarei não fazer girar em demasia a órbita deste texto em relação àquele aspecto.


Desde logo tenho a dizer que "Windstruck" é um bom filme, bastante enternecedor, mas que não chega ao nível evidenciado em "My Sassy Girl".


Vejamos os aspectos negativos.


Desde logo, o romance acontece e evolui depressa demais. Quem é que acredita que dois seres se podem apaixonar com a rapidez que "Gyeong" e "Myung" o fazem, começar logo a namorar com aquela intensidade, fazer todas aquelas coisas que vemos no filme num tão curto espaço de tempo, etc...etc...etc...? Este aspecto retira logo alguma credibilidade à paixão interpretada pelos dois actores principais. À primeira vista nem há razão para que este desenfreamento aconteça, pois não estamos a falr de um filme com 75 ou 80 minutos, em que se tentam apressar as coisas devido à falta de tempo. A única desculpa que encontro relaciona-se com a segunda hora do filme, em que, e sem tentar desvendar demasiado o enredo, julgo que o realizador Kwak Jae-young pretendeu extrapolar mais a dor de "Gyeong", sendo o romance apenas um preâmbulo.


Outro aspecto foi o exagero dos clímaxes. Não usei este termo no plural de uma forma inocente. No que toca a películas dramáticas, sempre gostei dos crescendos até atingirmos finalmente o ponto máximo, aquele grande momento em que nos toca definitivamente no coração e, porque não dizê-lo sem rodeios, com lágrimas por vezes a acompanhar a nossa emoção. Ora quem visiona "Windstruck", tem que preparar-se para a exploração deste pormenor ao máximo. O espectador pensa que o topo já chegou, que o filme não durará muito mais, e logo a seguir toca a aparecer outra cena que pretende ser mais um clímax, "and so on", "so on", "so on"... "Windstruck" possui cenas deste género para dez filmes!!!


Outra coisa que eu acho que se dispensava era a alusão directa que se faz a "My Sassy Girl" no epílogo, e que inclusive até tem a intervenção do actor Cha Tae-hyun. Eu pessoalmente achei um pouco "piroso", mas daí, é uma opinião e vale o que vale.

"Algemado, mas não chateado!"

Não se pense que "Windstruck" não tem pontos favoráveis! Longe disso!

Jun Ji-hyun presenteia-nos com mais uma boa interpretação, a que muito ajuda aquela pose de menina rebelde e adorável que ninguém consegue resistir! Já tinha ficado com uma relativa boa impressão de Jang-hyuk em "Volcano High", que se manteve agora. O restante elenco não se sai igualmente nada mal.

Curioso sem dúvida é a banda sonora que resolveram usar neste filme, com uma versão coreana de "Knockin' on Heaven's Door" (título muito sugestivo para quem conhece o enredo do filme) e umas musiquinhas "à la Motown". Resultou bem sem dúvida!

Assim como critiquei mais acima o exagero dos clímaxes, também reconheço que caa uma dessas cenas individualmente consideradas, representam momentos muito belos de cinema. É certo que todos os "clichés" do romance e do drama lá estão, mas não deixa de ser bonito de se ver!

Mais uma nota cumpre aqui deixar. "Windstruck" apesar de ser uma comédia/drama romântico, é temperado com várias cenas de acção bem executadas, muito por força da profissão da rapariga. Mesmo assim alguém vai ter de me explicar como é que uma pessoa falha tiros a 5 metros de distância, mesmo estando a correr...

"Windstruck" é um bonito filme, com aspectos muito bem conseguidos, sem no entanto atingir o patamar de "My Sassy Girl", película difícil de bater. A pontuação atribuída no item "Gosto pessoal do M.A.M." não é a mais sincera, pois na realidade seria um 7. Levou um 8, pois o autor deste "blog" ainda não aprendeu a resistir a certo tipo de "clichés" românticos e dramáticos...

A ver!

"A importância do vento e da liberdade..."


Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português/espanhol:

Avaliação:


Entretenimento - 8
Interpretação - 8
Argumento - 7
Banda-sonora – 8
Guarda-roupa
e adereços – 7
Emotividade – 10
Mérito artístico – 8
Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8

sábado, julho 08, 2006

Bichunmoo, o Guerreiro/Bichunmoo: Warrior of Virtue Aka Dance of the Flying Sword/Bichunmoo (2000)

Origem: Coreia do Sul

Duração: 117 minutos

Realizador: Kim Young-jun

Com: Shin Hyeon-jun, Kim Hee-sun, Jeon Jin-young, Jang Dong-jik, Choi Yoo-jung, Suh Tai-wah, Kim Hak-chu, Lee Han-garl, Kim Su-ro, Ryoo Hyoun-kyoung.

"O trágico espadachim Yu Jin-ha"

Estória

A estória inicia-se com "Yu Jin-ha", um fantástico espadachim coreano, a comandar dez fabulosos guerreiros numa batalha contra o que resta do exército mongol na China.

