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domingo, novembro 30, 2008

Realizador Asiático Preferido - Votação

Apresento-vos mais um realizador asiático, sujeito ao vosso escrutínio no quadro de votações mais abaixo à direita. Não custa relembrar que podem escolher mais do que uma opção, antes de clicarem e submeterem o(s) vosso(s) voto(s). Igualmente podem sugerir outros nomes para serem postos a votação.
Toshio Matsumoto

Informação

Filmografia enquanto realizador (caso exista alguma crítica, o título estará assinalado a cor vermelha. Para aceder ao texto , basta clicar):

  1. Bicycle in Dream (1955)
  2. The Weavers of Nishijin (1962)
  3. The Song of Stone (1963)
  4. Mothers (1967)
  5. For My Crushed Right Eye (1969)
  6. Ecstacis (1969)
  7. Funeral Procession of Roses (1969)
  8. Demons (1971)
  9. Metastasis (1971)
  10. Kakuchou (1972)
  11. Mona Lisa (1973)
  12. War of the 16 Year Olds (1973)
  13. Andy Warhol: Fukufukusei (1974)
  14. Everything Visible Is Empty (1975)
  15. Atman (1975)
  16. Nazo (1978)
  17. White Hole (1979)
  18. Ki=Breathing (1980)
  19. Connection (1981)
  20. Shift (1982)
  21. Relation (1982)
  22. Sway: Yuragi (1985)
  23. Engram (1987)
  24. Dogura magura (1988)


4 comentários:

Miguel P. disse...

Toshio Matsumoto é - com Susumu Hani e Hiroshi Teshigahara - um dos três realizadores que no princípio dos anos 60 (finais de 50) instituiram (antes da liberdade da Nouvelle Vague Shochiku: Oshima, Yoshida e Shinoda) o termo independente ao cinema japonês, este último na altura completamente governado pela política de estúdios.

Começando com documentários influênciados por uma espécie de moda neo-realista ou cinema-verité, as primeiras quatro obras de Matsumoto (o recém-encontrado "Bycicle in a dream", "The Weavers of Nishijin", "The Song of Stone" e "Mothers") são pequenos exercícios documentais, tentando tirar ao real alguma da sua vitalidade e vibração, mas sempre obdecendo aos cânones de apresentação filmada com intuitos de espectador.

Depois disso, já nos finais dos anos 60, Matsumoto afirma-se como um vanguardista. Se na altura disse que Yoshida a partir do seu Eros plus Massacre (1969) era formalmente o mais apurado de toda a Nouvelle Vague Japonesa, então Toshio Matsumoto é o seu verdadeiro ex-aequo: a começar com o grandioso "Funeral Parade of Roses" (1969) que já estava prefigurado na sua curta do mesmo ano, "For the Right Damaged Eye". Matsumoto aqui junta-se às considerações dos seus contemporâneos (nomeadamente Oshima com o seu "Diary of a Shinjuku Thief" (1968)) sobre a veracidade da coisa filmada, e relega o discurso fílmico para a falsidade do processo, ecoando uma tragédia clássica edipiana com um travesti e seu pai. Eis que a pós-modernidade destrói a obra, e Funeral Parade of Roses torna-se no anti-filme do movimento por excelência.

Depois, "Shura" ou Demons (1971) ou como aterrorizar a plateia. Matsumoto continuando a sua descontrução cinemática, disseca o género chambara (ou filmes de sabre), tornando-o numa verdadeira ode à carnificina, tragédia fechando-se nela mesma, espectáculo bizarro de vingança. "Shura" é outro das preciosidades da Nouvelle Vague e continua como sendo um dos seus pesadelos mais eficazes.

Porém após "Shura", Matsumoto vira-se quase exclusivamente para o registo da curta-metragem, com o qual se tinha iniciado. Embora tenha feito alguns prodígios nesse registo ao longo dos anos 70 e 80 (deixando-nos uma obra em video invejável), há um sentimento de rígida incompletitude que prevalece. "Funeral Parade of Roses" e "Shura" exigiam uma continuação mais coesa e não foi o bom (mas nunca genial) "Dogura Magura" de 1988 que nos encheu as medidas nesse aspecto.

Enfim, esperemos que Matsumoto regresse e nos volte a deixar pasmados com os seus assaltos cinemáticos de então.

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Por acaso dos aspectos que reparei neste realizador, é que mesmo já não dá corpo a um filme há 20 anos. Tentei perceber o porquê de tal situação, mas não descobri nada que me elucidasse acerca de tal aspecto...

Anónimo disse...

Matsumoto começa por explorar o seu fascinio pelo experimentalismo nas suas fantásticas "curtas" que de certa forma viriam a resultar na sua primeira obra-prima (longa), "Funeral Parade of Roses" que é um dos grandes marcos dessa linguagem mais abstracta à qual podemos juntar por exemplo um "The Man Who Left His Will on Film" do Oshima ou até um "Heroic Purgatory" de sua eminência Yoshida! (tudo ali entre 69-70. Não há coincidências!)
Um par de anos volvidos e eis outra grandiosa obra, "Shura" um verdadeiro "buraco negro" que possui uma estetica ao melhor nivel de um Yoshida, o engenho narrativo de um Rashômon e um niilismo capaz de destroçar tudo à sua volta! Dos mais deslumbrantes pesadelos cinematográficos do cinema Japonês! Aproveitando o post anterior, Gengobei, o personagem principal, é digno de figurar entre as mais marcantes personagens da cinematografia nipónica! BÉLICO!!!
Já muitos anos passados - e depois de mais algumas curtas - temos o seu último delirio "Dogura magura" onde a sua veia mais surrealista volta a surgir sem no entanto se aproximar do brilhantismo das suas obras anteriores.
Vamos ver o que sairá de "War of the 16 Year Olds" que poderá ver a luz no futuro. Oremos irmãos!

Jorge Soares Aka Shinobi disse...

Que entusiasmo, tf10!

Oremos então para que Matsumoto realiza alguma coisa para saciar a vossa sede :D !

Abraço!