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domingo, novembro 09, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Hideo Gosha

Informação

Filmografia enquanto realizadores (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Three Outlaw Samurai (1964)
  2. Sword of the Beast (1965)
  3. Cash Calls Hell (1966)
  4. The Secret of the Urn (1966)
  5. Samurai Wolf I (1966)
  6. Samurai Wolf (1967)
  7. Official Gold (1969)
  8. Tenchu! (1969)
  9. The Wolves (1971)
  10. Violent Streets (1974)
  11. Bandit Vs. Samurai Squad (1978)
  12. Hunter in Darkness (1979)
  13. Onimasa (1982)
  14. The Geisha (1983)
  15. Fireflies in the North (1984)
  16. Oar (1985)
  17. Tracked (1985)
  18. Death Shadow (1986)
  19. The Yakuza Wives (1986)
  20. Tokyo Bordello (1987)
  21. Carmen 1945 (1988)
  22. Four Days of Snow and Blood (1989)
  23. Kagerô - Heat Wave (1991)
  24. The Oil-Hell Murder (1992)


4 comentários:

Anónimo disse...

Para falar da minha experiência com o Gosha eu recuperava aqui o meu comentário sobre o Fukasaku e fazia o paralelismo, se o Fukasaku é o verdadeiro "Yakuza", o Gosha é o "Samurai"! Foi seguramente essa faceta que mais me marcou ainda que ele tenha também mais tarde enveredado justamente por essa vertente "mafiosa" com por exemplo o "standard" Violent Streets e o seu super cast! [Tenho ainda de ver o finalmente restaurado "The Wolves" que promete!]
Mas esse paralelismo dos dois realizadores pode ser alargado e ser feito mesmo sobre géneros diferentes já que a veia samurai do Gosha possuia muito desse tom obscuro e niilista.
Desde a sua excelente estreia com "Three Outlaw Samurai", passando por "Sword of the Beast", ainda os dois pequenos exercicios de estilo que são os dois "Samurai Wolf" e depois os meus favoritos "Goyokin", "Hitokiri" (jamais esquecerei a cena de harakiri do Mishima e o "Cristo" final!) e o fantástico "Hunter in the Dark", três longas e engenhosas (intrincadas) narrativas sem esquecer o seu belissimo cunho estético!
Fora destes universos ainda temos mais uma das suas muitas parcerias com o grande Tatsuya Nakadai, nesse excessivamente simplista mas fluido e por isso entretido crime/thriller "Cash Calls Hell" e depois já na década de 80 mais um entretido exercicio de estilo com "Death Shadows" e por último um cuidado retrato do distrito de Yoshiwara, numa visão histórica desse universo das jovens geishas com todas as suas tradições e rituais nesse libidinoso drama "Tokyo Bordello" a fazer lembrar um pouco o belissimo filme de Tomu Uchida "Hero of the Red Light District".


p.s. depois de 4f e ainda com a adrenalina de ontem volto a repetir: Yes we can PORTO....Yes we can!! eh eh ;))

abraço!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Olá tf10!

Este é um realizador que tenho muita curiosidade em conhecer o seu trabalho, atendendo à sua vertente muito virada para o "chambara". Já está nas minhas prioridades, e irei guiar-me pelas tuas sugestões :) !
Quanto ao nosso clube, vou ser sincero. Fiquei contente pela vitória, como é óbvio, mas a equipa simplesmente não me convence. Mas daí, desde o início fui e serei sempre, um honesto detractor do Jesualdo Ferreira!!!

Abraço!

Miguel P. disse...

De facto, o paralelismo fukusakiano na obra de Hideo Gosha (com Kijû Yoshida, outro autor apadrinhado pelos franceses nos últimos anos)é bastante pertinente. Ambos artesãos de estúdio que revolucionaram géneros e modos de posicionamento temáticos extremamente niilistas ou, se quisermos, esvaziados na esperança em heróis absolutos ou míticos no seu sentido de bondade. É com esse olhar extremamente céptico em relação ao Humano que Gosha filma todos os seus heróis: ronins sem honra, yakuzas sem humanidade, prostitutas matreiras. Aqui se explica o seu gosto intrínseco não só por uma certa marginalidade, como também uma paixão pela "ladroagem" e patranhas. Num Gosha típico (como nos westerns de Leone ou de Peckinpah)há sempre a famosa corrida pelo ouro, onde não existem regras nem valores para o obter ("Sword of the Beast", "Tange Sazen", "Samurai Wolf", "Cash calls Hell", "Bandits vs. Samurai Squad", "Goyokin" etc.).
Assim Gosha filma a fúria do que resta da honra perdida. "Hitokiri" - a sua obra-prima - trata desse percurso individual de Izo Okada aos solavancos em busca da Humanidade num cenário caústico tanto a niveis politicos como morais. Os seus futuros Heróis de "The Wolves" (outra quase obra-prima) e "Violent Streets" também andam no deserto à procura de uma redenção num horizonte onde só a morte aparece.
Já dizia Pekinpah (um realizador semelhante a Gosha) que "as prostitutas são as mulheres mais honestas." Nesta senda, Gosha como que dando uma reviravolta temática nos anos 80 passa a concernar-se pelo universo feminino. Aqui volta a usar Tatsuya Nakadai (o seu inevitável actor fetiche) como papel masculino ("Hunter in the darkness", "Onimasa" ou "Kagerô"). Mas, igualmente descobre (o recentemente falecido) e genial Ken Ogata, homem dos sete-ofícios que interpreta homens violentos e sanguinários (de psicologias complicadas) em "Yokiro", "Oar" e - na sua obra-prima tardia, superando talvez "Vengeance is Mine" de Imamura - "Tracked" de 1985.
Talvez a sua morte silenciosa tenha deixado o seu último filme como (injusto) lugar de testamento. "The Oil Hell-Murder" é entretido (como eram "The Yakuza Wifes" ou "Death Shadows")mas falta a imponência estilística das suas obras-primas:

Top Hideo Gosha:
1 - Hitokiri (1969)
2 - Tracked (1985)
3 - The Wolves (1971)

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Mais uma importante achega às minhas intenções explanadas no comentário anterior :) !

Abraço!