Versus - A Ressurreição/Versus - ヴァーサス (2000) Origem: Japão
Duração: 116 minutos
Realizador: Ryuhei Kitamura
Com: Tak Sakaguchi, Hideo Sakaki, Chieko Misaka, Kenji Matsuda, Yuichiro Arai, Minoru Matsumoto, Kazuhito Ohba, Takehiro Katayama, Ayumi Yoshihara, Shoichiro Matsumoto, Toshiro Kamiaka, Yukihito Tanikado, Hoshimi Asai, Ryosuke Watabe, Motonari Komiya
Considerações introdutórias
As personagens do filme “Versus – A Ressurreição” não possuem nomes que as identifiquem, e apenas o herói da estória, interpretado por Tak Sakaguchi, tem uma breve referência como o “prisioneiro KSC2-303”. Tal poderá levantar dificuldades na leitura da sinopse, mas tentaremos dar o nosso melhor, como de costume.
"O prisioneiro KSC2-303"
Estória
Há 500 anos atrás, na “Floresta da Ressureição”, um jovem samurai luta contra um bando de zombies, conseguindo leva-los de vencida com a sua “katana”. A vitória não dura muito, pois o guerreiro depara-se com uma estranha personagem (Hideo Sakaki) que o assassina impiedosamente. Tudo isto é assistido com atenção por outro samurai (Tak Sakaguchi).
De volta ao presente, dois condenados fogem da prisão, e embrenham-se numa estranha floresta, tendo em vista alcançarem um grupo de yakuzas que os ajudem a completar a fuga. Os gangsters esperam pelos foragidos, mas recusam-se a arredar pé, enquanto o chefe não chega. Um dos prisioneiros, “KSC2-303” (de novo Tak Sakaguchi), envolve-se numa altercação com os yakuzas, devido a uma rapariga (Chieko Misaka) que estes raptaram e decide, sem mais, fugir com ela pela misteriosa floresta. Os yakuzas não se deixam ficar e resolvem ir no encalço dos jovens.
"O líder Yakuza recruta uma das suas apaniguadas"
Cedo o casal descobre que a floresta tem os seus tenebrosos segredos, encontrando-se infestada de zombies sedentos de sangue. O número de mortos-vivos aumenta exponencialmente, à medida que a matança grassa, e os falecidos acordam completamente alterados.
Quando o chefe Yakuza (outra vez Hideo Sakaki) finalmente chega ao local, segredos imemoriais começam a ser desvendados, e a verdade começa a vir à tona, estando intimamente ligada a um portal para um mundo paralelo que se encontra na floresta, e a um verdadeiro duelo imortal em que são intervenientes principais “KSC2-303” e o líder dos gangsters, constituindo a rapariga a chave essencial para a resolução da trama.
"Um dos adversários que o casal perseguido tem de enfrentar"
"Review"
Com um misto de litros de sangue a jorrar, toneladas de violência gratuita, comédia q.b., zombies, uma floresta sinistra e misticismo a rodos, chega-nos um dos verdadeiros itens cinematográficos de culto do reino do sol nascente, “Versus – A Ressurreição”. Sob a chancela do competente realizador Ryuhei Kitamura, responsável, entre outros, por “Aragami”, “Azumi, a Assassina” e “Godzilla: Final Wars”, obtemos um filme que nos deixa sem fôlego quase do princípio ao fim.
“Versus” tem o condão de congregar os amantes de vários estilos cinematográficos distintos, que vão desde o puro “gore”, a acção, as artes marciais, ao “chambara”, o oculto, etc. No entanto, devido à sua grande versatilidade e porventura a uma perigosa e pouco ortodoxa fusão de géneros, poderá afastar os mais tradicionalistas do seu visionamento. Quanto a mim, tenho a dizer que agradou de sobremaneira!
As cenas de luta são de ver e chorar por mais, quer se consubstanciem em trocas de golpes de espada ou de “pancada” à moda antiga (com auxílio de alguns guindastes admita-se), ou duelos infernais de tiroteio “à John Woo” em que as balas parecem nunca acabar. Não amiúde acontece tudo ao mesmo tempo, ou seja, katana, punhos, pés e balas! Estamos pois, de certa forma, perante um verdadeiro “Gun-fu”, se me é permitida a designação.
"Matança"
A caracterização das personagens encontra-se bastante boa, e só não vai mais além, pois em certos momentos podemos nos aperceber que estamos perante um filme que não teve um orçamento desafogado. Mesmo assim, os zombies estão aterradores quanto baste, e o dinheiro que havia deve ter ido metade para comprar litros e litros de sangue falso!
O guarda-roupa está muito “cool”, com o negro e o cabedal a marcarem a presença dominante, num registo que se assemelha a uma trilogia dos irmãos Wachowski que todos nós bem conhecemos. O cenário resume-se praticamente a uma floresta que parece ter sido retirada de “Blair Witch”, e que se assume como um fundo verdadeiramente claustrofóbico, apesar de ser um espaço aberto e ao ar livre. A certa altura ficamos com a sensação que só existe a vegetação, as personagens e absolutamente nada mais!
A banda-sonora consiste sobretudo em música electrónica, muito estilo “techno”, rápido o suficiente para acentuar as partes de acção. As melodias tradicionais marcam igualmente a sua presença, nos recuos da estória até ao Japão feudal. Contudo, o realce aqui vai para os sons de fundo que acompanham o deambular das personagens pela “Floresta da Ressurreição”, que fazem aumentar o sentimento de reclusão e de suspense.
O fim revela uma grande surpresa, e mais não digo!
Este misto de “Evil Dead”, “Highlander”, “Matrix” e sei lá mais o quê, convém não perder!
"O duelo final"
Trailer, The Internet Movie Database (IMDb) link
Esta crítica encontra-se igualmente disponível "on line" em ClubOtaku
Outras críticas em português:
Avaliação:
Entretenimento - 9
Interpretação - 7
Argumento - 8
Banda-sonora - 8
Guarda-roupa e adereços - 8
Emotividade - 9
Mérito artístico - 8
Gosto pessoal do "M.A.M." - 8
Classificação final: 8,13