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quinta-feira, julho 10, 2008

The Eye - Visão de Morte/The Eye/ Gin gwai -见鬼 (2002)

Origem: Hong Kong

Duração: 98 minutos

Realizadores: Irmãos Pang (Danny e Oxide Pang)

Com: Angelica Lee, Lawrence Chou, Chutcha Rujinanon, Yut Sai Lo, Candy Lo, Yin Ping Ko, Pierre Png, Edmund Chen, Yung Wai Ho, Wilson Yip, Florence Wu, Wang Sue Yuen

"Wong Kar Mun, antes da operação"

Sinopse

“Wong Kar Mun” (Angelica Lee) é uma jovem violinista, que se encontra cega desde os 2 anos de idade e está prestes a fazer uma operação que lhe possibilitará recuperar a visão. A intervenção cirúrgica corre bem, e aos poucos a rapariga, agora com 20 anos, vai-se ajustando a todo um mundo novo que conhecia apenas pelo tacto. Para tanto, é ajudada pelo Dr. “Wah” (Lawrence Chou), um psicólogo especializado em casos como o de “Mun”.

As coisas começam a complicar-se quando “Mun” começa a ver não apenas o mundo normal, mas também pessoas que já faleceram, assim como uma espécie de sombras que predizem sempre a morte de alguém. O Dr. “Wah” de início não acredita nas faculdades de “Mun”, pensando que esta está a viver uma espécie de choque emocional. Contudo, e após uma série de eventos, “Wah” muda de ideias e toma consciência que a rapariga está dizer a verdade.

"Mun e o Dr. Wah"

“Wah” vai consultar o seu tio “Lo” (Edmund Chen), o médico que operou “Mun” e explica-lhe a situação. “Lo” como seria de esperar, fica incrédulo perante a situação e desaconselha o sobrinho a embrenhar-se mais no caso. No entanto perante a insistência de “Wah”, acaba por revelar quem foi o dador dos olhos.

“Wah” viaja com “Mun” até a Tailândia em busca da família de “Ling” (Chutcha Rujinanon), a dadora que se suicidou devido a um evento trágico. Aí conseguirão efectivamente obter as explicações para os eventos estranhos e macabros que se sucedem com “Mun”.

"A sombra da morte"

"Review"

Vencedor de oito prémios em certames de cinema, entre os quais o atribuído à melhor fotografia em “Sitges”, “The Eye” constitui porventura um dos mais bem sucedidos filmes de terror asiáticos de sempre, tendo direito a duas sequelas, e a dois “remakes”. Dois “remakes”? Então não era só aquele “made in Hollywood”, que teve na estonteante Jessica Alba a actriz principal ?! Pois fiquem a saber que três anos antes, em 2005, os indianos haveriam de fazer a sua versão do filme, intitulada “Naina”. Surpreendidos? Acreditem que é bastante recorrente na Índia, principalmente em “Bollywood”, aproveitar-se um pouco das ideias alheias e adaptá-las cinematograficamente aos seus gostos e costumes.

O argumento de “The Eye” teve parcialmente inspiração numa história verídica, conforme podemos nos aperceber no início do filme e por declarações proferidas pelos próprios irmãos Pang aquando da realização desta obra. Pelos vistos, 13 anos antes da realização do filme, Danny e Oxide leram num jornal uma notícia acerca de uma rapariga que tinha feito um transplante das córneas e que se tinha suicidado pouco tempo depois. Os manos, nas palavras de Oxide, pensaram sempre o que teria sucedido no hiato temporal que decorreu entre a reacção da jovem quando se apercebeu que poderia ver, até ao momento em que pôs termo à vida. Com uma imaginação profícua, estava dado o mote para a construção da trama, escrita igualmente pelos realizadores com o auxílio do produtor e argumentista Jo-Jo Yuet Chun Hui. No género de terror, a escolha do tema foi feliz (embora longe de ser original) e consegue o seu propósito perturbador. De facto, passarmos da tremenda angústia de não possuirmos o sentido da visão, até ao completo desnorteio mental provocado pela observação de decessos e quase-decessos, é um campo extremamente apelativo para o segmento onde a película se insere. A “habilidade” em ver pessoas mortas não é propriamente uma novidade para nós, atendendo à existência de um filme denominado “O Sexto Sentido”, de M. Night Shyamalan, em que uma criança interpretada por Haley Joel Osment vivia numa angústia permanente por deter esta capacidade incomum. “The Eye” não perde tempo em criar uma aura que rodeia o espectador, torturando-o até ao primeiro “show off” espírita. Enveredando pelo diapasão “a melhor defesa é o ataque”, e após uns dez, quinze minutos de filme, os irmãos Pang começam a desfilar um cortejo de espíritos cujo principal objectivo é debitar um concurso para ver qual das aparições assusta mais. Como já mencionei aqui antes, a propósito de outros textos relacionados com películas de terror asiático, eu não sou homem de me impressionar bastante com fantasmas e afins. Mas amigos, e aqui faço uma confissão, dei um semi-pulo do sofá e o meu corpo estremeceu um pouco na cena em que “Mun” está a aprender caligrafia (adeus masculinidade...)! Aquele confrontar em que o espírito grita veementemente “porquê que estás sentada na minha cadeira?!”, pôs-me um tanto ou quanto desconfortável... A foto consta neste “post”, e é um pouco elucidativa. Reconheço que constitui um “spoiler”, mas perdoem-me, não resisti. A minha consolação é que a maior parte das pessoas que visita este espaço, com certeza já deve ter posto os olhos nesta película.

