Realizador Asiático Preferido - Votação
Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):
- Bicycle in Dream (1955)
- The Weavers of Nishijin (1962)
- The Song of Stone (1963)
- Mothers (1967)
- For My Crushed Right Eye (1969)
- Ecstacis (1969)
- Funeral Procession of Roses (1969)
- Demons (1971)
- Metastasis (1971)
- Kakuchou (1972)
- Mona Lisa (1973)
- War of the 16 Year Olds (1973)
- Andy Warhol: Fukufukusei (1974)
- Everything Visible Is Empty (1975)
- Atman (1975)
- Nazo (1978)
- White Hole (1979)
- Ki=Breathing (1980)
- Connection (1981)
- Shift (1982)
- Relation (1982)
- Sway: Yuragi (1985)
- Engram (1987)
- Dogura magura (1988)
4 comentários:
Toshio Matsumoto é - com Susumu Hani e Hiroshi Teshigahara - um dos três realizadores que no princípio dos anos 60 (finais de 50) instituiram (antes da liberdade da Nouvelle Vague Shochiku: Oshima, Yoshida e Shinoda) o termo independente ao cinema japonês, este último na altura completamente governado pela política de estúdios.
Começando com documentários influênciados por uma espécie de moda neo-realista ou cinema-verité, as primeiras quatro obras de Matsumoto (o recém-encontrado "Bycicle in a dream", "The Weavers of Nishijin", "The Song of Stone" e "Mothers") são pequenos exercícios documentais, tentando tirar ao real alguma da sua vitalidade e vibração, mas sempre obdecendo aos cânones de apresentação filmada com intuitos de espectador.
Depois disso, já nos finais dos anos 60, Matsumoto afirma-se como um vanguardista. Se na altura disse que Yoshida a partir do seu Eros plus Massacre (1969) era formalmente o mais apurado de toda a Nouvelle Vague Japonesa, então Toshio Matsumoto é o seu verdadeiro ex-aequo: a começar com o grandioso "Funeral Parade of Roses" (1969) que já estava prefigurado na sua curta do mesmo ano, "For the Right Damaged Eye". Matsumoto aqui junta-se às considerações dos seus contemporâneos (nomeadamente Oshima com o seu "Diary of a Shinjuku Thief" (1968)) sobre a veracidade da coisa filmada, e relega o discurso fílmico para a falsidade do processo, ecoando uma tragédia clássica edipiana com um travesti e seu pai. Eis que a pós-modernidade destrói a obra, e Funeral Parade of Roses torna-se no anti-filme do movimento por excelência.
Depois, "Shura" ou Demons (1971) ou como aterrorizar a plateia. Matsumoto continuando a sua descontrução cinemática, disseca o género chambara (ou filmes de sabre), tornando-o numa verdadeira ode à carnificina, tragédia fechando-se nela mesma, espectáculo bizarro de vingança. "Shura" é outro das preciosidades da Nouvelle Vague e continua como sendo um dos seus pesadelos mais eficazes.
Porém após "Shura", Matsumoto vira-se quase exclusivamente para o registo da curta-metragem, com o qual se tinha iniciado. Embora tenha feito alguns prodígios nesse registo ao longo dos anos 70 e 80 (deixando-nos uma obra em video invejável), há um sentimento de rígida incompletitude que prevalece. "Funeral Parade of Roses" e "Shura" exigiam uma continuação mais coesa e não foi o bom (mas nunca genial) "Dogura Magura" de 1988 que nos encheu as medidas nesse aspecto.
Enfim, esperemos que Matsumoto regresse e nos volte a deixar pasmados com os seus assaltos cinemáticos de então.
Por acaso dos aspectos que reparei neste realizador, é que mesmo já não dá corpo a um filme há 20 anos. Tentei perceber o porquê de tal situação, mas não descobri nada que me elucidasse acerca de tal aspecto...
Matsumoto começa por explorar o seu fascinio pelo experimentalismo nas suas fantásticas "curtas" que de certa forma viriam a resultar na sua primeira obra-prima (longa), "Funeral Parade of Roses" que é um dos grandes marcos dessa linguagem mais abstracta à qual podemos juntar por exemplo um "The Man Who Left His Will on Film" do Oshima ou até um "Heroic Purgatory" de sua eminência Yoshida! (tudo ali entre 69-70. Não há coincidências!)
Um par de anos volvidos e eis outra grandiosa obra, "Shura" um verdadeiro "buraco negro" que possui uma estetica ao melhor nivel de um Yoshida, o engenho narrativo de um Rashômon e um niilismo capaz de destroçar tudo à sua volta! Dos mais deslumbrantes pesadelos cinematográficos do cinema Japonês! Aproveitando o post anterior, Gengobei, o personagem principal, é digno de figurar entre as mais marcantes personagens da cinematografia nipónica! BÉLICO!!!
Já muitos anos passados - e depois de mais algumas curtas - temos o seu último delirio "Dogura magura" onde a sua veia mais surrealista volta a surgir sem no entanto se aproximar do brilhantismo das suas obras anteriores.
Vamos ver o que sairá de "War of the 16 Year Olds" que poderá ver a luz no futuro. Oremos irmãos!
Que entusiasmo, tf10!
Oremos então para que Matsumoto realiza alguma coisa para saciar a vossa sede :D !
Abraço!
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