Realizador Asiático Preferido - Votação
Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Filmografia enquanto realizadores (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):
- Three Outlaw Samurai (1964)
- Sword of the Beast (1965)
- Cash Calls Hell (1966)
- The Secret of the Urn (1966)
- Samurai Wolf I (1966)
- Samurai Wolf (1967)
- Official Gold (1969)
- Tenchu! (1969)
- The Wolves (1971)
- Violent Streets (1974)
- Bandit Vs. Samurai Squad (1978)
- Hunter in Darkness (1979)
- Onimasa (1982)
- The Geisha (1983)
- Fireflies in the North (1984)
- Oar (1985)
- Tracked (1985)
- Death Shadow (1986)
- The Yakuza Wives (1986)
- Tokyo Bordello (1987)
- Carmen 1945 (1988)
- Four Days of Snow and Blood (1989)
- Kagerô - Heat Wave (1991)
- The Oil-Hell Murder (1992)
4 comentários:
Para falar da minha experiência com o Gosha eu recuperava aqui o meu comentário sobre o Fukasaku e fazia o paralelismo, se o Fukasaku é o verdadeiro "Yakuza", o Gosha é o "Samurai"! Foi seguramente essa faceta que mais me marcou ainda que ele tenha também mais tarde enveredado justamente por essa vertente "mafiosa" com por exemplo o "standard" Violent Streets e o seu super cast! [Tenho ainda de ver o finalmente restaurado "The Wolves" que promete!]
Mas esse paralelismo dos dois realizadores pode ser alargado e ser feito mesmo sobre géneros diferentes já que a veia samurai do Gosha possuia muito desse tom obscuro e niilista.
Desde a sua excelente estreia com "Three Outlaw Samurai", passando por "Sword of the Beast", ainda os dois pequenos exercicios de estilo que são os dois "Samurai Wolf" e depois os meus favoritos "Goyokin", "Hitokiri" (jamais esquecerei a cena de harakiri do Mishima e o "Cristo" final!) e o fantástico "Hunter in the Dark", três longas e engenhosas (intrincadas) narrativas sem esquecer o seu belissimo cunho estético!
Fora destes universos ainda temos mais uma das suas muitas parcerias com o grande Tatsuya Nakadai, nesse excessivamente simplista mas fluido e por isso entretido crime/thriller "Cash Calls Hell" e depois já na década de 80 mais um entretido exercicio de estilo com "Death Shadows" e por último um cuidado retrato do distrito de Yoshiwara, numa visão histórica desse universo das jovens geishas com todas as suas tradições e rituais nesse libidinoso drama "Tokyo Bordello" a fazer lembrar um pouco o belissimo filme de Tomu Uchida "Hero of the Red Light District".
p.s. depois de 4f e ainda com a adrenalina de ontem volto a repetir: Yes we can PORTO....Yes we can!! eh eh ;))
abraço!
Olá tf10!
Este é um realizador que tenho muita curiosidade em conhecer o seu trabalho, atendendo à sua vertente muito virada para o "chambara". Já está nas minhas prioridades, e irei guiar-me pelas tuas sugestões :) !
Quanto ao nosso clube, vou ser sincero. Fiquei contente pela vitória, como é óbvio, mas a equipa simplesmente não me convence. Mas daí, desde o início fui e serei sempre, um honesto detractor do Jesualdo Ferreira!!!
Abraço!
De facto, o paralelismo fukusakiano na obra de Hideo Gosha (com Kijû Yoshida, outro autor apadrinhado pelos franceses nos últimos anos)é bastante pertinente. Ambos artesãos de estúdio que revolucionaram géneros e modos de posicionamento temáticos extremamente niilistas ou, se quisermos, esvaziados na esperança em heróis absolutos ou míticos no seu sentido de bondade. É com esse olhar extremamente céptico em relação ao Humano que Gosha filma todos os seus heróis: ronins sem honra, yakuzas sem humanidade, prostitutas matreiras. Aqui se explica o seu gosto intrínseco não só por uma certa marginalidade, como também uma paixão pela "ladroagem" e patranhas. Num Gosha típico (como nos westerns de Leone ou de Peckinpah)há sempre a famosa corrida pelo ouro, onde não existem regras nem valores para o obter ("Sword of the Beast", "Tange Sazen", "Samurai Wolf", "Cash calls Hell", "Bandits vs. Samurai Squad", "Goyokin" etc.).
Assim Gosha filma a fúria do que resta da honra perdida. "Hitokiri" - a sua obra-prima - trata desse percurso individual de Izo Okada aos solavancos em busca da Humanidade num cenário caústico tanto a niveis politicos como morais. Os seus futuros Heróis de "The Wolves" (outra quase obra-prima) e "Violent Streets" também andam no deserto à procura de uma redenção num horizonte onde só a morte aparece.
Já dizia Pekinpah (um realizador semelhante a Gosha) que "as prostitutas são as mulheres mais honestas." Nesta senda, Gosha como que dando uma reviravolta temática nos anos 80 passa a concernar-se pelo universo feminino. Aqui volta a usar Tatsuya Nakadai (o seu inevitável actor fetiche) como papel masculino ("Hunter in the darkness", "Onimasa" ou "Kagerô"). Mas, igualmente descobre (o recentemente falecido) e genial Ken Ogata, homem dos sete-ofícios que interpreta homens violentos e sanguinários (de psicologias complicadas) em "Yokiro", "Oar" e - na sua obra-prima tardia, superando talvez "Vengeance is Mine" de Imamura - "Tracked" de 1985.
Talvez a sua morte silenciosa tenha deixado o seu último filme como (injusto) lugar de testamento. "The Oil Hell-Murder" é entretido (como eram "The Yakuza Wifes" ou "Death Shadows")mas falta a imponência estilística das suas obras-primas:
Top Hideo Gosha:
1 - Hitokiri (1969)
2 - Tracked (1985)
3 - The Wolves (1971)
Mais uma importante achega às minhas intenções explanadas no comentário anterior :) !
Abraço!
Enviar um comentário