Posteriormente, numa série de "flashbacks", recuamos uns anos para tomar conhecimento do grande amor que o herói nutre por "Sullie", filha ilegítima do general mongol "Taruga". Aí ficamos a saber que "Jin-ha" e "Sullie" na sua juventude foram cruelmente separados, e esta última é obrigada a casar-se com um amigo de "Jin-ha", o Senhor "Namgung". "Jin-ha" luta com o noivo de "Sullie", e perde o duelo devido a uma traição, sendo dado como morto.

"A bela e sofrida Sullie"

Neste ponto avançamos dez anos na estória, onde descobrimos que afinal "Jin-ha" não morreu e lidera o tal grupo de combatentes acima mencionado, estando ao serviço dos "Hans" chineses que pretendem expulsar os mongóis da sua terra.

Os "Hans" acabam por revelar-se tão perniciosos como os mongóis, desejando ambas as facções obter a mesma coisa, aprender a arte secreta do manejo da espada conhecida como "Bichun", que é a herança da família de "Jin-ha".

As lealdades tornam-se perenes quando "Jin-ha" tem o reencontro dramático com "Sullie"e o filho que nunca conheceu, e antes do fim, o guerreiro terá a tarefa hercúlea de confrontar o seu passado, proteger aqueles que ama e derrotar os que tentam aprender a sua arte a todo o custo.

"O casal de amantes"

"Review"

Do realizador do mais recente épico "Wuxia" sul-coreano "Shadowless Sword", este "Bichunmoo, o Guerreiro" é um filme que prima sobretudo pelo sentimentalismo. Centra-se na trágica estória de amor de "Jin-ha" e "Sullie", formando uma orgulhosa parelha de "swordplays" tipo "Romeu e Julieta", conjuntamente com "The Bride With White Hair" e "Shinobi: Heart Under Blade". O romance é delicioso, e claramente podemos sentir e até mesmo invejar o amor sem fronteiras que une os principais protagonistas da estória, embora tenha que forçosamente admitir que por vezes exagerou-se um pouco no drama. A cena final, como expoente máximo do já propalado romance e dramatismo, é muito triste e bela de se ver e com certeza serviu de base a uma das cenas finais de "Herói". Por mero exercício de raciocínio, façam uma breve comparação entre o desfecho trágico de "Espada Partida" e "Neve Esvoaçante" daquele filme com o de "Jin-ha" e "Sullie" neste, e inevitavelmente concluirão da mesma forma do que eu. Honra seja feita, "Bichunmoo" foi realizado primeiro do que "Herói", embora este último seja um melhor filme inquestionavelmente.

As interpretações são feitas à medida do drama, ou seja, por vezes envoltas num certo exagero que certamente era requisitado.

O guarda-roupa é muito bom, e chamou-me à atenção particularmente a indumentária usada pelos guerreiros de "Jin-ha", de um negro verdadeiramente temível, como poderão vislumbrar na última foto aqui exposta.

A banda-sonora é variada, cheia de "riffs" de guitarra quando toca aos momentos de luta, e as músicas mais sentimentais nos momentos de amor ou reflexão. Neste particular destaco uma melodia verdadeiramente contagiante que ilustra os sentimentos dos amantes e que felizmente podemos ouvir diversas vezes ao longo do filme.

"O senhor Namgung (marido de Sullie) em fúria"

As cenas de luta são bastante confusas, pois passam-se a uma grande velocidade, com as costumeiras implosões dos corpos, acompanhadas de areia por todo o lado e o sangue a jorrar em catadupa!

Verdadeiramente o que estraga o filme é o próprio enredo que por vezes torna-se indecifrável, embora à terceira visualização as coisas já comecem a fazer mais sentido. Mesmo assim existem personagens que aparecem e desaparecem a um ritmo vertiginoso, e um "Han" que é dos principais maus da fita é disso um exemplo. Surge do nada, sabemos pouquíssimo acerca das suas motivações, e em consequência afigura-se como um verdadeiro actor terciário! Penso que muitos concordarão comigo, quando afirmo que o filme deve ter sido bastante cortado na sala de edição, fazendo com que se criem vazios quase insanáveis e que a amálgama de questões inevitavelmente acabem por aparecer. Dispensava-se esta situação!

"Bichunmoo, o Guerreiro" é um bom filme, mas que peca pela sua sombria e mal explicada estória, para além dos excessos de dramatismo que começam demasiado cedo, antes do próprio espectador criar a necessária empatia com as personagens. De qualquer forma, aconselho o seu visionamento, pois é uma obra com um certo mérito que merece ser apreciado, sobretudo pelos românticos "lamechas" nos quais orgulhosamente me incluo!

"Um dos formidáveis guerreiros de Yu Jin-ha"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cine 7, Cinema ao Sol Nascente

Avaliação:

Entretenimento - 6

Interpretação - 7

Argumento - 6

Banda-sonora - 9

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 10

Mérito artístico - 7

Gosto pessoal do "M.A.M" - 7

Classificação final: 7,50