"Ling depara-se perante a tragédia"

O elenco não faz uma interpretação digna de registo com a excepção da actriz Angelica Lee, (o mérito da nota do sub-item “Interpretação” é toda dela). A actriz, que não era assim tão experiente à altura, representa de uma forma quase brilhante a personagem de “Mun”. Verdadeiramente conseguimos sentir o seu medo e desespero. Ao mesmo tempo admiramos a honestidade com que as suas emoções são destiladas perante os nossos olhos (não sei porquê, mas acho que é melhor evitar a menção a “olhos” neste texto), fazendo com que o que nos é transmitido se afigure como algo genuíno. É pena que o restante “cast” não esteja à altura, e por essa razão um possível “9” teve, em nome de alguma justiça, baixar para “8”. Lawrence Chou (o actor que interpreta o Dr. “Wah”, companheiro de “Mun”) é quase um erro de “casting”, e esta premissa assume mais acuidade quando o mesmo surge acompanhado nas cenas com Angelica Lee.

Escusado será dizer que pela notoriedade que a longa-metragem alcançou, "The Eye" é obrigatório para qualquer amante do terror asiático. Igualmente constitui a prova viva que os bons filmes do género não são exclusivos do Japão ou da Coreia do Sul. É certo que não atingirá o nível de “Ringu”, e muito menos de “A Tale of Two Sisters”. Contudo, constitui um marco do seu segmento que nos faz pensar duas vezes antes de entrar num elevador, passear à noite num corredor de um hospital e principalmente sentar-se na cadeira predilecta de uma aluna de caligrafia que se encontra morta e "incorporada" num espírito bastante susceptível...brrr!

Com interesse, mas de preferência a ver durante o dia e já agora que seja um com bastante sol e claridade! Afinal, nem todos têm um coração forte...Se pelo contrário, chamarem à colação a adrenalina, ideal para uma noite negra como o breu!

"Sai da minha cadeira!!!"

Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link

Outras críticas em português: Cinedie Asia, Cine-Asia, Cine Players, 7ª Arte, Boca do Inferno

Avaliação:

Entretenimento - 7

Interpretação - 8

Argumento - 7

Banda-sonora - 7

Guarda-roupa e adereços - 8

Emotividade - 9

Mérito artístico - 8

Gosto pessoal do "M.A.M." - 7

Classificação final: 7,63





8 comentários:

Carla Rodrigues disse...

engraçado... não fazia ideia que o Naina era um remake deste filme! Já peguei nele várias vezes tanto em clubes de video, como na secçao de promoçoes de hipermercados, indecisa sobre o trazer ou não... agora que sei que é um remake, acho que não vale a pena. Gostei muito do original e não gostaria de vê-lo "estragado" por um remake que pode ser pior - o que geralmente acontece...

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá nakamura michiyo!

Efectivamente Naina é um remake de "The Eye", e ao que consta um filme que não prima nada pela qualidade. Por essa mesma razão, também não estou nada interessado em vê-lo!

Cumprimentos ;) !

Nuno disse...

Caro Jorge,

Eu, ao contrário do Naina, já tive este filme várias vezes na mão para o comprar, mas tu sabes qual a minha relação com os filmes de terror.... Há dias comprei ( para um dia de coragem ) "Uma chamada perdida"...para ver se gradualmente vou perdendo esta fobia .

Um Abraço

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Amigo Nuno,

para perderes gradualmente essa fobia, "The Eye" sem dúvida não é um bom filme para começar, eh, eh, eh!Tem alguns momentos arrepiantes, brrr!

Grande abraço e continuação de boas férias!

Anónimo disse...

É daqueles que, quer se seja fã ou não de horror, se acaba por visitar. E com propósito já que das toneladas de filmes semelhantes que inundaram o mercado, ele tem de facto méritos e consegue algum destaque. Ainda assim e como dizes, não atinge o nivel de um Tale, Ringu, ou ainda de um Rampo Jigoku, Three... Extremes, Dark Water, Kairo ou Audition para nomear alguns dos mais recentes.
E é engraçado, este filme para mim tem duas facetas: por um lado foi um filme de sucesso e afirmação da dupla, por outro (e olhando retrospectivamente) é algo trágico já que depois, filme após filme, só fizeram asneiras!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá tf10!

Dentro do género de terror asiático, e tendo em conta os filmes que eu vi, acho que este até é dos melhorzitos. No entanto confesso que este é um género que não me seduz muito...
Sou tentado a concordar que a carreira dos irmãos Pang tem sido longe de brilhante após "The Eye". E reflexo disso é quando já se atrevem a realizar "remakes" dos seus próprios filmes como "Bangkok Dangerous", com Nicolas Cage. Valha-nos a giraça da Charlie Yeung, que contracena com o actor neste filme, eh, eh, eh!

Grande abraço!

MMV disse...

Gostaria de convida-lo para um jantar de bloggers no dia 25 de Julho. Ainda não sei o local.

Confirme até dia 22 de Julho comigo ou dia 23 de Julho com o Sancho do Conspiração às 7.

Espero que tenha oportunidade de ir. Consulte: http://madeiraminhavida.blogspot.com/2008/07/ii-jantar-de-bloggers-de-madeirenses.html ou http://conspiracaoas7.blogspot.com/2008/07/jantar-de-bloggers.html

Os melhores cumprimentos.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá baby_boy_swim!

Em princípio contem comigo, mas depois confirmo da forma combinada!

Grande abraço!